5.27.2013

Anvisa discute autorização de empresas e sibutramina


A reunião pública da Diretoria Colegiada da Anvisa, marcada para segunda-feira (27/5), vai discutir uma proposta de consulta pública para revisar as regras referentes à autorização de funcionamento de empresas no país. Conhecido pela sigla AFE, o documento é necessário para qualquer empresa que atue na área dos produtos regulados pela Anvisa como medicamentos, cosméticos, alimentos, entre outros.

Também está na pauta dos diretores a continuação da análise do relatório de avaliação da implementação da RDC 52/2011, que impôs normas mais rígidas para a Sibutramina.

Os diretores ainda avaliarão 23 recursos administrativos de empresas das áreas de medicamentos, alimentos e cosméticos. A a reunião pública acontecerá na próxima segunda-feira (27/5), a partir das 13h30, na sede da Anvisa, em Brasília (DF).

Sibutramina pode causar insônia, dores de cabeça e até infarto,

Sibutramina é um dos dois remédios ainda permitidos no Brasil para tratamento da obesidade

efeitos podem passar nos primeiros dias 
Boca seca, dores de cabeça, insônia, aumento da pressão arterial são alguns dos efeitos colaterais da sibutramina, um dos dois remédios ainda utilizado no Brasil para o emagrecimento. Porém, segundo os especialistas esse medicamento é voltado para pessoas obesas e deve ser utilizado em parceria com alimentação saudável e exercícios físicos.
  A decisão da proibição  ainda não saiu, já que um dos membros da diretoria da Anvisa pediu para avaliar melhor o relatório. Uma nova audiência pública deverá acontecer em 30 dias para a votação.

Anvisa adia análise sobre uso da sibutramina
De acordo com o endocrinologista Márcio Mancini, chefe do grupo de obesidade do Hospital das Clínicas da USP (Universidade de São Paulo), a sibutramina e também o orlistate (outra substância utilizada na perda de peso), não são voltados às pessoas que querem perder “três ou quatro quilos”.
— São remédios para quem tem obesidade. Quem tem índice de massa corporal [peso divido pela altura e depois divide novamente pela altura] acima de 30 ou para pessoas que tenham índice de massa acima de 25 associado a doenças ligadas ao excesso de peso.

Após tomar sibutramina, chefe de cozinha se sentia "irritada com tudo"
Por causa dos efeitos colaterais, quem acredita que está nessas condições deverá buscar ajuda médica, segundo a médica endocrinologista Claudia Chang, membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia.
— Normalmente o endocrinologista, quando prescreve a medicação, avalia riscos e contraindicações ao uso, o que minimiza muito as complicações.
Apesar de os efeitos do remédio incomodar o paciente, Mancini ainda afirma que alguns deles aparecem apenas nos primeiros dias de uso, como as dores de cabeça e a insônia. Já outros, como sensação de boca seca e intestino preso, podem persistir.

Tratamento eterno
Na luta pela perda de peso, o paciente terá que ter paciência, já que o tratamento é em longo prazo, além de ter que usá-lo até o fim da vida. Conforme explicação do endocrinologista, uma pessoa com caso crônico vai viver para sempre no “efeito sanfona”, se interromper o tratamento depois de emagrecer.
— Quando é para tomar remédio para colesterol ou pressão alta para sempre é comum. Quando se fala no medicamento para perda de peso é como se fosse um absurdo.

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Sem receita médica
Como a sibutramina só pode ser adquirida com receita médica, o estabelecimento que vender o medicamento sem receita pode ser multado e até fechado. O chefe do grupo de obesidade do HC alerta que pessoas que usam o produto sem acompanhamento médico podem sofrer até ataque cardíaco.
— O paciente que tiver doença do coração pode ter infarto, porque a sibutramina aumenta a frequência cardíaca, além disso, pacientes magros podem estar mais propícios aos efeitos colaterais.
Mudança de vida
De acordo com Claudia, a medicação para perda de peso deve ser “complementar e não o centro do tratamento”. Para ela, só há indicação quando há falha na resposta “a mudança isolada de estilo de vida”.
Mancini ainda complementa que atividade física e mudança de alimentação são fundamentais.  Segundo ele, isso vale para obesidade, como vale para qualquer outra doença, por exemplo, a pressão alta.

Confira a
pauta


Imprensa/Anvisa

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