Um dos maiores produtores de petróleo do mundo, o país é o que mais gasta com projetos ambientais e novas tecnologias para a redução da emissão de gases
POR Karla Rondon Prado
Doha, Catar - Imagine um país com 11.437 km² — quase a metade do
tamanho do menor estado brasileiro —, com população de 1,7 milhão
(inferior à da Zona Oeste), situado numa região desértica, onde o solo é
praticamente infértil, e a água, artigo de luxo.
Agora, imagine que o ‘dono’ desse país é o Eike Batista, o homem mais rico do Brasil. Pronto. Você já tem noção do que é o Catar. Situado no Golfo Pérsico, no Oriente Médio, um dos maiores produtores de petróleo do mundo — e um dos maiores poluidores também, devido à extração de óleo e gás — é, surpreendentemente, o que mais sustenta pesquisas e projetos ligados ao Meio Ambiente.
Quem investe e comanda isso é o sheikh Hamad Bin Khalifa Al-Thani. Só para estudos e desenvolvimento da região, ele destina 2,5 bilhões de dólares por ano, 2,8% do PIB.
Para mostrar as várias frentes que a península abriu nesta área, a comitiva do país chega à Rio+20 com 100 pessoas. “O governo está ciente da fraqueza de seu meio ambiente e tem 176 programas voltados para isso. Queremos reduzir o impacto das emissões de gás até 2026 e vai ser uma corrida até lá”, promete Awad Amed, de um dos institutos.
Na conferência, um dos projetos mais impressionantes que será mostrado é o plano diretor desenvolvido pelo Programa Nacional de Segurança Alimentar do Catar(QNFSP), que, sob a chancela do filho do emir, Tamim Bin Hamad Al-Thani, e com a contratação dos maiores especialistas do mundo, foi criado para ajudar o país a atingir a soberania alimentar.
Com tantos recursos e fartura de vegetais, o Brasil não sabe bem o que é isso, mas a urgência veio do fato de o Catar só produzir 10% do que consome e depender da importação de 90% dos seus alimentos. Pelo modelo (veja infográfico), que fica pronto em 2014 e tem o prazo de 10 anos para ser concluído na prática, o QNFSP pretende criar uma gigantesca usina de dessalinização (sua maior fonte de água), melhorar a produção agrícola do país através de desenvolvimento de tecnologias sustentáveis, como a hidroponia (que não depende do solo), e criar campos de energia solar capazes de tornar o Catar um país ‘limpo’.
Preocupação com o clima e fim do óleo
Se um dia a fonte secar, o Catar já terá investido todos os seus bilhões do petróleo em novas tecnologias e estará vivendo muito bem, com soberania alimentar e agricultura sendo alimentada por água dessalinizada fornecida pelas usinas movidas a energia solar — que será exportada para o mundo.
Nada disso é segredo e, além da Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), que começa no dia 13, o Catar vai apresentar o assunto na COP-18, a convenção do clima que sediará no final de novembro.
“Para se tornar neutro na emissão de gás carbônico, o investimento em energia solar é da ordem de 20 milhões de dólares”, explica Jeff Muñoz, da Chevron, que desenvolve tecnologias para atingir o melhor resultado com energia solar, tecnologia da qual o Catar será o dono.
A empresa não paga nada para estar no Catar. Já a Maersk Oil, que produz 625 mil barris de petróleo por dia, desenvolve uma tecnologia pioneira para injetar o gás de volta no solo e reduzir a emissão de carbono. A empresa investe 100 milhões de dólares a cada 10 anos no projeto.
Agora, imagine que o ‘dono’ desse país é o Eike Batista, o homem mais rico do Brasil. Pronto. Você já tem noção do que é o Catar. Situado no Golfo Pérsico, no Oriente Médio, um dos maiores produtores de petróleo do mundo — e um dos maiores poluidores também, devido à extração de óleo e gás — é, surpreendentemente, o que mais sustenta pesquisas e projetos ligados ao Meio Ambiente.
Quem investe e comanda isso é o sheikh Hamad Bin Khalifa Al-Thani. Só para estudos e desenvolvimento da região, ele destina 2,5 bilhões de dólares por ano, 2,8% do PIB.
Para mostrar as várias frentes que a península abriu nesta área, a comitiva do país chega à Rio+20 com 100 pessoas. “O governo está ciente da fraqueza de seu meio ambiente e tem 176 programas voltados para isso. Queremos reduzir o impacto das emissões de gás até 2026 e vai ser uma corrida até lá”, promete Awad Amed, de um dos institutos.
Na conferência, um dos projetos mais impressionantes que será mostrado é o plano diretor desenvolvido pelo Programa Nacional de Segurança Alimentar do Catar(QNFSP), que, sob a chancela do filho do emir, Tamim Bin Hamad Al-Thani, e com a contratação dos maiores especialistas do mundo, foi criado para ajudar o país a atingir a soberania alimentar.
Com tantos recursos e fartura de vegetais, o Brasil não sabe bem o que é isso, mas a urgência veio do fato de o Catar só produzir 10% do que consome e depender da importação de 90% dos seus alimentos. Pelo modelo (veja infográfico), que fica pronto em 2014 e tem o prazo de 10 anos para ser concluído na prática, o QNFSP pretende criar uma gigantesca usina de dessalinização (sua maior fonte de água), melhorar a produção agrícola do país através de desenvolvimento de tecnologias sustentáveis, como a hidroponia (que não depende do solo), e criar campos de energia solar capazes de tornar o Catar um país ‘limpo’.
Preocupação com o clima e fim do óleo
Se um dia a fonte secar, o Catar já terá investido todos os seus bilhões do petróleo em novas tecnologias e estará vivendo muito bem, com soberania alimentar e agricultura sendo alimentada por água dessalinizada fornecida pelas usinas movidas a energia solar — que será exportada para o mundo.
Nada disso é segredo e, além da Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), que começa no dia 13, o Catar vai apresentar o assunto na COP-18, a convenção do clima que sediará no final de novembro.
“Para se tornar neutro na emissão de gás carbônico, o investimento em energia solar é da ordem de 20 milhões de dólares”, explica Jeff Muñoz, da Chevron, que desenvolve tecnologias para atingir o melhor resultado com energia solar, tecnologia da qual o Catar será o dono.
A empresa não paga nada para estar no Catar. Já a Maersk Oil, que produz 625 mil barris de petróleo por dia, desenvolve uma tecnologia pioneira para injetar o gás de volta no solo e reduzir a emissão de carbono. A empresa investe 100 milhões de dólares a cada 10 anos no projeto.
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