Temer prova que não vale a pena ser honesto
Mas, como ele não é, disse que aquilo era apenas um empréstimo pessoal, sem nenhuma conotação política e, apoiado em um acordo espúrio com o PMDB – “eu ajudo vocês na Câmara e vocês me ajudam no Senado” – não foi interpelado pelos colegas sob suspeita de quebrar o decoro parlamentar, vai retomar a presidência do PSDB depois de ter ajudado a salvar Temer e vai continuar fazendo o de sempre: garimpando cargos e benesses para os seus e – pasmem – influindo como importante eleitor na corrida de 2018.
Se Temer fosse honesto e tivesse admitido que fazia negócios frequentemente com Joesley Batista e que escalou Rocha Loures para pegar a mala da primeira parcela de sua “aposentadoria” porque Geddel e Padilha já estavam queimados e pedisse perdão, hoje seria mais morto-vivo do que já é, escorraçado pela classe política, pendurado nos postes da moralidade pública e riscado de vez do vocabulário.
Mas, como ele não é, decidiu usar verbas públicas – ou seja, o dinheiro de todos os brasileiros e não dele – para comprar as consciências dos deputados, mandando, mais uma vez, às favas os escrúpulos, o plano deu certo porque era isso o que os deputados corruptos (mais de 250, maioria, portanto) queriam e agora ele está posando de estadista, incensado pelos que votaram nele como o homem do século e vai continuar a fazer o que sempre fez, a política anti-povo, com o apoio desses mesmos deputados, turbinado por mais dinheiro de todos os brasileiros que será colocado à disposição deles até 2018.
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