Filipe Araujo/ Estadão
Alex Atala
O segundo dia começou animado, com a estreia das aulas Mão na Massa, em que um grupo foi para a cozinha aprender os segredos do brigadeiro com Juliana Motter, que elevou o brigadeiro à categoria gourmet em sua Maria Brigadeiro. A aula foi de brigadeiro branco com castanha-do-pará.
Como nos anos anteriores, a sala estava lotada para assistir ao trio Mara Salles, Ana Soares e Neide Rigo. Elas brincaram com o fato de que foram desafiadas a falar do sabor de que menos gostam, o doce, e lembraram que, na edição de 2009, se debruçaram sobre um tema mais querido, o sabor amargo.
"Açúcar virou problema quando passou a ser fácil", afirmou Neide, ao servir ao público paiauaru, bebida indígena das tribos do Alto Rio Negro (Amazonas), feita de abacaxi fermentado e cana-de-açúcar, num processo que lembra a dupla fermentação do champanhe. Para instigar a plateia, o trio propôs uma reflexão sobre doces que não são óbvios como leite materno, a primeira lembrança sensorial humana.
Direto de São Roque de Minas, na Serra da Canastra, veio Otusseziano Freitas de Oliveira. Ele é produtor de queijo da Canastra, feito com leite cru, e trouxe algumas peças para o público provar. Ele veio a convite de Ana Massochi, dona dos restaurantes Martín Fierro, La Frontera e Jacarandá e entusiasta do queijo. Ao lado do veterinário Leôncio Diamante, também de Minas Gerais, eles defenderam a legalização do queijo da Canastra que, apesar de ser reconhecido como patrimônio gastronômico brasileiro, não pode ultrapassar as divisas do Estado para ser vendido, em razão de uma lei de 1952.
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