1.21.2014

Pessoas felizes permanecem mais ativas com a idade

Estudo relaciona bem-estar mental ao físico em idosos

O Globo

Baile da terceira idade no Clube Municipal. na Tijuca: idosos que dizem aproveitar a vida mantêm melhor forma física
Foto: Simone Marinho / Simone Marinho
Baile da terceira idade no Clube Municipal. na Tijuca: idosos que dizem aproveitar a vida mantêm melhor forma física Simone Marinho / Simone Marinho
RIO - A felicidade pode ser um bom caminho para ter uma velhice mais ativa. Pelo menos é o que indica estudo que relacionou o bem-estar mental ao físico de idosos na Inglaterra. Segundo os pesquisadores da University College London, pessoas felizes, que aproveitam a vida, mantêm melhor as funções físicas e andam mais rápido que outras à medida que envelhecem.
O estudo inglês durou oito anos e acompanhou 3199 homens e mulheres com mais de 60 anos de idade. Primeiro, os participantes foram divididos em três faixas etárias - 60 a 69 anos, 70 a 79 anos e acima de 80. Depois, os cientistas avaliaram o estado emocional deles com base em quatro frases: “eu gosto das coisas que faço”; “eu gosto da companhia de outras pessoas”; “em retrospectiva, vejo minha vida com uma sensação de felicidade”; e “sinto-me cheio de energia atualmente”. Os pesquisadores também fizeram entrevistas pessoais para determinar se os participantes tinham algum problema para executar atividades do dia a dia, como sair da cama, se vestirem e tomar banho. Eles também mediram a velocidade do caminhar dos idosos.
- O estudo mostrou que idosos mais felizes e que aproveitam a vida também demonstram um menor declínio das funções físicas à medida que envelhecem – diz Andrew Steptoe, pesquisador da University College London e um dos autores de artigo publicado no “Canadian Medical Association Journal”. - Eles são menos sujeitos a desenvolver problemas para executar atividades do dia a dia e sua velocidade de caminhar diminui a um ritmo menor do que aqueles que são menos felizes.
Os participantes na faixa de 60 a 69 anos foram os que mostraram o nível mais alto de bem-estar mental, assim como os com melhor classificação socioeconômica, mais tempo de escola e que eram casados e ainda trabalhavam. Por outro lado, as pessoas com doenças crônicas como problemas de coração, diabetes, artrite, derrames e depressão eram mais infelizes. Estas também tinham três vezes mais chances de desenvolver dificuldades para executar tarefas do dia a dia do que as pessoas que mantinham uma atitude positiva com relação à vida.
- Isso, porém, não acontece porque as pessoas mais felizes têm melhor saúde, são mais jovens, mais ricas ou mantêm um estilo de vida mais saudável, já que mesmo levando em conta estes fatores a relação (entre bem-estar mental e físico) persiste – afirma Steptoe. - Estudos prévios nossos já tinham mostrado que idosos mais felizes tinham mais chances de continuar vivos ao longo dos próximos oito anos. O que nosso estudo mostrou é que eles também mantêm uma melhor condição física. Nossos resultados fornecem mais evidências de que estar de bem com a vida é um fator relevante para prever futuros problemas de saúde e mobilidade dos idosos. Assim, esforço para melhorar o bem-estar mental dos idosos também devem beneficiar a sociedade e os sistemas de saúde.

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