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8.22.2010
Indústria da multa de trânsito no Rio
Velocidade máxima na Av. brasil é de 70Km/h. Este deve ser o novo choque de ordem para engordar o caixa de campanha politica do prefeito e governador. O carioca paga o pato mais uma vez.
Em 6 meses, estado registrou acréscimo significativo de multa por excesso de velocidade.
Rio - Os motoristas do Rio estão pisando mais fundo no acelerador. Só no primeiro semestre do ano, foi registrado aumento de quase 50% no número de multas por excesso de velocidade no estado, principal infração, segundo dados do Detran-RJ. Em julho, o limite permitido foi ignorado mais de 141 mil vezes, em comparação com as 95 mil autuações registradas em janeiro. Uma das razões é que metade dos aparelhos que só flagravam desrespeito ao sinal vermelho passaram a registrar os apressados.
Na capital, Av. Brasil é campeã de infrações por excesso de velocidade
Na Região Metropolitana do Rio, os motoristas costumam acelerar mais na Av. Brasil e na Linha Vermelha, pontos recordistas de multas, segundo a CET-Rio. Já a Avenida das Américas, na Barra da Tijuca, é a campeã de avanço de sinais, seguida pelo cruzamento da R. Maxwell com a Gonzaga Bastos, em Vila Isabel.
“Os condutores sofrem do complexo do congestionamento. Como a frota cresceu e o sistema de transporte de massa está deficiente, as pessoas sentem necessidade de correr quando estão nos automóveis”, analisa o engenheiro de trânsito Fernando Mac Dowell.
No município, a razão para números alarmantes de infrações estaria relacionada à readequação dos radares pela CET-Rio. Embora 10 aparelhos móveis tenham saído de circulação no início do ano devido a término do contrato com empresa terceirizada, outros 6, fixos, foram colocados em locais com elevado índice de acidentes.
Pardais Reaproveitados
O reaproveitamento de 30 dos 61 equipamentos de controle de avanço de sinal, para detectar também os exageros nos velocímetros, é outro motivo que ajudou a engrossar as estatísticas. Hoje, operam na cidade do Rio 300 equipamentos de fiscalização do trânsito.
Nas rodovias estaduais, há 122 radares e lombadas distribuídos no entorno de 23 municípios, de acordo com o Departamento de Estradas de Rodagem (DER). Já nas federais que cortam o estado, os radares saltaram de 24 para 102, de acordo com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), além daqueles administrados por concessionárias em sete BRs.
Mais fiscalização à vista
Dez novos radares fixos devem ser instalados na cidade nos próximos meses. De acordo com a CET-Rio, estão sendo finalizados os estudos para indicar os novos pontos.
“A fiscalização é muito mais atuante na capital do que em outros municípios. Há muitas cidades que não têm como cuidar dos seus problemas no tráfego”, avalia o engenheiro do Departamento de Transportes da Uerj, José Guerra.
Segundo o especialista, o estado precisa investir mais em ações educacionais. “A multa pune, mas não educa. Precisamos de uma conscientização de trânsito permanente desde a infância até a idade adulta”, sugere.
Pista de risco na Av. das Américas
A alta velocidade dos veículos que trafegam pela Av. das Américas, na Barra da Tijuca, assusta a aposentada Elaine de Almeida Alves, 51. “Isso aqui parece uma pista de corrida. Tenho medo de atravessar e ser atropelada. Principalmente quando passo pela via central, em que o tráfego é menor e os motoristas aproveitam para correr bastante”, reclama.
Elaine, que trabalhou no bairro por cerca de cinco anos, conta que as imprudências na via são constantes. “Desde a fundação do bairro, a situação do trânsito só se agrava. Não vejo estrutura adequada para tantos carros e tanta gente morando em um mesmo local. A prefeitura tem que tomar providências”, cobra.
De acordo com o taxista Marcelo Souza, os radares fixos facilitam a vida dos motoristas imprudentes. “Eles já sabem e aproveitam os intervalos entre os pontos de fiscalização para acelerar”, denuncia.
O Dia
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