PROIBIU E DEPOIS LIBEROU (ANVISA com Ponstan e Feldene)
01/02 - Anvisa suspende venda e consumo dos remédios Ponstan e Feldene e, 48 horas depois, volta atrás. Medida surpreende farmacêuticos. Uma decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que suspendeu dois remédios confundiu pacientes e donos de farmácias. Na segunda-feira, o órgão do Ministério da Saúde determinou que todas as caixas do medicamento Ponstan, indicado para alívio de cefaléia, dores musculares, reumáticas e cólicas menstruais, fossem retiradas das prateleiras. Quarenta e oito horas depois, decidiu que o medicamento, fabricado pela Pfizer, poderia voltar a ser vendido. Na portaria, publicada no Diário Oficial da União, a Anvisa também proibia o laboratório de importar o antiinflamatório Feldene SL, comercializado no Brasil há mais de 20 anos. Faltou, porém, esclarecer que, no caso do Feldene, a venda não estava vetada. A Pfizer apenas não poderia mais importar o remédio da inglesa Cardinal Health UK 416, que o fabrica. Procurada na manhã de ontem pelo Correio, a assessoria de imprensa da Anvisa chegou a recomendar que os usuários do medicamento parassem de tomá-lo imediatamente e procurassem um médico para trocá-lo por outro com o mesmo princípio ativo. No mercado, há 23 genéricos do produto. No final da tarde, a Anvisa informou, por nota, que o Feldene SL poderia ser vendido e que não era necessário interromper o uso do remédio. Ressaltou que a suspensão refere-se apenas à importação do produto. Com o recuo da agência, o uso do Ponstan também foi liberado. Nas drogarias de Brasília, porém, quem precisou comprar o remédio teve dificuldade. Os comerciantes entenderam que a venda do medicamento estava suspensa e recolheram todas as caixas das prateleiras. Uma das maiores redes do Distrito Federal, que tem 24 lojas em Brasília, mandou todo o estoque disponível do produto para Aparecida de Goiânia (GO), sede da empresa. Na 302 Sul, a "rua das farmácias", os comerciantes contaram que foram avisados da decisão pela Anvisa na segunda-feira e, desde então, tiraram o medicamento das prateleiras. O gerente de uma rede de drogarias, que pediu para não ser identificado, contou que o antiinflamatório importado pela Pfizer costuma vender bastante. "Ele é solúvel, mais fácil de tomar e não agride o estômago", disse. Na quadra comercial, o Feldene SL só era encontrado em uma das 30 lojas de uma rede de drogarias. "Não recebemos comunicações sobre o Feldene. Só vamos retirá-lo se houver notificação", disse um funcionário da drogaria. Em nota oficial, o diretor-médico da Pfizer Brasil, João Fittipaldi, ressaltou "que não há qualquer problema de qualidade ou eficácia relacionado ao Feldene SL. A Pfizer reafirma seu compromisso no cumprimento das normas de qualidade na produção de seus medicamentos", concluiu. MOTIVO - A justificativa da Anvisa para a suspensão "relâmpago" da venda e uso do Ponstan foi a metodologia usada na fabricação do produto. O laboratório usava um procedimento até então desconhecido pelo Ministério da Saúde para secar o remédio e fazer a granulagem (junção das partículas que formam o comprimido). Ontem, os técnicos da Anvisa analisaram o método e o aprovaram. A análise da metodologia aconteceu em tempo recorde: inicialmente, o órgão afirmou que demoraria pelo menos 15 dias para fazer um laudo sobre o remédio. Segundo Fittipaldi, o Ponstan, que está no Brasil desde 1966, foi adquirido pela empresa em 2000. Antes, o produto era fabricado por outro laboratório. "Quando ocorreu a transferência da produção do medicamento para a Pfizer, em 2004, foi solicitada à Anvisa uma alteração do local de fabricação, devidamente aprovada pela agência", afirmou, em nota. Em relação ao Feldene, a alegação da Anvisa para suspender a importação é de que o remédio é fabricado na Inglaterra, país que não teria os mesmos cuidados na produção de medicamentos exigidos no Brasil. O Ministério da Saúde, por exemplo, determina que as fábricas tenham uma linha de produção para cada remédio. Já os laboratórios ingleses podem fabricar vários medicamentos ao mesmo tempo. Como a diferença é de procedimentos de fabricação, o produto só poderá voltar a ser vendido no Brasil quando a linha de produção inglesa for adequada à legislação nacional. Não há como prever em quanto tempo isso acontecerá. O laboratório inglês também não se manifestou se tem interesse em modificar a estrutura de produção para continuar exportando para o Brasil. O Feldene e o Ponstan não foram os únicos remédios suspensos pela Anvisa neste ano. No início de janeiro, a agência determinou o fim da fabricação, distribuição, do comércio e do uso de todos os lotes do Mevilip, do Laboris Farmacêutica Ltda. Indicado para diminuir o índice de gorduras na corrente sangüínea, o remédio tinha fórmula diferente da registrada na Anvisa. Em pouco menos de um mês, o órgão de vigilância sanitária suspendeu lotes de outros cinco produtos, incluindo um antiinflamatório (Artinizona 20mg) e um anticoncepcional (Ciclovulon). - Paloma Oliveto, da equipe do Correio - Fonte: Correio Braziliense01/02 - Anvisa suspende venda e consumo dos remédios Ponstan e Feldene e, 48 horas depois, volta atrás. Medida surpreende farmacêuticos. Uma decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que suspendeu dois remédios confundiu pacientes e donos de farmácias. Na segunda-feira, o órgão do Ministério da Saúde determinou que todas as caixas do medicamento Ponstan, indicado para alívio de cefaléia, dores musculares, reumáticas e cólicas menstruais, fossem retiradas das prateleiras. Quarenta e oito horas depois, decidiu que o medicamento, fabricado pela Pfizer, poderia voltar a ser vendido. Na portaria, publicada no Diário Oficial da União, a Anvisa também proibia o laboratório de importar o antiinflamatório Feldene SL, comercializado no Brasil há mais de 20 anos. Faltou, porém, esclarecer que, no caso do Feldene, a venda não estava vetada. A Pfizer apenas não poderia mais importar o remédio da inglesa Cardinal Health UK 416, que o fabrica. Procurada na manhã de ontem pelo Correio, a assessoria de imprensa da Anvisa chegou a recomendar que os usuários do medicamento parassem de tomá-lo imediatamente e procurassem um médico para trocá-lo por outro com o mesmo princípio ativo. No mercado, há 23 genéricos do produto. No final da tarde, a Anvisa informou, por nota, que o Feldene SL poderia ser vendido e que não era necessário interromper o uso do remédio. Ressaltou que a suspensão refere-se apenas à importação do produto. Com o recuo da agência, o uso do Ponstan também foi liberado. Nas drogarias de Brasília, porém, quem precisou comprar o remédio teve dificuldade. Os comerciantes entenderam que a venda do medicamento estava suspensa e recolheram todas as caixas das prateleiras. Uma das maiores redes do Distrito Federal, que tem 24 lojas em Brasília, mandou todo o estoque disponível do produto para Aparecida de Goiânia (GO), sede da empresa. Na 302 Sul, a "rua das farmácias", os comerciantes contaram que foram avisados da decisão pela Anvisa na segunda-feira e, desde então, tiraram o medicamento das prateleiras. O gerente de uma rede de drogarias, que pediu para não ser identificado, contou que o antiinflamatório importado pela Pfizer costuma vender bastante. "Ele é solúvel, mais fácil de tomar e não agride o estômago", disse. Na quadra comercial, o Feldene SL só era encontrado em uma das 30 lojas de uma rede de drogarias. "Não recebemos comunicações sobre o Feldene. Só vamos retirá-lo se houver notificação", disse um funcionário da drogaria. Em nota oficial, o diretor-médico da Pfizer Brasil, João Fittipaldi, ressaltou "que não há qualquer problema de qualidade ou eficácia relacionado ao Feldene SL. A Pfizer reafirma seu compromisso no cumprimento das normas de qualidade na produção de seus medicamentos", concluiu. MOTIVO - A justificativa da Anvisa para a suspensão "relâmpago" da venda e uso do Ponstan foi a metodologia usada na fabricação do produto. O laboratório usava um procedimento até então desconhecido pelo Ministério da Saúde para secar o remédio e fazer a granulagem (junção das partículas que formam o comprimido). Ontem, os técnicos da Anvisa analisaram o método e o aprovaram. A análise da metodologia aconteceu em tempo recorde: inicialmente, o órgão afirmou que demoraria pelo menos 15 dias para fazer um laudo sobre o remédio. Segundo Fittipaldi, o Ponstan, que está no Brasil desde 1966, foi adquirido pela empresa em 2000. Antes, o produto era fabricado por outro laboratório. "Quando ocorreu a transferência da produção do medicamento para a Pfizer, em 2004, foi solicitada à Anvisa uma alteração do local de fabricação, devidamente aprovada pela agência", afirmou, em nota. Em relação ao Feldene, a alegação da Anvisa para suspender a importação é de que o remédio é fabricado na Inglaterra, país que não teria os mesmos cuidados na produção de medicamentos exigidos no Brasil. O Ministério da Saúde, por exemplo, determina que as fábricas tenham uma linha de produção para cada remédio. Já os laboratórios ingleses podem fabricar vários medicamentos ao mesmo tempo. Como a diferença é de procedimentos de fabricação, o produto só poderá voltar a ser vendido no Brasil quando a linha de produção inglesa for adequada à legislação nacional. Não há como prever em quanto tempo isso acontecerá. O laboratório inglês também não se manifestou se tem interesse em modificar a estrutura de produção para continuar exportando para o Brasil. O Feldene e o Ponstan não foram os únicos remédios suspensos pela Anvisa neste ano. No início de janeiro, a agência determinou o fim da fabricação, distribuição, do comércio e do uso de todos os lotes do Mevilip, do Laboris Farmacêutica Ltda. Indicado para diminuir o índice de gorduras na corrente sangüínea, o remédio tinha fórmula diferente da registrada na Anvisa. Em pouco menos de um mês, o órgão de vigilância sanitária suspendeu lotes de outros cinco produtos, incluindo um antiinflamatório (Artinizona 20mg) e um anticoncepcional (Ciclovulon). - Paloma Oliveto, da equipe do Correio - Fonte: Correio Braziliense
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