EUA aprovam venda do Truvada, primeiro remédio preventivo contra a Aids
O Truvada é o primeiro tratamento preventivo contra a Aids.
DR
A Agência americana de Medicamentos (FDA) aprovou nesta
segunda-feira a venda no mercado do anti-retroviral Truvada, o primeiro
tratamento de prevenção contra a aids. Para as autoridades sanitárias, o
remédio pode contribuir para reduzir novas infecções. O Truvada já foi
testado em seis países, entre eles, o Brasil.
"A aprovação do Truvada é uma etapa importante na luta contra a
aids", declarou a diretora da Agência americana, Margaret Hamburg.
Tomado diariamente, o remédio deve agir como um profilático antes do
contato com um portador do vírus, combinado com práticas sexuais seguras
como o uso de preservativos, testes regulares e tratamento de outras
doenças venéreas. Assim, a transmissão do vírus aos adultos de alto
risco pode ser limitada.
Brasil participou da experiência
A cada ano, cerca de 50 mil adultos e adolescentes americanos são
contaminados pelo vírus HIV, apesar dos métodos de prevenção, das
estratégias de educação, dos testes e dos cuidados em relação às pessoas
já portadoras.
O objetivo dos Estados Unidos é reduzir em 25% o número de novas
contaminações, até 2015. O custo do tratamento com o Truvada varia entre
US$12 mil e US$14 mil por ano.
A eficiência do remédio já foi demonstrada em ensaios clínicos em
seis países, entre eles, o Brasil, junto a 2.499 homens homossexuais
soronegativos, entre 2007 e 2009. O risco de contaminação foi reduzido
em 44% nos participantes que também usaram preservativos.
Nenhum efeito secundário foi constatado durante os testes clínicos;
os efeitos mais comuns seriam diarreia, náusea, dores abdominais, dor de
cabeça e perda de peso. Os efeitos secundários mais graves, e raros,
teriam repercussão nos rins e os ossos.
O sinal verde para a venda do remédio acontece pouco antes da
Conferência Internacional sobre a Aids que acontecerá em Washington, de
22 a 27 de julho.
DA FRANCE PRESSE
A FDA (agência que regula remédios e alimentos nos Estados Unidos)
anunciou nesta segunda-feira a aprovação do Truvada, do laboratório
Gilead Sciences, como primeira pílula para ajudar a prevenir o HIV em
alguns grupos de risco.
Paul Sakuma/Associated Press | ||
Pílula do Truvada, da Gilead Sciences, recém-aprovada como droga preventiva contra o HIV |
"O Truvada é para utilizar na profilaxia prévia à exposição em
combinação com práticas de sexo seguro para prevenir as infecções do HIV
adquiridas por via sexual em adultos de alto risco. O Truvada é o
primeiro remédio aprovado com esta indicação", afirmou a FDA.
O Truvada é encontrado no mercado americano desde 2004 como tratamento
para pessoas infectados com HIV, indicado em combinação com outros
remédios antirretrovirais.
Em maio, um painel assessor da FDA pediu para aprovar o Truvada como
prevenção para pessoas não infectadas, depois que testes clínicos
mostraram que este medicamento pode reduzir o risco de HIV em homens
homossexuais de 44 a 73%.
SÓ GRUPOS DE RISCO
A aprovação do Truvada como estratégia de prevenção não significa que
ele deve ser usado indiscriminadamente. Como todo medicamento
antirretroviral, ele possui efeitos alguns efeitos colaterais. Entre
eles vômito, diarreia, náuseas e tontura. Em alguns poucos casos mais
graves, há registros de intoxicação do fígado e até de enfraquecimento
dos ossos.
Por isso, somente pessoas em grupos de risco muito específicos, como
alguém sem o vírus que tem um parceiro infectado pelo HIV, deve tomar o
remédio.
O FDA lembra ainda que o remédio é apenas auxiliar. O uso do preservativo não deve ser interrompido.
Além disso, é preciso haver rigor com o horário e as doses da medicação para que o efeito preventivo seja atingido.
Famosos que contraíram HIV
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O
cantor Cazuza, que morreu em decorrência da Aids em 1990 >> O
cantor e compositor Cazuza durante show no Palace, em São Paulo, em
1988.(São Paulo (SP), 1988, foto de Masao Goto
O FDA, órgão do governo americano que controla drogas e alimentos, anunciou nesta segunda-feira a aprovação do Truvada,
fabricado pelo laboratório Gilead Sciences, como primeira pílula para
ajudar a prevenir a contração do HIV em grupos de alto risco. O órgão
ressalta, porém, que o medicamento é incapaz de evitar a doença sozinho:
deve ser usado com outros meios, como a camisinha.
O Truvada, comercializado desde 2004, é a combinação de outras duas drogas, mais antigas, usadas no combate ao HIV: Emtriva e Viread. Os médicos normalmente receitam a medicação como parte de um coquetel que dificulta a proliferação do vírus, reduzindo as chances de a aids se desenvolver.
A capacidade de prevenção do Truvada foi anunciada pela primeira vez em 2010 como um dos grandes avanços médicos na luta contra a epidemia de aids. Um estudo de três anos descobriu que doses diárias diminuíam o risco de infecção em homens saudáveis em 44%, quando acompanhados por orientação e pelo uso de preservativo.
O Truvada costuma provocar, como efeito colateral, vômitos, diarreia, náuseas e tontura. Há casos também de intoxicação do fígado, perda óssea e alteração da função renal.
O remédio já está no mercado para tratar a doença. A aprovação do FDA permite que a empresa Gilead Sciences, fabricante da medicação, venda a droga formalmente nas condições estabelecidas pelo órgão.
"O Truvada é para ser utilizado na profilaxia prévia à exposição, em
combinação com práticas de sexo seguro, para prevenir as infecções do
HIV adquiridas por via sexual em adultos de alto risco. O Truvada é o
primeiro remédio aprovado com esta indicação", afirmou o FDA.
Com a decisão do FDA, médicos estão autorizados a prescrever o Truvada nos Estados Unidos a grupos como prostitutas ou casais em que um dos parceiros é soropositivo. Ricardo Shobbie Diaz, infectologista da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), porém, afirma que, como os estudos mais conclusivos até o momento dizem respeito a homens que fazem sexo com homens, a droga deve inicialmente ser indicada para esse grupo. José Valdez Madruga, infectologista e coordenador de Pesquisa em Novos Medicamentos do Centro de Referência e Tratamento de Aids (CRT), de São Paulo, também afirma que, por enquanto, os estudos com resultados mais fortes analisaram grupos homossexuais.
A posição definitiva do FDA veio dois meses após o órgão ter se mostrado favorável a um estudo que indicou que o medicamento pode reduzir de 44% a 73% o risco de contração do HIV em homens homossexuais. Na mesma semana, um comitê do FDA se reuniu e os especialistas se posicionaram a favor do uso do Truvada para esses fins.
O Truvada é encontrado no mercado americano desde 2004 como tratamento para pessoas infectadas com HIV. O medicamento é usado em combinação com outros remédios antirretrovirais. Agora, com a aprovação do FDA, a droga passa a ser recomendada também para pessoas não infectadas.
Apesar de comemorada por grande parte da comunidade científica, a nova indicação para o Truvada foi rejeitada por alguns grupos de prevenção a aids, como a Aids Healthcare Foundation, dos Estados Unidos. De acordo com a organização, o uso contínuo do medicamento pode induzir a uma falsa sensação de segurança. Isso levaria, segundo a organização, a um menor uso de métodos preventivos mais eficazes, como a camisinha.
Leia também:
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Brasil — Em maio, logo após o primeiro sinal verde do FDA em relação ao uso do Truvada para a prevenção do HIV, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) registrou o medicamento no Brasil. A droga, no entanto, não passou a ser utilizada automaticamente no país. De acordo com o Ministério da Saúde, a inclusão do medicamento no coquetel distribuído no país foi analisada há dois anos e não foi encontrada a necessidade na troca das drogas.
Segundo Diaz, o Truvada é uma alternativa mais cara para o coquetel que já é distribuído pelo Ministério da Saúde. "Ele encarece o tratamento sem necessidade, já usamos medicamentos similares e mais baratos", diz. Mas, como a droga é devidamente registrada no país, ela pode ser receitada e comercializada.
1ª pílula de prevenção ao vírus da aids
Antes só usado no tratamento, Truvada pode agora ser utilizado para evitar a doença. No Brasil, a droga já foi registrada e, portanto, pode ser comercializada
Truvada: medicamento poderá ajudar pessoas com alto risco de contrair o vírus HIV a evitar a doença
(Divulgação)
Saiba mais
TRUVADAO Truvada, comercializado desde 2004, é a combinação de outras duas drogas, mais antigas, usadas no combate ao HIV: Emtriva e Viread. Os médicos normalmente receitam a medicação como parte de um coquetel que dificulta a proliferação do vírus, reduzindo as chances de a aids se desenvolver.
A capacidade de prevenção do Truvada foi anunciada pela primeira vez em 2010 como um dos grandes avanços médicos na luta contra a epidemia de aids. Um estudo de três anos descobriu que doses diárias diminuíam o risco de infecção em homens saudáveis em 44%, quando acompanhados por orientação e pelo uso de preservativo.
O Truvada costuma provocar, como efeito colateral, vômitos, diarreia, náuseas e tontura. Há casos também de intoxicação do fígado, perda óssea e alteração da função renal.
O remédio já está no mercado para tratar a doença. A aprovação do FDA permite que a empresa Gilead Sciences, fabricante da medicação, venda a droga formalmente nas condições estabelecidas pelo órgão.
Com a decisão do FDA, médicos estão autorizados a prescrever o Truvada nos Estados Unidos a grupos como prostitutas ou casais em que um dos parceiros é soropositivo. Ricardo Shobbie Diaz, infectologista da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), porém, afirma que, como os estudos mais conclusivos até o momento dizem respeito a homens que fazem sexo com homens, a droga deve inicialmente ser indicada para esse grupo. José Valdez Madruga, infectologista e coordenador de Pesquisa em Novos Medicamentos do Centro de Referência e Tratamento de Aids (CRT), de São Paulo, também afirma que, por enquanto, os estudos com resultados mais fortes analisaram grupos homossexuais.
A posição definitiva do FDA veio dois meses após o órgão ter se mostrado favorável a um estudo que indicou que o medicamento pode reduzir de 44% a 73% o risco de contração do HIV em homens homossexuais. Na mesma semana, um comitê do FDA se reuniu e os especialistas se posicionaram a favor do uso do Truvada para esses fins.
O Truvada é encontrado no mercado americano desde 2004 como tratamento para pessoas infectadas com HIV. O medicamento é usado em combinação com outros remédios antirretrovirais. Agora, com a aprovação do FDA, a droga passa a ser recomendada também para pessoas não infectadas.
Apesar de comemorada por grande parte da comunidade científica, a nova indicação para o Truvada foi rejeitada por alguns grupos de prevenção a aids, como a Aids Healthcare Foundation, dos Estados Unidos. De acordo com a organização, o uso contínuo do medicamento pode induzir a uma falsa sensação de segurança. Isso levaria, segundo a organização, a um menor uso de métodos preventivos mais eficazes, como a camisinha.
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Sem vacina ideal, aids deve se tornar uma doença crônica
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Brasil — Em maio, logo após o primeiro sinal verde do FDA em relação ao uso do Truvada para a prevenção do HIV, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) registrou o medicamento no Brasil. A droga, no entanto, não passou a ser utilizada automaticamente no país. De acordo com o Ministério da Saúde, a inclusão do medicamento no coquetel distribuído no país foi analisada há dois anos e não foi encontrada a necessidade na troca das drogas.
Segundo Diaz, o Truvada é uma alternativa mais cara para o coquetel que já é distribuído pelo Ministério da Saúde. "Ele encarece o tratamento sem necessidade, já usamos medicamentos similares e mais baratos", diz. Mas, como a droga é devidamente registrada no país, ela pode ser receitada e comercializada.
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