FABRICANTES DISCUTEM MUDANÇAS NOS ANÚNCIOS DE MEDICAMENTOS OTC 05/02 - São Paulo, Há mais de um ano, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) vem estudando alterações a serem feitas na regulamentação da propaganda de medicamentos isentos de prescrição médica, os chamados OTC. Esses produtos representam cerca de 30% do mercado farmacêutico total, com faturamento anual na casa dos R$ 6 bilhões ao ano. Entre as propostas em discussão no Ministério da Saúde está a de incluir as contra-indicações dos produtos, tanto na propaganda em televisão, quanto em jornais e revistas. Para avaliar como o consumidor recebe as informações veiculadas nessas propagandas, a Associação Brasileira da Indústria de Medicamentos Isentos de Prescrição (Abimip) encomendou uma pesquisa à Inestra/Ibope - especializada em pesquisa e consultoria para o mercado farmacêutico. O estudo, feito com 400 pessoas na cidade de São Paulo, analisou, entre outros tópicos, os hábitos e comportamento da população em relação aos medicamentos vendidos sem receita médica. Foi avaliado também o grau de informação dos consumidores em relação às mensagens de advertência dos produtos. MENSAGEM NÃO ATINGE ALVO - "Avaliamos apenas as mensagens em vigor atualmente, que alertam para o risco do consumo de medicamentos com ácido acetilsalicílico (AAS), no caso de suspeita de dengue. A pesquisa comprovou que mensagens de advertência na propaganda podem confundir o consumidor", diz o presidente-executivo da Abimip, Aurélio Saez. Segundo ele, a grande maioria dos consumidores (80%) não liga a substância - neste caso, o AAS - à advertência para não consumir em determinada situação. "O momento em que se vê a propaganda não é o mesmo momento em que se faz a compra. Assim, se a mensagem não for clara, ela não será lembrada." Em documento à Anvisa, a Abimip enviou a sugestão de que, na propaganda, seja feita uma advertência genérica, mas educativa, que leve o consumidor a procurar informações, dessa forma conscientizando a população. "Advertências e outras informações importantes deveriam ser colocadas na embalagem. A propaganda, por sua vez, deveria divulgar, por exemplo, a frase: 'Não compre este medicamento antes de ler as advertências nas embalagens'", acrescenta Saez.
SAÍDA É MUDAR EMBALAGEM - Ainda de acordo com o executivo, a indústria prefere mudar as embalagens do que divulgar informações com frases longas, o que acabaria quebrando o ritmo da propaganda. "A proposta é ter uma recomendação genérica e educativa, pois conforme o estudo os consumidores tendem a não comprar medicamentos que não conhecem sem antes buscar informações", argumenta Saez. Segundo a pesquisa, 75% dos consumidores não compram produtos que não conhecem, de propaganda que ouviram ou viram, mesmo servindo para algum problema que eles têm ou costumam ter. Fonte: Gazeta Mercantil
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