1.01.2012

Hábitos alimentares prejudiciais à saúde.

Lanches e brinquedos, um brinde ou um vínculo perigoso?

Será que um personagem infantil sob a forma de um brinquedo pode influenciar o hábito alimentar de uma criança? De acordo com a argumentação apresentada pelo Projeto Criança e Consumo, do Instituto Alana isso pode ocorrer. Por essa razão, o instituto denunciou a rede de lanchonetes McDonald’s  ao Procon de São Paulo pela associação entre a venda de alimentos  e brinquedos. Segundo a ONG, essa prática  “cria uma lógica de consumo prejudicial e incentiva a formação de valores distorcidos, bem como a formação de hábitos alimentares prejudiciais à saúde”.
A denúncia resultou em uma multa de 3.192.300,00 milhões ao McDonald’s pela venda de alimentos associados a brinquedos. A rede de lanchonetes ainda pode recorrer da sentença e provavelmente até ganhe, mas muita coisa tem mudado em relação à percepção de pais, educadores, profissionais de saúde e governos em relação à essa prática.
Nos Estados Unidos, acaba de entrar em vigor no Estado da Califórnia a lei que proíbe exatamente a venda de fast-foods acompanhados de brinquedos. A norma vale para todos os restaurantes que não atendam às exigências nutricionais, incluindo uma lista de cerca de 50 fast-foods comercializados por grandes cadeias de alimentos como o Burger King e Subway. O Mc Lanche Feliz está entre eles.
Essa preocupação tem toda razão de ser, tanto nos EUA onde 30% das crianças tem sobrepeso ou obesidade, como no Brasil, onde recentemente foram divulgadas cifras exatamente iguais pelo IBGE. Apesar de estarmos à altura dos americanos na incidência de obesidade infantil, ainda engatinhamos em medidas de prevenção, tanto é que eles demonstram desaceleração e nós estamos em franca ascensão da doença.
Por isso, brinquedos e alimentos não devem confundir a susceptibilidade de nossas crianças, pois na realidade, isso cria um vínculo real muito difícil de ser desfeito. Principalmente quando esses alimentos são ricos em carboidratos, gordura e sal, além de altamente calóricos. Daí a importância da iniciativa do Instituto Alana, que deve incentivar a aprovação dos projetos de lei que tentam regulamentar com mais rigor a propaganda e a comercialização de alimentos destinados às crianças.

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