10.19.2008

COMO ALIMENTAR O CÉREBRO

O cérebro humano pesa pouco mais de 1,4 kg, mede em torno de 16 cm e é composto por 78% de água. Mas é o órgão mais complexo do corpo humano. Só de neurônios, são mais de 100 bilhões. Por isso, o cérebro precisa estar sempre, como diriam alguns, ‘esbanjando saúde’. Certos alimentos podem melhorar o desempenho cerebral, aumentar a capacidade de concentração e raciocínio e prevenir doenças neurológicas, como o Mal de Parkinson e de Alzheimer.

Um item que não pode faltar no cardápio de quem sonha em viver muito (e bem!) é o ômega 3. Segundo o neurologista Cícero Galli Coimbra, esse ácido graxo favorece a produção de neurônios e ajuda a proteger os que já existem. “Infelizmente, o consumo de ômega 3 é quase zero na cultura ocidental. O ideal é que as pessoas consumissem peixe como única fonte de carne animal. E, de preferência, cozido no ensopado ou no vapor por dez minutos”, recomenda.

Se dependesse do casal Pedro Amaral e Maria Garcia, ambos de 25 anos, o “prato do dia” seria sempre sushi e sashimi de salmão. Maria confessa que herdou o gosto pela cozinha japonesa dos pais — dois típicos representantes da “geração natureba”. Coincidência ou não, a moça nem lembra da última vez em que caiu doente ou que precisou ser internada. “Se pudesse, comeria peixe todos os dias. Não é à toa que os japoneses vivem tanto”, diverte-se Maria.

O ômega 3 já é considerado um aliado da medicina na luta contra doenças degenerativas devido à ação antiinflamatória. “O ômega 3 é tão importante que as crianças deveriam ingerir uma média de dois gramas por dia; pessoas com histórico familiar, 8 gramas; e portadores de doenças degenerativas, 12 gramas”, observa o geriatra Jorge Jamili.

Mas o ômega 3 não é o único “prato” a ser saboreado por quem deseja manter o cérebro jovem. Há outras opções igualmente saudáveis como o zinco e o boro. “Estes minerais evitam o envelhecimento precoce do cérebro porque são antioxidantes. Eles não deixam que a nossa ‘massa cinzenta’ fique enferrujada”, explica a nutróloga Tamara Mazaracki.

Além de evitar o envelhecimento das células, os antioxidantes também ajudam a neutralizar a ação dos radicais livres — aquelas substâncias nocivas produzidas pelo estresse, fumo e álcool, entre outros fatores de risco. “Se os radicais livres atingirem níveis elevados no organismo, podem causar lapsos de memória e prejudicar a concentração”, alerta a nutricionista Teresa Labanca, do Hospital Balbino.

As vitaminas também são indispensáveis para o bom funcionamento do cérebro. Principalmente a B6, que ajuda na formação dos neurotransmissores, que transmitem informações de um neurônio para o outro. “A B6 é encontrada em aveia, arroz integral, batata e feijão. Ou seja, a melhor farmácia que existe ainda é o setor de hortifrutigranjeiro do supermercado”, brinca Teresa.

Alguns nutrientes são nocivos

Se alguns nutrientes são aliados do cérebro, outros representam verdadeiras ameaças. Um bom exemplo é o ômega 6 — presente em óleos vegetais, como a gordura trans. O geriatra Jorge Jamili afirma que não basta aumentar o consumo de ômega 3. É preciso reduzir o de ômega 6.

Já o neurologista Cícero Coimbra salienta que alguns casos de hiperatividade em crianças podem ser causados pelo déficit de ômega 3 e o excesso de ômega 6 na dieta infantil. E que esses casos poderiam ser solucionados sem recorrer a remédios.

O nutrólogo Osman Gióia também elogia as propriedades anticoagulantes do ômega 3 — que podem até evitar tromboses —, mas faz uma ressalva: associada ao ácido acetilsalicílico ou a ginkgo biloba, o ácido graxo pode provocar hemorragias.

FONTE: CIÊNCIA HOJE

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