10.28.2008

Descoberta proteina que controla a tuberculose

CIENTISTAS DESCOBREM PROTEÍNA QUE CONTROLA TUBERCULOSE
22/10/2008
Pesquisadores de uma equipe internacional descobriram que uma única proteína, denominada PhoP, controla a virulência da bactéria que produz a tuberculose. Os nove cientistas que integram a equipe vêm de países como Espanha, França, Canadá, Holanda, Bélgica e México. A descoberta será publicada amanhã com o título "PhoP: uma peça-chave no quebra-cabeças da virulência da Mycobacterium tuberculosis", na revista PLoS ONE, informaram Jesús Gonzalo-Asensio e Carlos Martín, da Universidade de Zaragoza (norte da Espanha). A equipe internacional trabalhou durante os últimos dez anos no desenvolvimento de uma nova vacina contra a tuberculose, que funciona melhor que a atual BCG e que, em 2009, começarão os testes clínicos com humanos, explicou Gonzalo-Asensio. Nesta vacina (SOB2), ao contrário da BCG, foi eliminada mediante técnicas de engenharia genética um único gene, o PhoP, da bactéria Mycobacterium tuberculosis, que causa uma doença que continua matando mais de dois milhões de pessoas por ano no mundo. Após comprovar sua eficácia nos testes pré-clínicos com modelos animais, como ratos e cobaias, os pesquisadores investigaram por que a SOB2 oferece melhores resultados que a BCG, uma vacina derivada da Mycobacterium bovis que elimina mais de 100 genes se comparado com a Mycobacterium tuberculosis, disse Gonzalo-Asensio. Para isso, em um ambicioso projeto internacional, os nove cientistas estudaram em nível molecular o gene PhoP e descobriram que produz uma proteína, à qual denominaram PhoP, que regula a expressão de um grande número de genes da bactéria englobados dentro de uma série de redes de fatores de virulência. Além disso, o pesquisador espanhol destacou que essa proteína controla diferentes aspectos do metabolismo da bactéria quando infecta células humanas. A partir daí os cientistas acreditam que, se a PhoP for eliminada, não se expressam os fatores de virulência da bactéria ou as funções necessárias para sobreviver no corpo humano são defeituosas. Isto explicaria por que a vacina desenvolvida na Universidade de Zaragoza, viva, mas atenuada, é capaz de proteger da tuberculose sem produzir a doença, ressaltou Gonzalo-Asensio, que pertence, como Carlos Martín, ao programa de Doenças Respiratórias do Centro de Pesquisa Biomédica em Rede (Ciber).

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