10.24.2017

'Open Democracy': O paradoxo brasileiro. A administração atual não considera o modelo social-desenvolvimentista lançado pelo PT", continua.



"Atual administração não aborda deficiências políticas anteriores de forma construtiva"




O portal Open Democracy publicou nesta segunda-feira (23) o preâmbulo do recém-lançado "The Takeover of Social Policy by Financialization - The Brazilian Paradox" (A Tomada da Política Social pela Financeirização - o Paradoxo Brasileiro). O texto destaca que "a atual administração brasileira não aborda as deficiências políticas anteriores de forma construtiva". 
O livro, de autoria da professora Professora de Política Social e Economia no Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. O livro foi publicado nos EUA pela Palgrave Macmillan, e chega ao Brasil em 2018 pela Todavia.
"Na Austrália, os governos e os sindicatos liderados pelo Partido Trabalhista concordaram com um conjunto de reformas neoliberais em meados da década de 1980, que culminou com uma dramática reestruturação da economia e da sociedade da Austrália, a desintegração desses governos e a demolição da esquerda organizada", exemplifica o preâmbulo.
"O caso brasileiro é semelhante; mas é peculiar na forma como as administrações, os sindicatos, as finanças e a indústria do lado esquerdo se uniram em torno de um programa neoliberal de reestruturação econômica e social que foi velado por um 'novo' projeto nacional: o modelo social-desenvolvimentista lançado pelo PT", continua. 



"Atual administração brasileira não aborda as deficiências políticas anteriores de forma construtiva"
"Atual administração brasileira não aborda as deficiências políticas anteriores de forma construtiva"
O texto destaca que o social-desenvolvimentismo foi validado pelo argumento de combinar pontos fortes da macroeconomia neoliberal, que deveria gerar eficiência econômica e credibilidade do mercado, com as vantagens de políticas sociais e de renda progressivas que promovessem a justiça social e impulsionassem o mercado interno. 
"Este modelo de desenvolvimento proporcionou, então, um 'acordo para o crescimento com inclusão social': traria um círculo virtuoso de crescimento econômico e igualdade social, tornando o Brasil a um país social-democrático ocidental feliz, moderno e próspero. Lena Lavinas demonstra que esta era uma miragem extremamente dispendiosa. Em particular, esse 'acordo' baseou-se em um padrão de consumo de massa financiado e insustentável mantido pelas transferências governamentais, subsídios e dívidas pessoais permanentemente aumentadas", explica o texto.



"Não há nada que sugira que a atual administração tomará medidas para reabordar as deficiências políticas anteriores de forma construtiva, reequilibrar a economia, distribuir a renda de forma mais eficiente ou reverter a financeirização. Pelo contrário. O paradoxo brasileiro identificado por Lena Lavinas permanece firmemente no lugar, agora com novas camadas de complexidade e iniquidades ainda maiores", pondera o texto. 
"Este livro é essencial para entendê-los e para descobrir como o Brasil entrou em sua situação atual. Essas realidades dolorosas não podem ser abordadas sem uma compreensão adequada. Este livro, portanto, não é apenas brilhante; É também uma leitura essencial para nossos tempos sombrios", conclui o preâmbulo do novo livro de Lavinas, assinado pelo professor Alfredo Saad Filho. 
 The Brazilian paradox

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