A nova pesquisa, publicada no "Journal of Pediatrics", usou dados que remontam a 1929 para rastrear os tamanhos dos bebês ao nascer e em anos posteriores, e descobriu que os nascidos depois de 1970 eram cerca de 0,45 kg mais pesados e mais de 1,27 cm mais compridos que os bebês nascidos nas décadas anteriores.
- O que seria considerado uma criança grande em 1930 não seria considerado hoje - disse Ellen Demerath, uma das autoras do estudo e professora associada da Divisão de Epidemiologia e Saúde Comunitária da Escola de Saúde Pública da Universidade de Minesota.
Mas com cerca de um ano, a maioria dos bebês tinha mais ou menos o mesmo tamanho que os de idade correspondente na geração anterior, o que sugere que bebês nascidos menores no passado apresentaram uma rápida recuperação do crescimento no primeiro ano de vida para alcançar pesos médios semelhantes aos das crianças modernas.
O tamanho médio das mães, no entanto, definitivamente aumentou nas últimas décadas, como medido pelo Índice de Massa Corporal (IMC). Entre 1930 e 1949, 18% das mães no estudo tinham IMCs que as qualificavam como "obesas", enquanto 48% se encaixavam nesta categoria entre 1990 e 2008.
Alguns pesquisadores especularam que IMCs maiores das mães estão influenciando o aumento de tamanho dos bebês, o que pode, por sua vez, contribuir para a obesidade na infância.
Para testar estas ideias, Ellen e seus colegas pesquisadores usaram dados de um estudo realizado em Ohio com bebês nascidos desde 1929 e suas mães. Os 620 bebês acompanhados eram pesados e medidos do nascimento até os 3 anos, e todos eram de ascendência europeia. Houve enormes mudanças no crescimento infantil. O desenvolvimento se mostrou menor durante o primeiro ano de vida nos recém-nascidos das últimas gerações.
As diferenças nas taxas de crescimento após o nascimento entre os bebês das gerações anteriores e das posteriores se deram provavelmente devido à saúde das mães durante a gravidez.
- No período pré-1970, o peso no nascimento é relativamente baixo e a saúde das mães provavelmente não era tão boa quanto é agora - diz Ellen.
A pesquisadora afirma ainda que a pequena taxa de crescimento durante o primeiro ano desafia aqueles que acreditam que bebês maiores são responsáveis pela atual epidemia de obesidade:
- Você não precisa de um ganho de peso infantil elevado para acabar com um problema de obesidade.
Emily Oken, professora associada do Departamento de Medicina Populacional em Harvard Medical School, adverte que é difícil prever o crescimento global de uma pessoa em uma idade precoce.
- Acho que na faixa dos dois aos cinco anos de idade é difícil trazer à tona o que as perspectivas de longo prazo para o tamanho do corpo e os riscos à saúde - diz.
Em um estudo de 2010, que usou como base dados de mais de 36 milhões de bebês em todos os EUA, Oken e seus colegas descobriram que os bebês nascidos em 2005 eram menores do que os nascidos em 1990. O grupo não conseguiu explicar a tendência pelas características das mães ou dos bebês.
Ela afirma que seu resultado não pode contradizer os resultados em Ohio, porque seu estudo é baseado apenas em dados mais recentes e representa uma população nacional. Ela também observou que, em geral, os bebês ao redor do mundo estão ficando cada vez maiores desde 1950.
Na opinião de Ellen, a saúde maternal realmente vive uma situação diferente de décadas atrás. Mas, ela e seus colegas concluíram, taxas de crescimento no primeiro ano de vida não podem explicar tendências a obesidade mais tarde.
O Globo
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