Colombiano Vélez Rodriguez concedeu entrevista estarrecedora à revista Veja. Disse que brasileiros roubam até hotéis quando viajam ao exterior, diz que vai acabar com cotas e com a universidade pública; "O brasileiro viajando é um canibal. Rouba coisas dos hotéis, rouba assento salva-vidas do avião; ele acha que sai de casa e pode carregar tudo", disse Vélez Rodríguez; ou seja: nunca, em toda a sua história, os brasileiros foram tão humilhados por uma autoridade públic
1 DE FEVEREIRO DE 2019
247 - O colombiano Ricardo Vélez Rodriguez, ministro da Educação do governo de Jair Bolsonaro, concedeu entrevista estarrecedora à revista Veja, que vai às bancas neste fim de semana.
Vélez chama os brasileiros de ladrões e disse que eles roubam até hotéis quando viajam ao exterior. "O brasileiro viajando é um canibal. Rouba coisas dos hotéis, rouba assento salva-vidas do avião; ele acha que sai de casa e pode carregar tudo. Esse é o tipo de coisa que tem que ser revertido nas escolas", afirmou.
O ministro disse também que vai acabar com cotas e com a universidade pública. "Em nenhum país do mundo a universidade chega para todos. Ela representa uma elite intelectual, para a qual nem todos estão preparados", afirmou.
Nunca, em toda a sua história, os brasileiros foram tão humilhados por uma autoridade pública.
O ministro Marco Aurélio Mello do STF negou nesta sexta-feira o pedido do agora senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) para suspender as investigações do Ministério Público e da Justiça do Rio sobre as milionárias movimentações financeiras do caixa do clã Bolsonaro, o ex-PM Fabrício Queiroz; segundo o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio, movimentou mais de R$ 7 milhões em apenas três anos; com a decisão, cai a proteção erguida por Luiz Fux para o clã Bolsonaro em 17 de janeiro
1 DE FEVEREIRO DE 2019
247 - O ministro Marco Aurélio Mello do STF negou nesta sexta-feira o pedido do agora senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) para suspender as investigações do Ministério Público e da Justiça do Rio sobre as milionárias movimentações financeiras do caixa do clã Bolsonaro, o ex-PM Fabrício Queiroz. Segundo o o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio, movimentou mais de R$ 7 milhões em apenas três anos. Com a decisão, cai a proteção erguida por Luiz Fux para o clã Bolsonaro em 17 de janeiro Marco Aurélio arquivou o pedido sem julgá-lo e, como consequência, terão continuidade as investigações na primeira instância da Justiça do Rio de Janeiro.
Marco Aurélio já havia sinalizado há duas semanas que rejeitaria o pedido da defesa de Flávio Bolsonaro. "Tenho negado seguimento a reclamações assim, remetendo ao lixo", afirmou o ministro ao blog da jornalista Andréa Sadi na ocasião.
Além da movimentação de R$ 1,2 milhão durante um ano (2016) e mais de R$ 7 milhões em três, o Coaf identificou ainda, que, entre junho e julho de 2017, foram efetuados 48 depósitos em dinheiro numa conta de do parlamentar que totalizam R$ 96 mil. O teor do documento foi divulgado pelo Jornal Nacional.
O senador eleito também negociou dois apartamentos em bairros nobres do Rio de Janeiro, no valor de R$ 4,2 milhões, entre 2014 e 2017. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, o período de aquisição é o mesmo em que o Coaf identificou a movimentação de R$ 7 milhões nas contas de Fabrício Queiroz.
A pesquisa foi realizada pelo Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs), da Fiocruz Bahia.
Daiane Machado, uma das pesquisadoras, explica que a transferência de renda e a diminuição da desigualdade inibem a violência.
“Com o aumento da renda, há uma redução do estresse socioeconômico, então há o alívio do estresse familiar, diminui o consumo de álcool, que são também os fatores associados aos homicídios. E pelo próprio aumento da renda em si que vai elevar o consumo e aumentar o acesso aos bens e serviços”, explica.
A conclusão de Machado é de que o Bolsa Família protege a população contra a violência e aumenta o efeito quanto maior for a cobertura.
“O programa aumentou a escolaridade e a gente realmente conseguiu tirar os adolescentes das ruas e isso diminui a exposição a situação de violência”, explica Daiane.
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, inovou jurisprudencialmente ao conceder hoje (30) um habeas corpus para Genival Inácio da Silva, o Vavá, morto desde ontem (29), para visitar o ex-presidente Lula. Explica-se.
Temendo manifestações populares no entorno do Cemitério da Paulicélia, em São Bernardo do Campo (SP), Toffoli autorizou a transferência de Lula para o velório num regimento militar. Nesse caso, o ex-presidente estaria proibido de despedir-se do irmão no local da cerimônia. Portanto, o defunto é que deveria ir visitar Lula no local indicado pela justiça.
“Toffoli foi para o deboche: concedeu habeas corpus para o morto visitar o irmão preso”, criticou o deputado Wadih Damous (PT-RJ), ex-presidente da OAB-RJ.
Lula foi proibido de ir ao velório, pois a decisão do ministro do STF ocorreu após o enterro de Vavá. A autorização era para que o ex-presidente se encontrasse com os familiares, mas sem repórteres e celulares, enfim, sob censura.
A executiva nacional do PT protestou por meio de nota oficial afirmando que “a perseguição ao ex-presidente Lula não tem fim e neste episódio rebaixou-se ao nível da crueldade e da vingança”.
O artigo 120, parágrafo 1º, da Lei de Execução Penal garante a todo cidadão participar dos funerais de familiares: irmãos, pais e filhos. “Esse direito legal e humanitário, que atende a todos os cidadãos, foi negado a Lula pelos mesmos perseguidores e carrascos que o condenaram e prenderam ilegalmente, para impedir que fosse eleito presidente da República”, reagiram os petistas.
O PT vê mais perversidade moral do judiciário, atualmente, que na ditadura militar.
“Nem mesmo a ditadura foi tão cruel e mesquinha em relação a Lula, que saiu da prisão por um dia, em abril de 1980, para participar do sepultamento da mãe, dona Lindu. Na época, Lula e outros dirigentes do Sindicato dos Metalúrgicos foram presos por 31 dias com base na Lei de Segurança Nacional’, diz um trecho da nota.
O cantor e compositor Milton Nascimento abriu seu show no Mineirão - realizado no sábado, dia 26 - com o 'hino' de amor a Minas Gerais em alusão à tragédia de Brumadinho: a canção 'Para Lennon e McCartney'. Milton ressaltou: "não foi desastre, foi crime" e replicou a frase nas redes sociais. O compositor mineiro de 76 anos comemora os 45 anos do álbum Clube da Esquina nos palcos, em grande turnê pelo país.
A reportagem do jornal Estado de S. Paulo destaca a efeméride musical dos mineiros: "com as comemorações de 45 anos do álbum Clube da Esquina, de Milton e Lô (1972), em 2017, e de 40 anos do disco Clube da Esquina 2 (1978) no ano passado, surgiu a ideia de reviver essa obra no palco de uma maneira inédita: reunindo as canções dos dois discos. A turnê Clube da Esquina estreia em Juiz de Fora, no dia 16 de março, e segue para outras cidades, incluindo Rio, Lisboa, Porto, Zurique, Paris, Amsterdã e Madri. Em São Paulo, no Espaço das Américas, o primeiro show, no dia 27 de abril, já está com lotação esgotada, e, para a data extra, no dia 28, há poucos ingressos."
"No repertório, estão canções como Clube da Esquina 2, O Trem Azul, Cais, Cravo e Canela, Maria, Maria e Nada Será Como Antes, além da clássica Para Lennon e McCartney, tirada do disco solo Milton, de 1970 – e que dialoga com essa história. Aliás, foi com Para Lennon e McCartney que Milton abriu seu show no sábado, 26, no Mineirão, como hino de amor a Minas após a tragédia em Brumadinho – e, nas redes sociais, ele replicou a frase: 'Brumadinho: Não foi desastre. Foi crime!'."
O relator especial das Nações Unidas para Direitos Humanos e Substâncias Tóxicas, Baskut Tuncak, disse que a tragédia de Brumadinho deve ser investigada como crime.
“Esse desastre exige que seja assumida responsabilidade pelo o que deveria ser investigado como um crime. O Brasil deveria ter implementado medidas para prevenir colapsos de barragens mortais e catastróficas após o desastre da Samarco de 2015”, disse Tuncak, em referência à tragédia de Mariana.
Segundo o relator da ONU, as autoridades brasileiras deveriam ter aumentado o controle ambiental, mas foram “completamente pelo contrário”, ignorando alertas da ONU e desrespeitaram os direitos humanos dos trabalhadores e moradores da comunidade local.
“Os esforços contínuos no Brasil para enfraquecer as proteções para comunidades e trabalhadores que lidam com substâncias e resíduos perigosos mostram um desrespeito insensível pelos direitos das comunidades e dos trabalhadores na linha de frente”, disse o especialista.
A presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, produziu um dos mais virulentos artigos contra Jair Bolsonaro e seu clã e, por tabela, sobrou também para Sérgio Moro.
Gleisi, a exemplo de todo o país, cobra explicações dos Bolsonaro sobre depósitos suspeitos na conta do senador eleito Flávio Bolsonaro e aponta a gravidade do envolvimento do clã com as milícias cariocas.
Um país agredido por mentiras e acuado por milícias
Gleisi Hoffmann*
Sérgio Moro e Jair Bolsonaro têm muito a explicar ao país. Arautos da moralidade e ferrenhos defensores do combate ao crime e à violência, estão enredados por um governo que começa a ser a tradução linear do que se propuseram a combater.
Os fatos divulgados são pródigos em evidências. A família Bolsonaro não consegue explicar depósitos suspeitos em contas correntes, cujas origens e destinações são duvidosas. Tudo leva a crer num esquema de desvios de contas salariais de funcionários laranjas e transações mal explicadas de imóveis. O resultado foi um aumento patrimonial pouco compatível com a remuneração legal do clã.
Soma-se a isso o esforço de abafar as investigações e o requerimento de foro privilegiado do filho acusado.
Esses fatores já seriam graves por si só. Mas vêm acompanhados da denúncia do envolvimento dos Bolsonaro com as milícias cariocas, com contratação de parentes de chefes do escritório do crime no Rio de Janeiro. Além de homenagens do parlamentar aos milicianos e manifestações formais de apoio à sua atuação. Está neste rol um dos presos pela suspeita dos assassinatos de Marielle e Anderson.
Sérgio Moro, que não encontrou nenhum depósito na conta de Lula, de Marisa ou de seus filhos, que foi Leão nas investigações e acusações contra o PT, que fez shows pirotécnicos na condução coercitiva de Lula e em prisões de filiados do PT, que impediu Lula de ser ministro e depois condenou-o à prisão pra impedi-lo de ser candidato a presidente, está um gatinho com a família Bolsonaro, a quem deve seu posto no governo.
Até agora não emitiu sequer opinião sobre o que acontece. É evasivo nas respostas, faz cara de paisagem, como se nada tivesse com a situação que o rodeia. Abrandou o discurso contra a corrupção e não se colocou contra o fim da Lei de Acesso à Informação, implantada no governo petista, nem contra as tentativas do Banco Central de afrouxar as regras de controle da lavagem de dinheiro e da retirada de parentes de políticos de uma lista de monitoramento, além de limitar a investigação do COAF. Fico imaginando se isso tivesse acontecendo em um governo do PT…
E o crime, como vai enfrentar? Começará pelas milícias já identificadas no Rio de Janeiro? Logo devem aparecer as de São Paulo e outras ramificações. Vai fazer coro com a exaltação de criminosos que resolvem vender serviços matando a esmo? É repugnante a situação.
Agora, começa a ficar clara a real intenção de Bolsonaro para facilitar a posse de armas. Medida apoiada e defendida por Moro. Como se defender desta ação paramilitar que começa a tomar conta do Estado e caminha para a institucionalidade. É muito compreensível a decisão de Jean Willys de ir embora. Recorrer a quem?!
Os dois arautos da moralidade e da segurança, que representando forças e interesses poderosos da economia e das elites brasileiras trouxeram o país a esta situação, têm o dever moral e público de falar sobre os fatos. A história é impiedosa com os que mentem e perseguem.
*Gleisi Hoffmann é senadora (PT-PR) e presidenta nacional do Partido dos Trabalhadores.