Hormônio já foi considerado ‘combustível’ para aumento da doença
RIO — Um homem com câncer de próstata avançado teria sida curado depois que os médicos “chocaram” o tumor até a morte com grandes quantidades de testosterona.
O resultado foi descrito como “inesperado” e “excitante” porque a maioria das terapias de câncer de próstata trabalha através da privação de tumores de testosterona, que o usa como um “combustível”.
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Muitas pessoas envolvidas no experimento também registraram resultados positivos. Os cientistas realizaram o teste pela observação de níveis de antígeno prostático específico (PSA), um marcador de sangue usado para monitorar o câncer de próstata, que caiu na maioria dos 47 participantes da pesquisa.
Um indivíduo mostrou uma pequena quantidade de PSA em seu corpo — além de nenhum traço da doença. Ele foi considerado curado após 22 ciclos de tratamento.
Os pacientes completaram pelo menos três ciclos da chamada terapia androgênica. Isso significa que os corpos são “inundados” com testosterona e, seguida, passam a sentir sua falta.
Experiências de laboratório mostram que o hormônio suprimiu células cancerosas e, em alguns casos, conseguiram matá-las.
— Estamos ainda nos estágios iniciais para descobrir como isso funciona e como podemos incorporá-los no tratamento do câncer de próstata — explica San Denmeade, professor da Faculdade de Medicina da Universidade Johns Hopkins (EUA), autor-chefe do estudo. — Até agora, observamos uma redução de até 50% dos níveis de PSA em alguns homens. Há pacientes com respostas objetivas, com uma diminuição no tamanho da doença mensurável, principalmente nos gânglios linfáticos. Em muitos a doença não progrediu por mais de 12 meses. Acredito que curamos um paciente, cuja taxa de PSA foi zerada após três meses, e assim permaneceu por 22 ciclos do tratamento. Sua doença desapareceu.
Até o início do experimento, todos os pacientes tinham câncer que se espalhava pelo organismo e era resistente ao tratamento com duas drogas usadas populares na terapia hormonal, a abiraterona e a enzalutamida.
Os homens, então, receberam doses elevadas de testosterona uma vez a cada 28 dias. Ao mesmo tempo, também receberam uma droga que impediu a produção natural de pelos testículos.
— Nossa meta é “chocar” as células cancerígenas, expondo-as rapidamente a um nível muito grande, seguido por outro pequeno, de testosterona no sangue — conta Denmeade.
Segundo o pesquisador, houve modificações na sinalização celular e em parte do seu processo de divisão. Grandes doses de testosterona também pareciam causar a quebra de células com o câncer de próstata.
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