9.29.2013

"Beije-me Antes de Morrer"

Cansada da rotina do escritório? Então, dê uma pausa e curta esta história cheia de mistério, suspense e ação da escritora Allison Brennan.


Um loiro alto e magro aproximou-se com um sorriso muito conhecido. Cerca de uma hora antes, assim que chegou, ela não estava com vontade de transar, mas o que quer que estivesse em seu drinque a fez relaxar. O cara nem era tão feio assim. Universitário, provavelmente. E Jessie estava atrasada.
- Quer se divertir? - perguntou ele, esfregando-lhe o braço com a mão.
- Na pista.
Ele olhou criticamente para a multidão. Nem todos iam às festas alternativas em busca de sexo, ainda que a noite frequentemente terminasse dessa forma. Boa parte ia à procura de drogas, bebida e música.
Ela riu e pegou a mão dele, esfregando o polegar em sua palma.
- É novo nisso?
- Só estou considerando a logística.
O celular dela vibrou, e ela quase o ignorou. Olhou para o número e viu que era uma mensagem de Jessie.
- Continue pensando - ela apertou um botão para ver a mensagem da amiga.
"Tô vendo vc com esse cara. Precisamos conversar. Tô preocupada. Lá fora em 10 min."
Para que tanto mistério? Kirsten olhou ao redor, mas não viu Jessie em lugar algum. Respondeu:
- O que foi?

- Ei, você quer transar com o celular ou comigo?
- Qual é o seu nome?
- Ryan.
- Preciso falar com uma amiga antes, depois sou toda sua - envolveu-o pelo pescoço e deu-lhe um beijo de corpo inteiro. Ele a empurrou contra a parede de metal corrugado e pressionou a pélvis na dela.
- Você é um tesão - disse ele em seu ouvido.
Ela beijou aquela boca diferente e desconhecida com vontade. A excitação do momento atingiu-a, e ela esqueceu-se de todo o resto. Esqueceu-se de quem era, de onde estava, simplesmente se deixando levar pelo aqui e agora. Sorriu enquanto a mente levitava, o corpo praticamente esquecido.
- Gosta disso? - sussurrou uma voz em seu ouvido.
- Sim... - respondeu ela, mesmo sem saber por quê.
Os braços estavam apertados ao redor do pescoço dele. Dele quem mesmo? Ryan. O celular vibrou. Ela balançou a cabeça para clarear a mente e, por cima do ombro de Ryan, leu a mensagem enviada por Jessie.
"Deixa de ser piranha e me encontra lá fora. Agora, Ash."
Piranha? E isso fazia com que Jessie fosse o quê? Mas alguma coisa estava errada. No fundo de sua mente, sabia que alguma coisa não fazia sentido. Sua cabeça, porém, estava embaralhada, e as mãos de Ryan estavam sobre seus seios por dentro da roupa. Como foi que ele chegara àquele ponto tão rapidamente? Ela olhou a hora no celular. Aquilo não fazia sentido. Já fazia quinze minutos que estavam se agarrando contra a parede de metal?
Ela sabia, por experiência própria, que os caras que iam a esse tipo de festa em busca de sexo não desistiam fácil, e que a sua promessa de voltar logo não significava nada para ele. Mas e se Jessie estivesse em apuros? Ela estava muito estranha, ligar numa sexta-feira de manhã não era de seu feitio...
Ela a chamara de Ash. Apelido de Ashleigh, seu nome de festas. Jessie conhecia seu nome real. “Ashleigh” e “Jenna” só eram usados para manter as aparências. Talvez ela a tivesse chamado de Ash porque estava no “modo Party Girl”. Enquanto Kirsten pensava no estranho comportamento de Jessie, Ryan já tinha exposto o membro e levantado seu vestido. Tudo se movia em câmera lenta. Era como se ela estivesse observando seu corpo de longe. Ela conhecia essa sensação, mas dessa vez não tinha bebido tanto assim. Ou tinha?
- Camisinha - sussurrou ela.
- Já está a postos, doçura.
Como ela não havia percebido? Sentiu-o dentro de si, mas não se lembrou de ele a ter penetrado; suas pernas envolviam-no, mas ela não sabia como elas tinham ido parar ali. E ele logo terminou. Ela ficou sem saber se foram necessários dois minutos ou uma hora, mas ambos estavam suados e ele sorria satisfeito.
- Caramba, você é sexy.
- Preciso encontrar minha amiga.
- Vai rápido, e depois a gente vai para os bastidores.
"Bastidores" era um eufemismo para ficar deitado num lugar semiprivativo. Havia escritórios no galpão, vazios em sua maioria, só com algum tipo de mobília velha. Se Kirsten estivesse sóbria, sequer pensaria em ir para lá. O lugar era imundo.
- Ok - disse, e seguiu para a porta.

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