Casa Branca se defende no Twitter em guerra política de declarações
Funcionários passaram uma hora tuitando e retuitando mensagens contra reportagem que criticava governo Obama
Reuters
Estados Unidos - Em meio a muitas notícias
desabonadoras sobre o lançamento do novo programa de saúde do governo
federal, a Casa Branca quis desqualificar uma reportagem da emissora
norte-americana NBC. Na reportagem, o governo de Barack Obama foi
acusado de ter feito promessas irreais ao dizer que os norte-americanos
que estivessem satisfeitos com seu plano de saúde poderiam mantê-lo.
Segundo a emissora, o presidente afirmou isso apesar de saber que muita
gente sofreria alterações na sua cobertura. Funcionários da Casa Branca rapidamente
começaram a responder pelo Twitter, que se tornou uma das armas mais
poderosas e confiáveis do governo na tentativa de moldar a opinião
pública e o conteúdo do noticiário. Josh Earnest, porta-voz-adjunto de Obama,
iniciou a ofensiva com uma série de tuítes dizendo que a lei da saúde
pública protege os cidadãos contra mudanças na sua cobertura -- a não
ser que as seguradoras tenham alterado tal cobertura. "O ‘furo' da NBC cita a rotatividade normal no
mercado de seguros individuais", tuitou Earnest a seus 9.500 seguidores
do Twitter. A mensagem foi reproduzida 166 vezes, alcançando
potencialmente 164 mil pessoas, segundo o Twitonomy
, ferramenta analítica do Twitter.
Depois disso, funcionários da Casa
Branca passaram uma hora tuitando e retuitando mais de uma dúzia de
vezes mensagens sobre a reportagem da NBC, inclusive com interpelações
diretas ao repórter responsável.
Obama durante coletiva. Governo foi acusado de ter feito promessas irreais a respeito de planos de saúde
Foto: Reuters
O debate sobre a honestidade de Obama
ao tratar da lei da saúde pública, um dos marcos do seu primeiro
mandato, prossegue. Mas, sob muitos aspectos, está claro que o Twitter
se tornou tão importante quanto as entrevistas coletivas diárias para o
arsenal de comunicação da Casa Branca.
As mensagens de 140 caracteres do microblog são
mais rápidas do que um comunicado à imprensa, com uma abrangência mais
ampla e direta do que as aparições nos canais a cabo de TV. Seguindo uma estratégia defendida por Dan
Pfeiffer, ex-assessor de Obama, a Casa Branca duplicou desde julho a sua
presença no Twitter. Mas, na verdade, o exército tuiteiro da
Presidência é apenas um dos participantes de uma guerra de mensagens
travada nas redes sociais em Washington, e da qual participam também
parlamentares e burocratas, tanto conservadores quanto liberais. Quase todos os dias, a Casa Branca é o foco de
farpas lançadas no Twitter por grupos conservadores como a Heritage
Foundation, de personalidades digitais como Erick Erickson, do
RedState.com, e de funcionários republicanos como Brendan Buck,
porta-voz do presidente da Câmara, John Boehner. Mas a operação da Casa Branca se destaca por sua agressividade, segundo analistas. "Você nunca encontra uma organização que seja
coletivamente tão boa no Twitter", disse Peter LaMotte, diretor de
práticas das comunicações digitais na empresas Levick, que assessora
grandes companhias sobre o uso das redes sociais A conta de Twitter mais famosa associada ao
governo é a @BarackObama, com 39 milhões de seguidores. Mas ela na
verdade é mantida pelo grupo político independente Organizing for
Action, que tem fortes ligações com a Casa Branca.
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