Prevenção
Novo exame será feito em casa pela mulher sem ajuda médica; resultados são mais apurados que teste de citologia tradicional
Câncer cervical: autoexame poderá ajudar na prevenção em mulheres com dificuldade de acesso ao teste tradicional (Thinkstock)
Um novo teste cervical que poderá ser realizado pela própria mulher, sem ajuda especializada, pode vir a ajudar na prevenção de milhares de casos da doença. O exame, que detecta a presença do papilomavírus humano (HPV), responsável pelo câncer cervical, acabou de ser testado em exames clínicos e se mostrou mais eficiente que os exames de citologia na detecção de sinais precoces da doença.Saiba mais
HPVO HPV é a doença sexualmente transmissível mais comum, e tem mais de 40 subtipos, alguns dos quais podem causar câncer cervical e verrugas genitais. Normalmente, porém, o HPV não causa sintomas. Pelo menos 50% dos homens e mulheres sexualmente ativos contrairão HPV em algum momento de suas vidas. Geralmente o organismo humano consegue eliminar a infecção sozinho em dois anos, mas certos suptipos do vírus, conhecidos como cepas oncogênicas, podem evoluir para o câncer e precisam ser acompanhados de perto.
Esses testes de citologia são realizados por enfermeiras ou médicos, e analisados manualmente por citologistas, que emitem o laudo após o exame de amostras pelo microscópio. O autoexame poderá ser realizado pela própria mulher em casa, e a amostra poderá ser avaliada por um sistema computadorizado.
Segundo mais comum – O câncer cervical é o segundo tipo mais comum entre as mulheres. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, todos os anos são notificados cerca de 500.000 novos casos e 250.000 mortes em função do tumor. Virtualmente, esse câncer é relacionado ao HPV, a infecção viral mais comum do aparelho reprodutor.
Um estudo realizado em setembro pela Health Metrics and Evaluation, um instituto de pesquisa de saúde da Universidade de Washington, descobriu que o número de mortes tanto pelo câncer cervical como pelo de mama estão aumentando em diversos países, especialmente em regiões pobres.
De acordo com Attila Lorincz, epidemiologista da Universidade de London, o novo teste poderia ajudar tanto mulheres de países pobres quanto moradoras de regiões mais ricas, mas que não conseguem fazer o exame ou não foram vacinadas contra o HPV. "Ao contrário de diversas outras doenças, o câncer cervical pode ser prevenido. Mas isso só é possível se as mulheres têm acesso ao exame ou se são vacinadas quando jovens", diz Lorincz.
Pesquisa – No teste clínico, cerca de metade das 20.000 voluntárias realizou o autoexame, enquanto as demais fizeram a citologia em clínicas médicas. Os resultados apontaram que o autoexame encontrou quatro vezes mais casos de câncer cervical e três vezes mais casos de pré-câncer, que pode ser tratado para prevenir que a doença se desenvolva.
"Nossa pesquisa demonstra que o exame é sensível para detectar casos de risco para o desenvolvimento da doença", diz Lorincz. Segundo o especialista, essa sensibilidade do teste é fundamental para aquelas mulheres que provavelmente serão testadas apenas uma ou duas vezes na vida. Mas, de acordo com a equipe de pesquisadores, o autoexame ainda tem algumas limitações, como uma tendência a dar mais falsos positivos.
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