11.27.2007

Nova arma contra ARTRITE REUMATÓIDE - tocilizumab (TCZ)

NOVA MEDICAÇÃO PARA TRATAR ARTRITE
24/11/2007
Uma substância em estudo pode se tornar uma nova arma poderosa no combate à artrite reumatóide, que atinge 1 milhão de brasileiros. Os resultados de uma pesquisa envolvendo a tocilizumab (TCZ) foram apresentados no Congresso Americano de Reumatologia, e mostraram que a taxa de pacientes com melhora de 50% nos sinais e sintomas da doença foi quatro vezes maior no grupo que recebeu TCZ associado à terapia padrão, em comparação ao grupo que recebeu apenas a terapia padrão. Aprovada no Japão para tratamento de uma doença rara chamada síndrome de Castleman, a tocilizumab age bloqueando a interleucina 6 (IL-6) que, quando produzida em excesso pelo organismo, é responsável pela inflamação nas articulações, pela anemia e fadiga que acomete os pacientes da doença. A artrite reumatóide é um mal autoimune progressivo que compromete o organismo e se caracteriza por inflamação crônica de várias articulações, provocando dor e limitação funcional. A compreensão do papel da interleucina 6 e dos benefícios de seu bloqueio levou os cientistas a identificarem a substância como um dos fatores principais no desenvolvimento da doença. Geraldo da Rocha Pinheiro, professor de reumatologia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, explica que a artrite reumatóide também afeta crianças e idosos. E reduz em três a 10 anos a sobrevida. - Os pacientes demoram a procurar ajuda. Isso interfere no tratamento e a inflamação se desenvolve - disse. - Quem está com dor acompanhada de inflamação sem causa aparente deve ir rápido ao médico. O mal, que atinge 1% da população mundial, é mais comum em mulheres entre 30 e 50 anos e não pode ser evitado. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado podem impedir a destruição das articulações e melhorar a qualidade de vida. A artrite reumatóide não é hereditária nem contagiosa, mas estudos recentes mostram que alguns genes que regulam o sistema imunológico podem estar relacionados a maior suscetibilidade ao desenvolvimento da doença. Fumantes são quatro vezes mais propensos a desenvolver a doença. No começo causa inchaço, rigidez e dor nas juntas, sobretudo nas mãos. No estágio avançado, acomete vasos sanguíneos, pele e pulmões. Pode afetar também tornozelos, joelhos, quadril, pescoço, ombros e cotovelos. - O medicamento é um anticorpo humanizado que bloqueia o receptor da citocina Il-6, presente em várias células ligadas a doença, dando comando de absorção do osso - explica o médico. Andrea Rubbert-Roth, reumatologista da Universidade de Colônia, na Alemanha, acrescenta que os tratamentos anteriores só tratavam das dores e sintomas, não parando os sintomas. A introdução de agentes biológicos em 1998 permitiu a remissão da doença. Segundo Andrea, um estudo com 623 pacientes testou a eficácia da TCZ em combinação com MTX (methotrexat, a terapia padrão) versus placebo com MTX. Com a nova medicação, um em cada dois pacientes teve uma melhora de pelo menos 50% e 22%, uma melhora de 70% com a dose mais alta. Além disso, 27,5% ficaram com remissão da doença no fim do estudo com TCZ em alta dose, contra 0,8% em placebo e MTX. Os pacientes também melhoraram da anemia e da fadiga. Os efeitos colaterais mais comuns são dor de cabeça e aumento de enzimas no fígado e de infecções, sem grande impacto. Também não houve caso de tuberculose. - Cristine Gerk -

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