Saúde mental
Estudo com mais de 1,2 milhão de pessoas mostrou, por exemplo, que escritores são mais propensos a apresentar esquizofrenia
Retrato de Virginia Woolf em 1902: Escritora cometeu suicídio em 1941, aos 59 anos
(George C. Beresford/Hulton Archive/Getty Images)
CONHEÇA A PESQUISAAo todo, os pesquisadores analisaram os dados de 1,2 milhão de suecos e de seus familiares (até os primos de segundo grau). Eles então, desenvolveram a pesquisa para saber se existe uma relação entre diagnósticos psiquiátricos — como esquizofrenia, depressão, transtorno de ansiedade, alcoolismo, dependência química, autismo, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), anorexia e suicídio — e uma maior criatividade.
Título original: Mental illness, suicide and creativity: 40-Year prospective total population study
Onde foi divulgada: periódico Journal of Psychiatric Research
Quem fez: Simon Kyaga, Mikael Landén, Marcus Boman, Christina Hultman, Niklas Långström e Paul Lichtenstein
Instituição: Instituto Karolisnka, Suécia
Dados de amostragem: 1,2 milhão de pessoas e seus familiares (até os primos de segundo grau)
Resultado: Há uma relação entre transtornos psiquiátricos e profissões ligadas à criatividade. Escritores, por exemplo, são mais propensos a apresentarem esquizofrenia e outros transtornos mentais, além de se suicidarem
Relações — A pesquisa encontrou uma relação especialmente forte entre a profissão de escritor e a esquizofrenia, mas também mostrou que existe uma associação entre essa ocupação e a maioria dos diagnósticos psiquiátricos. Escritores ainda se mostraram 50% mais propensos a cometer suicídio do que a população em geral.
Além disso, o transtorno bipolar foi mais prevalente em pessoas cujas profissões estão ligadas à arte ou à ciência, como pesquisador, dançarino e pintor, do que no restante dos indivíduos. Ter algum familiar com esquizofrenia, transtorno bipolar, anorexia ou autismo também elevou a probabilidade de uma pessoa optar por uma profissão associada à criatividade e à expressão artística.
Para Simon Kyaga, coordenador do estudo, esses dados sugerem que muitos aspectos dos transtornos mentais devem ser reconsiderados. "Na psiquiatria e em toda a medicina em geral, há uma tradição de enxergar uma doença como se fosse algo 'preto no branco', acreditando que é preciso tirar do paciente tudo aquilo que está relacionado à condição", diz. "Se nós levarmos em conta que certos fatores associados à doença de um paciente são benéficos, podemos fazer com que novas abordagens de tratamento sejam abertas. Nesse caso, médico e paciente chegariam a um acordo sobre o que deve ser tratado e qual será a consequência disso."
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