4.29.2013

A QUALIDADE DO SONO E OS NOSSOS HORMÔNIOS


A qualidade do sono e os nossos hormônios
Veja como uma noite mal dormida pode afetar o seu organismo.

Quantas horas você dorme por dia? Apesar de isso te trazer preocupações simples, como o surgimento de olheiras ou a falta de produtividade no trabalho, saiba que a insônia pode influenciar diretamente na produção de hormônios. Dormir bem é exigência para quem busca uma vida saudável. 

“Diversos estudos apontam que uma boa noite de sono contribui para que nosso organismo produza corretamente os hormônios e para que eles sejam liberados de maneira adequada”, afirma Andressa Heimbecher, médica especialista em Endocrinologia e Metabologia (SP).

Segundo ela, “uma boa noite de sono” significa dormir entre seis e oito horas. “Adolescentes têm necessidade de um tempo maior, enquanto idosos precisam de menos tempo”, esclarece.

A qualidade do sono também está relacionada ao ambiente: o escuro é melhor do que os iluminados. E mais: dormir continuamente traz mais benefícios do que tirar vários cochilos por dia. Por isso, quem trabalha no período noturno deve tentar dormir algumas horas ininterruptas logo ao voltar para casa. 

“Os estudos indicam ainda que a atividade dos hormônios está relacionada à quantidade de horas dormidas, não necessariamente ao sono profundo”, ressalta. Evitar beber muita água e consumir substâncias estimulantes – como a cafeína – horas antes de dormir também proporciona uma melhor qualidade do sono. “Para algumas pessoas, praticar atividade física à noite também pode prejudicar o descanso”, diz.

A seguir, a endocrinologista Andressa Heimbecher fala de alguns dos problemas que a falta de sono pode causar:

Ansiedade e estresse – O cortisol é um hormônio liberado pelo organismo cerca de 30 minutos antes de acordarmos. “Quando o organismo é privado de sono, o ciclo do cortisol se altera, ele é secretado em excesso e coloca o organismo em estado de estresse”, explica a endocrinologista. O cortisol é responsável pela concentração e atenção quando passamos por situações de estresse.

Perda de massa muscular e osteoporose – O hormônio do crescimento (Growth Hormone, ou GH, em inglês) não é importante apenas para o desenvolvimento das crianças. Nos adultos, sua liberação evita a perda muscular e protege contra a osteoporose. “O GH só é secretado no período noturno”, lembra a médica. 

Insônia e obesidade – O sono pode não emagrecer, mas ele ajuda a não engordar. Estudos apontam que a leptina é um hormônio produzido pelas células de gordura que age como supressor do apetite. “Se na privação do sono os níveis de leptina caem, é possível que as pessoas que durmam pouco tenham mais fome”, avalia a endocrinologista. O cortisol, quando não é secretado como deveria, também causa ganho de peso e mais insônia – já que sua função é manter o organismo em alerta. 

Problemas na tireoide – A prolactina é um hormônio que ajuda no controle da tireoide. Sua falta pode gerar hipertireoidismo. Ela também atua sobre a sensação de satisfação sexual. Já o TSH (Hormônio Tireoestimulante), cuja função é equilibrar a tireoide, é secretado pelo organismo no final da tarde e pouco antes da hora de dormir.

Pré-diabetes e alteração na pressão arterial – Se o cortisol for frequentemente liberado em um horário diferente do definido pelo seu ciclo, pode causar problemas como pré-diabetes e pressão arterial alta. Isso porque a função desse hormônio é manter a pessoa alerta. Em termos fisiológicos, isso significa aumentar o açúcar do sangue – para dar aos músculos mais condições de se movimentar, correr ou fugir. Também aumenta a pressão, já que o sangue passa a correr mais intensamente.

Ciclos reprodutivos e envelhecimento – A melatonina é um hormônio secretado pela glândula pineal em resposta ao período noturno. Quando está escuro, o corpo produz melatonina; quando está claro, a produção cai. “Acredita-se que a melatonina controle o ciclo reprodutivo na mulher, a frequência da menstruação e até a menopausa. Estudos relacionam a melatonina com o envelhecimento, pois os níveis de melatonina são maiores em crianças que adultos”, explica.

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