10.28.2010

As escolhas de uma vida (Pedro Bial)

A certa altura do filme crimes e pecados o personagem interpretado por Woody Allen diz: 'Nós somos a soma das nossas decisões'. Essa frase acomodou-se na minha massa cinzenta e de lá nunca mais saiu. Compartilho do ceticismo de Allen: a gente é o que a gente escolhe ser, o destino pouco tem a ver com isso.
Desde pequenos aprendemos, que ao fazer uma opção, estamos descartando outra e de opção em opção vamos tecendo esta teia que se convencionou chamar "minha vida".
Não é tarefa fácil. No momento em que se escolhe ser médico, se está abrindo mão de ser piloto de avião.Ao optar pela vida de atriz, será quase impossível conciliar com a arquitetura. No amor, a mesma coisa: namora-se um, outro, e mais outro, num excitante vaivém de romances. Até que chega um momento em que é preciso decidir entre passar o resto da vida sem compromisso formal com alguém, apenas vivendo amores e deixando-os ir embora quando se findam, ou casar, e através do casamento formar uma micro empresa, com direito a casa, orçamento doméstico, filhos,dívidas e responsabilidades.As duas opções tem seus prós e contras:viver sem laços e viver com laços...
Escolha beber até cair ou virar vegetariano e budista?
Todas as alternativas são válidas, mas há um preço a pagar por elas. Quem dera pudéssemos ser uma pessoa diferente a cada 6 meses, ser casados de segunda a sexta e solteiros nos finais de semana, ter filhos quando se está bem-disposto e não tê-los quando se está cansado.
Por isso é tão importante o auto conhecimento. Por isso é necessário ler muito, ouvir os outros, estagiar em várias tribos, trabalhar muito e sempre. Prestar atenção ao que acontece a volta e não cultivar preconceitos.
Nossas escolhas não podem ser apenas intuitivas, elas têm que refletir o que a gente é. Lógico que se deve reavaliar decisões e trocar de caminho: Ninguém é o mesmo para sempre. Mas que essas mudanças de rota venham para acrescentar, e não para anular a vivência do caminho anteriormente percorrido.
A estrada é longa e o tempo curto! Não deixe de fazer nada que queira, mas tenha responsabilidade e maturidade para arcar com as consequências destas ações.
Lembre-se suas escolhas tem 50% de chance de darem certo, mas também 50% de chance de darem errado. A escolha é sua.

Neste belíssimo texto atribuído ao jornalista Pedro Bial, fica evidente como nossas vidas são feitas de escolhas o tempo todo, e a maioria das vezes nem nos damos conta disso.Por vezes adia-se mudanças,decisões, ...dará certo, dará errado... pela incerteza do futuro,mas mesmo quando a escolha é de não mudar nada,uma opção foi feita,e dela surgirão resultados positivos ou negativos. Não há como escapar. Por isso é importante, de vez em quando, reavaliar a vida, não ter medo do desconhecido, de mudar, de arriscar, seja em um novo visual, ou em um novo emprego, uma nova relação. Nunca se saberá o resultado de algo se não tentar. O ser humano tem a tendência ao comodismo, por vezes, se sujeita a situações ja a muito decadentes por ter medo de arriscar, condenando-se assim a viver uma vida limitada e infeliz.
Não deixe que a vida faça as escolhas por você. Seja lá o que deseja mudar, pense, reflita, avalie as consequências positivas e negativas das suas ações, mas tenha maturidade para escolher e, assim, não se arrepender mais tarde.
Nota: E esse cara ainda é eleitor da Dilma. Um verdadeiro poeta.

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