12.15.2018

A perseguição é contra o Brasil


Enio Verri*
A conjuntura política revela um Brasil envolto não apenas numa, mas num conjunto de farsas com as quais a elite imprime o cumprimento da agenda ultraliberal do Estado Mínimo, para bem poucos. E não há farsa sem personagens, cuja história se incumbirá de dar-lhes os devidos lugares. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Partido dos Trabalhadores são as figuras icônicas de uma farsa que já se desnudou há muitas operações da Polícia Federal. Desde uma condução coercitiva ilegal e à escuta e divulgação de uma conversa da presidenta legítima, Dilma Rousseff. Contra o PT, a matéria da Folha de São Paulo, de domingo, revela um esquema de Fake News impulsionadas por robôs, a serviço de fraudar as eleições de 2018.
Por meio de uma insidiosa campanha de inoculação de ódio contra, a elite conseguiu com que a população odiasse o partido que mais fez pelo País. O que mais fez pela maioria da população, bem como para defender os interesses do Brasil, diante do mundo. O representante deste partido, à época, era, Lula. Sua prisão é um dos motivos pelos quais o Brasil está sendo alvo de chacota e/ou de sérias observações por parte de governos, instituições acadêmicas, econômicas e políticas e por personalidades reconhecidas internacionalmente. Para o mundo, Lula é vítima de uma perseguição política, mas, no Brasil, ele é representado, pela imprensa, como um corrupto que quebrou o País.
Quando o PT assumiu a Presidência, a reserva internacional do Brasil era de R$ 37 bilhões e o PIB de R$ 1,5 trilhão. Em 2015, quando Dilma nos representava, a reserva era de R$ 380 bilhões e o PIB de R$ 5,5 trilhões. Entre 2003 e 2014, o PT criou cerca de 20 milhões de empregos com carteira assinada, com as mesmas mais de 100 leis que Temer destruiu, com a reforma trabalhista. Em 2015, a Petrobras recebeu um grande prêmio internacional por desenvolvimento de tecnologia. Em 2003, ela valia R$ 50 bilhões. Já em 2015, valia R$ 214 bilhões. Temer e Bolsonaro atuam para que empresas estatais de outros países comprem a Petrobras. Querem, com certeza que as estatais estrangeiras tenham prejuízo com uma empresa quebrada.
É disso do que estamos falando, da soberania do Brasil e dos brasileiros. PT e Lula são as figuras com as quais a elite mantém a atenção ao ódio, inoculado diariamente por veículos de imprensa a serviço do patrão, o mercado financeiro. Enquanto a população é instada ao linchamento moral da política, mas, principalmente do PT, o Brasil é servilmente entregue aos interesses dos EUA. Até o momento, Temer já entregou mais de 30 bilhões de barris do pre-sal, para outros países. Todas as pessoas sérias do Judiciário e do Ministério Público sabem que as acusações contra Lula não se sustentam. Porém, se não o prendessem, ele estaria eleito no primeiro turno, como apontavam pesquisas de abril, quando o povo pobre já sentia as consequências do golpe de 2016.
A história é justa e já reservou a Lula e ao PT, bem como a todas as forças progressistas que se alinharam, nesses 13 anos, um lugar entre os que não se admitem subalternos e nem imperialistas de outras nações. O respeito e o destaque que o Brasil alcançou nos governos do PT se devem à política altiva e respeitosa que ele teve consigo e com o mundo. Quando Obama chamou o Brasil de global player, apenas constatava um fato. O que importa é como esse jogador se posta diante do mundo. Uma nação soberana e voltada para o seu desenvolvimento e para a solidariedade internacional, ou uma lacaia do mercado financeiro que governa este País, desde o último golpe.
Tão ou mais importante que combater a perseguição a Lula e ao PT, é enfrentar a liquidação do País, em uma espécie de Black Friday. Junto com a democracia, suprimida em 2016, vão-se todas as ferramentas necessárias para promover o desenvolvimento do País. Lula e o PT tornam-se menores perto do que está acontecendo. O novo governo criou a Secretaria da Privatização e colocou na sua Presidência, um ultraliberal, o dono da Localiza, uma empresa de locação de automóvel. Petrobras, Eletrobras, Banco do Brasil, CEF, Correios e dezenas de empresas, construídas com o suor e o sangue dos brasileiros, serão entregues ao mercado privado, cujo único compromisso é com o lucro.
É preciso reagir, em casa, na vizinhança, no trabalho, na escola, no bar, no restaurante, na rua, enfim, contra esse estado de coisas que impõe uma lógica de mercado de país desenvolvido a um país recém-saído de uma escravidão sem reforma agrária, e considerado um dos campeões mundiais de desigualdade. É fundamental restituir o Estado Ampliado para se fazer a necessária e atrasada justiça social. Essas ferramentas são patrimônio da nação e não podem ser desfeitas pela transitoriedade de um governo. Enquanto o PT e o Lula protegeram o patrimônio brasileiro, Temer e Bolsonaro o entregam para outras nações.
Somente a informação é capaz de curar a cegueira que o ódio causou na população. Essa não é uma tarefa simples. A hegemonia da grande imprensa é quase o quanto é a baixa cognição geral brasileira competente para receber e assimilar criticamente as informações transbordadas de veículos de comunicação, cujos maiores anunciantes são os agentes financeiros. Será um trabalho árduo, mas não impossível para a militância de um partido que tem 13 de anos de serviços prestados ao País. Já temos os argumentos, que são os melhores índices sociais, políticos e econômicos da história deste País, produzidos durante os nossos governos. Fazer compreender a narrativa se dará no dia a dia, nas ruas, conversando com quem mais está perdendo, os pobres.
*Enio Verri é economista e professor licenciado da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e está deputado federal pelo Partido dos Trabalhadores do estado do Paraná.

Assessora de Bolsonaro era personal trainer de celebridades e atendia em horário de expediente

Por Andréia Sadi e Marcelo Parreira



00:00/03:54
Flávio Bolsonaro diz que não há ilegalidade no caso da ex-assessora
Às cinco da tarde do último dia 20 de abril, atletas e celebridades se reuniram para a inauguração da clínica do Dr. Márcio Tannure, chefe do departamento médico do Flamengo e especialista em medicina esportiva. Entre os convidados, o meia Diego, o ex-jogador Zico e o sambista Dudu Nobre.
Um dos destaques da nova clínica era o equipamento de eletroestimulação muscular e, para mostrar como ele funciona, estava ali a personal trainer Nat Queiroz, representando a equipe de Chico Salgado, treinador de celebridades. A mesma Nat aparece em fotos publicadas em redes sociais por artistas como Bruno Gagliasso e Bruna Marquezine.
Nat Queiroz também atende por Nathalia Melo de Queiroz, que entre dezembro de 2016 e outubro deste ano, era secretária parlamentar lotada no gabinete de Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados. A informação de que ela atuava como personal trainer ao mesmo tempo em que estava lotada nos gabinetes foi divulgada pelo site o Antagonista e pela Folha de São Paulo.
O nome de Nathalia se tornou público após ela aparecer no relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que apontou uma movimentação atípica na conta do pai dela, Fabrício José de Queiroz. Fabrício foi motorista do gabinete de Flávio Bolsonaro até o último mês de outubro.
De acordo com o relatório, Nathalia, que também trabalhava no gabinete de Flávio Bolsonaro, tinha uma renda mensal de R$ 10.502,00 e transferiu, no intervalo de 13 meses, R$ 84.110,00 para uma conta do pai. As informações do Antagonista e da Folha de São Paulo foram confirmadas pelo blog, que obteve mais detalhes.
Em abril, mês da inauguração da clínica, ela ocupava no gabinete de Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados um posto nível SP 20, o que lhe garantia uma renda bruta mensal de R$ 10.088,42, com rendimentos líquidos de R$ 7.733,21.
A função exige pelo menos 40 horas semanais de trabalho, atuando em questões como redação de correspondência, discurso e pareceres do parlamentar, serviços de secretaria e datilográficos, pesquisas e "atividades fins inerentes ao respectivo gabinete".
O trabalho pode ser feito no estado de onde vem o parlamentar, mas sua frequência é atestada pelo gabinete.
Em entrevista coletiva no último domingo (9), o presidente eleito foi perguntado sobre a função de Nathalia no gabinete e reagiu com irritação. "Ah, pelo amor de Deus! Pergunta para o chefe de gabinete. Eu tenho 15 funcionários comigo", afirmou na ocasião.
O blog conversou com clientes e empregadores da personal trainer, no Rio de Janeiro. Todos disseram não saber que ela ocupava um cargo no gabinete - alguns até se mostraram chocados com a informação.
Uma cliente que pediu para não ser identificada confirmou ter sido atendida por Nathalia em horário comercial durante algum tempo em 2017 - ela já era secretária parlamentar de Jair Bolsonaro naquele ano. Os atendimentos ocorriam entre 8 e 10 da manhã, mesmo em dias úteis.
Há fotos de Nathalia treinando com clientes no calçadão da praia em redes sociais. Recentemente, Nathalia apagou seu perfil no Instagram.
A personal trainer também aparece em vídeos do aplicativo BTFit, da academia Bodytech, com instruções visuais para exercícios físicos.
De acordo com o Bruno Franco, CEO do BTFit, "Nathalia Queiroz foi uma figurante contratada pela produtora que atendia ao BTFIT. As participações dela foram esporádicas em nossas aulas. Ratificando, ela teve a participação efetivada nos vídeos institucionais através da produtora contratada para realizar as filmagens".
Na época em que o vídeo foi publicado, Nathalia ainda era lotada no gabinete de Flavio Bolsonaro, na Assembleia Legislativa do Rio.
A Bodytech também confirmou que, entre 2011 e 2012, Nathalia trabalhou como recepcionista em uma das unidades da academia no Rio de Janeiro. Na época, ela já estava lotada no gabinete da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

O que dizem os citados

O blog procurou Nathalia Queiroz, mas ela não retornou o contato da reportagem. O gabinete de Jair Bolsonaro foi procurado e suas respostas serão publicadas aqui quando forem enviadas.
Em nota, a assessoria de Flávio Bolsonaro afirmou que não há "qualquer ilegalidade ou irregularidade" na atuação de Nathalia Queiroz em seu gabinete.
"Ela foi nomeada no gabinete do deputado Flavio Bolsonaro durante o período de 12 de agosto de 2011 a 13 de dezembro de 2016. A descentralização de gabinetes e funcionários sempre foi permitida mediante a aplicação subsidiária de ato da Câmara dos Deputados e, posteriormente, por Ato da Mesa Diretora da própria Alerj", diz a nota.

BOLSONARO NÃO COMETEU ERROS, COMETEU CRIMES

12.14.2018

Lula denuncia “nova farsa” da lava jato sobre sítio de Atibaia; confira os 6 pontos


A defesa do ex-presidente Lula enumerou didaticamente nesta sexta-feira (14), em seis pontos, a nova farsa da lava jato sobre o caso do sítio de Atibaia (SP).
“A operação Lava Jato se especializou em cometer abusos, utilizar argumentos que não seriam aceitos em nenhum outro caso e levar o julgamento para o juiz que mais lhe agrade”, dizem os advogados do petista.
Para os defensores do ex-presidente, assim que condenaram Lula sem provas no caso do Tríplex e a estratégia se repete com o sítio de Atibaia. “Ao apresentar suas alegações finais esta semana, os procuradores da Lava Jato escreveram que haveria ‘farta prova documental’ contra Lula. Essa mentira foi reproduzida em todas as manchetes da imprensa e precisa ser rebatida, ponto por ponto, para restaurar a verdade.”
Lula, por meio de seus advogados, garante que o imóvel foco da ação é comprovadamente de propriedade da família Bittar, que há 40 anos tem amizade com a família do ex-presidente.
“Além de ignorar o óbvio – o sítio tem dono e não é o Lula – a equipe da Operação Lava Jato não apresentou nenhuma prova, ligação ou qualquer indício de que o caso tenha relação com a Petrobras. Mais uma vez, a equipe do MPF usou de estratagema para forçar que os processos referentes a Lula caíssem nas mãos do ex-juiz, e agora ministro de Jair Bolsonaro, Sérgio Moro, em Curitiba”, afirmam os defensores de Lula.
Entenda em 6 pontos como o “caso do sítio” é a prova do lawfare, que é o uso do Judiciário para fins econômicos e políticos:
1- MPF e a juíza sabem que o sítio não é do Lula:
O sítio não é e nunca foi de Lula. A família Bittar, amiga de longa data da família da Silva, é comprovadamente, com registro em cartório e comprovação de pagamentos bancários, a proprietária do imóvel. Lula e Dona Marisa foram convidados a utilizar o sítio com a mesma liberdade que você dá a seus amigos para irem à sua casa. Sendo os donos do lugar, os Bittar tinham liberdade de convidar quem bem entendessem. Durante depoimento no dia 14 de novembro, ao ser questionada pelo ex-presidente, a juíza Gabriela Hardt, substituta da 13ª Vara da Justiça Federal do Paraná, admitiu que Lula não é o proprietário do imóvel.
2- Pedalinho e roupa íntima viraram provas
Objetos não confirmam propriedade. Mas a turma da Lava Jato conseguiu se superar no nível de “provas” apresentadas: roupas íntimas e dois pedalinhos dos netos do casal. Essas são as principais “provas” que o MPF conseguiu em anos de investigação. A não ser que o Código Penal tenha sido alterado, guardar algum objeto na casa de um amigo não é crime.
3- Processo foi forçado a ficar com Moro
Assim como no processo do apartamento no Guarujá, as acusações são genéricas, e mencionam supostos contratos com a Petrobras sem explicar qualquer tipo de ligação com Lula. Nada comprova que o ex-presidente tenha, de alguma forma, se envolvido nas negociações entre a estatal e as empresas ou se beneficiado delas. Esse estratagema foi adotado porque o juiz Sérgio Moro tem a responsabilidade de julgar os processos relacionados à Petrobras, e assim poderia julgar Lula mais uma vez. A lei determina que os processos são julgados na região onde o caso ocorreu, logo, teria de ser por um juiz de São Paulo, onde fica o sítio.
4- Sem perícia nos contratos
Não existe prova de fraude de licitação nos contratos e as empresas que fizeram as reformas, que é quando uma empresa é beneficiada para vencer a disputa de uma obra, ou consegue a empreitada por um preço maior que o devido. Também não existe nenhuma perícia de desvios nesses contratos nem de que Lula tivesse recebido qualquer recurso deles. Ou seja: a perícia, desprezada por Moro, nega qualquer relação entre Lula e os valores pagos pela Petrobrás às empresas.
5- Testemunhas negaram envolvimento de Lula
O próprio Marcelo Odebrecht, ao fazer delação, disse que Lula não teve nada a ver com esses contratos e nunca se envolveu em assuntos de Petrobras. De todos os depoimentos do caso, em nenhum deles jamais foi afirmado que Lula teve qualquer relação ou conhecimento das reformas que aconteceram no sítio, nem que tenha pedido reforma, nem que tenha trocado qualquer ato como presidente pelas tais reformas. Uma análise técnica na contabilidade da Odebrecht mostrou que o dinheiro que a Lava Jato diz que foi para as reformas, na realidade, foi sacado por um executivo da própria Odebrecht. Isso também foi ignorado por Moro.
6 – Quais os interesses do ex-juiz e ministro Sérgio Moro
O juiz que orientou todo o caso virou ministro de um governo de extrema-direita que só chegou ao poder graças a perseguição política contra Lula. Moro foi o responsável pela condenação, sem provas, que tirou Lula da disputa eleitoral em que liderava com folga e provavelmente venceria no primeiro turno. Em outras palavras, o ex-juiz abriu o caminho para a vitória de Bolsonaro, para logo depois ser recompensado com o cargo de ministro. Para um futuro governo antipovo, manter o maior líder popular do país, reconhecido e admirado em todo o mundo, fora da atividade política é uma questão de sobrevivência, já que é inevitável que Lula lidere a oposição ao desmonte do país, dos direitos e das conquistas do povo que o futuro governo pretende fazer.
Como seria sem Lawfare
Como não há provas de desvios da Petrobrás e o apartamento não pertence a Lula, o processo nem deveria existir. Ainda assim, se o MPF acreditasse que deveria haver algum tipo de investigação e ela fosse levada de maneira correta, obedecendo ao Estado Democrático de Direito, não apenas as leis, mas também a forma correta de aplicá-las, Lula jamais seria julgado em Curitiba. Ele não seria questionado pela propriedade do sítio, que já é comprovadamente da família Bittar.
Lula deveria ser inocentado por total falta de relação comprovada com os contratos da Petrobras, por falta de qualquer ação indevida comprovada. O ex-presidente deveria ser inocentado porque não existe nenhum depoimento ou prova que comprove desvio de recurso ou ato de corrupção dele. A imprensa erra e mantém a perseguição a Lula ao repetir, em seus títulos, a falsa afirmação de que haveria “fartura de provas” contra ele. O que há é uma fartura de mentiras, ilegalidades e arbítrios nestes processos