5.04.2013

STJ proíbe psicólogos de usar acupuntura

Prática havia sido autorizada por conselho em 2002; para médico, técnica é ineficaz se aplicada superficialmente e pode até causar lesões 

Só se for lesão aos bolsos médicos.

Após mais de dez anos, psicólogos de todo o Brasil foram desautorizados pela Justiça a praticar a acupuntura como instrumento complementar no tratamento de seus pacientes. Mesmo sob críticas dos médicos, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) havia autorizado a prática em 2002.
A proibição da prática de acupuntura já afetou diretamente o trabalho da psicóloga Adriana Pereira - Alex Silva/Estadão
Alex Silva/Estadão
A proibição da prática de acupuntura já afetou diretamente o trabalho da psicóloga Adriana Pereira
Agora, conforme decisão da 1.ª Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), profissionais de Psicologia não podem usar a acupuntura como método ou técnica complementar, uma vez que a prática não está prevista na lei que regulamenta a profissão. O entendimento é inédito e dá aval a um acórdão do Tribunal Regional Federal da 1.ª Região, que já havia proibido psicólogos de exercer a acupuntura.
"No Brasil, não existe legislação que proíba certos profissionais da área de saúde a praticar a acupuntura. No entanto, não se pode deduzir, a partir desse vácuo normativo, que se possa, por intermédio de ato administrativo, como a resolução editada pelo Conselho Federal de Psicologia, atribuir ao psicólogo a prática da acupuntura", afirmou em seu voto o ministro Napoleão Nunes Maia Filho.
Na decisão, Maia Filho ressaltou que o exercício da acupuntura dependeria de autorização legal expressa, por ser idêntico a procedimento médico invasivo, "ainda que minimamente".
O médico Fernando Genschow, diretor do Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura, diz que a técnica é ineficaz, caso seja aplicada superficialmente. "A acupuntura demanda manejo e controle clínico dos pacientes. A execução inábil pode perfurar vasos sanguíneos importantes e provocar lesões no sistema nervoso." Segundo ele, cerca de 12 mil médicos do País têm especialização na área.
De acordo com resolução antiga do Conselho Federal de Medicina (CFM), a acupuntura é considerada uma especialidade médica. Em 2002, para fiscalizar a atuação de psicólogos acupunturistas, o CFP alegou ter a ajuda da Associação Brasileira de Acupuntura. A resolução da entidade ainda diferenciava a acupuntura de terapias alternativas não comprovadas cientificamente. Os psicólogos eram proibidos pelo conselho de aliar seu trabalho a florais de Bach, tarô, chás ou homeopatia.
Fechado. A proibição da prática de acupuntura por psicólogos já afetou diretamente o trabalho da psicóloga e acupunturista Adriana Pereira Guedes, de 41 anos, que teve de fechar seu consultório na Avenida Paulista. Professora universitária, ela teve medo de continuar a praticar a acupuntura e ter problemas com os outros títulos.
Graduada em Psicologia e mestre em Neurociências, Adriana fez especialização em acupuntura com carga horária de 1.200 horas e complementou seus conhecimentos na área com outra especialização em ciências clássicas chinesas, com mais 360 horas de estudo. "O pior dessa decisão da Justiça é que proíbe a prática até para quem estudou e tem diploma em acupuntura. E todo o dinheiro que investi nesse aperfeiçoamento?"
Ela também critica o argumento de que a acupuntura é uma prática invasiva. "Ela é minimamente invasiva. Nunca vi acidentes envolvendo a prática da acupuntura. Além disso, recebemos treinamento para a aplicação das agulhas." O CFP analisa a questão e ainda não se manifestou oficialmente.

Realidade virtual reduz transtorno de ansiedade

No Instituto de Psiquiatria da USP, crises caíram pela metade entre pacientes submetidos à terapia 3D, com simulação de situações desconfortantes

Por mais de uma vez, a estudante Patrícia, de 19 anos, deixou de entrar na sala de aula porque estava atrasada e não queria atravessar o auditório e ser "julgada" pelos colegas. Pelo mesmo motivo, ela deixou de frequentar festas e se isolou das pessoas. A estudante tinha medo da exposição e de ser avaliada negativamente.
Psicóloga Cristiane Gebara coordena pesquisa do Instituto de Psiquiatria da USP - José Patricio/Estadão
José Patricio/Estadão
Psicóloga Cristiane Gebara coordena pesquisa do Instituto de Psiquiatria da USP
Diagnosticada com fobia social - transtorno de ansiedade caracterizado pelo sofrimento excessivo em situações de interação social e de desempenho -, Patrícia conseguiu reduzir as crises de ansiedade depois de se submeter a um tratamento por meio de realidade virtual 3D, realizado no Instituto de Psiquiatria da USP (IPq-HC).
Além dela, outros 20 pacientes participaram da pesquisa e os resultados mostram redução média de 55% nas crises de ansiedade. O problema atinge cerca de 8% da população. "Quando estava em situações assim, eu suava frio, ficava vermelha e superansiosa. Como a porta da sala de aula é na frente, eu morria de medo e de vergonha de atravessar a sala toda. Ficava pensando no que as pessoas iam dizer. Isso prejudicava meu desempenho na aula", conta a estudante.
Pesquisa. O tratamento de Patrícia foi realizado por meio de uma pesquisa que começou no ano passado no IPq-HC e avaliou 21 pacientes (11 homens e 10 mulheres), todos diagnosticados com fobia social. Eles foram submetidos a sessões de realidade virtual, em que um programa de computador traz imagens em três dimensões das situações que mais causam ansiedade e desconforto. A pesquisa previa realizar até 12 sessões de 50 minutos, mas os resultados já foram observados a partir da quinta sessão.
Segundo a psicóloga Cristiane Maluhy Gebara, responsável pela pesquisa, o trabalho teve como base a terapia cognitiva comportamental e a técnica de exposição - que é a mais usada no tratamento convencional e a mais eficaz.
A diferença é que, em vez de expor os pacientes às situações de desconforto ao vivo, em situações reais ou na imaginação, quando o paciente imagina determinada cena e tenta controlar suas reações a pesquisa simulou as situações por meio da tela do computador.
As situações que causavam desconforto e ansiedade eram hierarquizadas e o paciente era exposto a cada uma delas de forma gradual e repetida. Segundo Cristiane, a vantagem da realidade virtual em relação ao tratamento convencional é que a pessoa pode ser exposta à mesma cena inúmeras vezes até se sentir confortável e, além disso, a adesão é maior por acontecer em um ambiente controlado.
"Não temos como criar uma reunião de trabalho só para submeter o paciente a essa exposição. É uma limitação que não acontece na exposição virtual", diz Cristiane.
Interação. As cenas são acompanhadas pelo terapeuta, que orienta o paciente e controla, pelo computador, as respostas dos personagens virtuais. O programa tem seis cenas que vão de uma simples caminhada pela rua em que o paciente se submete aos olhares insistentes dos outros pedestres, passando por um pedido de informação para um desconhecido, até a chegada a uma festa cheia.
"Em uma exposição ao vivo, a pessoa demora cerca de 50 minutos para conseguir diminuir e controlar a ansiedade. Nessa pesquisa, constatamos que houve diminuição dos níveis de ansiedade após 20 minutos", diz a psicóloga. "Quando o paciente reduzia a ansiedade para uma escala de menos de 50% em determinada situação, a gente passava para outra cena."
Os pacientes estão sendo reavaliados para que a pesquisadora observe se eles estão respondendo ao tratamento e se os resultados se mantiveram. Fora do Brasil, a técnica da realidade virtual com fins terapêuticos já é utilizada. Mas aqui, por enquanto, serão necessários mais estudos antes de ela ser oferecida como tratamento de rotina no HC. Interessados podem entrar em contato pelo e-mail fobiasocialrv@gmail.com.

Queijos da Serra da Canastra na cozinha


 Liberdade (do queijo da Canastra) ainda que tardia
Por José Orenstein
Otusseziano Freitas de Oliveira levanta todos os dias dia às 6h para ordenhar suas vacas em São Roque de Minas, nascente do rio São Francisco, na Serra da Canastra. A extração do leite, feita manualmente, leva quatro horas. "Tratamos os animais como se fossem gente mesmo, com carinho." O leite então descansa com coalho e o pingo - a cultura de leveduras e bactérias que sobrou do queijo do dia anterior - e vai secando. Primeiro sai o soro, e, no fim do dia, sai o pingo. Cada peça de queijo consome nove litros de leite e o ciclo se renova para Otusseziano, o Otinho, a cada dia. Ele é um dos produtores de queijo da canastra, à maneira tradicional e centenária, com leite cru, e foi convidado por Ana Massochi para mostrar seu trabalho no 7.o Paladar - Cozinha do Brasil.
Ana é dona dos restaurantes Martín Fierro, La Frontera e Jacarandá, em São Paulo, além de entusiasta do queijo canastra. "O queijo da canastra é uma coisa simples e ao mesmo tempo única, especial. Eu quero que os meus restaurantes sejam assim." Ela usa o queijo para rechear empanadas, preparar risotos e sobremesas. E vende as peças de Otinho no mercado que montou no Jacarandá. O problema é que o queijo da canastra, de leite cru, não pode cruzar a fronteira de Minas Gerais, devido à legislação sanitária. Mas é em São Paulo que ele encontra seu grande mercado, comprovado a olhos vistos quando Otinho serviu lascas do queijo que trouxe - um meia-cura (que secou por oito dias) e um curado (que secou por 30 dias) - ao público que acompanhava sua palestra. "Estou vendendo o queijo. Mas se eu for presa quero vocês todos na delegacia para me tirar!", avisa Ana.
O imbróglio jurídico é antigo: data da lei que regula a inspeção dos produtos de origem animal, o Riispoa, de 1952. É o que explicou Leoncio Diamante, veterinário que também foi convidado de Ana para falar da cultura tradicional do queijo da canastra - e exaltá-la. Primeiro o elogio do leite cru, a matéria-prima. "Esse leite pasteurizado que vocês tomam em caixinha é um leite morto. Um cádaver. Ele não está vivo, não." O leite cru é que permite que o queijo evolua e alcance complexidade de sabores, disse Leoncio. A cultura de levedos e bactérias nele contida, a partir de oito dias, cura o queijo, isto é, elimina as bactérias ruins e sobrevive na massa. Daí para frente, o sabor do queijo só se intensifica. Outro fator crucial para a qualidade do queijo é o seu terroir - o local em que ele foi feito. Na terra de Otinho, que fica entre 1.015 m e 1.030 m acima do nível do mar, a água fresca da serra da Canastra e a pastagem livre das vacas (além do carinho com que Otinho trata seus animais, é claro) é que dá as notas de sabor características de seu queijo.
Veio então um pão de queijo e um pudim de queijo - ambos da canastra, de Otinho - em receitas usadas no Jacarandá, restaurante de Ana, que comentou: "Os usos são infinitos. É só inventar". Falta agora tirar o produto da clandestinidade, lembraram Ana, Leoncio e Otinho - e remunerar de forma mais justa o produtor. A peça de queijo é vendida em São Paulo a R$ 35, dos quais Otinho recebe apenas R$ 8 - o resto fica na mão dos intermediários. Há algo de podre no mundo dos queijos - e, definitivamente, não é o queijo da canastra.

Helena Rizzo e Alex Atala: Chefs de restaurantes listados no ranking dos 50 melhores do mundo são atrações no Paladar Cozinha do Brasil

Hoje é o último dia do 7º Paladar Cozinha do Brasil. Ainda há ingressos à venda. Neste domingo, Helena Rizzo, chef do Maní (eleito o 46º melhor restaurante do mundo pelo ranking da revista inglesa Restaurant), recebe o agricultor José Ferreira, para a aula Na Natureza Selvagem. A dupla mostra como conservar a natureza na cozinha.
Alex Atala  - Filipe Araujo/ Estadão
Filipe Araujo/ Estadão
Alex Atala
Alex Atala, do D.O.M., que abriu a programação na sexta, encerra o evento falando sobre o recém-criado Instituto Atá, de preservação e valorização de ingredientes e fazeres gastronômicos brasileiros.
O segundo dia começou animado, com a estreia das aulas Mão na Massa, em que um grupo foi para a cozinha aprender os segredos do brigadeiro com Juliana Motter, que elevou o brigadeiro à categoria gourmet em sua Maria Brigadeiro. A aula foi de brigadeiro branco com castanha-do-pará.
Como nos anos anteriores, a sala estava lotada para assistir ao trio Mara Salles, Ana Soares e Neide Rigo. Elas brincaram com o fato de que foram desafiadas a falar do sabor de que menos gostam, o doce, e lembraram que, na edição de 2009, se debruçaram sobre um tema mais querido, o sabor amargo.
"Açúcar virou problema quando passou a ser fácil", afirmou Neide, ao servir ao público paiauaru, bebida indígena das tribos do Alto Rio Negro (Amazonas), feita de abacaxi fermentado e cana-de-açúcar, num processo que lembra a dupla fermentação do champanhe. Para instigar a plateia, o trio propôs uma reflexão sobre doces que não são óbvios como leite materno, a primeira lembrança sensorial humana.
Direto de São Roque de Minas, na Serra da Canastra, veio Otusseziano Freitas de Oliveira. Ele é produtor de queijo da Canastra, feito com leite cru, e trouxe algumas peças para o público provar. Ele veio a convite de Ana Massochi, dona dos restaurantes Martín Fierro, La Frontera e Jacarandá e entusiasta do queijo. Ao lado do veterinário Leôncio Diamante, também de Minas Gerais, eles defenderam a legalização do queijo da Canastra que, apesar de ser reconhecido como patrimônio gastronômico brasileiro, não pode ultrapassar as divisas do Estado para ser vendido, em razão de uma lei de 1952.

Comer "meleca" do nariz faz bem para a saúde

Há quem diga que é falta de educação, mas cientistas do Canadá descobriram que cutucar o nariz e comer a “meleca” pode ser bom para a saúde. De acordo com eles, é uma forma de estimular o sistema imunológico. Além desse, o site Huffington Post listou alguns maus hábitos que podem melhorar a qualidade de vida. Confira a seguir.

Fofocar: passar 20 minutos conversando sobre a vida alheia ajuda 96% das pessoas a se livrarem dos sentimentos de estresse, tensão e ansiedade por quatro horas, segundo pesquisadores da Universidade de Rhode Island Brown. Mulheres que espalham fofocas positivas aliviam o estresse em até 72% nos três meses seguintes. Isso porque o hábito estimula os instintos de ligação e acelera a produção de hormônios antidepressivos no cérebro.

Cutucar o nariz: segundo Scott Napper, professor de bioquímica da Universidade de Saskatchewan, comer o muco do nariz pode estimular o sistema imunológico por meio de pequenas e inofensivas quantidades de germes no corpo. Para ele, o excesso de higiene tem levado ao aumento de alergias e doenças autoimunes.

Roer as unhas: o mesmo argumento serve para os roedores de unhas, de acordo com a imunologista Hilary Longhurst. “A menos que suas mãos estejam extremamente sujar, os germes que vão para o organismo ao roer as unhas poderia impulsionar o sistema imunológico”, explicou

O sistema imunológico funciona por meio de uma memória que observa e combate cada novo germe que entra em contato com o corpo. Quando o mesmo germe é encontrado pela segunda vez, o corpo sabe como lidar com o problema.

Arrotar: este é um hábito natural e segurá-lo pode causar problemas. Se o gás permanecer no estômago pode prejudicar a digestão e fazer com que o ácido estomacal espirre para o esôfago, provocando azia.

Estalar os dedos: um estudo feito por cinco anos analisou pessoas que estalam os dedos e descobriu que suas juntas são tão saudáveis quanto as que não o fazem. A articulação tende a ficar mais confortável depois do estalo porque elas se estendem e atingem um grau maior de movimento.

Goma de mascar: uma pesquisa recente mostrou que mascar chiclete pode melhorar a memória a longo prazo (os cientistas ainda estão tentando descobrir o motivo). Além disso, o hábito também pode ajudar a emagrecer, segundo um estudo da Universidade de Rhode Island. A ideia é que mascar estimula a saciedade do cérebro.

Médicos obesos passam menos credibilidade aos pacientes

Estudo da revista ‘Obesity’ com 358 adultos constatou que preconceito se manteve presente independente do peso corporal dos voluntários


Médicos com sobrepeso ou obeso sofrem preconceito de pacientes
Foto: Marcelo Carnaval / Agência O Globo
Médicos com sobrepeso ou obeso sofrem preconceito de pacientes Marcelo Carnaval / Agência O Globo
NOVA YORK - Um estudo internacional da revista “Obesity” mostra que os pacientes olham com desdém para médicos acima do peso ou obesos, por transmitirem menos credibilidade.
Uma amostra on-line de 358 adultos foi aleatoriamente designada para uma das três condições de pesquisa em que completaram um questionário avaliando suas percepções de médicos que foram descritos como peso normal, sobrepeso ou obesidade. Os participantes também completaram uma Escala de Fobia Fat originalmente criada em 1984 para determinar e medir atitudes fóbicas em relação à gordura.
Os entrevistados relataram mais desconfiança em relação aos médicos com sobrepeso ou obesos, e disseram que eram menos inclinados a seguir os seus conselhos, e eram mais propensos a mudar de profissional quando o médico era considerado sobrepeso ou obeso. E este preconceito em relação ao peso se manteve presente independente do próprio peso corporal dos participantes.
Este estudo sugere que os provedores percebidos como sobrepeso ou obesidade podem ser vulneráveis ​​a atitudes preconceituosas de pacientes, e que os em excesso de peso podem afetar negativamente a percepção dos pacientes de sua credibilidade, o nível de confiança e disposição para seguir os conselhos médicos.
.O Globo

Taxa de fumantes cai pela metade em São Paulo em 27 anos

 A fatia de moradores de São Paulo que fuma caiu pela metade em 27 anos, segundo aponta pesquisa Datafolha com 1.120 pessoas.


Hoje, 21% da população em São Paulo fuma, contra 24% em 2008 e 40% em 1986.

Já os ex-fumantes agora são 24%, contra 21% em 2008, superando o número de fumantes. Mas a cidade ainda tem uma proporção de tabagistas maior do que a taxa nacional, que é de 14,8% de acordo com a pesquisa Vigitel (inquérito telefônico anual do Ministério da Saúde).



Editoria de Arte/Folhapress



As causas para a queda são as medidas de controle nas últimas décadas, segundo a cardiologista Jaqueline Issa, responsável pelo programa de tratamento de tabagismo do InCor (Instituto do Coração da USP).

Ela cita a Lei Antifumo adotada no Estado de São Paulo em 2009, a proibição da publicidade de cigarros, a contrapropaganda nos maços, alertando para os malefícios do fumo, e a maior divulgação desses efeitos nocivos.

"A população foi se educando. Os próprios fumantes sabem que faz mal e muitos passam a pensar em largar o cigarro por pressão social."

Para Paula Johns, diretora-executiva da ONG ACT (Aliança de Controle do Tabagismo), porém, é preciso continuar avançando, principalmente em âmbito federal.

"Se não forem adotadas novas politicas, as antigas começam a ficar estagnadas. A lei nacional que proíbe o fumo em locais fechados foi aprovada em 2011, mas não foi regulamentada."

Um dos fatores que aumentam a chance de as pessoas fumarem é o nível socioeconômico mais baixo.

E, segundo Issa, a pesquisa confirma essa informação ao mostrar que a população da zona leste, a menos desenvolvida de São Paulo, é a que mais fuma. Na região, 25% fumam, contra 18% da zona oeste e 20% da zona sul.

Os paulistanos mais ricos (mais de 10 salários mínimos) são os que menos fumam (15%, contra cerca de 22% nas outras camadas) e os que mais pararam de fumar --30%, enquanto que, entre as demais faixas de renda, os ex-fumantes são 22%.

A proporção de jovens de 16 a 24 anos que fumam caiu de 20% em 2008 para 14% em 2013. Ainda assim, de acordo com a cardiologista, é preocupante a taxa de iniciação do tabagismo, principalmente entre as meninas.

Apesar de os homens fumarem mais que as mulheres (23% contra 19%), eles tendem a abandonar mais o fumo. "Para as mulheres, o cigarro está ligado à estética da magreza, há o medo de engordar ao parar", diz Issa.

Ela afirma que o grau de dependência e o uso do cigarro como válvula de escape em circunstâncias adversas e estressantes também são maiores entre as mulheres.

A maioria das pessoas para de fumar sozinha, mas tem aumentado a quantidade das que procuram tratamento medicamentoso, que inibe os sintomas da abstinência, de acordo com Issa.
"Mas nenhum deles funciona se a pessoa não deseja parar de fumar, independentemente do motivo."

Os fumantes também podem procurar apoio em terapia individual ou em grupo e nas palestras motivacionais.

"Proibir não é a única forma de regular drogas"

Entrevista com Ethan Nadelmann líder da campanha pela liberação da maconha nos Estados Unidos.

 O diretor da ONG Drug Policy Alliance critica a política brasileira de combate ao vício

ESFORÇO INÚTIL Ethan Nadelmann na sede da Drug Policy Alliance, em Nova York. “O custo da guerra contra as drogas é alto demais” (Foto: Craig Ruttle/AP)
Em dezembro, o jornal The New York Times publicou um anúncio de página inteira celebrando a liberação da venda de maconha nos Estados americanos de Colorado e Washington. O responsável pelo anúncio é Ethan Nadelmann, diretor e fundador da ONG Drug Policy Alliance. Não que ele precise comprar espaço para chamar a atenção. Autor de dois livros, ex-professor da Universidade Princeton e colaborador do site Huffington Post e das revistas Science e Foreign Affairs, Nadelmann é um dos líderes do movimento pelo fim da guerra às drogas nos Estados Unidos. Nesta semana, ele virá ao Brasil defender a liberação da maconha e alternativas à internação compulsória de viciados.  O Brasil acaba de implantar políticas de internação compulsória de viciados em drogas. A prefeitura do Rio de Janeiro tomou essa iniciativa em 2011, o Estado de São Paulo começou neste ano, e há um projeto nacional em discussão no Senado. O que o senhor acha da internação compulsória?
Ethan Nadelmann –
Centros de internação compulsória são um erro. A experiência nos Estados Unidos e em outros países mostra que a internação forçada pode ajudar alguns, mas causa mais danos do que benefícios. O Brasil, em vez de copiar o modelo americano de tratar viciados, deveria seguir o modelo português. Em Portugal, há 12 anos não é crime portar uma certa quantidade de droga para uso pessoal. Sem medo de ser tratados como bandidos, os usuários sentem-se à vontade para recorrer ao sistema público de saúde, em busca de acompanhamento médico e formas menos arriscadas de usar drogas, como seringas esterilizadas. O país reduziu os casos de overdose e a contaminação pelos vírus HIV e da hepatite. Portugal tem um sério comprometimento em tratar o consumo de drogas como um problema de saúde, não de segurança pública.
 Em entrevista  João Goulão, responsável pela política antidrogas de Portugal, afirmou que o maior problema em seu país era o vício em heroína, uma droga substituível por outras que não causam dependência. Embora seja crítico da internação compulsória, Goulão afirma que o vício em crack e cocaína, principal problema no Brasil e nos Estados Unidos, é mais difícil de combater.
Nadelmann –
Há pouca evidência da eficácia da internação compulsória no tratamento de viciados em cocaína. O tratamento de viciados – seja em heroína, álcool ou cocaína – deve ser uma questão de saúde. Encarcerar doentes incapazes de largar o vício é caro e ineficaz. Mais importante é mantê-los longe de criminosos e tratá-los até normalizar suas vidas.
 Partidários da internação compulsória afirmam que os viciados em cocaína e crack perdem a capacidade de avaliar o que é melhor para si.
Nadelmann –
Podemos dizer o mesmo para viciados em álcool, viciados em jogos, viciados em qualquer outra coisa. A maioria das pessoas consegue ter prazer com essas atividades, sem graves consequências. Uma minoria torna-se viciada. Como podemos tratar essa minoria? Se alguém, em nome de seu vício, comete assaltos, devemos punir como assaltante. Aí, sim, interná-lo compulsoriamente. Se alguém, sob efeito de drogas, faz mal a si mesmo, deve ser tratado como doente. De forma voluntária.
 O senhor considera a internação compulsória mais próxima do sistema penal que do sistema de saúde?
Nadelmann –
Sim. Se a única infração é o vício, ninguém deveria ser compulsoriamente levado a nada. Há demanda por cocaína no meu país e no seu. Em vez de erradicá-la, como tentamos por décadas, devemos pensar em administrá-la. Isso significa, de certa forma, causar o menor transtorno aos indivíduos, à comunidade, à sociedade em geral. Essa é a essência da redução de danos.
  O senhor afirma que a legalização das drogas compensa os riscos. Quais riscos?
Nadelmann -
O principal risco na legalização é o possível aumento no número de consumidores. Vimos isso acontecer com o álcool e o tabaco, quando essas drogas se tornaram liberadas, mais disponíveis e baratas. No caso da maconha, os riscos no aumento de consumo são baixos. A vasta maioria de seus usuários não se torna dependente nem parte para outras drogas. O vício em maconha, embora possível, não é tão severo quanto o vício em outras drogas. Não há registro de mortes por overdose de maconha.
"O Reino Unido paga para o viciado não usar cocaína. Dá mais certo que punir – e custa menos" 
  Segundo as Nações Unidas, pelo menos 100 mil pessoas morreram por uso de drogas, só em 2010. Como liberar crack e cocaína faria bem à sociedade?
Nadelmann –
É impossível ter certeza. As experiências de venda liberada de cocaína ou derivados de coca datam do século XIX. Sabemos que a legalização de cocaína e heroína teria um efeito devastador sobre os lucros das organizações criminosas. Diminuiríamos o número de casos de violência e corrupção na América Central, na África e na Ásia. Diminuiríamos os gastos da guerra contra as drogas. Os Estados Unidos gastaram cerca de US$ 1 trilhão nessa guerra, nos últimos 40 anos. O resto do mundo ninguém sabe, mas imagino que tenha gastado a mesma quantia. Os impactos positivos da liberação do consumo de álcool, no passado, seriam percebidos hoje com a liberação da cocaína e da heroína.
 Certas guerras podem valer a pena, apesar de custar caro. Por que a guerra contra as drogas não compensa?
Nadelmann – Entre os jovens, o combate à maconha falhou inteiramente. Nos Estados Unidos, as pessoas dizem ser mais fácil comprar maconha do que álcool. Segundo a ONU, o mercado ilegal de drogas fatura US$ 300 bilhões por ano. Em termos de custos fiscais, é substancial. Talvez o maior custo nem seja esse, mas o custo da violência, da corrupção e da violação de liberdades civis. O custo que essa guerra impõe à sociedade é alto demais, ao favorecer a disseminação de doenças ligadas à ilegalidade das drogas.
  O senhor diz ser impossível ter certeza dos benefícios de liberar cocaína e crack. Nenhum grande país fez isso nos últimos dois séculos. Por que então deveríamos liberar?
Nadelmann –
Há muitos passos entre o que existe hoje e a legalização completa das drogas. É válido debater a liberação da cocaína e da heroína, mesmo sem ter certeza da resposta. Mais importante é avançar na legalização da maconha, na legalização da posse de pequenas quantidades de drogas e na oferta de drogas por fontes oficiais. Isso traria grandes benefícios e pequenos riscos.
Liberar drogas em pequenas quantidades, ou distribuí-las na rede pública, não equivale a liberar?
Nadelmann –
Proibir não é a única forma de regular o uso de drogas. Podemos nos tornar mais criativos e experimentar dezenas, centenas, milhares de formas de regulação. O modelo que usarmos determinará os riscos e benefícios. Podemos legalizar cocaína em formas diluídas, de baixo poder viciante, em vez da droga em pedras ou injetável, vendida hoje nas ruas. Ainda não encontraram um modelo de regulação eficaz para todas as pessoas ou todos os lugares, mas há países tentando. Devemos nos concentrar nisso.
– Que ideias inovadoras estão em teste?
Nadelmann –
O Reino Unido experimenta um tratamento em que viciados recebem uma recompensa em dinheiro quando não usam cocaína. Está dando mais certo que punir o consumo. E sai mais barato. O presidente do Uruguai, José Mujica, sugeriu vender maconha em farmácias do governo. Sua proposta foi muito importante, provocou um valioso debate no país. Em novembro, os Estados americanos de Colorado e Washington liberaram a venda de maconha, para uso recreativo, para maiores de 21 anos. Quinze outros Estados já liberaram a maconha com receita médica. A Espanha tenta a distribuição de maconha por cooperativas sem fins lucrativos. Existem experiências em países como Alemanha, Suíça, Holanda, Dinamarca, Canadá e Israel.
  Quais são os exemplos estabelecidos e bem-sucedidos de regular o consumo de drogas?
Nadelmann –
O exemplo mais antigo e bem-sucedido é a venda e o consumo de maconha nas cafeterias da Holanda, implantado na década de 1970. Separou o comércio da maconha, uma droga leve, de drogas mais pesadas.
  No ano passado, a Holanda restringiu a venda e o consumo de maconha nas cafeterias a moradores cadastrados. A Califórnia, Estado americano onde a maconha é vendida com receita médica desde 1996, derrubou num plebiscito a proposta de liberar completamente o comércio.
Nadelmann –
A Holanda elegeu um governo conservador, no ano passado, que proibiu a venda para estrangeiros. Essa proibição ganhou grande atenção, mas, se você for às ruas, perceberá que pouca coisa mudou. Os prefeitos se recusam a seguir a orientação nacional. A opinião pública é favorável à liberação irrestrita, mas o país sofreu pressão da Europa. O que vimos recentemente na Holanda é apenas um pequeno passo atrás.
Revista Época

Carne vermelha aumenta risco de doenças cardíacas, diz pesquisa

Cientistas americanos descobriram que, junto à gordura e o colesterol, o metabolismo do intestino humano também faz carne elevar o risco de doenças cardiovasculares

Carne vermelha (Foto: SXC)

Além da gordura e do colesterol, cientistas descobriram mais uma razão por que o consumo de carne vermelha aumenta o risco de doenças cardiovasculares. Segundo pesquisa americana publicada no periódico Nature Medicine, o metabolismo da substância L-carnitina por bactérias no intestino humano produz uma substância que favorece o acúmulo de gordura nas paredes arteriais, podendo desencadear um processo de aterosclerose. 
A L-carnitina, também presente em bebidas energéticas e consumida como suplemento alimentar, é um nutriente natural da carne vermelha, cuja promessa é ajudar a queimar gordura e emagrecer mais rápido. Os resultados da pesquisa, porém, mostraram que um consumo excessivo da substância pode ser prejudicial à saúde. Não por conta da L-carnitina diretamente, mas de uma substância derivada dela, chamada TMAO.

Em uma série de experimentos comparativos, os cientistas demonstram que há uma relação direta entre a produção de TMAO e risco elevado de doenças cardiovasculares. Um risco que ainda não está totalmente quantificado, mas que "parece ser bastante significativo", segundo o autor principal do estudo, Stanley Hazen, do Departamento de Medicina Celular e Molecular da Cleveland Clinic, em Ohio, Estados Unidos.
"Há tempos já se sabe que há um fator de risco para doenças cardiovasculares associado ao consumo de carne vermelha; mas as gorduras saturadas e o colesterol não são suficientes para explicar isso. O que estamos mostrando nesse estudo é um novo mecanismo que ajuda a explicar por que esse risco existe", disse Hazen. "Agora temos mais um fator para prestar atenção, e mais um mecanismo no qual podemos intervir na busca de tratamentos."
As análises foram realizadas com camundongos e seres humanos, incluindo comparações entre veganos, vegetarianos e onívoros. Os resultados indicam fortemente que, quanto maior o nível de TMAO no organismo, maior o risco de desenvolver aterosclerose – doença crônica que estreita os vasos sanguíneos – e outras doenças cardiovasculares.
Isso porque o TMAO altera a maneira como o colesterol e os esteroides são metabolizados e inibe um processo chamado "transporte reverso de colesterol", que resulta num aumento do acúmulo de gordura nas paredes internas das artérias - mesmo que os níveis de colesterol circulante no sangue continuem normais, afirma Hazen. "Talvez isso explique porque algumas pessoas desenvolvem aterosclerose mesmo sem ter colesterol alto."
EK

EUA :" O PRIMEIRO RIFLE A GENTE NUNCA ESQUECE"

Na última terça-feira um menino de 5 anos matou a irmã, de 2, com uma arma para crianças

Empresa vende 60 mil unidades por ano

‘Meu primeiro rifle’; diz slogan; armas são fabricadas em azul e rosa

David Usborne
Do Independent





Armas em rosa e azul: questão divide os americanos
Foto: Reprodução da internet




Armas em rosa e azul: questão divide os americanos Reprodução da internet
HOUSTON - Enquanto desciam em Houston para a sua convenção anual de três dias, os fiéis membros da Associação Nacional de Rifles (NRA, na sigla em inglês) não previam que fossem surpreendidos pelas notícias envolvendo um menino do estado americano de Kentucky que matou a irmã de 2 anos com uma arma feita especialmente para crianças.
- Eu não vejo problema nisso - disse Angela Armstrong de Ohio, quando questionada sobre a Keystone Sporting Arms, empresa da Pensilvânia que se especializou em fabricar armas para crianças.
Foi um de seus produtos, o Crickett calibre 22, que disparou a bala que matou a menina, na terça-feira passada.
- Eles não são brinquedos. A responsabilidade é toda do adulto. É preciso ser um proprietário responsável – completou a senhora Amstrong, integrante do NRA, um poderoso grupo lobista americano.
Com os slogans "Meu primeiro rifle" e "Armas de fogo de qualidade para jovens dos EUA", a Keystone fabrica rifles especificamente para crianças. Eles são leves e vêm em cores diferentes, incluindo desenhos de redemoinhos e rosa para as meninas. Mas são armas em pleno funcionamento. Foi um desses que Kristian Sparks ganhou de presente de aniversário pelos 5 anos de idade. Segundo sua mãe, o rifle estava carregado, em um canto da sala, antes de o menino pegá-lo e apontá-lo para sua irmã. Sparks puxou o gatilho.
A avó da vítima, Linda Riddle, está conformada:
- Foi a vontade de Deus. Era a sua hora de ir, eu acho. Eu só sei que ela está no céu agora, e eu sei que está em boas mãos com o Senhor - disse.
Mortes por armas podem ultrapassar as causadas pelo trânsito
Bill e Steve McNeal são os proprietários da Keystone. Pai e filho são leiloeiros qualificados e encontraram pela primeira vez um rifle de criança quando foram abordados em uma venda pública por um homem carregando uma Chipmunk 22. Bill e Steve ficaram impressionados com a aparência e o jeito do fuzil. Os McNeals compraram algumas armas e depois resolveram fazer as suas. Depois, adquiriram a empresa que fabricava a Chipmunk 22. Hoje a Keystone vende 60 mil rifles para crianças por ano e se orgulha de seus esforços para atender à crescente demanda.
“O objetivo da KSA é introduzir a segurança da pistola nas mentes dos atiradores jovens e incentivá-los a ganhar o conhecimento e respeito que as atividades de caça e tiro exigem”, diz o site da empresa.
Para Ocupem a NRA, movimento que realizou um comício nesta sexta-feira na rua onde acontecerá o evento da Associação Nacional do Rifle, o controle de armas deve ser rigoroso justamente por conta das mortes de crianças. O grupo começou o protesto lendo os nomes de todos os mortos em Newtown, bem como os nomes das outras 4 mil vítimas da violência armada. De acordo com uma pesquisa da Bloomberg, mortes por arma de fogo poderão ultrapassar as causadas por acidentes no trânsito nos EUA pela primeira vez em 2015. Em um período de dois anos, mais americanos vão morrer com armas no mercado interno do que soldados americanos lutando no Vietnã.
- Eu não acho que seja uma batalha perdida - disse Heather Ross, um dos organizadores do Ocupem a NRA.
Mas Angela Armstrong tem outra definição sobre o controle das armas.
- É quando você usa ambas as mãos - afirmou.

Maconha livre

Manifestantes pedem descriminalização da maconha 
Manifestações pela descriminalização da maconha ganharam as ruas de diferentes cidades do mundo neste sábado (4), como Buenos Aires
Foto: ALEJANDRO PAGNI / AFP  

Simpatizantes da causa tomaram as ruas de várias cidades do mundo 
neste sábado. Veja fotos

Israel ataca depósito de mísseis na Síria

De acordo fontes israelenses, armas seriam levadas para o grupo xiita Hezbollah

Ataque foi aprovado por reunião secreta de Benjamin Netanyahu com seu gabinete

Tópicos da matéria:

Avião da força aérea israelense em treinamento em Tel Aviv
Foto: AMIR COHEN / REUTERS
Avião da força aérea israelense em treinamento em Tel Aviv AMIR COHEN / REUTERS
JERUSALÉM - Caças das forças de segurança de Israel atacaram um depósito de mísseis no Aeroporto Internacional de Damasco. Segundo fontes, as armas pertenciam ao Irã e seriam levadas da Síria para o Líbano. O bombardeio aconteceu na noite de sexta-feira (3), após o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e seu gabinete terem aprovado a investida em um encontro secreto na quinta-feira.
De acordo com fontes israelenses, os mísseis de longo alcance seriam entregues para o Hezbollah, mas autoridades não deram mais detalhes sobre o ataque. Apesar das circunstâncias do bombardeio serem vagas, Netanyahu já havia alertado nas últimas semanas que Israel iria atacar se armas químicas ou outras armas sofisticadas fossem enviadas da Síria para o grupo islâmico libanês.
Fontes, que não quiseram ser identificadas, disseram à emissora americana CNN que os caças israelenses não chegaram a invadir o espaço aéreo sírio para realizar o ataque. Segundo a agência Reuters, a aeronáutica de Israel dispõe de mísseis que podem atingir alvos a quilômetros de distância, o que permite que caças possam bombardear a Síria ou o Líbano sem sair de seu território.
A escalada da violência na guerra civil síria tem aumentado tensões na região e temores de que o conflito envolva radicais islâmicos, como extremistas da al-Qaeda, ou que o governo de Bashar al-Assad esteja recebendo apoio do grupo libanês xiita Hezbollah, considerado por Israel como inimigo.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, reiterou na sexta-feira que não pretende mandar tropas para interferirem no conflito na Síra . No entanto, fontes afirmaram ao jornal “New York Times” que autoridades dos EUA estariam considerando a possibilidade do envio de militares, incluindo o uso de aeronaves para bombardeios.

Batons vendidos nos EUA tem metais tóxicos

Amostras dos cosméticos continham chumbo, cromo, alumínio e outros cinco metais.

Substâncias estão ligadas ao maior risco de câncer, intoxicação do sistema nervoso e mal de Alzheimer



Mulher usa batom vermelho. Pesquisa nos EUA associa o cosmético à ingestão de metais pesados
Foto: Agência O Globo

Mulher usa batom vermelho. Pesquisa nos EUA associa o cosmético à ingestão de metais pesados
Pesquisadores da Universidade da Califórnia, na Escola de Saúde Pública de Berkeley, testaram 32 tipos diferentes de batons e gloss dos mais encontrados em farmácias e lojas de departamento dos Estados Unidos. O resultado foi que detectaram chumbo, cromo, alumínio e outros cinco metais, alguns com níveis que podem aumentar o risco à saúde.
Algumas das marcas, que não foram identificadas no estudo, mostraram exposição excessiva ao cromo, um cancerígeno ligado a tumores de estômago e de pulmão. Ingestão de alumínio está associada ao mal de Alzheimer. Cádmio e manganês também foram encontrados nos cosméticos. Com o passar do tempo, a exposição a concentrações exageradas de manganês está ligada a intoxicação do sistema nervoso.
Dos produtos analisados, que custam entre US$ 5 e US$ 20, havia chumbo em 24, mas em uma concentração menor que o aceitável. Mas não para crianças, público que costuma brincar com maquiagem, ressaltam os cientistas. autoridades sanitárias da União Europeia consideram inaceitáveis quaisquer níveis de cádmio, cromo ou chumbo em cosméticos.
Estudos anteriores já haviam encontrado metais em cosméticos, mas os pesquisadores de Berkeley estimaram o risco à saúde a partir do uso cotidiano do produto, e então compararam esta quantidade com os níveis tolerados descritos em protocolos de saúde pública.
— Encontrar o metal tão somente não é a questão, mas sim o nível destes elementos — disse a líder da pesquisa, Katharine Hammond. — alguns dos metais tóxicos são encontrados em níveis que podem ter um possível efeito no longo prazo.
Os autores do estudo ponderam que não é o caso de jogar fora os batons, mas sim de manifestar um alerta a autoridades sobre uma norma mais detalhada para os níveis de metais encontrados neste tipo de produto.
Batons e gloss são peculiares, pois são ingeridos e absorvidos pouco a pouco. Como referência, os cientistas americanos consideraram que a ingestão média de batons é de 24 miligramas por dia. As moças que costumam retocar a cor do batom o dia todo podem comer até 87 miligramas do produto.

“Cinquenta tons de cinza” e a cultura repressora dos desejos femininos.



O “sucesso” do romance erótico “Cinquenta Tons de Cinza”, da britânica Erika Leonard James, é tanto que comecei a pensar nos motivos pelos quais o livro causou tanto frisson nas mulheres. Depois de folhear as páginas do primeiro livro e de ler várias críticas e opiniões sobre ele (e as sequências da trilogia – Cinquenta tons mais escuros e Cinquenta tons de liberdade), como as de Ivan Martins, Contardo Calligaris, Nathalia Ziemkiwicz, Ruth de Aquino, ratifiquei uma antiga constatação: a de que vivemos numa sociedade provinciana e culturalmente repressora dos desejos femininos. Aquela velha história: “Meninos podem; meninas não!”.
Talvez por isso as feministas tenham odiado; por E.L. James supostamente manter o domínio masculino sobre a “fragilidade” feminina. Pura bobagem… Não precisam gostar de sadomasoquismo ou coisas do gênero, mas as mulheres ocupam altos cargos, dirigem empresas, cuidam de casa, de filhos, etc, qual o problema em admitir que depois de um dia repleto de obrigações tudo que querem é ser dominadas sexualmente e terem muito prazer através dessa entrega? Não creio que isso as tornem menos feministas. Penso inclusive que saber e se deixar “entregar” é uma arte. Mas isso é assunto para desenvolver numa outra oportunidade…
Voltando ao livro, particularmente não vi nada demais, nada que me fizesse como Anastasia tantas vezes dizer “Uau!” diante das novidades apresentadas pelo poderoso Christian Grey. Muito pelo contrário. Afinal, cresci, fui educado e convivo até hoje com mulheres livres de repressões sexuais. Então sou livre e trato, falo e faço sexo com a mesma naturalidade com que respiro. Mas adorei a possibilidade de muitas mulheres poderem abrir seus horizontes e admitirem sem medo de serem censuradas que gostam de sexo tanto quanto nós homens gostamos. E que inclusive não são necessariamente complicadas a ponto de só gostarem de sexo se ele for sutil, indireto e repleto de subentendidos e preliminares, como a Anastasia de James. Quem disse que elas não podem gostar de sexo simples e direto, que também se excitam com o corpo e o pênis do homem? Por que limitar e engessar a mente? Sexo não deve ser algo padronizado; ele é natural e singular. O segredo é encontrar o que nos é semelhante e permitir o encaixe.
Como sugeriu uma leitora, e eu concordo plenamente, o que diferencia o desejo do homem e da mulher não é essencialmente biológico. É cultural. Pensem nisso. Lembro de como fui repreendido há muitos anos atrás, ainda quando adolescente, quando sugeri publicamente a campanha “Mulheres, masturbem-se!”. Mais de quinze anos depois e de muitas experiências vividas continuo incentivando: “Mulheres, masturbem-se!”. E vou além: Falem de sexo! Façam sexo! Permitam-se! Vocês são livres para gostar de sexo e vivê-lo em toda sua intensidade.

Entenda como funciona o mercado de ações

NEGOCIANDO... 
Uma vez, num  pequeno e distante vilarejo, apareceu um homem
anunciando que compraria burros por R$10,00 cada.
Como havia muitos burros na região,os aldeões iniciaram a caçada.

O homem comprou centenas de burros a R$10,00, e como os aldeões
diminuíram o esforço na caça, o homem anunciou que pagaria R$20,00 por
cada burro.

Os aldeões foram novamente à caça, mas logo os burros foram
escasseando e os aldeões desistiram da busca.

A oferta aumentou então para R$25,00 e a quantidade de burros ficou
tão pequena que já não havia mais interesse em caçá-los.

O homem então anunciou que compraria cada burro por R$50,00!
Como iria à cidade grande, deixaria seu assistente cuidando
da compra dos burros.

Na ausência do homem, seu assistente propôs aos aldeões:
- 'Sabem os burros que o homem comprou de vocês?
Eu posso vendê-los a vocês a R$35,00 cada.
Quando o homem voltar da cidade, vocês vendem a ele pelos
R$50,00 que ele oferece, e ganham uma boa bolada'.

Os aldeões pegaram suas economias e compraram todos os burros do assistente.
Os dias se passaram, e eles nunca mais viram nem o homem, nem o seu
assistente, somente burros por todos os lados.

Entendeu agora como funciona o mercado de ações?

Porque tanta reação da elite e da mídia ao governo do PT?

"O PT precisa provar que é possível fazer política com P maiúsculo"

Em entrevista a livro sobre a era petista no poder, Lula reconhece os erros do partido e diz que a tarefa do PT é voltar a acreditar em valores banalizados pela disputa eleitoral

Sérgio Pardellas

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O ex-presidente Lula atravessou as turbulências políticas dos últimos oito meses esquivando-se das polêmicas. Antes, durante e depois do julgamento de cabeças coroadas do PT no STF, período em que tanto ele quanto o seu governo foram questionados ética, moralmente e por práticas de corrupção, Lula limitou-se às articulações políticas e a proferir discursos para plateias específicas ao lado da presidenta Dilma Rousseff. Na única vez em que falou com a imprensa, ele preferiu não discorrer sobre temas espinhosos envolvendo o PT e sua gestão. O silêncio foi quebrado em entrevista de 20 páginas para o livro “Lula e Dilma, 10 anos de governos pós-neoliberais no Brasil”, da Editora Boitempo. Ao fazer um balanço sobre a era petista no poder, Lula referiu-se ao momento seguinte à denúncia do mensalão como o mais delicado do governo e voltou a reconhecer os erros cometidos pelo PT, reeditando postura adotada durante a eclosão do escândalo em 2005. “O PT cometeu os mesmos desvios que criticava. O PT precisa voltar a acreditar em valores banalizados por conta da disputa eleitoral. É provar que é possível fazer política com seriedade. Pode fazer o jogo político, mas não precisa estabelecer uma relação promíscua para fazer política”, disse Lula. Na avaliação do ex-presidente, o PT deveria “reagir” e empunhar a bandeira da reforma política para aprovar o financiamento público de campanha, caso contrário “a política vai virar mais pervertida do que já foi em qualquer outro momento”. “Às vezes eu tenho a impressão de que partido político é um negócio”, emendou.
01.jpg O PAÍS SOB LULA E DILMA
Livro com 384 páginas e tiragem de três mil exemplares traz 21 artigos
de especialistas com reflexão sobre o período pós- neoliberal a partir da ótica progressista
A entrevista foi concedida no dia 14 de fevereiro ao sociólogo Emir Sader, organizador da publicação, e ao professor e pesquisador argentino especialista em educação, Pablo Gentili, no Instituto Lula, em São Paulo. Ao passar em revista os anos do PT no poder, Lula também falou sobre a ansiedade e as dúvidas do início do mandato e das pressões que sofreu até de amigos próximos para não lançar Dilma candidata à sua sucessão. Demonstrou ainda seu ressentimento com a mídia, a quem acusou de se transformar num partido político de oposição, e lançou uma aposta: “o Brasil será a quinta economia do mundo em 2016”. O livro de 384 páginas e tiragem de três mil exemplares será lançado no dia 13 de maio. A publicação reúne reflexões de especialistas em 21 áreas, entre eles Luiz Pinguelli Rosa, Luiz Gonzaga Belluzzo e José Luis Fiori, com o objetivo de aprofundar as discussões sobre os governos Lula e Dilma a partir da ótica progressista. Em artigos, os especialistas analisam as tensões em meio às quais se desenvolveu a política econômica do governo e discorrem sobre como foram implementadas as políticas sociais, seus sucessos e obstáculos até hoje não superados. Seguem trechos da entrevista de Lula:
Qual o balanço que o sr. faz dos anos de governo do PT e aliados?
Lula – Esses anos, se não foram os melhores, fazem parte do melhor período que este país viveu em muitos e muitos anos. Se formos analisar as carências que ainda existem, as necessidades vitais de um povo na maioria das vezes esquecido pelos governantes, vamos perceber que ainda falta muito a fazer para garantir a esse povo a total conquista da cidadania. Mas, se analisarmos o que foi feito, vamos perceber que outros países não conseguiram, em 30 anos, fazer o que nós conseguimos fazer em dez anos.
Qual foi o grande legado dos dez anos de seu governo? Lula – (...) As pessoas sabem que este país tem governo, que este país tem política, que este país passou a ser tratado até às vezes como referência para muitas coisas que foram decididas no mundo. Esse é um legado que vai marcar esses dez anos. E eu tenho convicção de que, com a continuidade da companheira Dilma no governo, isso vai ser definitivamente consagrado. Parto do pressuposto de que chegaremos a 2016 como a quinta economia do mundo.
Quando começou o governo, o sr. devia ter uma ideia do que ele seria. O que mudou daquela ideia inicial, o que se realizou e o que não se realizou, e por quê? Lula – Tínhamos um programa e parecia que ele não estava andando. (...) Eu lembro que o ministro Luiz Furlan, cada vez que tinha audiência, dizia: “Já estamos no governo há tantos dias, faltam só tantos dias para acabar e nós precisamos definir o que nós queremos que tenha acontecido no final do mandato. Qual é a fotografia que nós queremos.” E eu falava: “Furlan, a fotografia está sendo tirada” (...). Tem que ter paciência. Eu acho que fui o presidente que mais pronunciou a palavra “paciência”. Senão você fica louco.
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Quando o sr. perdeu a paciência? Lula – (...) No começo tinha muita ansiedade. “Será que nós vamos dar conta de fazer isso? Será que vai ser possível?”, eu me perguntava. Tivemos tropeços, é lógico. O ano de 2005 foi muito complicado. Quando saiu a denúncia (do mensalão) foi uma situação muito delicada. Se não tivéssemos cuidado, não iríamos discutir mais nada do futuro, só aquilo que a imprensa queria que a gente discutisse. Um dia, eu cheguei em casa e disse: “Marisa, a partir de hoje, se a gente quiser governar este país, a gente não vai ver televisão, a gente não vai ver revista, a gente não vai ler jornal.” Eu tinha uma equipe e criamos uma sala de situação, da qual participavam Dilma, Ciro (Gomes), Gilberto (Carvalho) e Márcio (Thomaz Bastos). E era muito engraçado: eu chegava ao Palácio e eles estavam todos nervosos. E eu estava tranquilo e falava: “Vocês estão vendo? Vocês leem jornal... Vocês estão nervosos por quê?”
Por que seu governo provocou tanta reação da elite e da mídia? A reação das oposições aos governos do PT não é desproporcional, tendo em vista os resultados que foram apresentados?
Lula –
(...) Eles achavam que nós não passaríamos de uma coisa pequenininha, bonita e radical. E nós não nascemos para sermos bonitos, nem radicais. Nós nascemos para ganhar o poder.
Mas vocês nasceram radicais...
Lula –
O PT era muito rígido, e foi essa rigidez que lhe permitiu chegar aonde chegou. (...) Eu era um indesejado que chegou lá. Sabe aquele cara que é convidado para uma festa, e o anfitrião nem tinha convidado direito? (...) E depois, tentaram usar o episódio do mensalão para acabar com o PT e, obviamente, acabar com o meu governo. Na época, tinha gente que dizia: “O PT morreu, o PT acabou.” Passaram-se seis anos e quem acabou foram eles. O DEM nem sei se existe mais. O PSDB está tentando ressuscitar o jovem Fernando Henrique Cardoso porque não criou lideranças.
A negociação é a pré-condição para a solidez do governo?
Lula –
(...) Nós aprendemos a construir as alianças necessárias. Se não for assim, a gente não governa (...). O meu medo é que se passe a menosprezar o exercício da democracia e se comece a aplicar a ditadura de um partido sobre os demais. Não gosto muito da palavra hegemonia, sabe. O exercício da hegemonia na política é muito ruim. Mesmo quando você tem numericamente a maioria, é importante que, humildemente, você exerça a democracia. É isso que consolida as instituições de um país e foi isso que eu exercitei durante o meu mandato, e que a Dilma está exercitando agora com muita competência.
Os tabus foram quebrados à direita e à esquerda? Como se sentia com isso?
Lula –
(...) Foram oito anos que permitiram que a gente, ao concluir, pudesse dar de presente ao Brasil a eleição da primeira mulher presidenta. Essa foi outra coisa muito difícil de fazer. Eu sei o que aguentei de amigos meus, amigos mesmo, não eram adversários, dizendo: “Lula, mas não dá. Ela não tem experiência, ela não é do ramo. Lula, pelo amor de Deus.” E eu: “Companheiros, é preciso surpreender a nação com uma novidade.”
O Brasil mudou nesses dez anos.
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E o sr., também mudou?
Lula –
(...) Mudei porque eu aprendi muito, a vida me ensinou demais, mas continuo com os mesmos ideais. Só tem sentido governar se você conseguir fazer com que as pessoas mais necessitadas consigam evoluir de vida.
E o PT mudou?
Lula –
(...) Hoje, ou nós fazemos uma reforma política e mudamos a lógica da política, ou a política vai virar mais pervertida do que já foi em qualquer outro momento. É preciso que as pessoas compreendam que não só a gente deveria ter financiamento público de campanha, como deveria ser crime inafiançável ter dinheiro privado nas campanhas; que você precisa fazer o voto por lista, para que a briga se dê internamente no partido. Você pode fazer um modelo misto – um voto pode ser para a lista, o outro para o candidato. O que não dá é para continuar do jeito que está.
Por quê?
Lula –
Às vezes tenho a impressão de que partido político é um negócio, quando, na verdade, deveria ser um item extremamente importante para a sociedade.
O PT não mudou necessariamente para melhor?
Lula –
O PT mudou porque aprendeu a convivência democrática da diversidade; mas, em muitos momentos, o PT cometeu os mesmos desvios que criticava como coisas totalmente equivocadas nos outros partidos políticos. (...) Você começa a ser questionado quando vira alternativa de poder. Então, o PT precisa saber disso. O PT, quanto mais forte ele for, mais sério ele tem que ser. Eu não quero ter nenhum preconceito contra ninguém, mas acho que o PT precisa voltar a acreditar em valores que a gente acreditava e que foram banalizados por conta da disputa eleitoral. É o tipo de legado que a gente tem que deixar para nossos filhos, nossos netos. É provar que é possível fazer política com seriedade. Você pode fazer o jogo político, pode fazer aliança política, pode fazer coalizão política, mas não precisa estabelecer uma relação promíscua para fazer política. O PT precisa voltar urgentemente a ter isso como uma tarefa dele.

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Faço porque gosto', revela garota de programa recém graduada em letras

Lola Benvenutti mantém blog em que relata experiências com seus clientes.

Formada pela UFSCar em São Carlos, jovem tenta quebrar tabu sobre sexo.

Felipe Turioni Do G1 São Carlos e Araraquara
4765 comentários
Gabriela Natália da Silva, ou Lola Benvenutti, se formou no curso de letras em São Carlos, SP (Foto: Felipe Turioni/G1)Gabriela Natália da Silva, ou Lola Benvenutti, se formou no curso de letras na UFSCar, em São Carlos, SP, mas optou por fazer carreira como garota de programa (Foto: Felipe Turioni/G1)
Ela tem 21 anos, é recém-formada em letras pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), exibe em tatuagens pelo corpo frases de Guimarães Rosa e Manuel Bandeira, adotou como pseudônimo um nome que faz referência a um personagem do escritor russo Vladimir Nabokov e assume, sem problemas, ser garota de programa. Gabriela Natália da Silva, ou Lola Benvenutti, mantém um blog em que escreve contos baseados nas experiências com seus clientes e chama a atenção ao tentar quebrar o tabu do sexo. “Sempre gostei de sexo, então tinha um desejo secreto de trabalhar com isso e não há nada mais justo, faço porque gosto”, afirmou em entrevista ao G1.
Lola Benvenutti mantém blog com histórias de seus clientes em São Carlos, SP (Foto: Felipe Turioni/G1)Lola Benvenutti mantém blog com histórias dos
clientes em São Carlos (Foto: Felipe Turioni/G1)
A realidade de Gabriela sempre foi diferente da vida de uma parcela das garotas de programa que são universitárias e optam por se prostituir para manter as despesas com os estudos. "Tem uma categoria nos sites de acompanhantes que são de universitárias e fazem isso porque fazem faculdade particular e precisam pagar, mas eu nunca precisei disso, sou inteligente, fiz faculdade, optei por isso, qual o problema?", questionou.
Natural de Pirassununga (SP), se mudou para São Carlos para fazer faculdade, mas por temer algum tipo de retaliação resolveu manter sua identidade como prostituta com discrição até concluir o curso. “Fiquei com um pouco de medo de isso reverberar de alguma forma na faculdade, então achei melhor terminar a graduação para colocar o blog no ar”, disse.

O site recebe cerca de duas mil visitas por dia e é nele que Lola posta sua rotina como prostituta. Entretanto, vê diferença entre sua história e o fenômeno Bruna Surfistinha, pseudônimo de Raquel Pacheco, ex-prostituta que fez fama na internet e teve sua história publicada em livro e roteirizada em um filme. “Ela teve uma vida diferente da minha, com outras oportunidades”, comentou.

Além de manter seus contos e servir como contato entre seus clientes, que chegam a cinco por dia, o blog serve também para levantar discussão sobre o prazer no sexo. “As pessoas são hipócritas, vivem de sexo, veem vídeo pornográfico, mas não falam porque têm vergonha. Um monte de mulher entra no blog e fala que adoraria fazer o que eu faço, mas não tem coragem; e dos homens escuto as confissões mais loucas e cada vez mais esse tabu do sexo é uma coisa besta”, avaliou.

Barreiras
Apesar da escolha em ser uma profissional do sexo, Gabriela não desistiu de seguir carreira acadêmica ou dar aulas após a conclusão do curso de letras. “Também quero dar aula, mas por hobby, e além disso também tem a questão financeira, porque dando aula hoje você quase não se sustenta”, analisou. “Acho que as duas coisas são difíceis de casar, é muito difícil que uma escola que sabe o que eu faço me permita trabalhar com eles, vou ter que derrubar barreiras”.

Ainda este ano, ela pretende se mudar para São Paulo, onde vai continuar trabalhando como garota de programa e acumulando um mestrado na Universidade de São Paulo (USP). “Cansei um pouco de São Carlos e agora quero outras coisas, tanto que o mestrado para o qual estou estudando é na USP, converso com alguns professores e quero pesquisar na área de prostituição ou fetiche”, considerou.

Esse tipo de assunto, segundo ela, já é seu objeto de estudo desde a adolescência. “Desde os 14 anos estudo o sadomasoquismo, que hoje está ficando mais popularizado com ajuda do livro ‘Cinquenta Tons de Cinza’, que é marginalizado para quem curte, mas abriu um leque para as pessoas que não conheciam”, explicou.
Lola Benvenutti, de São Carlos, diz que sua virgidade era um fardo (Foto: Reprodução/Lola Benvenutti)Lola Benvenutti considerava sua virgindade um
fardo (Foto: Reprodução/Lola Benvenutti)
Interesse pelo sexo
O interesse precoce por sexo começou com uma vontade íntima de deixar de ser virgem, o que considerava ser um ‘fardo’. “Desde os 11 anos queria me livrar desse fardo, mas perdi a virgindade com 13 anos e a primeira vez foi péssima, com um homem de 30 anos que conheci pela internet”, relembrou.
No início, Gabriela ficou em dúvida sobre o prazer causado pelo sexo.“Não fiquei confortável, fiquei um tempo sem fazer pensando em como era possível as pessoas falarem tanto disso, mas aí depois de um tempo eu fui gostando e a percepção mudou”, revelou.

Segundo Gabriela, nunca houve um episódio em sua vida que despertasse um interesse incomum para sexo. “Todo mundo fica me perguntando qual foi o fato que desencadeou isso, eu respondo que nada, meus pais foram ótimos, tive uma ótima educação, entrei na faculdade direto, fiz uma boa universidade e só”, garantiu.

Relação com a família
Como a personagem Tieta, da obra de Jorge Amado, Lola causa alvoroço quando retorna para sua cidade natal, mas a relação com a a família atualmente é estável. “Eu não vou muito pra lá, sinto que toda vez que vou, levanto uma poeira de discórdia e os vizinhos ficam comentando. Minha mãe já desconfiava porque nunca pedia dinheiro para ela e a relação foi muito mais difícil porque ela se importa muito com o que os outros dizem, mas a gente se fala”, disse.

Com o pai, militar da reserva, há uma relação de respeito e separação entre Gabriela e Lola. “Meu pai ficou seis meses sem falar comigo, eu achei que fosse pra vida toda, mas aí teve a minha formatura e ele veio. Na ocasião, disse que a filha dele era a Gabriela, não a outra, deixando bem claro que não compactua com isso. Mas ele ficou do meu lado e acho ele um herói porque não me abandonou”, confessou.
Gabriela Natália da Silva, ou Lola Benvenutti, se formou no curso de letras em São Carlos, SP (Foto: Felipe Turioni/G1)Gabriela Natália da Silva, ou Lola Benvenutti, se formou no curso de letras na UFScar (Foto: Felipe Turioni/G1)
 

Clima ajuda e incêndio na Califórnia está 30% controlado, diz autoridade


Fogo ameaça 4 mil casas ao noroeste de Los Angeles desde quinta (2).
Chamas devem continuar pelo menos até o dia 13, segundo os Bombeiros.

  Reuters
Bombeiro é visto próximo às chamas na tentative de controlar o fogo e proteger as casas na região de Newbury Park (Foto: Patrick T. Fallon/Reuters)Bombeiro é visto próximo às chamas na tentativa de controlar o fogo ao noroeste de Los Angeles e proteger as casas ameaçadas na região de Newbury Park, na sexta-feira (3) (Foto: Patrick T. Fallon/Reuters)
Um intenso incêndio que ameaça 4 mil casas e uma base militar ao noroeste de Los Angeles, no estado americano da Califórnia, estava cerca de 30% controlado neste sábado (4), informou o porta-voz dos Bombeiros local.
Segundo Tom Kruschke, uma maior umidade, temperaturas mais amenas e ventos mais lentos e frios do Oceano Pacífico estão ajudando os trabalhos de contenção do fogo feito por quase mil profissionais.
"Temos um clima muito mais favorável aqui. Não temos os fortes ventos e a altas temperaturas", afirmou Kruschke.
O incêndio no Condado de Ventura atingiu cerca de 11.300 hectares de mata desde quando começou, na quinta-feira (2). Não há previsão de quando o fogo será controlado, e as chamas devem continuar pelo menos até o dia 13 de maio, de acordo com Kruschke.
A previsão de chuva leve para este domingo (5) e uma maior precipitação entre segunda (6) e terça-feira (7) também podem colaborar para combater o que as autoridades chamam de "incêndio da primavera".
Bombeiro usa mangueira para combater fogo que avança sobre a vegetação perto de Los Angeles neste sábado (4) (Foto: Patrick T. Fallon/Reuters)Bombeiro usa mangueira para combater fogo que avança sobre a vegetação perto de Los Angeles neste sábado (4) (Foto: Patrick T. Fallon/Reuters)
Incêndio ameaça 4 mil casas e uma base militar; residentes foram evacuados e um campus universitário foi fechado (Foto: Patrick T. Fallon/Reuters)Incêndio ameaça 4 mil casas e uma base militar; os residentes foram evacuados e um campus universitário foi fechado. Imagem acima foi feita neste sábado (4) (Foto: Patrick T. Fallon/Reuters)
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Cerca de mil bombeiros fazem força-tarefa para controlar o fogo na Califórnia (Foto: Patrick T. Fallon/Reuters)Quase mil bombeiros fazem força-tarefa para controlar o fogo na Califórnia (Foto: Patrick T. Fallon/Reuters)

Carioca elimina mais de 40 kg: era chamada de baleia

Nayane Vaillan emagreceu apenas com dieta e exercícios.

Jovem de 23 anos diz que pessoas não a reconhecem mais.

Tadeu Meniconi Do G1, em São Paulo
37 comentários
Nayane antes e depois de emagrecer; segundo ela, cordão no pescoço era 'tipo gargantilha' (Foto: Arquivo pessoal)Nayane antes e depois de emagrecer; segundo ela, cordão no pescoço era 'tipo gargantilha' (Foto: Arquivo pessoal/Nayane Vaillan)
Nem remédios, nem cirurgia bariátrica: tudo que a carioca Nayane Vaillan precisou para perder quase 50 kg em menos de um ano foi um “esculacho” de um médico. Passado o trauma, hoje ela diz que vive uma vida de “rainha”, e está muito mais saudável.
O problema começou ainda na infância e se tornou um tabu para a jovem, que está com 23 anos. “Desde pequena, sempre fui gordinha”, contou. “Eu detestava que falassem do meu corpo. Até perdia a amizade”, admitiu.
Nayane não gostava de se pesar, e nem sabe com quantos quilos estava quando começou a dieta. Quando conseguiu encarar a balança, já tinha emagrecido um pouquinho – a medir pelas roupas, segundo ela – e, mesmo assim, estava com 119 kg. Hoje, ela está com 72 kg, bem mais compatíveis com seu 1,70 m.
‘Meu braço parecia uma coxa’
“Eu achava que não tinha como perder tudo. Meu braço parecia uma coxa”, reconheceu Nayane. “Todo mundo achava que eu estava grávida, até fiz os exames, porque minha barriga estava pontuda”, lembrou.
Nayane antes e depois de emagrecer (Foto: Arquivo pessoal)Nayane antes e depois de emagrecer
(Foto: Arquivo pessoal/Nayane Vaillan)
A gota d’água veio depois que ela resolveu operar de varizes que tinha na perna. Para fazer a cirurgia, Nayane precisou passar por uma bateria de exames, que indicaram que as taxas de colesterol e açúcar no sangue estavam acima do ideal, assim como a pressão arterial. A cirurgia foi feita, mas ela precisou ir se consultar com um cardiologista.
Foi esta consulta que mudou a vida de Nayane. “Ele disse: ‘você está assim porque está uma baleia. Assim você vai morrer’. Saí arrasada”, admitiu.
Na época, ela não sabia que as palavras grosseiras eram tudo que seus pais queriam que acontecesse, pelo bem da saúde de Nayane. “Eles torciam para eu encontrar um médico que me esculachasse”, contou.
Cheirando paçoca
A primeira reação de Nayane foi pesquisar na internet sobre a cirurgia bariátrica, mas os custos ficariam acima do que ela tinha disponível para gastar. O jeito foi encarar o modo tradicional, com dieta e exercícios. “Eu já sabia o caminho de tudo o que tinha que fazer, só não fazia porque era muito difícil”, disse.
Eu já sabia o caminho de tudo o que tinha que fazer, só não fazia porque era muito difícil"
Nayane Vaillan
A dieta começou em junho, mês de festas que trazem tentações doces à mesa. Nayane se lembra de um episódio em que pegou um pote de paçoca nas mãos, cheirou o doce, mas resistiu e jogou fora. “O cheiro valeu tanto a pena que eu ficava me perguntando ‘será que eu comi?’”, contou.
A dieta foi dando resultados. No primeiro mês, perdeu 10 kg. No quarto mês, já estava 30 kg mais magra. E o registro da melhora não veio só na balança, mas também no guarda-roupa. As calças passaram do 52 para o 40, a aliança teve que ser apertada e até os sapatos diminuíram – do 40 para o 38.
Mais importante ainda, ela resolveu os problemas de saúde ligados à obesidade. Tanto o colesterol quanto o açúcar no sangue e a pressão arterial voltaram para dentro dos limites recomendados pelos médicos.
‘Virei rainha’
O emagrecimento também melhorou a autoestima da carioca. Agora, ela está mais vaidosa, anda mais bem vestida e maquiada, e diz que algumas pessoas a param na rua para perguntar se é ela mesmo. “Parece até que eu virei rainha”, brincou.
O caso mais emblemático aconteceu com uma vizinha que não a reconheceu. Depois de vê-la com o marido – com quem Nayane já era casada antes da dieta –, a vizinha comentou que “ele era casado com uma gordinha e trocou ela por você”.
Nayane antes e depois de emagrecer (Foto: Arquivo pessoal)Nayane antes e depois de emagrecer (Foto: Arquivo pessoal/Nayane Vaillan)