12.03.2016

Respeitar é uma forma de amar

Pessoas especiais discutem ideias e ideais, pessoas medianas falam sobre eventos
Que as minhas orações cheguem perto de tocar as estrelas!
Que os céus possam ouvir as preces dos guerreiros do coração.
A meditação e as preces tem a poderosa função de conectar corações e mentes.
Que a humanidade se torne a cada dia que passa mais integra, respeitosa e inteligente.
Espero que os atos de gentileza gerem cada vez mais atos de gentileza.
Respeitar é uma forma de amar.
A chegada da nova Era não é marcada por uma data específica, basta silenciarmos e sentirmos verdadeiramente com o coração que além de pulsar, pode espalhar o sentimento mais nobre por este pequeno orbe que vaga pelo infinito espaço.
Disputas por poderes e posses só resultarão em fins trágicos.
A sociedade esquece que a matéria se dissolve, que as máscaras dos personagens um dia caem e a verdade sempre vem a tona.
A consciência maior se resume em uma única frase: Escolha o amor!
Tudo neste universo segue as formas da geometria sagrada, mas nós seres humanos perdemos a forma e vivemos o momento de nos reformularmos, precisamos abandonar este velho casulo de ilusões para que a nossa partícula divina possa finalmente despertar!
A mudança pode se processar sem agressividades ou hostilidades.
Alimente os seus pensamentos de música e poesia.
Abandone pré julgamentos ou pré conceitos.
Devemos recordar o seguinte ensinamento: pessoas especiais discutem ideias e ideais, pessoas medianas falam sobre eventos e pessoas de mente ausente discutem pessoas.
Tudo é uma questão de escolha! Aquilo que você alimenta retorna para você.
Fonte: Preces e Escolhas

12.02.2016

VINHOS

1) O vinho é mais feminino do que masculino. Até semanticamente, porque tirando o substantivo que o designa, todos os outros são femininos: a vinha, a uva, a colheita, a safra, a garrafa, a taça … e a folha de parreira que cobriu (?) dona Eva.
A Monalisa e o bordeaux lìnstant Taittinger Eva
2) Uma medida de vinho — uma garrafa ou um copo — tem muito mais água do que álcool.
ÁGUA – Cerca de 80% do vinho é constituído de água. elemento. O vinho pode, portanto, contribuir para a hidratação.
AÇÚCARES – No processo da fermentação, o açúcar da uva representado pela glicose e frutose, é transformado em álcool, porém, uma certa quantidade residual permanece, cerca de 1 a 3g/l nos vinhos secos.
VITAMINAS – A uva contém em sua composição uma série de vitaminas que são transferidas para o vinho. As principais detectadas são: B1 (TIAMINA – B2 (RIBOFLAVINA) – NIACINA (ÁCIDO NICOTÍNICO) – B6 (PIRIDOXINA) – B12 (COBALAMINA) – A (RETINOL) – C (ÁCIDO ASCÓRBICO). Cada uma delas funcionando como catalisadores nas reações orgânicas e ação preventiva de doenças específicas, (como a Tiamina na prevenção do Beri-Beri).
SAIS MINERAIS – O vinho possui uma quantidade significativa de oligoelementos como: Potássio, Cálcio, Fósforo, Zinco, Cobre, Flúor, Alumínio, Iodo, Magnésio, Boro, etc.
ÁLCOOL ETÍLICO – A participação do álcool na composição do vinho gira em torno de 7 a 14 g/litro, nos vinhos secos, que são os mais consumidos. Esse dado vem expresso no rótulo em % p/Vol. ou GL (Gay Lussac), que traduz a porcentagem ou teor de álcool por volume.

20111119-a cor da uva Gamay
3 Pode-se fazer vinho branco com uvas tintas, mas não se pode fazer vinho tinto com uvas brancas. E isso porque quando se colocam os bagos de uva nos tonéis, e que eles começam a ser prensados – seja com o pé, a chamada “pisa”, seja por máquinas – o primeiro líquido que sai é branco, como a polpa da uva.
Então, se imediatamente se retirarem as cascas de uva tinta, as polpas e o mosto estarão produzindo um vinho branco; se esperarmos algumas horas (de 6 a 12h), estaremos produzindo um vinho rosé.
Mas o inverso não ocorre. Se prensarmos as cascas de uma uva branca ela não produzirá um vinho de outra cor.

4) As garrafas de vinho têm, na sua imensa maioria, 750 ml porque o vidro soprado foi descoberto pelos artesãos de Murano(Veneza) no século XVII. E essa medida era a maior autorizada pelas autoridades, para evitar que os sopradores sofressem embolia pulmonar.
Como hoje o processo é industrial, pode-se fazer a Magnum (1,5 litros e até de 12 litros. Veja abaixo (aquelas pequeninhas, de avião, nem menciono).

5) Os outros tamanhos das garrafas de vinho, são: meia = 375 ml; magnum (acima); jeroboam = 3 lit; rehoboam = 4, 5 lit; matusalem = 6 lit; salmanazar = 9 lit; balthazar = 12 lit tamanho das garrafas
Obs: primeiro: tem garrafas ainda maiores, (nabucodonossor, melchior, mas aí já é raridade para excêntricos); 2) há variedade de nomenclatura de países para países: esta é a tabela francesa; 3) também para as garrafas de champagne, há outra classificação. Mas o que importa está acima.
Saúde … e força, para erguer uma ampola de 12 litros!


 Um vinho solto, sem ontem nem amanhã

Há muitos anos reproduzo, tentando atualizá-lo, o post da “chegada do Beaujolais”. E geralmente (re)começo assim: hoje é quinta-feira, a terceira de novembro, data em que às 12.01 da madrugada o Beaujolais 2016 será distribuído por mais de 100 países.
No Japão, o maior importador de Beaujolais do mundo, com sete milhões de garrafas, o lançamento se dá num resort em Hakone, a oeste de Tóquio, numa banheira cheia de vinho…
Beaujolais no Japão
Essa distribuição é “militarmente” planejada. Ainda hoje, 66 anos depois, milhares de pessoas se reúnem à meia-noite e um minuto para prová-lo. Mas nunca antes. Contam que o presidente Mitterrand recebeu o primeiro-ministro alemão numa terça-feira anterior à quinta do lançamento e resolveu surprêende-lo com uma prova antecipada. Não conseguiu, sendo presidente da França!
Ele é produzido 100% com a uva Gammay.
E ao contrário do ciclo milenar da produção de um vinho: colheita, prensagem, armazenamento (mais de um ano), engarrafamento e distribuição, um punhado de produtores de Lyon decidiu, desde 1951, pular essa etapa — e acertaram no milhar! Bolaram uma jogada de marketing espetacular: fixaram uma data-réveillon para a distribuição dos Beaujolais no mundo. Como já disse, no primeiro minuto da terceira quinta-feira de novembro, em toda a França e em todos os distribuidores da marca, no mundo, um cartaz similar anuncia:
Le Beaujolais Nouveau est arrivé
Ou seja: faz-se a colheita no fim do verão e, “vite, vite”, a vinificação e o engarrafamento. Cerca de 2 meses depois, sem barricas, sem descanso, sem maturação, milhares de garrafas têm que estar prontas para embarcar mundo afora. E, pelo menos idealmente, devem ser consumidas até o 31 de dezembro do próprio ano.
Rótulo?
Beaujolais 2016
Esse é o rótulo do Beaujolais engarrafado pelo veterano Joseph Drouhim, distribuído no Brasil com grande competência pela Mistral.
Cor?
Um violeta claro e brilhante como o olhar da Elizabeth Taylor. <
Liz Taylor violeta
Paladar?
Como os demais, tem gosto de compota (sem açúcar) de frutas do campo, com predomínio de amoras, framboesas, cassis e morango. Porém (eu não desisto), lá longe tem “sugestões” de banana (terebentina), no final da boca. Mas é agradável, preenche o paladar e apresenta aspereza.
“Não morde”, dizia um crítico. É uma espécie de caramelo de vinho.
Moral da história: esqueçam o discurso. O Beaujolais é um vinho jovem, sem memória nem responsabilidade. Está mais ligado ao hedonismo do que à degustação tradicional. Não tem pedigree, nem se propõe: é um vinho solto, sem ontem nem amanhã.

Simples assim.

Um vinho instigante

Qual? O vinho Madeira, é claro. E até o George Washington sabia disso, tanto que brindou a Independência dos EUA, em 1776, com vinho Madeira! George Washington
Obs: com todo o respeito pelo herói e primeiro presidente americano, reparem nas bochechas vermelhinhas: é do vinho Madeira!

Mas como é um vinho genuinamente português, vamos começar pelo começo, como pregava o Conselheiro Acácio. A Ilha A Ilha da Madeira está ligada à história de Portugal há pelo menos 6 séculos.
Só no século 18, no entanto, quando a Inglaterra e Portugal firmaram um tratado pelo qual os vinhos portugueses pagavam 1/3 a menos do que quaisquer outros vinhos para entrarem na Grã-Bretanha, o Madeira começou a sua carreira internacional. Não só porque abastecer o sedento (?) mercado inglês já era um ótimo negócio, mas porque aumentaram exponencialmente as exportações de vinhos fortificados (Porto e Madeira) para as Índias e para a América do Norte. E foi nessas viagens que ele aprendeu a fazer da adversidade (o jogo do mar e as longas distâncias) a sua essência e a sua diferença.
Tanto que os produtores da ilha passaram a enviar tonéis para as Índias (junto com outras mercadorias), que passou passou a ser chamado de Vinho da Roda ou de Vinho Torna Viagem., porque como os comerciantes de então não sabiam avaliar a demanda, enviavam tudo o que podiam — e voltava muito vinho Madeira.
Resultado (surpreeendente): o vinho voltava melhor! O calor e o movimento das caravelas faziam bem ao vinho…
Então, e movidos pela evidência de que o calor MELHORAVA o vinho, porque a aceleração do seu envelhecimento aumentavam a COMPLEXIDADE e SINGULARIDADE do Vinho Madeira, os vinhateiros das encostas de Funchal começaram a investir na técnica de ESTUFAGEM, que consistia (e consiste) em obter o mesmo efeito do Vinho Torna Viagem — sem sair da Ilha da Madeira!
Isto é, ou por aquecimento direto, ou por circulação de ar, ou por vapor de água circulando nas serpentinas de cobre que mergulhavam no vinho, se obtém o sabor inigualável deste longevo Cônsul de Portugal (o embaixador é o Porto). Essa técnica em qualquer outra elaboração de um vinho corresponderia a um tiro na cabeça: morte certa.
madeiras
O Madeira é produzido com as uvas locais Tinta Negra, Sercial, Boal, Verdelho e a Malvasia, estas quatro últimas as como melhor resultado. Estas da foto foram degustadas na Churrascaria Palace, provavelmente a única churrascaria no Rio com essas preciosidades na vasta adega.
Madeira Sercial
Mas deles todo, o Madeira pra chamar de meu, mesmo, é o Sercial 10 anos. Um néctar para se beber preenchido de silêncio, mentalizando uma oração à N. Sra. de Fátima para agradecer o milagre da vida!

incontinência urinária, alimentos que causam alergia e Codeína e crianças: Uma mistura perigosa

Você tem incontinência urinária?


A incontinência urinária (perda do controle da bexiga) é um problema comum porém embaraçoso.
Ela pode ser branda, onde só ocorre com um espirro ou tosse, ou severa.
Se a incontinência urinaria afeta sua vida não tenha medo de procurar um medico.
Para a maior parte das pessoas uma simples mudança de hábitos ou medicamentos podem curar essa situação.

Tipos de incontinência urinária:

Incontinência de esforço:
Ocorre quando a pessoa tosse, espirra, ri ou se exercita.
Incontinência por urgência:
Uma vontade inesperada e forte de urinar seguida de perda involuntária de urina. Esse tipo de incontinência pode ser causada por pequenos problemas como uma infecção ou diabetes.
Incontinência por transbordamento:
A pessoa experiência vazamento de urina constante poque a bexiga não esvazia por completo.
incontinência funcional:
Um prejuízo físico ou mental que impede a pessoa de chegar no banheiro a tempo.
Incontinência mista:
A pessoa experiencia mais de um tipo de incontinência.
A incontinência urinária não é uma doença e sim um sintoma. Esse sintoma pode ser causado por hábitos diários, medicamentos e problemas físicos.
Algumas bebidas, comidas e medicamentos podem causar incontinência urinária temporária.

São elas:

-Álcool.
-Cafeina.
-Chá.
-Adoçantes artificiais.
-Xarope de milho.
-Comidas muito temperadas, acidas e doces.
-Medicamentos para o coração, pressão e relaxantes musculares.
-Doses altas de vitaminas B ou C.

Condições médicas que causam incontinência urinaria:

-Infecção urinaria.
-Constipação.

Problemas ou mudanças físicas:

-Gravides.
-Idade.
-Menopausa.
-Histerectomia.
-Aumento de próstata.
-Câncer de próstata.
-Obstrução no canal urinário.
-Desordem neurológica.

Fatores de risco:

-Sexo. Mulheres tem mais incontinência de esforço e homens por transbordamento.
-Idade. Quanto mais velho maior a incontinência devido ao enfraquecimento dos músculos da bexiga.
-Peso. O peso extra aumenta a pressão sobre a bexiga.
-Outras doenças. Doenças neurológicas e diabetes.
Entre as complicações estão problemas de pele, infecção urinaria e impactos na vida pessoal.

Para diagnosticar o problema o médico pode indicar:

- Exame de urina.
- Diário detalhado da quantidade de liquido ingerido e expelido.
- Medicação residual pós-miccional.

Se mais informações forem necessárias serão pedidos:

- Teste urodinâmico.
- Cistoscopia.
- Cistografia.
-Ultra-sonografia pélvica.

É recomendado para o paciente antes da consulta médica:

- Escrever os sintomas.
- Fazer uma lista de todos os medicamentos consumidos.
- Escrever perguntas para o médico.
É importante determinar qual tipo de incontinência urinária o paciente possui.

Após um exame físico o médico provavelmente recomendará:

- Exame de urina.
- Fazer um diário da bexiga (anotar diariamente líquidos ingeridos e expelidos).
- Análise de medicamentos na urina.

Se o médico precisar de mais informações serão pedidos:

- Teste urodinâmico.
- Cistocopia.
- Cistografia.
- Ultrassom pélvico.
O tratamento médico consiste de técnicas comportamentais, exercícios para a pélvis, estimulação elétrica, remédios, terapias de intervenção até cirurgias.
A incontinência urinária não é sempre evitável, porém para diminuir o risco, mantenha um peso saudável, pratique exercícios pélvicos, evite alimentos que irritem a pélvis e coma mais fibras.
Manter a saúde é muito importante.

Para mais informações procure o seu médico.


Alimentos que provocam alergia também curam:


Recentemente foi descoberto que é vantajoso expor crianças à alimentos alergênicos.
No último século os pais eram aconselhados a evitar,   alimentar seus filhos com esses produtos.
A maior parte dos adultos de hoje não usava amendoins, ovos, peixes e outros alimentos considerados alergênicos até completarem 1 ano de idade ( em alguns casos até completar 3 anos).
Em 2008 a Academia Americana de Pediatria mudou as suas diretrizes, chegando a conclusão que não existiam evidências de que atrasar a introdução de certas comidas trazia benefícios.
Esse estudo acabou deixando os pais confusos em relação a idade ideal para introduzir esses alimentos aos seus filhos.
Em 2013 a Academia Americana de Alergia acabou com a confusão disponibilizando informações mais específicas.
Agora existem boas evidências que o consumo de alimentos alergênicos por crianças com menos de um ano de idade pode reduzir o risco de alergias.
O estudo introduziu esses alimentos a 150 crianças e os resultados foram surpreendentes.
Os bebes que se alimentaram de ovos com 4 a 6 meses de idade tiveram menos propensão a desenvolver alergia a ovo.
Bebes com 4 a 11 meses de idade que eram alimentados com manteiga de amendoim também se tornaram mais resistente ao amendoim.
A pesquisa também aponta que o consumo de alimentos com glúten não afetam o bebe de forma negativa.
Chegamos a conclusão que demorar a dar alimentos alergênicos para crianças pode ser perigoso, enquanto a introdução de certos alimentos desde o começo pode ser benéfico.
Os médicos precisam informar para as grávidas ou as que acabaram de dar a luz, que evitar alimentos alergênicos esta ultrapassado.
A nutrição infantil ainda esta evoluindo, portanto pode existir confusão entre os pais sobre quando introduzir determinados alimentos para seus filhos.

Para entender mais sobre os alimentos para seu filho consulte o pediatra.


Fonte: thedoctorwillseeyounow

Codeína e crianças: Uma mistura perigosa.


É muito fácil uma criança ter overdose de codeína.
Pais que veem seus filhos sofrendo de febre, gripe e tosses fazem o que podem para acabar com aquele sofrimento logo.
Porém existem limites que não devem ser cruzados.
Um novo estudo da American Academy of Pediatrics, “Codeína: Hora de dizer não.”, avisa os perigos do uso de codeína por crianças.
O artigo não afirma que médicos não devem receitar codeína para crianças, mas explica que crianças e codeína não combinam.
A codeína é um remédio incomum que tem resultados imprevisíveis, algumas vezes fatais.
Uma dose de codeína é essencialmente uma dose de morfina com força desconhecida.
A codeína é convertida em parte em morfina por uma enzima chamada CYP2D6. Essa conversão varia entre pessoas. Isso faz da codeína uma droga perigosa para crianças, porque pequenas diferenças nas doses podem resultar em grandes efeitos variados. Especialmente considerando que os pais cometem erros ao dosar medicamentos que dão para seus filhos.
Isso significa que os médicos podem se sentir mais confortáveis em receitar medicamentos mais fortes como oxycodona para tratamento de dores severas em crianças.
Crianças que convertem codeína em morfina em seus organismos podem sofrer rapidamente de diminuição na taxa respiratória e até ter uma parada respiratória resultando em morte.
Em 2013, a FDA (food and drug administration) adicionou a tarja preta nos remédios que contem codeína.
Nesse mesmo ano a associação de saúde canadense recomendou que crianças menores de 12 anos não ingerissem remédios a base de codeína.
Desde 2015 a agencia européia de médicos também recomendou que crianças menores de 12 anos não tomassem remédios com codeína além de pessoas com até 18 anos com problemas respiratórios e mulheres que estão amamentando.
O risco de overdose aumenta após cirurgia de remoção de amídalas e adenoides em crianças com apneia do sono.
Os médicos geralmente confiam em acetaminofeno, ibuprofeno e aspirina para tratamento de dor em crianças. A necessidade de um remédio mais forte é rara, porém quando for preciso, a codeína não deve ser usada.
A codeína é muito imprevisível.

Para mais informações procure o seu médico.

Fonte: www.thedoctorwillseeyounow.com

Você sabe o que é intolerância à lactose?


Indivíduos com intolerância à lactose são incapazes de digerir o açúcar (lactose) no leite.
Após comerem ou beberem produtos lácteos desenvolvem diarreia, gases e distensão abdominal.
A má absorção à lactose não é perigosa porém pode apresentar sintomas desconfortáveis.
A deficiência de lactase (uma enzima produzida no intestino delgado) é geralmente responsável pela intolerância à lactose.
A maior parte das pessoas com essa condição conseguem administrar a intolerância sem precisar abandonar os alimentos lácteos.

Sintomas:

Sinais e sintomas de intolerância à lactose geralmente aparecem após 30 minutos a 2 horas depois de comer ou beber produtos que contem lactose. Entre eles estão:
- Diarreia.
- Náusea.
- Dores abdominais.
- Distensão abdominal.
- Gases.
É recomendado que seja marcada uma consulta com o médico se esses sintomas sejam sentidos com frequência. A falta de cálcio no organismo também deve ser abordada na conversa.

Causas:

A intolerância à lactose ocorre quando o organismo não produz quantidades suficientes de lactase para digerir a lactose.
Normalmente a lactase transforma o açúcar do leite (lactose) em dois tipos simples de açúcar, glucose e galactose.
Se falta lactase no organismo, a lactose vai direto para o cólon ao invés de ser processada e absorvida. No cólon a lactose não digerida interage com bactérias causando os sintomas de intolerância.
Existem três tipos de intolerância à lactose.

Intolerância à lactose primária:

Essa é a forma mais comum de intolerância à lactose. Pessoas que desenvolvem esse tipo de intolerância começam a vida produzindo a quantidade normal de lactase. Quando o desmame acontece as taxas de produção diminuem gerando a intolerância.
A intolerância primária tem origem genética.

Intolerância à lactose secundária:

Essa forma de intolerância ocorre quando o intestino delgado diminui a produção de lactase depois de alguma doença, lesão ou cirurgia no mesmo.
Tratamento médico pode reverter essa condição.

Intolerância à lactose congênita:

É possível, porém muito raro, que bebês nasçam com intolerância à lactose causada por falta completa de produção de lactase.
Essa desordem passa de geração para geração em um padrão de herança chamado de autossômica recessiva (pai e mãe passam a mesma variante de gene para o filho).
Bebês pré-maturos também podem sofrer desse tipo de intolerância.

Fatores de risco:

- Idade. A intolerância à lactose geralmente ocorre em adultos sendo incomum em crianças e bebês.
- Etnia. A intolerância à lactose é mais comum em africanos, asiáticos, hispânicos e descendentes de índios americanos.
- Nascimento prematuro. O nascimento prematuro faz com que a criança tenha níveis de produção de lactase reduzidos.
- Doenças que afetam o intestino delgado. Problemas no intestino delgado podem causar intolerância a lactose, crescimento bacteriano, doença celíaca e doença de Crohn.
- Alguns tratamentos de câncer. A radioterapia no abdômen e complicações intestinais causadas pela quimioterapia pode gerar intolerância à lactose.
Para diagnosticar a intolerância à lactose o médico pode pedir o teste de tolerância à lactose, teste de respiração de hidrogênio e teste de acides de fezes.

Tratamento:

Não existem formas de aumentar a produção de lactase no organismo, porém existem formas de evitar o desconforto causado pela intolerância. São eles:
- Evitar grandes quantidades de produtos lácteos.
- Inserir pequenas quantidades de produtos lácteos na dieta.
- Consumir sorvete e leite com lactose reduzida.
- Beber leite após adicionar líquidos ou soluções que quebram a lactose.
A falta de cálcio por não consumir produtos lácteos pode ser resolvida ingerindo outros alimentos como:
- Brócolis.
- Salmão enlatado.
- Leite de soja e leite de arroz.
- Laranja.
- Espinafre.
- Feijão.
- Ruibarbo.
- Produtos enriquecidos com cálcio.
A intolerância à lactose pode ser difícil porém não é grave.

Para mais informações procure o seu médico.

Você sabe se a cor da sua urina está normal?



A cor normal da urina varia de amarelo claro a laranja escuro. As cores são resultado de um pigmento chamado de urocromo e o quão diluída ou concentrada a urina se encontra.
Pigmentos e outros compostos encontrados em certos alimentos e remédios podem mudar a cor da urina. Beterraba, bagas e favas podem influenciar a cor. Muitos remédios dão a urina cores vibrantes como vermelho framboesa, amarelo limão e azul esverdeado.
A cor incomum da urina pode ser o indicador de diversas doenças.
Os pigmentos amarelos se diluem de acordo com a quantidade de água ingerida, portanto quanto mais água mais diluída e clara fica a urina.A desidratação severa pode deixar a urina laranja.

É recomendado visitar o médico quando:

- Há sangue visível na urina. O sangue na urina pode indicar infecção urinária e pedras no rim. O sangramento indolor pode indicar doenças mais sérias como o câncer.
- Urina escura ou laranja. O fígado pode estar com problemas se a urina se encontra escura ou laranja. Outros indicadores são: fezes claras e pele e olhos amarelados.

Causas de urina vermelha ou rosa:

- Sangue. Os causadores de sangue urinário são: infecções urinárias, aumento da próstata, tumores, cistos renais, correr longas distancias e pedras no rim e bexiga.
- Alimentos. Beterrabas, amoras silvestres e ruibarbo podem deixar a urina vermelha ou rosa.
- Remédios. Rifampicina (antibiótico para o tratamento de tuberculose) pode deixar a urina laranja avermelhada, assim como fenazopiridina e laxantes que contem senna. A sulfasalazina e alguns remédios para quimioterapia também afetam a cor da urina.

Causas de urina laranja:

Em alguns casos, a urina laranja pode indicar problemas no fígado ou ducto biliar. A desidratação também pode ser o motivo para a cor alaranjada.

Causas de urina azul ou verde:

- Corantes. Comidas com muitos corantes podem deixar a urina verde.
- Remédios. Amitriptilina, indometacina e propofol podem deixar a urina azul ou verde.
- Condição médica. A urina azul pode ser causada por hipercalcemia familiar benigna. A cor verde pode ser resultado de infecções urinárias causadas por bactérias pseudomonas.

Causas de urina marrom escura ou cor de coca-cola:

- Comida. Comer grandes quantidades de grãos de fava, ruibarbo e aloés pode deixar a urina marrom escura.
- Remédios. Muitos remédios podem escurecer a urina. Remédios contra a malária, antibióticos (Flagyl), laxantes contendo cascara ou senna e metocarbamol (relaxante muscular).
- Condições médicas. desordens no fígado e rim.
- Exercícios extremos. Lesões musculares e no rim podem resultar em urina rosa ou com cor de coca-cola.

Fatores de risco:

- Idade. Tumores na bexiga e no rim, mais comuns em homens velhos, podem causar sangue na urina. Homens com 50 anos ou mais apresentam sangue na urina devido ao aumento da próstata.
- Sexo. Mais da metade das mulheres apresentarão infecções urinárias em algum período da vida. Homens possuem maiores chances de apresentar pedras no rim.
- Histórico familiar. Pessoas com histórico familiar de doenças no rim tem mais chances de desenvolver a doença.
- Exercícios extremos. Corredores de longas distancias podem apresentar sangue na urina.
A analise da urina e o exame de sangue podem diagnosticar a condição do paciente.
O tratamento médico não foca na mudança da cor da urina, mas sim na condição subjacente.
É recomendado que se beba bastante líquidos para que o corpo se mantenha hidratado e saudável.

Para mais informações procure o seu médico.

Fonte: Mayo Clinic.

Dilma nunca pediu vantagens, diz delação de Marcelo Odebrecht


Em sua delação premiada, Marcelo Odebrecht teria afirmado que a ex-presidente Dilma Rousseff nunca pediu recursos para ela mesma. As informações são do Estado de S. Paulo.
A nota afirma ainda que Marcelo Odebrecht teria dito que ela tinha conhecimento de todo o esquema da Petrobrás.
>> Veja a nota na íntegra
Emilio Odebrecht, filho do fundador da empresa, Norberto, assinou o acordo de delação premiada no âmbito da Operação Lava Jato. Executivos da empreiteira já começaram a assinar os acordos, na quinta-feira (1º). No total, 77 executivos e ex-executivos fecharão acordos com o Ministério Público Federal no âmbito da Operação Lava Jato, inclusive o ex-presidente Marcelo Odebrecht.
Devido ao alto número de delatores, a etapa de assinaturas só deve terminar na sexta-feira. A delação da Odebrecht é a mais aguardada da Lava Jato, já que documentos encontrados na empresa relacionam mais de 200 políticos.
Dilma não pediu vantagens, diz delação de Marcelo Odebrecht
Odebrecht assina acordo de leniência e pagará multa de R$ 6,7 bi
Também nesta quinta-feira, a Odebrecht começou a assinar, em Curitiba, o acordo de leniência com os procuradores da Lava Jato. A empreiteira se compromete a pagar uma multa de R$ 6,7 bilhões em 20 anos. O dinheiro será dividido entre o Brasil, que ficará com a maioria do montante, Estados Unidos e Suíça.
O acordo de leniência permite que a empresa possa continuar sendo contratada pelo poder público. Também retira um entrave à contratação de empréstimos junto a instituições financeiras.
As autoridades americanas exigiram o aumento de pelo menos US$ 50 milhões no montante que será transferido para o país, além de mudanças nas condições de pagamento.
A próxima etapa será a homologação do acordo pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki.  Os executivos deverão prestar depoimentos detalhando os fatos relatados de forma resumida até o momento.
>> Executivos da Odebrecht assinam delações premiadas
>> Lista da Odebrecht relaciona mais de 200 políticos e valores 
>> Planilha da Odebrecht indica uso de cervejaria em doações
>> Odebrecht decide colaborar de forma “definitiva” com investigação da Lava Jato

Defesa de Lula informa a Moro sobre ida a Cuba

SP 247 - Os advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva informaram nessa quinta-feira, 1º, ao juiz federal Sérgio Moro sobre a viagem que Lula fará a Cuba neste fim de semana, para participar das homenagens ao líder cubano Fidel Castro, que morreu aos 90 anos, na semana passada. 
Lula participa da solenidade junto com a ex-presidente Dilma Rousseff. 
Não há decisão ou recomendação para que o ex-presidente não viaje. Pela lei, ele só é obrigado a notificar sobre sua eventual saída do País, indicando onde vai ficar, caso viaje por mais de uma semana.
Apesar disso, a defesa do ex-presidente optou por avisar a Moro e aos outros juízes responsáveis pelos processos envolvendo o petista, que responde a acusação de ter proprietário de um apartamento triplex na orla de Guarujá, e também por suposta tentativa de obstruir a Justiça na delação premiada de Nestor Cerveró, alegação negada pelo próprio Cerveró.

Cartões mostram como Geddel pressionava Calero: “Já mandei para Casa Civil”



Por Fernando Brito, editor do Tijolaço
Na coluna  de Sonia Racy, no Estadão, os sinais  de  que aquilo que Marcelo Calero  chamou de “lastro probatório” tem mais chumbo que as gravações telefônicas.
Dois cartões timbrados do ex-chefe da Secretaria de Governo de Michel Temer foi muito mais longe do que fazer um simples pedido para que se liberasse a construção embargada em Salvador da qual é proprietário.
No primeiro, pede que seja exonerado Fernando Ornellas, então titular do Iphan baiano. Segundo Racy, “em face às novas diretrizes governamentais”.
No outro, remete o currículo de Bruno Tavares, que assumiria a direção do Iphan baiano  e liberaria a obra geddelina, com o “delicado” aviso – em negrito: “Informo que encaminhamos o nome para a Casa Civil”.
A Casa Civil, sabe-se, é dirigida por Eliseu Padilha, que também pressionou o ex-ministro da Cultura.
Não foi um pedido para “quebrar o galho”. Foi um trator sobre Calero e o Iphan.
Temer foi a cereja do bolo fedorento.

Pai de zagueiro da Chapecoense critica ‘falta de respeito’ do golpista Temer


"Qual é a importância que vai ter um abraço nele pra mim? Eu acho até uma falta de respeito dele ficar lá. Eu acho que ele teria que vir aqui participar, ficar aqui com nós. Agora o que ele tem de importante que ele vai esperar nós no aeroporto? Por que ele é presidente?", questionou.
"Qual é o motivo que eu tenho para ir ao aeroporto? Receber um consolo dele? Eu acho o fim do mundo até esse tipo de ... não estou acreditando que isso seja verdade", afirmou ainda, bastante irritado.
A previsão era de que Temer não participaria do velório nesta sexta-feira, que acontecerá no estádio do clube, mas iria até Chapecó prestar solidariedade às famílias após o acidente que matou 71 pessoas. Com receio de vaias, Temer pretende ficar no aeroporto da cidade, acompanhando a chegada dos corpos

Temer e Meirelles derrubam investimentos e produção industrial

Resultado de outubro, de queda de 1,1%, é o pior em três anos, o que comprova que o golpe continua fazendo estragos na economia brasileira; sobre o mesmo mês do ano anterior, a produção apresentou queda de 7,3%, chegando ao 32º mês seguido no vermelho nessa base de comparação; depois de quedas do PIB de 5% em 2015 e de 3,5% em 2016, 2017 já é considerado um ano perdido; em Brasília, crescem as pressões pela demissão do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que não apresentou nenhuma medida capaz de estimular uma retomada da economia; indústria afunda e investimentos nunca foram tão baixos como agora; promessa de Temer e Meirelles era a volta da confiança
Por Rodrigo Viga Gaier e Camila Moreira
RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) - A produção industrial voltou a cair em outubro, acima do esperado e no pior resultado para o mês em três anos, iniciando o quarto trimestre com mais um indício da fraqueza que marcou o ano todo, principalmente dos investimentos.
A produção industrial recuou 1,1 por cento em outubro sobre o mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, após avanço de 0,5 por cento em setembro. Esse é o pior resultado para o mês desde 2013, quando a produção apresentou perda de 1,5 por cento.
O que Meirelles prometeu e não cumpriu:

Sobre o mesmo mês do ano anterior, a produção apresentou queda de 7,3 por cento, chegando ao 32º mês seguido no vermelho nessa base de comparação.
"A indústria está bem distante do patamar máximo, ela vem perdendo dinamismo e não sabemos onde isso vai parar. O setor industrial carece de estímulos", destacou o economista do IBGE André Macedo.
Os resultados foram piores do que as expectativas em pesquisa da Reuters com economistas, de recuo de 0,8 por cento na variação mensal e de queda de 6,45 por cento na base anual.
Em outubro, as perdas foram generalizadas entre as categorias analisadas. A produção de Bens de Capital, uma medida de investimento, apresentou queda de 2,2 por cento sobre setembro, chegando a quatro meses consecutivos de recuos. Bens Intermediários caíram 1,9 por cento, apagando o ganho de 0,9 por cento visto no mês anterior.
Entre os 24 ramos pesquisados, 20 apresentaram perdas, com destaque para produtos alimentícios (-3,1 por cento) e veículos automotores, reboques e carrocerias (-4,5 por cento).
A forte queda dos investimentos foi justamente um dos principais motivos para que a recessão brasileira tenha se aprofundado no terceiro trimestre, com o Produto Interno Bruto (PIB) encolhendo 0,8 por cento.
A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), uma medida de investimento, despencou 3,1 por cento entre julho e setembro, a queda mais acentuada desde o último trimestre de 2015.
A confiança da indústria brasileira chegou a registrar leve alta em novembro com a melhora tanto das expectativas quanto da situação atual, de acordo com dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV).[nE6N1DU002]
Entretanto, as perspectivas para o setor permanecem fracas, com o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) apontando que a recessão econômica brasileira continuou prejudicando o fluxo de pedidos para a indústria em novembro e que o setor permaneceu em forte contração.[nE6N1DU002]
"Aquele ambiente de incerteza que há uns quatro meses se dissipou agora volta com força no presente e retrai todo mundo", completou Macedo, do IBGE.
Veja abaixo os resultados da produção industrial:
Categorias de Uso Mensal Anual Acumulado em 12 meses
(%) (%) (%)
.Bens de Capital -2,2 -9,8 -17,4
.Bens Intermediários -1,9 -7,0 -8,0
.Bens de Consumo -0,4 -7,3 -7,1
.. Duráveis -1,2 -6,8 -19,2
.. Semiduráveis e Não
Duráveis -0,8 -7,5 -3,8
.Indústria Geral -1,1 -7,3 -8,4

JB detona Reinaldo: pau mandado do PSDB

Temer cometeu crime de responsabilidade




Beto Barata/PR

Logo após o injusto processo de impeachment da presidente da República, Dilma Rousseff, foram veiculadas diversas gravações de líderes relevantes do PMDB e da política brasileira ressaltando que era fundamental derrubar a presidente para estancar a operação Lava-Jato. Agora, a maioria daqueles que votaram a favor do impeachment quer fazer a anistia do Caixa Dois. É evidente que até este domingo (27 /11), eles tinham absoluta certeza que Michel Temer iria sancionar essa anistia, pelo menos era o que se ouvia no plenário, na semana passada.
Fiz questão de assistir a entrevista coletiva de Michel Temer. Percebi, claramente, um homem acuado, que tem consciência do erro irreparável que cometeu ao tentar resolver um assunto do interesse particular de um ministro, o agora ex-ministro Geddel Vieira Lima. O presidente Temer sabe, como constitucionalista que é ou era, que infringiu a Constituição. O menos preparado advogado do Brasil sabe que Michel Temer cometeu crime de responsabilidade. Por isso, em função deste erro fatal, o Michel Temer recuou e agora nega a articulação pró-anistia, feita em conjunto com a maioria dos seus líderes, e diz que vai vetar qualquer tentativa de anistiar o Caixa Dois.
Temer tenta reparar a sua imagem impopular que se agravou com esse episódio. Temer fez uma articulação imobiliária com os seus ministros para tentar atropelar a decisão correta do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). O mais impressionante é Temer ter recomendado ao ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, que procurasse a Advocacia Geral da União, porque ela teria uma saída para um assunto de interesse privado. Temer parece que esqueceu a função da AGU. O empreendimento não pertence à União, não existe interesse da União. Não tenho dúvida de que trata-se de um caso de impeachment, segundo a Constituição do Brasil.
Por Silvio Costa

O governo golpista do Temer sobrevive por inércia


O sonho da direita, desde que perdeu o governo, em 2002, era tirar o PT do governo, da forma que fosse. Tentou o impeachment do Lula, com o "mensalão", mas recuou, não se atreveu, com medo da reação popular. Tentou nas eleições de 2006, 2010 e 2014, mas foi derrotada, porque os brasileiros preferiram o modelo de desenvolvimento econômico com distribuição de renda, do PT, à prioridade do ajuste fiscal dos tucanos.
Diante da possibilidade de seguir perdendo, a direita apelou para o atalho do golpe. Com Aécio e os tucanos ou com quem fosse, se buscava a forma de tirar o PT do governo. Que terminou recaindo em Temer e o PMDB.
Haveria um risco, pela incompetência do Temer, pelo programa de ajuste fiscal reformulado pelo PMDB, pelo caráter ilegal do impeachment, mas era o que a direita tinha para usar contra o governo da Dilma. E apelou para essa aventura.
Seis meses depois, fica claro que houve um assalto ao poder por parte de uma gangue mafiosa, que usa o pretexto do ajuste fiscal para ganhar o grande empresariado, para culpar o PT pelos supostos gastos excessivos em políticas sociais, que teriam gerado a crise econômica. Avançaram no caminho aventureiro de desmonte do Estado, na direção oposta da forma como o Brasil tinha resistido à crise recessiva internacional. Na via de ruptura com a prioridade das políticas sociais, que tinha feito o Brasil se tornar menos desigual, de sair do Mapa da Fome. Desfaz a política de alianças do Brasil no mundo, que permitiu a projeção internacional do pais, para transforma-lo numa republiqueta sem nenhuma importância, que merece o desprezo do mundo.
Mas nada deu certo. A economia não da nenhum sinal de recuperação, começa o empurra-empurra de anuncio de retomada de um semestre para o seguinte, como mera falta de resposta. O governo vive de crise em crise, revelando sua fragilidade política e moral diante de qualquer episódio que envolva ministros notoriamente envolvidos com corrupção, antes mesmo de que saia a delação da Odebrecht, que promete comprometer grande parte da base de apoio parlamentar do governo, além de outra leva de seus ministros.
Se reitera a pergunta e as especulações sobre até quando sobrevive o governo Temer, que notoriamente deu errado. A direita não tem hoje um comando unificado. Ela tinha uma unidade férrea contra o governo do PT, agora se divide entre fortalecer o governo do Temer ou buscar alternativa para substituí-lo.
O governo visivelmente perdeu o apoio da mídia, que cada vez mais o critica. Mas a operação de substituição do Temer por outro quadro da direita, já no começo do ano que vem, que pode parecer uma operação razoável, tem riscos. Ela precisa obter um novo grande consenso entre as forcas da direita, sem o qual não pode ocorrer. Conseguiram o consenso em torno do apoio ao Eduardo Cunha para levar a cabo o golpe e depois para depô-lo, quando ele já não lhes servia. Será difícil conseguir algo similar.
Em primeiro lugar, o PMDB, que continua a ser o partido majoritário no bloco da direita, perderia muito com a mudança, se não for por um quadro dele. Os membros do governo, no qual se protegem das acusações de corrupção, se veriam desprotegidos e provavelmente resistiriam muito a uma mudança desse tipo. Ou então usariam sua forca parlamentar para entregar o Temer, se a situação deste se tornar insuportável – o que pode acontecer com as delações da Odebrecht -, mas impondo alguém do PMDB, que os projeta. Nesse caso, as fragilidades atuais persistiriam, porque grande parte dele está citado ou é diretamente réu na Lava Jato. As delações da Odebrecht produzirão um novo cenário em termos de acusações e fragilidades dos quadros do próprio governo, permitindo reavaliar as possibilidades de uma operação de mudança dentro do golpe.
O que acontece hoje é que o governo Temer sobrevive por inércia, por aparelhos, por dificuldades de uma operação de sua substituição. Se vale, ao máximo, da sua maioria esmagadora no Congresso, para avançar seu pacote de projetos, mas não se sabe até quando seguira contando com essa maioria. O mais provável, hoje, é que a inércia empurre o governo pra frente, até quando as condições de governabilidade o permitam, incluindo ate quando a blindagem do próprio Temer possibilite.
O que faz prenunciar um ano de 2017 em nada menos instável do que anos anteriores, pela fraqueza do governo, pela sua rejeição popular cada vez mais acentuada e pela proximidade da campanha eleitoral de 2018, para a qual o governo está em péssimas condições.

Uso de testosterona contribui para a cura do câncer do próstata

Hormônio já foi considerado ‘combustível’ para aumento da doença


Médica observa células cancerígenas - Free Images
RIO — Um homem com câncer de próstata avançado teria sida curado depois que os médicos “chocaram” o tumor até a morte com grandes quantidades de testosterona.
O resultado foi descrito como “inesperado” e “excitante” porque a maioria das terapias de câncer de próstata trabalha através da privação de tumores de testosterona, que o usa como um “combustível”.
Outros homens gravemente doentes que participaram do mesmo experimento mostraram respostas que espantaram os cientistas, como a redução de tumores e a interrupção do avanço da doença.
Muitas pessoas envolvidas no experimento também registraram resultados positivos. Os cientistas realizaram o teste pela observação de níveis de antígeno prostático específico (PSA), um marcador de sangue usado para monitorar o câncer de próstata, que caiu na maioria dos 47 participantes da pesquisa.
Um indivíduo mostrou uma pequena quantidade de PSA em seu corpo — além de nenhum traço da doença. Ele foi considerado curado após 22 ciclos de tratamento.
Os pacientes completaram pelo menos três ciclos da chamada terapia androgênica. Isso significa que os corpos são “inundados” com testosterona e, seguida, passam a sentir sua falta.
Experiências de laboratório mostram que o hormônio suprimiu células cancerosas e, em alguns casos, conseguiram matá-las.
— Estamos ainda nos estágios iniciais para descobrir como isso funciona e como podemos incorporá-los no tratamento do câncer de próstata — explica San Denmeade, professor da Faculdade de Medicina da Universidade Johns Hopkins (EUA), autor-chefe do estudo. — Até agora, observamos uma redução de até 50% dos níveis de PSA em alguns homens. Há pacientes com respostas objetivas, com uma diminuição no tamanho da doença mensurável, principalmente nos gânglios linfáticos. Em muitos a doença não progrediu por mais de 12 meses. Acredito que curamos um paciente, cuja taxa de PSA foi zerada após três meses, e assim permaneceu por 22 ciclos do tratamento. Sua doença desapareceu.
Até o início do experimento, todos os pacientes tinham câncer que se espalhava pelo organismo e era resistente ao tratamento com duas drogas usadas populares na terapia hormonal, a abiraterona e a enzalutamida.
Os homens, então, receberam doses elevadas de testosterona uma vez a cada 28 dias. Ao mesmo tempo, também receberam uma droga que impediu a produção natural de pelos testículos.
— Nossa meta é “chocar” as células cancerígenas, expondo-as rapidamente a um nível muito grande, seguido por outro pequeno, de testosterona no sangue — conta Denmeade.
Segundo o pesquisador, houve modificações na sinalização celular e em parte do seu processo de divisão. Grandes doses de testosterona também pareciam causar a quebra de células com o câncer de próstata.




Células 'reprogramadas' combatem a cegueira

Cientistas russos conseguem criar retina a partir de reversão de tecido da pele

Moscou - A cura da cegueira está próxima. Quem garante é o Centro de Análises Clínicas de Medicina Físico-Química da Rússia. Cientistas afirmam ter cultivado, com sucesso, retinas através da reprogramação de células.
Segundo estudo publicado ontem no jornal ‘Izvestia’, o primeiro transplante de teste será realizado em 2017. Com a ajuda de novas tecnologias, cientistas planejam posteriormente realizar estudos no tratamento do Parkinson.
Primeiro transplante de teste deve ser realizado no ano que vem Reprodução
Reprogramação de células é um fenômeno bastante novo na ciência. Signa Yamanaka, da Universidade de Quioto, descobriu a capacidade única de células humanas de determinados tecidos, como a pele, de mudar sua estrutura para o estado embrionário. As células-tronco podem dar origem a quase todo tecido.
A partir dos fibroblastos da pele, pode-se criar uma retina. Esta operação permitirá tratar, por exemplo, pacientes que estão perdendo a visão por causa de degeneração macular, doença causadora da cegueira em pessoas com mais de 55 anos.
O laboratório de biologia disse que o tecido mais fácil de ser trabalhado no método de reprogramação é a pele, pois a realização da biopsia não causa danos graves ao paciente, e as células se multiplicam significativamente.
Mesmo havendo alguns tratamentos que retardam o progresso da cegueira, os pacientes com degeneração macular genética começam a cegar entre 20 e 30 anos, pois não há, até hoje, um remédio contra ela.

Lindbergh a Moro: e se um juiz do Texas grampeasse Clinton e Obama?


Leia reportagem do Infomoney sobre o assunto:
Em meio a um clima de tensão entre os poderes Legislativo e Judiciário, o Senado realizou, nesta quinta-feira, debate público sobre projeto de lei que tramita na casa e trata da tipificação de crimes de abuso de autoridade cometidos por magistrados e procuradores. Participaram como convidados da discussão os juízes federais Silvio da Rocha e Sergio Moro, além do ministro do Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Gilmar Mendes. Após a exposição dos convidados, a sessão foi aberta à participação dos parlamentares. O clima esquentou na vez de Lindbergh Farias (PT-RJ), que usou seu tempo para defender o projeto e questionar possíveis abusos cometidos por Moro na condução do processo da Lava Jato na 13ª Vara Federal de Curitiba, sobretudo no caso envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O magistrado disse que não poderia comentar os casos envolvendo o processo, mas respondeu o senador dizendo que o projeto em discussão seria uma afronta às investigações.
Confira a transcrição de parte da discussão:
Senador Lindbergh Farias (PT-RJ): Uma lei contra abuso de autoridade no Brasil é uma necessidade, e, por isso, acho que esse é o momento de discuti-la. Mais do que uma necessidade, uma nova de abuso de autoridade é uma urgência. Diariamente, o povo brasileiro sofre na pele o abuso de autoridade. Segundo dados do CNJ, 21 mil casos de abuso de autoridade foram catalogados em 2015. Ontem, teve aqui a votação da audiência de custódia. Nós temos 600 mil presos. Destes, 240 mil em prisão preventiva – e a sorte é que o CNJ implantou a audiência de custódia, porque, antes dela, existia prisão em flagrante, o preso demorava uma média de seis meses para ser levado ao juiz. Vossa excelência também falou da violência. Fui o relator da CPI sobre assassinato de jovens. Há um verdadeiro genocídio no país. Morrem 59 mil por ano assassinadas, metade jovens, 77% jovens, negros, moradores das periferias. E lá, como bem falou vossa excelência, não tem mandado de busca e apreensão para entrar na porta da casa do cidadão morador na favela, é pé na porta.
Trago aqui as palavras de Pedro Aleixo a Costa e Silva no dia da assinatura do AI-5. Disse ele: "o problema de uma lei assim não é o senhor, nem os que com o senhor governam o país. O problema é o guarda da esquina". Agora, na minha avaliação, tem que haver abuso de autoridade para todo mundo: polícia, deputado, senador... e também para o Ministério Público e o Judiciário. Impressiona algumas corporações entrarem nesse debate dizendo o seguinte: "não. Ministério Público e o Judiciário ficam fora do abuso de autoridade". Impressiona também algumas entidades de classe dizerem que é ataque ao Judiciário quando aqui foi formada uma comissão de senadores para discutir salários acima do teto. Tem desembargador e juiz ganhando R$ 90/100 mil. Isso não é ataque ao Judiciário. Agora, a discussão não é abuso de autoridade tirando Ministério Público e Poder Judiciário. A discussão tinha que ser outra. Tinha que ser: como construir uma lei de abuso de autoridade que não atrapalhe as investigações. É a isso que nós devemos nos deter aqui.
Conversei com os membros do Ministério Público e concordo com eles quando dizem o seguinte: "Olha, o Ministério Público é responsável por abrir o inquérito. Se eu não consigo colher provas mais à frente para apresentar uma denúncia...". Ele não pode ser responsabilizado, porque ele está trabalhando inicialmente com indícios.
Eu falo aqui porque nós queremos investigações amplas neste país. Agora, investigações dentro da lei, respeitando a Constituição. E falo isso com a autoridade de fazer parte de um partido que é muito atacado, mas a gente não teria essa legislação de combate às investigações sem os governos dos presidentes Lula e Dilma. A lei de organizações criminosas, e aí tem delações; a lei de transparência, a lei de acesso à informação; a constituição do CGU, a nomeação do promotor do Ministério Público mais votado. Porque antes, lembro-me na época do Fernando Henrique Cardoso: tinha o "Engavetador-Geral da República". O Brindeiro foi o 7º votado. Não. Com nós, é autonomia do Ministério Público plena, colocando o mais votado. As operações da Polícia Federal: em 8 anos de governo Fernando Henrique Cardoso, foram 48, seis por ano. Nós aparelhamos a PF e saltou de uma média de 6 por ano para 385. Por isso, eu digo: nós queremos investigação, mas tem que ter o respeito à lei e à Constituição.
Nos impressiona e preocupa a generalização de medidas e exceção, o uso abusivo de prisões preventivas para forçar delação, o uso abusivo de interceptações telefônicas, vazamentos. A discussão sobre direitos e garantias individuais, a presunção da inocência. Nos preocupa a seletividade quando se trata de agentes públicos, porque está na cara que tratam as organizações de esquerda, o PT, de forma diferenciada nesse processo todo.
E aí, digo, com todo respeito ao juiz Sergio Moro – não deixa de ser interessante vossa presença para discutir abuso de autoridade. E quero mostrar que há abuso de autoridade no Judiciário também. E digo no caso das conduções coercitivas, algo em torno de 200 na Lava Jato. No caso do presidente Lula, não poderia ter intimado? Ele iria lá depor. A lei é clara. O artigo 260 do Código Processual Penal diz: se o acusado não atender intimação para o interrogatório, reconhecimento ou qualquer ato, poderá mandar conduzi-lo a sua presença. Mas se ele não atender à intimação. No caso do Lula o que fizeram? Um grande espetáculo. Atacando o presidente Lula, conflagração das ruas, passeatas... e o pior, doutor Sergio Moro, o argumento de vossa excelência que diz que foi para garantir a segurança do Lula, a fim de evitar perturbação da ordem pública. Aí, o senhor leva ao aeroporto. O que houve? Briga de grupos rivais em frente.
[Interrupção de senadores]
E falo isso porque o ministro Marco Aurélio foi muito claro. Naquele caso, o ministro Marco Aurélio disse o seguinte: "eu não entendo. Um mandato de condução coercitiva só é aplicável quando o indivíduo apresenta resistência e não aparece para depor". E Lula não recebeu intimação. E diz mais ele: "Será que ele (Lula) quer esse tipo de proteção oferecida pelo juiz Sergio Moro? Eu acredito que, na verdade, esse argumento foi dado para justificar um ato de força. Esse é um revés, e não um progresso. Somos juízes, e não legisladores ou vingadores".
Mas eu mais adiante, doutor Sergio Moro, para mostrar abuso no Judiciário: interceptação telefônica de uma conversa da presidenta Dilma com o presidente Lula. Vossa Excelência gosta muito, vai muito e fala dos Estados Unidos. Imagine nos Estados Unidos, um juiz de primeira instância do Texas gravar uma conversa de Bill Clinton com Obama e divulgar em horário nobre horas depois da gravação. Foi isso que houve naquele casa. E o senhor sabe que foi uma gravação ilegal, porque o senhor já tinha mandado interromper interceptação às 11h12 da manhã. A gravação foi às 13h32. 6h da tarde estava na Globonews. Dá para aceitar isso? Naquele caso, o ministro Teori disse o seguinte: determinou que "as razões dadas pelo juiz Moro eram insuficientes para justificar essas medidas excepcionais, que foram tomadas por razões meramente abusivas. Quem diz é o ministro Teori. Ele diz mais: em linhas gerais, houve usurpação de competência do STF no curso da interceptação telefônica deferido pelo juízo reclamado, tendo como investigado Luiz Inácio Lula da Silva, foram captadas conversas com a presidenta da República. O magistrado de primeira instância, ao constatar a presença de conversas de autoridades com prerrogativa de foro, como é o caso da presidenta da República, deveria encaminhar essas conversas interceptadas para o Supremo Tribunal Federal". Vai mais o ministro Teori: "a divulgação pública – porque tem uma lei de interceptação telefônica; o artigo 8º diz que não pode haver vazamento – é inaceitável, contra uma regra constitucional expressa. Não é razoável dizer que o interesse público justifica a divulgação ou que as partes afetadas são figuras públicas. É preciso reconhecer a irreversibilidade dos efeitos práticos decorrentes da divulgação indevida de conversas telefônicas". Tem mais: para quê divulgar conversa da ex-primeira dama, dona Marisa, e dos seus filhos. Conversas íntimas, de sua nora. Nós não podemos aceitar isso. Estou discutindo abusos. Tem mais: interceptação de advogados. Isso em canto nenhum do mundo é aceito.
Tem uma nota da OAB. Gravaram o escritório de advocacia que defendia o presidente Lula. 25 advogados gravados, 300 clientes. Tem uma nota da OAB contra isso. Prisões preventivas abusivas. Tem um caso agora do funcionário da OAS: foi preso preventivamente por nove meses, condenado pelo juiz Sergio Moro a onze anos de prisão. O caso foi para o TRF e sabe o que aconteceu? Absolvido por unanimidade. Agora, o senhor prendeu por nove meses em prisão preventiva. Como restituir isso?
Esse uso abusivo de prisão preventiva está acontecendo a todo instante. Eu falo isso para encerrar meus questionamentos. Volto a dizer: nós defendemos investigações amplas, mas achamos que investigações amplas podem ser conduzidas respeitando a lei. É isso que está em jogo aqui. Estou tendo coragem para vir aqui para dizer o seguinte: acho que vivemos uma escalada autoritária. Há ameaça ao Estado democrático de Direito. Há elementos de Estado de Exceção se construindo.
O filósofo italiano Giorgio Agamben fala da convivência do Estado de Exceção com o Estado de Direito. Muitos falaram de Rui Barbosa. Citei Agamben porque me impressionou quando houve a reclamação do presidente Lula no TRF-4 e disseram que, no caso da Lava Jato, é uma situação excepcional. Como situação excepcional? Toda investigação tem que respeitar a lei. No caso da interceptação telefônica, não houve respeito à lei. Encerro falando de Rui Barbosa, que dizia: "a pior ditadura é a do Judiciário, porque contra ela você não tem a quem recorrer".
[PRESIDENTE DO SENADO RENAN CALHEIROS, ATENDENDO A PEDIDO, CONCEDE A PALAVRA AO JUIZ SERGIO MORO, CITADO EM DISCURSO ANTERIOR]
Juiz Sergio Moro: Sou um magistrado e esse caso Operação Lava Jato envolve casos que já foram julgados e casos, no entanto, que encontram-se pendentes. Não seria prudente da minha parte discutir esses casos pendentes, porque poderia ter interferência no meu julgamento deles, e mantenho essa imparcialidade. Teria o prazer em discutir esses casos, o que foi feito especificamente com a Petrobras quando isso fosse encerrado e dar minha opinião sobre o saque que foi feito. Mas fico preocupado – e aqui externo essa posição. Há essa afirmação de que o projeto da lei de abuso de autoridade não tem nenhuma intenção de frear a operação Lava Jato. Há essas afirmações de que a operação Lava Jato é sagrada, mas não obstante, com todo respeito ao eminente senador, aqui está se afirmando que eu, na condução do caso, cometi abuso de autoridade e devo ser punido. Parece-me claro que há uma intenção – não digo em relação a todos – clara de que o projeto de lei de abuso de autoridade seja utilizado especificamente para criminalizar condutas de autoridades envolvidas na operação Lava Jato. Para mim, ficou evidente com o discurso do eminente senador que o propósito é exatamente esse ao afirmar categoricamente que eu teria cometido atos de abuso de autoridade na condução dessa operação.
A questão a ser colocada é saber exatamente: é essa a intenção do projeto ou não é? Se for essa a intenção do projeto, insisto na necessidade ou do adiamento – porque vai passar um recado errado para a população – ou pelo menos a colocação dessas normas de salvaguarda para o juiz saber – e não digo aqui só o juiz de primeira instâncias... Várias das minhas decisões proferidas (e pode sempre haver discordância em relação a elas) foram mantidas pelo Tribunal Regional Federal da 4ª região, pelo Tribunal Superior Eleitoral e várias vezes por unanimidade, mesmo em relação a prisões preventivas decretadas na operação Lava Jato, pelo Supremo Tribunal Federal. Então, a intenção é essa: criminalizar todas essas autoridades? Porque há divergência eventual na interpretação que foi adotada pelos juízes.
Se a operação Lava Jato, como muitos dizem, é de fato sagrada, então tem que se pensar acerca da proposição dessa inovação na lei de abuso de autoridade e na intenção aparentemente explícita de que sejam criminalizados agentes envolvidos nessa operação