Confirmada transmissão intra-uterina de zika
Renata Fountora (ICC/Fiocruz Paraná)
Desenvolvido
pelo Instituto Carlos Chagas (ICC/Fiocruz Paraná) em parceria com a
equipe da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC PR), um estudo
que confirmou a transmissão inter-placentária do vírus zika após a
análise da amostra da placenta de uma gestante da região Nordeste, que
apresentou sintomas compatíveis de infecção pelo vírus e que sofreu um
aborto retido – quando o feto deixa de se desenvolver dentro do útero –
no primeiro trimestre de gravidez. O trabalho realizado pelo Laboratório
de Virologia Molecular da Fiocruz Paraná, um dos laboratórios
sentinelas do Ministério da Saúde para o tema, também levantou uma
hipótese importante para explicar a dinâmica de transmissão do vírus de
mãe para feto.
“A paciente relatou sintomas clínicos
que indicavam infecção por vírus zika no início da gravidez e sofreu o
aborto na oitava semana. Analisamos as amostras da placenta utilizando
um anticorpo monoclonal contra flavivírus, que reconhece membros desse
gênero, incluindo os vírus dengue, zika vírus, febre amarela entre
outros”, explica a virologista chefe do Laboratório de Virologia
Molecular da Fiocruz Paraná, Cláudia Nunes Duarte dos Santos. Os
resultados da primeira análise foram positivos, e confirmaram a presença
de proteínas virais nas células placentárias (mãe e feto).
“Para confirmarmos que era realmente
infecção por vírus zika, amostras desse tecido que apresentavam
alterações morfológicas foram retirados e utilizados para a análise por
técnicas moleculares. Realizamos a identificação do genoma viral,
através de técnicas de RT-PCR em tempo real, que confirmou a infecção de
células da placenta por vírus zika e a transmissão placentária. Foram
também realizados exames de RT-PCR em tempo real para descartarmos
infecção por dengue, que foram negativos”, acrescenta a pesquisadora.
“Embora não possamos relacionar esses
achados com os casos de microcefalia e outra alterações congenitas, este
resultado confirma de modo inequivico a transmissão intrauterina do
vírus zika, além de contribuir na aquisição de conhecimento sobre sua
biologia e interação com células do hospedeiro e auxiliar no
delineamento de estratégias anti-virais que visem a bloquear o processo
de infecção e/ou transmissão”, finaliza a virologista da Fiocruz Paraná.
Casos aconteceram em março do ano passado e pacientes se recuperaram normalmente
Roma
(Itália) - A Itália registrou quatro casos de contágio do vírus zika em
março de 2015, apesar dos pacientes, procedentes do Brasil, evoluírem
positivamente até a total recuperação, informou neste domingo a imprensa
local. Entre os casos, três foram tratados no hospital Lazzaro
Spallanzani, em Roma, especializado em doenças infecciosas, enquanto o
quarto foi hospitalizado em Florença.
O zika recebe esse nome pela floresta homônima de Uganda e foi isolado pela primeira vez em humanos em 1968, na Nigéria. O vírus, endêmico na África, começou a se propagar pela América Latina e é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo que causa a dengue e a chicungunha, e pode provocar microcefalia fetal.
Entre 600 mil e 700 mil pessoas foram afetadas pelo vírus no Brasil, enquanto na Colômbia os casos chegam a 13,5 mil, segundo as autoridades. Por enquanto, na Europa foram diagnosticados três casos na Grã-Bretanha, dois na Espanha, concretamente na Catalunha, e estes quatro na Itália.
O zika recebe esse nome pela floresta homônima de Uganda e foi isolado pela primeira vez em humanos em 1968, na Nigéria. O vírus, endêmico na África, começou a se propagar pela América Latina e é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo que causa a dengue e a chicungunha, e pode provocar microcefalia fetal.
Entre 600 mil e 700 mil pessoas foram afetadas pelo vírus no Brasil, enquanto na Colômbia os casos chegam a 13,5 mil, segundo as autoridades. Por enquanto, na Europa foram diagnosticados três casos na Grã-Bretanha, dois na Espanha, concretamente na Catalunha, e estes quatro na Itália.
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