11.17.2006

A magreza para a moda

A magreza para a moda



A responsável pela agência que contratou a modelo morta por anorexia falou nesta quinta-feira pela primeira vez, e disse que ignorava o precário estado de saúde de Ana Carolina Rêston. A moça, de 21 anos, tentava ser muito magra – ao contrário das medidas que garantiram o sucesso de modelos brasileiras lá fora.
Lica Kohlrausch, a diretora da agencia L´equipe, diz que quando contratou Ana Carolina Rêston, a modelo morava no México – e que elas só se conheceram pessoalmente meses depois, quando Carolina voltou ao Brasil, em novembro do ano passado.
Segundo a própria Lica, o motivo da volta antecipada foi um desmaio que a modelo teve durante uma sessão de fotos no Japão. “A equipe do trabalho acabou levando-a ao hospital, ela tomou um soro. E depois a agência me ligou e falou: ‘olha, ela tá magra, e já que teve esse incidente, a gente gostaria que ela voltasse para o Brasil’”, contou Lica.
Nos últimos meses, a agência chegou a marcar duas consultas com um médico, mas segundo a empresária, a modelo não foi. Mesmo assim, Lica não suspeitou de nada anormal: “Como a gente não tinha na nossa sã consciência ‘ela tem anorexia’, a gente achou que não tinha essa necessidade”.
Com 1,72 metro, Ana Carolina morreu na terça-feira, aos 21 anos, pesando 40 quilos. Ela estava com o índice de massa corpórea em 13,2; o IMC de uma pessoa saudável não deve ser inferior a 18.
Mesmo assim, a diretora da agência ainda tem dúvidas sobre a causa da morte: “Eu não diria que ela morreu de anorexia. Eu diria que ela talvez já vinha desenvolvendo um quadro de anorexia há muitos anos. Infelizmente, isso não foi conversado abertamente entre eu e a família. Erro? Vergonha? Não sei”, disse Lica. “Eu não vi um laudo médico, não sei oficialmente do que ela morreu".
A medida idealO mundo da moda não nega a preferência por mulheres magras, principalmente para desfilar nas passarelas; mas as modelos brasileiras mais bem pagas no mercado internacional são a prova de que exageros não levam ao sucesso.
Ana Beatriz Barros é uma delas. Com 1,80 metro de altura e 57 quilos, ela tem IMC de 17,6. Fernanda Tavares tem medidas um pouco diferentes: 1,79 metro, 58 quilos, e IMC um pouco de maior, de 18,1.
Adriana Lima, com 1,78 metro e 58 quilos, é a, digamos, menos magrinha: o IMC da mossa é 18,6.
A mais magra é Carol Trentini, com 1,80 metro, 55 quilos, e IMC de 17.
E a top das tops também está um pouco abaixo do ideal: Gisele Bündchen tem 1,79 metro e 56 quilos – IMC de 17,5.
Mas mesmo as mais magras, ainda estão muito acima do índice de Carolina, de 13,2.
Dono de outra agência, que está no mercado há mais de 20 anos, Eli Hadid diz que a morte da modelo deveria provocar mudança radical no mercado. “Tem que ter uma lei que obrigue que só meninas saudáveis trabalhem, deveriam apresentar um atestado para trabalhar. Isso é muito importante. Tivemos a primeira morte. Espero que não tenha mais mortes”. A responsável pela agência que contratou a modelo morta por anorexia falou nesta quinta-feira pela primeira vez, e disse que ignorava o precário estado de saúde de Ana Carolina Rêston. A moça, de 21 anos, tentava ser muito magra – ao contrário das medidas que garantiram o sucesso de modelos brasileiras lá fora.

Lica Kohlrausch, a diretora da agencia L´equipe, diz que quando contratou Ana Carolina Rêston, a modelo morava no México – e que elas só se conheceram pessoalmente meses depois, quando Carolina voltou ao Brasil, em novembro do ano passado.
Segundo a própria Lica, o motivo da volta antecipada foi um desmaio que a modelo teve durante uma sessão de fotos no Japão. “A equipe do trabalho acabou levando-a ao hospital, ela tomou um soro. E depois a agência me ligou e falou: ‘olha, ela tá magra, e já que teve esse incidente, a gente gostaria que ela voltasse para o Brasil’”, contou Lica.

Nos últimos meses, a agência chegou a marcar duas consultas com um médico, mas segundo a empresária, a modelo não foi. Mesmo assim, Lica não suspeitou de nada anormal: “Como a gente não tinha na nossa sã consciência ‘ela tem anorexia’, a gente achou que não tinha essa necessidade”.

Com 1,72 metro, Ana Carolina morreu na terça-feira, aos 21 anos, pesando 40 quilos. Ela estava com o índice de massa corpórea em 13,2; o IMC de uma pessoa saudável não deve ser inferior a 18.

Mesmo assim, a diretora da agência ainda tem dúvidas sobre a causa da morte: “Eu não diria que ela morreu de anorexia. Eu diria que ela talvez já vinha desenvolvendo um quadro de anorexia há muitos anos. Infelizmente, isso não foi conversado abertamente entre eu e a família. Erro? Vergonha? Não sei”, disse Lica. “Eu não vi um laudo médico, não sei oficialmente do que ela morreu".

A medida ideal
O mundo da moda não nega a preferência por mulheres magras, principalmente para desfilar nas passarelas; mas as modelos brasileiras mais bem pagas no mercado internacional são a prova de que exageros não levam ao sucesso.

Ana Beatriz Barros é uma delas. Com 1,80 metro de altura e 57 quilos, ela tem IMC de 17,6. Fernanda Tavares tem medidas um pouco diferentes: 1,79 metro, 58 quilos, e IMC um pouco de maior, de 18,1.

Adriana Lima, com 1,78 metro e 58 quilos, é a, digamos, menos magrinha: o IMC da mossa é 18,6.

A mais magra é Carol Trentini, com 1,80 metro, 55 quilos, e IMC de 17.

E a top das tops também está um pouco abaixo do ideal: Gisele Bündchen tem 1,79 metro e 56 quilos – IMC de 17,5.

Mas mesmo as mais magras, ainda estão muito acima do índice de Carolina, de 13,2.

Dono de outra agência, que está no mercado há mais de 20 anos, Eli Hadid diz que a morte da modelo deveria provocar mudança radical no mercado. “Tem que ter uma lei que obrigue que só meninas saudáveis trabalhem, deveriam apresentar um atestado para trabalhar. Isso é muito importante. Tivemos a primeira morte. Espero que não tenha mais mortes”.

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