6.21.2007

DESAFIO DA QUALIDADE E O COMPONENTE HUMANO

DESAFIO DA QUALIDADE E O COMPONENTE HUMANO
A Qualidade como arma de competitividade é o novo desafio para
a empresa, mas o é igualmente para os indivíduos.
Exige-se que nos adaptemos à nova realidade.
Os seres humanos são, naturalmente avessos a mudanças. E este é o desafio. Se faz parte da natureza humana a resistência a mudanças, também faz parte da condição de sobrevivência o saber mudar.
E a mudança que se exige não é apenas de comportamento, são
mudanças de valores, cultura, convicções, crenças. Assistimos a uma tal dinâmica revolucionária da tecnologia, e vemos o mercado tão assustadoramente dinâmico, e aí nos damos conta de que ou mudamos com o mercado ou nos tornamos obsoletos.
As estruturas hierárquicas devem ser quebradas.
A empresa assume novos valores, que serão novamente mudados ao sabor da dinâmica do mercado - vale dizer, ao sabor das mudanças de comportamento do cliente. "as convicções do passado estão obsoletas".
O chefe centralizador deve abrir mão da hierarquia e adaptar-se a uma estrutura baseada em liderança, onde todos devem ter consciência dos valores da empresa, e devem ser capazes de iniciativas. Estimula-se a criatividade, permite-se errar na busca de novas soluções.
O chefe, agora líder, deve escutar mais do que falar.
Qualidade como arma de competitividade é filosofia global de gestão empresarial. Esta envolve todas as pessoas de todos os departamentos.
É trabalho de equipe, e aquelas pessoas, funcionários,
executivos, precisam aprender a trabalhar em equipe, a valorizar e respeitar a iniciativa e o talento dos demais.
Em uma estrutura de chefias, o poder do chefe vem dos níveis hierárquicos superiores. Em uma estrutura de lideranças, este poder vem da base, vem de seus liderados.
Como qualquer trabalho de equipe, o Programa da Qualidade é
altamente sensível à qualidade das comunicações entre os membros. E aqui está um ponto onde uma reeducação é fundamental. Nenhum de nós nasce com habilidades especiais de comunicação e relacionamento, e nenhum de nós tem garantias de que nosso treinamento nestas habilidades é adequado (treinamento que começa na infância e segue pela convivência familiar e escolar).
Mas quase todos nós nos comportamos muito displicentemente
nas atividades de nos comunicar e relacionar com outras pessoas, seja em casa ou na empresa. E, no entanto, a qualidade da comunicação entre pessoas e o relacionamento é a base do sucesso de qualquer empreendimento que envolva pessoas. E este é apenas um exemplo da necessidade de reeducação de comportamento.
Muitas empresas ainda vêem a questão da Qualidade como algo associado apenas ao produto e ao cliente. Um programa eficaz envolve mais do que técnicas e normas.
Quando se fala em implantar uma política de Qualidade, está se falando em modificar comportamento de pessoas e de modificar a cultura da organização - o que é também mudança cultural de seus membros. Por isso, deve haver um programa de reeducação humana. Mudar comportamentos não é fácil.
A Filosofia da Qualidade como estratégia de concorrência, envolvendo todos na empresa, passou-se a determinar algumas premissas importantes, como:
A comunicação é muito importante para o sucesso dos programas
da Qualidade. A comunicação precisa ser bem trabalhada, pois toda comunicação provoca reação.
Os serviços envolvidos no produto, e não os preços, passam a ser
o diferencial de mercado.
A conscientização para qualidade do relacionamento das pessoas é
fundamental no processo. Os valores da empresa devem ser divulgados para assimilação por todos os funcionários, e não apenas os profissionais da Qualidade. Estes devem ser multiplicadores da Qualidade, dando aulas a novos funcionários e disseminando a missão e o processo da Qualidade. Aqui entra de forma determinante o Fator Humano.
Cada funcionário deixa de ser mãos e cérebros para ser também
nervos e emoções. O que temos aqui é uma necessidade de mudanças de comportamento do grupo para adequar-se à nova filosofia da Qualidade, tão dinâmico quanto o mercado, e a tecnologia. Verifica-se que Qualidade não mais está calçada apenas em técnicas e tecnologia. Pessoas passam a ser a tecnologia, se considerando como uma das mais importantes e determinantes.
O desafio das mudanças sugere alguns novos conceitos, como:
Os chefes dão lugar aos líderes. Não são as ordens que funcionam, mas o exemplo do líder, sua capacidade de comunicar a visão, a missão, o desafio das novas conquistas.
Já não cabem paternalismos - a figura do chefe é sempre paternalista, que seja ele do tipo opressor, ou adequadamente exigente ou excessivamente "compreensivo". Cada funcionário deve ser suficientemente capaz e responsável para adequar-se a uma estrutura baseada em lideranças.
Cada funcionário é órgão nervoso e vital no organismo empresa.
Ele não apenas escuta o chefe. O chefe-líder deve escutar cada funcionário, buscando nele respostas quanto ao funcionamento adequado do processo da Qualidade.
O que se busca não é a simples implantação de uma política estratégica, busca-se sedimentar um comportamento e cultura organizacional cuja célula é o comportamento e postura de cada um.


Antonio Celso da Costa Brandão
Gerente da qualidade/ Farmanguinhos- Fiocruz

3 comentários:

Anônimo disse...

olá,
sou estudante de Farmácia da UFC e tô com umas dificuldades com relação á um trabalho!Poderia me ajudar?
Agradeceria!
Meu email é:stephanie_vasconcelos@hotmail.com

Antonio Celso da Costa Brandão disse...

Com certeza.
Abraço.
Antonio Brandão

Antonio Celso da Costa Brandão disse...

Stephanie
Este seu trabalho é todo realizado em muita pesquisa, estou enviando um artigo que poderá lhe ajudar a mergulhar no caminho do "Desenvolvimento Tecnologico" e da Farmacotecnia.
Hoje o farmacotecnico necessita de ferramentas para poder formular.
Este artigo lhe dá o caminho das pedras.
As fererencias bibliográficas estão no final do artigo e poderão também lhe ajudar.
Abraço e boa sorte. Antonio Brandão

FORMULAÇÕES E DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE MEDICAMENTOS (artigo)
FUNDAMENTOS SOBRE FORMULAÇÕES E DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE MEDICAMENTOS
Antonio Celso da Costa Brandão
1-Introdução
O formulador deve abandonar o empirismo, apesar de não deter todas as explicações cientificas que regulam a passagem dos princípios ativos para organismo humano. A partir do conhecimento das propriedades dos princípios ativos, determina-se a escolha da formulação de um novo medicamento.
As primeiras decisões serão definir a melhor via de administração e a forma galênica a ser utilizada, esta escolha vai depender essencialmente da biodisponibilidade do principio ativo e da velocidade da ação desejada, da duração do tratamento, do tipo de doença, da idade do paciente, etc.
Atualmente a farmácia galênica constitui numa ciência de aplicação de conceitos extremamente seguros da física, química e biologia dos diferentes produtos utilizados na preparação de medicamentos.
Sabe-se perfeitamente que um excipiente pode alterar, modificar e até mesmo neutralizar a ação terapêutica de um medicamento, interferindo em seu princípio ativo.
O estudo da forma farmacêutica mais adequada e o melhor meio de conservar os medicamentos, de modo a prolongar o seu período de utilização é o objetivo do formulador, aliados ao bom acondicionamento, conservação, doseamento, dispersão, bem como apresentados sob uma forma que facilite a sua administração.
A evolução da farmácia galênica, obriga de forma inexorável, o desenvolvimento de novos ramos da ciência farmacêutica exigindo dos profissionais a constante atualização curricular, o exemplo disto, está no aparecimento de formulações galênicas como:
a) Preparações farmacêuticas de ação modificada
b) Novos sistemas terapêuticos.

Os componentes da qualidade de um medicamento são muito numerosos.
Ao longo do desenvolvimento de um medicamento novo deve-se fazer um estudo aprofundado sobre a via de administração, a forma galênica, os excipientes, os materiais de acondicionamento, o procedimento de fabricação, controle de qualidade e as condições de conservação estabilidade
Estas escolhas não podem ser feitas sem um conhecimento completo do princípio ativo, que é o ponto de partida para a formulação de um novo medicamento, que deverá, por sua vez, possuir uma atividade terapêutica estável e que já tenha sido objeto de estudo dos químicos, toxicologistas e farmacologistas.
O farmacotécnico deve reunir todas as informações que podem ser úteis, tanto aquelas propriedades físico-químicas quanto a sua ação no organismo.
Propriedades do princípio-ativo que deverão ser bem conhecidas, antes da formulação de um novo medicamento.
2- Critérios de escolha para formulação
Para que o Farmacotécnico determinar a escolha da formulação deve seguir os seguintes critérios:
· Abandonar o empirismo
· Determinar as propriedades do princípio-ativo.
· Pesquisar a melhor via de administração.
· Definir a melhor forma farmacêutica.
· A biodisponibilidade do princípio-ativo
· A velocidade da ação desejada.
· A duração do tratamento.
· Tipo de doença.
· Faixa etária do paciente.
· Aplicação correta dos conceitos de biologia/ química/ física
· Determinar a correta escolha dos excipientes.
· Estabilidade do princípio ativo.
· Estudos definitivos das atividades terapêuticas (toxicológicas, farmacológicas e químicas) do produto a ser formulado.

3-Parâmetros a serem a serem pesquisados:
· Pré -formulação:
Polimorfismo: Fórmulas estáveis, fórmulas solúveis, formulas processáveis.
Compatibilidade: Calor e umidade (cinética e mecanismo de degradação).
Morfologia de cristal (Microscópio ótico).
Pureza do cristal (contaminantes, água de hidratação e cristalização).
Compressibilidade (Partícula plástica ou dilatante e umidade residual de 3 - 5%).
· Formulação:
Elaboração de fórmulas baseadas nos resultados da pré-formulações.
Definição do processo: pré-mistura, pré-compressão, granulação úmida etc.
Sugestão e embalagem conforme resultados da pré-formulação.
Levantamentos de parâmetros físicos e químicos do produto: dureza, desintegração,
friabilidade, dimensões, umidade, dissolução, teor etc.
Ensaios específicos: resposta anti-ácida, perfil de liberação, estabilidade.
Após a concepção do novo medicamento, o formulador deverá elaborar um dossiê técnico que tem por objetivo definir, de forma precisa e indiscutível, as condições de fabricação, controles efetuados e o curso da fabricação. Após o dossiê técnico, o fabricante realizará um lote referência utilizando a escala industrial, este lote servirá de protótipo, com a finalidade de ser utilizado em diferentes experiências , em especial para ensaios clínicos.
Após todos os testes, com os seu respectivos laudos de análise, comprovando a eficácia do novo medicamento, este deverá ser submetido a aprovação das autoridades sanitárias para registro.
Principais características de um dossiê técnico:
1-Nome do produto.
2-Indicações
3-Forma.
4-Apresentação.
5-Embalagem.
5-Lote.
5-Nº de unidades
6-Peso do Lote
7-Validade
8-Descrição da fórmula padrão com os diversos códigos das matérias primas utilizadas,
coluna referente ao peso ou volume por unidade utilizada na
formulação e seu percentual e total de cada matéria prima utilizada.
9-Descrição da composição qualitativa e quantitativa das especialidades
farmacêuticas, controle das matérias primas, controle dos produtos interme-
diários, controle do produto final e ensaio de estabilidade.
11-Descrição do processo (todas as suas etapas).
12-Fluxograma de produção.
13-Análises químicas, fisico-químicas, teores, testes em vivo e em vitro, esta-bilidade.
14-Cuidados especiais de fabricação(uso de máscaras, gorro, luvas, tocas,
óculos, roupas especiais etc.).
15-Visto do controle da qualidade.
Entre as propriedades físicas, o conhecimento da solubilidade em água é essencial porque este vai orientar a escolha da forma de administração e por consequência influenciar na biodisponibilidade. É importante conhecer a solubilidade do princípio ativo na água em diferentes valores de pH e saber como se divide em função do pH em presença de duas fases, uma aquosa e outra oleosa.
As propriedades químicas são essenciais para o estudo da estabilidade, é preciso saber como o princípio ativo resiste as variações de temperatura e umidade e qual a influência que o oxigênio do ar e a luz exercem sobre o mesmo. É também imperioso saber quais são os produtos de degradação após provas de estabilidade do medicamento. Um estudo químico mais completo permitirá prever as incompatibilidades do princípio ativo com os outros constituintes do medicamento e seu comportamento biológico.
Estes estudos sobre o PA no organismo são fornecidos por um farmacologista e completados por um clínico.
Os estudos farmacocinéticos prévios nos dão a medida da sua repartição e sua biotransformação no organismo, bem como a eliminação, por estas atividades terapêuticas devemos nos esforçar em determinar as ligações e mecanismo de ação.
Um elemento essencial é a margem terapêutica ou seja, a faixa ideal pela qual podemos trabalhar em que o PA não seja ineficaz, nem tóxico, com aparecimento de efeitos secundários.
Em resumo é necessário possuir os elementos para saber como o PA pode penetrar no organismo: São os estudos prévios de biodisponibilidade que vão dizer o ideal antes de todo o estudo de formulação seria conhecer o perfil ótimo de biodisponibilidade a realizar.
Uma impregnação prolongada a uma determinada taxa no organismo como controle do nível de concentração no sangue do PA é desejável para temos os elementos indispensáveis para determinação do grau de ação do PA e sua fixação nos tecidos e seu nível tóxico.
A primeira decisão a ser considerada é a via administração e a forma galênica e essa escolha vai depender essencialmente da biodisponibilidade do PA mas também da velocidade de ação desejada, da duração do tratamento, do tipo de doença e da idade do paciente, etc .
Ao fim do período da fabricação de um novo medicamento , devemos produzir um dossiê técnico detalhado onde conterá todos os procedimentos e testes realizados.
Elaboração do dossiê técnico (definindo cursos e condições de fabricação e controle).
Fabricação dos lotes de referência (escala industrial) para ensaios clínicos e testes de estabilidade.
Laudos de análise comprovando a eficácia e qualidade do produto.
Envio dos resultados par fins de registro na vigilância sanitária.

1-Físico-Químicas a serem analisadas:
Características organolépticas: sabor, cheiro, odor etc
Caracteristicas físicas como estabilidade, solubilidade e incompatibilidade em relação a temperatura, umidade, oxigênio.luz e outos fatores que possam vir a alterar a formulação.

Propriedades Orgânicas:
Farmacocinéticas: desintegração, dissolução, biotransformação e eliminação,
Atividade Terapêutica: Ligação/interação, mecanismo,efeitos secundários.
Biodisponibilidade: perfil ótimo.
Fatores que podem afetar a a Biodisponibilidade de um fármaco:
1-Em relação ao individuo:
Idade;
Sexo;
Peso corporal;
Fatores fisiopatológicos associados;

Fatores relacionados à forma farmacêutica (fármaco, excipiente e técnica de fabricação):
Tamanho de partícula;
Forma polimórfica;
Presença de solvato ou hidrato;
Natureza química;
Solubilidade;
Tipo de granulação;
Tempo de mistura ou agitação;
Condições de secagem;
Velocidade de compressão;
Força de compressão;
Instabilidade;

Formas Sólidas.
A produção de medicamentos de formas sólidas apresentam grandes vantagens em relação a outras formas farmacêuticas, estas vantagens são facilmente comprovadas e identificadas, pelo fato do medicamento se manter por maior tempo suas características de preservação
(estabilidade) e liberação do fármaco, excipientes e princípios ativos mantendo as características físico-químicas.
Na produção de sólidos, o processo de compressão é uma etapa posterior ao processo de granulação ou mistura de pós; então se pode dizer que a formulação de comprimidos está diretamente relacionada ao desenvolvimento farmacotécnico do granulado (seleção e concentração dos componentes na fórmula e da tecnologia aplicada para o processo).

Independente dos processos e equipamentos utilizados para se promover uma mistura ou granulação dos pós, o resultado deve ser avaliado quanto à uniformidade do produto final.
Classificação de processos de produção de sólidos:
· Mistura simples - por meio de agentes que permitem a compressão direta;
· Granulação via seca - obtida a partir de pré-compressão ou compactação;
· Granulação via úmida - obtida a partir de solução granulante e secagem.

O granulado precisa adquirir certas características
compressíveis tais como:
· Resistência frente a ações destrutivas. Por exemplo: processo de tamisação ou peneiramento, processos de mistura ou alimentação na compressora;
· Uniformidade no tamanho das partículas, com os seguintes impactos no processo:
- Menor aderência nos punções;
- Menor tendência de capping ou "descabeçamento" do comprimido;
- Menor risco para o operador frente à exposição ao produto.
· Densidade adequada do granulado - importante quando consideramos o enchimento das câmaras de compressão que definem o peso do comprimido;
· Fluidez satisfatória, permitindo a
transferência constante de material durante todo o processo de compressão;
· Compatibilidade com a tecnologia empregada: observa-se na prática que um produto apresenta melhor desempenho em determinado equipamento, necessitando de ajustes (granulometria, por exemplo) quando transferidos para outro equipamento;
· Umidade adequada para agregação das partículas, no cumprimento das especificações físico-químicas.
A compressão é realizada em máquinas circulares, geralmente cabinadas, para cumprir requisitos de qualidade e segurança, e o processo ocorre com auxílio de punções (inferiores e superiores), matrizes, guias e rolos compressores. Equipamentos modernos apresentam a parte funcional (onde ocorre à alimentação do pó/ granulado e compressão) separada da parte mecânica (porção inferior da máquina), permitindo que interferências de manutenção, quando ocorrerem durante o processo de compressão, aconteçam mantendo as condições de boas práticas, com o granulado isolado em compartimento protegido.
A qualificação de mão de obra é um dos itens mais importantes para garantir a boa performance do processo de fabricação de comprimidos; deve estar comprometida e qualificada para limpar, montar, operar e controlar o processo, corrigindo eventuais falhas para garantir a qualidade do produto.
No processo de compressão podemos definir 3 fases:
1. Alimentação;
2. Compressão;
3. Ejeção ou expulsão.

Alimentação
O pó/granulado flui do funil de alimentação e enche a câmara formada pela matriz e pelo punção inferior, denominada de câmara de
compressão.
A partir do ajuste do punção inferior se define o peso do comprimido. A distribuição do granulado é feita através da grade de distribuição, que deve ser ajustada de maneira que seja possível passar um calibre entre ela e o platô (geralmente se aplica 0,15 mm). Este espaço é suficiente para evitar que o pó/ granulado passe e para que não haja atrito entre a grade e o platô. O processo de transferência de pó/ granulado ao funil de alimentação da compressora pode ser realizado:
· Manualmente, com auxílio de conchas.
Este processo depende da atenção e acompanhamento permanente do operador, que observa o nível de granulado no funil para
promover o abastecimento. Para evitar variações é importante definir o nível mínimo de pó/granulado no funil, alimentando-o de forma que o pó/granulado não fique compactado, faz-se a transferência lenta e
circular preenchendo toda a superfície interna do funil. Quando adotado deve existir recursos adequados como escada e plataforma para
aliviar o esforço físico. Devido à dispersão de pó ocasionada, as normas de segurança devem ser bem avaliadas (presença de coifa de
exaustão e máscaras apropriadas para proteção contra pós);

· Por gravidade, com a instalação de recipientes sobre o funil da máquina. Criam um sistema fechado com o mínimo de risco para o operador e para o produto. Exigem que a sala de compressão tenha pé direito adequado para elevação do recipiente com auxílio de empilhadeira ou coluna. É comum a alimentação por meio de mezaninos,
tendo-se que adotar critérios específicos de conferência e transferência do material para o piso superior (evitar erros) e sistema de funil (acoplamentos) que permita a remoção total para limpeza;
· Sistema a vácuo. Exige uso de mangueiras
e filtros dedicados por produto. Criam um sistema fechado com o mínimo de risco para o operador e para o produto. Alguns produtos sofrem separação física (pós e granulados) quando transferidos por vácuo; é importante avaliar o produto antes de adotar este processo.
Compressão
Por meio de rolos compressores, os punções compactam o granulado formando o comprimido. A força de compressão define a
dureza e a espessura do comprimido.
Resultados de desintegração e dissolução de comprimidos também estão associados à força de compressão aplicada nesta fase.
Máquinas compressoras dispõem de dispositivo de pré-compressão (rolete auxiliar no processo de compressão), que realiza o primeiro impacto de formação do comprimido, entretanto com força bastante aliviada, com objetivo de eliminar o ar agregado ao granulado e assim garantir o cumprimento de requisitos das variáveis físicas do comprimido; por exemplo friabilidade. A zona de compressão (porção da matriz em que ocorre a compressão) pode ser alterada por meio do ajuste de penetração dos punções. Tal dispositivo permite o reaproveitamento da matriz e é um dos recursos utilizados na solução de problemas de variáveis físicas do comprimido.
Identificada visualmente por ter apenas uma calha de saída ou duas estações de trabalho, com duas calhas de saída. Estas últimas têm capacidade produtiva, podemos considerar, duplicadas quando comparada à de uma única estação, e os ajustes de processo são
independentes, como se fossem duas máquinas separadas. A qualificação de mão de obra é um dos itens mais importantes para garantir a boa performance do processo de fabricação de comprimidos; deve estar comprometida e qualificada para limpar, montar, operar e controlar o processo, corrigindo eventuais falhas para garantir a qualidade do produto.
Comprimidos devem desintegrar-se totalmente de acordo com o tempo e o meio (água, solução para avaliação de desintegração gástrica ou entérica) especificados no processo.
Ajustados o peso e a dureza do comprimido, avalie seu tempo de desintegração; ajuste a desintegração inicialmente reduzindo a pressão de compressão, sem contudo comprometer as especificações de dureza.
Um comprimido tem de ser: puro, seguro e eficaz.
O cumprimento de normas e instruções descritas nos
Procedimentos Operacionais Padrão, nas Fichas de Fabricação e nos Manuais Técnicos de Análise do Controle da Qualidade, associados à qualificação dos colaboradores envolvidos nestes itens, garantem o teor e a eficácia do produto.
A qualidade do comprimido é resultado do cumprimento de várias
operações que, coordenadas, garantem características adequadas para que o comprimido seja eficaz :
· Químicas (pureza e teor);
· Microbiológicas (pureza);
· Físicas (peso, dureza, friabilidade, desintegração e dissolução).
As características químicas são garantidas a partir de controles que evitam contaminações, garantindo a pureza e a segurança do produto.
As características de qualidade microbiológicas dependem principalmente da aplicação de normas que envolvem a higiene e a
qualificação pessoal, instalações adequadas e utilidades, condições
de armazenamento de matériasprimas
e produtos, e a validação de procedimentos de limpeza e de processo.
Variáveis físicas de comprimidos
· Peso;
· Dureza;
· Friabilidade;
· Espessura;
· Desintegração;
· Dissolução.

As variáveis físicas são: definidas a partir da formulação do
produto e garantem:
· Rigidez suficiente para que o comprimido apresente-se íntegro no acondicionamento e nos processos posteriores, portanto que ele tenha resistência física;
· Que o comprimido desagregue e dissolva o princípio ativo em
tempo e local certos para produzir sua ação terapêutica.
Com exceção do teste de dissolução, as variáveis físicas de peso, dureza, desintegração, friabilidade e espessura são controladas durante o processo de compressão a partir de especificações constantes na documentação de produção. Em tempos regulares, o operador recolhe uma amostra suficiente para realizar os testes, e registra os resultados em formulários denominados de Controle em Processo – Compressão.
Caberá ao operador da máquina realizar ajustes durante o processo,
a fim de que o produto cumpra as especificações físicas. Tais
especificações, encontram-se descritas na documentação do lote
do produto. Circuitos sofisticados que interligam aparelhos de controle à compressora promovem ajustes automáticos de parâmetros e promove ajuste corretivo quando observa desvio de processo.
Classificação dos testes físicos
Testes destrutivos (dureza, friabilidade, desintegração, dissolução): são testes que provocam alteração na forma do comprimido por desgaste, quebra ou desagregação; Testes não destrutivos (peso, diâmetro, espessura): o comprimido mantém sua forma após o teste.
Pesagem:
O peso do comprimido garante ao produto a dose terapêutica e, portanto, a sua eficácia no tratamento. Pesos em desacordo com
as especificações são perigosos, uma vez que geram:
Menor dosagem - o comprimido não produz a ação terapêutica esperada, interferindo no tratamento; Maior dosagem - todo medicamento apresenta efeitos colaterais; a super-dosagem acelera o aparecimento destes efeitos e causam mal estar ao paciente. É caracterizada como intoxicação medicamentosa, e causa muitas vezes complicações sérias no estado geral do paciente.
Para se determinar à massa de comprimido, utiliza-se balanças semi-analíticas, que por serem aparelhos que apresentam mecanismos sensíveis, devem ser manuseadas com certos cuidados:
· não se deve pesar comprimidos diretamente no prato da balança, use papel ou recipiente adequado; sempre fazendo a tara antes de realizar a pesagem;
· instalar a balança em local seguro, que apresente pouca vibração (geralmente os balcões em que se instalam as balanças apresentam dispositivos de amortização de vibrações provenientes do chão e parede);
· a balança deve ser mantida limpa, evitando-se o uso de água e reagentes químicos; aconselha-se usar flanela limpa e pincel de cerdas sintéticas macias;
· antes de ligar a balança, confira sua voltagem com a tomada na qual será ligada. Para que a balança funcione adequadamente também é necessário que ela esteja nivelada, que seja calibrada periodicamente e que esteja sempre limpa.
Dureza
Dureza é um teste que determina a resistência mecânica do comprimido ao esmagamento.
O aparelho para medir a dureza é denominado de durômetro. Este aparelho submete o comprimido a uma pressão diametral até o ponto de quebrá-lo. A força para quebrar o comprimido/núcleo é convertida em: unidade strong cobb (USC), Newton (N) ou quilograma força (Kgf) e é registrada no mostrador do aparelho.
A dureza em comprimido é importante, pois garante a integridade física do comprimido, permitindo que ele suporte os choques mecânicos nos processos de revestimento, drageamento, envelopamento, emblistagem, embalagem e transporte.
Os limites de dureza são especificados de acordo com o diâmetro e o peso do comprimido, e se referem à resistência mínima para que seja retirado da embalagem (strip ou blíster) sem se quebrar, garantindo o aspecto e a dosagem do comprimido.
Friabilidade
O teste de friabilidade permite avaliar a resistência dos comprimidos ao atrito
Comprimidos que não desintegram podem ser eliminados da forma como foram ingeridos, não produzindo o efeito esperado.
Dissolução
O teste de dissolução é realizado em laboratório pelo controle de qualidade, no equipamento denominado de
Aparelho de Dissolução. As especificações deste teste estão
descritas na Farmacopéia, que define também a porcentagem mínima de
princípio ativo que cada produto deve apresentar dissolvido num determinado intervalo de tempo. Com base nos resultados obtidos in vitro, se estima a capacidade de um produto sólido liberar seu princípio ativo no organismo, ser absorvido e produzir o efeito terapêutico esperado.
Fatores que interferentes na dissolução dos sólidos orais:
· Formulação;
· Granulação;
· Compressão.
Cápsulas:
As cápsulas são receptáculos obtidos por moldagem, em geral, utilizadas para ingestão de fármacos em doses pré-estabelecidas. O envólucro da cápsula oferece relativa proteção dos agentes externos, facilita a administração e, devido suas alta solubilidade e digestibilidade no organismo, libera rapidamente o farmáco de seu interior.
Há dois tipos de cápsulas:
a) amiláceas: constituídas de amido de trigo e/ou farinha de trigo- foram as primeiras cápsulas a serem introduzidas na terapêutica e estão em desuso atualmente;
b) gelatinosas: constituídas de gelatina. Estas podem, ainda, ser de consistência dura (cápsulas gelatinosas duras), se fabricadas incluindo maiores quantidades de glicerina, sorbitol e polietilenoglicol, apresentam-se de consistência flexível e elástica (cápsulas gelatinosas moles). Estas, ao contrário das cápsulas duras, podem acondicionar soluções oleosas, suspensões e emulsões. Independentemente do tipo de cápsulas, na produção do invólucro de gelatina devem ser adicionados conservantes devido à natureza da sua composição.
O preenchimento das cápsulas gelatinosas duras pode ser manual, com auxílio de pequenos encapsuladores manuais, ou encapsuladores semi-automáticos, ou ainda, com máquinas totalmente automatizadas. Em contra partida o preenchimento das cápsulas moles envolve uma etapa de soldagem de duas metade das unidades, o que é possível com o uso de máquinas próprias para esse fim. Por esse motivo, nas farmácias de manipulação e em pequenos laboratórios são mais comumente empregadas as duras.
Pós:
São formas farmacêuticas provenientes de drogas vegetais ou animais, assim como substâncias químicas submetidas a um grau de divisão suficiente para lhes assegurar homogeneidade e lhes facilitar a extração ou administração dos princípios ativos" ( F.Bras.II, ).A pulverização pode ser manual ou com o emprego de equipamentos apropriados.Temos pós simples constituídos por um tipo de substância e os pós compostos resultantes da mistura de dois ou mais pós simples, todos com a mesma tenuidade, a fim de obter uma mistura homogênea.O grau de divisão exigido para os pós é expresso por um número colocado entre parêntesis após o nome da droga ou fármaco e representa o número do tamis a ser empregado para obtenção da tenuidade desejada. Os pós podem ser acondicionados a granel, em potes bem vedados, ou podem também, ser acondicionados sub-divididos em doses em saches aluminazados ou em papel impermeável (Forma farmacêutica papéis, empregada na dispensação de pós).
Formas Semi-Sólidas
Remonta aos primórdios da arte de curar no anos de 1500-2000 a.c.(egípicios já usavam gorduras animais como base dermatológicas). Os gregos também faziam uso e já naquela época surgia referência ao malagma (malasso = amolecer), que eram pomadas que amoleciam muito fàcilmente e aos keromas( de keros cêra) que eram pomadas com grande quantidade de ceras.
Galeno que desenvolveu sua atividade no império romano,contribuiu para o desenvolvimento desta forma farmacêutica, propondo uma base formada por: azeite, essências de rosas, cera branca e água, esta preparação vem a ser o precussor dos colds- crems dos nossos dias.
Pode-se dizer que o conceito de pomada se mantém sem qualquer alteração, a renovação das idéias veio com o aparecimento acidental de novos excipientes como: gel de amido com glicerina, a parafina,o ácido esteárico ,a eucina, óleos hidrogenados e sulfonados,os tensioativos e a lanolina. Nos dias de hoje a variedade dos excipientes que se podem utilizar na preparação das pomadas e considerando a finalidade terapêutica do seu emprego, as pomadas são classificadas pela relação dos seus excipientes e o tipo de ação pretendida. desta forma o poder de penetração exerce uma relação direta com a ação terapêutica :
· Pomadas epidérmicas - fraco ou nehum poder de penetração
· Pomadas endodérmicas -penetram na epiderme, atuando nas camadas tissulares mais profundas, sem contudo que a penetração do fármacos atinjam a corrente sanguínea.
· pomadas diadérmicas - penetram tão profundamente que são capazes de atingirem a corrente sanguínea

Com relação a consistências, as pomadas classificam-se nos seguintes grupos:
1- Pomadas propriamente ditas:
São untosas e preparadas com excipientes gordurosos ou com o polietilenoglicol (PEG)
2-Cremes:
São preparações semi-sólidas com agentes emulsivos do tipo óleo/água ou água/óle0.
3-Ceratos:
São preparações semi-sólidas com excipientes em elevado percentual de ceras.
4-Unguentos
São preparações semi-sólidas que contém resinas.
5-pastas dérmicas:
São preparações semi-sólidas em que uma das fases apresenta-se sob a forma de pó muito fino.
Pomadas:
As pomadas são preparações de consistência semi-sólidas destinadas a serem aplicadas sobre a pele ou sobre certas mucosas, afim de exercer uma ação local ou de realizar a penetração percutânea de princípios ativos, apresentam aspecto homogêneo, são constituídas por excipientes (simples ou composto), nos quais são dispersos um ou mais princípios ativos. Os excipientes das pomadas podem ser de origem natural ou sintética, a pomada pode ser constituída de uma ou mais fases, de acordo com a natureza do excipiente, a preparação pode apresentar propriedades hidrófilas ou hidrófobas. As preparações podem apresentar aditivos apropriados como: agentes antimicrobianos, anti-oxidantes, estabililizantes, emulsificantes ou espessantes.
Pomadas propriamente ditas: consistem em um excipiente, com uma única fase onde são dispersas as substâncias líquidas ou sólidas.
Pomadas hidrófobas(lipófilas): não absorvem, normalmente, pequenas quantidades de água. As substâncias mais comuns empregadas na formulação das pomadas p.p.d são: vaselina, parafina líquida, óleos vegetais ou animais, os glicerídeos sintéticos, as ceras ......
Pomadas absorventes de água; são aquelas que absorvem quantidades importantes de água, as substâncias utilizadas são as mesmas da p.p.d (hidrófobas), acrescidas de emulsificantes tipo água no óleo, como álcoois graxos, ésteres, monoglicerídeos etc..
Pomadas hidrófilas: são as preparações em que os excipientes são miscíveis na água. São constituídas, habitualmente, de misturas de polietilenoglicois(PEG), eles retém quantidades apropriadas de água.

Dicas para formular Pomadas
Pós devem estar reduzidos a sua forma impalpável por trituração em gral
Misturas de dois ou mais cremes podem ser obtidas com ajuda de um saco plástico.
Pomadas podem ser removidas do saco plástico e acondicionadas em tubos, cortando-se uma das pontas do saco plástico e espremendo-se o conteúdo do saco para o tubo, diretamente (facilita a limpeza).
Plastibase T não deve ser aquecida
A técnica da diluição geométrica acelera o processo de mistura de pomadas
Algumas gotas de óleo mineral ou outro solvente adequado pode melhorar a manipulação de fármacos que desenvolvem forças eletrostáticas
Não usar solventes voláteis quando levigar pós, pois o solvente poderá evaporar e carregar cristais do fármaco com ele.
Quando misturar as fases aquosa e oleosa para uma emulsão líquida, aquecer a fase aquosa alguns graus acima da fase oleosa antes da mistura, é muito útil. A fase aquosa tende a esfriar mais rapidamente que a fase oleosa
Quando preparar bases para pomadas, aquecer os componentes com ponto de fusão mais alto primeiramente, seguido da adição dos componentes com menor ponto de fusão, em ordem, até que todos tenham sido adicionados.
O aquecimento pode ser usado para amolecer pomadas antes de serem acondicionadas em potes ou tubo, facilitando o trabalho. Deve ser feito com cuidado para evitar a estratificação dos componentes
Quando colocar pomadas liquefeitas em tubos ou potes, resfriar a pomada até poucos graus acima do ponto de solidificação. Isso minimiza a formação de camadas de pomadas no acondicionamento.
Cremes: são preparações com multi-fases, com uma fase lipófila e uma fase aquosa.
Creme hidrófobo: são preparações em que a fase externa é a fase lipofílica, contém agentes emulsificantes, tipo água no óleo(ésteres de sorbitano, monoglicerídeos etc..)
Creme hidrófilo: é aquele em que a fase externa é a fase aquosa, contém agentes emulsificantes, tipo óleo na água, como sabões de sódio ou trietalonamina, álcoois graxos sulfatados, polisorbatos em combinação, eventualmente, com agentes emulsificantes água no óleo.
Dicas para formular cremes
Bases de cremes sem componentes ativos podem ser amaciadas em microondas, usando-se força mínima e pouco tempo.
Um umectante como glicerina, propilenoglicol, sorbitol 70% ou PEG 300 ou 400, adicionados a um creme, minimizam a evaporação.
Utilize aquecimento brando na preparação de cremes para minimizar a evaporação de água
Óleos voláteis podem ser adicionados somente após o resfriamento da preparação. Se soluções alcoólicas de aromatizantes serão adicionadas, resfriar a preparação abaixo do ponto de ebulição do álcool, em primeiro lugar.
A determinação do tipo de emulsão (O/A ou A/O) poderá ser efetuada, colocando uma gota da emulsão ou creme em uma superfície de água. Se a gota se espalhar, é do tipo O/A. Isso ocorre porque a fase externa da emulsão é miscível com água. Se permanece intacta como uma "bola", é provavelmente do tipo A/O porque sua fase externa não é miscível com água.
Geralmente, a quantidade de tensoativo requerida para preparar uma boa emulsão está na faixa de 0,5 a 5% do volume total.
Géis:
São constituídos por líquidos gelificados, com ajuda de agentes gelificantes apropriados.
Gel hidrófobo: também chamados de óleo-gel, são os géis em que os excipientes são, habitualmente, constituídos por parafina líquida, adicionada de polietileno, por óleos graxos gelificados, óleo de óxido de silício coloidal ou por sabões de alumínio ou de zinco.
Gel hidrófilo: também chamados de hidrogel, os excipientes, habitualmente, utilizados são água, glicerol, PEG gelificado, com ajuda de gelificantes apropriados, como a goma adragante, amido, derivados da celulose, polímeros carboxivinílicos ou os silicatos de magnésio-alumínio.
Dicas para formular géis:
Pré-misturar alguns agentes geleificantes, como o ácido algínico, com outros pós, às vezes ajuda no processo de dispersão.
Betonita pode ser dispersa facilmente, polvilhando-a em água, permitindo que as partículas hidratem e sedimentem no fundo do béquer. Glicerina ou outro líquido similar pode ser usado para pré-molhar a betonita antes de misturá-la com água. A hidratação completa pode levar horas.
A adição de álcool a alguns géis diminui sua viscosidade e limpidez
Quando usar um propelente para preparar um gel, mantenha o propelente no fundo do recipiente para minimizar a incorporação de ar no produto.
Dissolver todos os agentes no solvente/veículo antes de adicionar o agente geleificante
Resinas de carbômeros são dispersas facilmente quando polvilhadas no vórtex de um líquido em agitação vigorosa.
Remova todo ar incorporado nas dispersões de carbômeros antes de adicionar um agente espessante. Bolhas de ar podem ser removidas deixando-se o produto descansar por 24 horas ou colocando-o em um banho ultra-sônico. Um anti-espumante como silicone pode ser útil
O pH é muito importante para determinar a viscosidade de um gel de carbômero
Géis de gelatina são preparados por dispersão da gelatina em água quente e resfriados em seguida. O procedimento pode ser simplificado pela mistura da gelatina com líquidos orgânicos como álcool etílico ou propilenoglicol, adição de água quente e resfriamento do gel.
Géis de tragacanto são preparados pela adição do pó em água fortemente agitada. Aqui, novamente, etanol, glicerina ou propilenoglicol podem ser usados para pré-molhar o pó. Outros pós podem ser misturados ao tragacanto, enquanto seco, antes da adição de água.
Geralmente, gomas naturais devem hidratar por 24 horas para formar um gel mais homogêneo ou magma.

Pastas:
Pastas são pomadas contendo grande quantidade de sólidos em dispersão. Em geral contém mais de 20% de pós finamente pulverizado na formulação. Apresentam consistência macia e firme, são pouco gordurosas e têm grande poder de absorção de água ou de exsudados.
Dicas para formular as Pastas:
O uso de aquecimento na preparação e manipulação de pastas facilita o trabalho levigar pós insolúveis com uma quantidade de base fundida.

Obtenção de preparações semi-solidas
Em geral, as preparações semi-sólidas são obtidas em duas etapas: inicialmente, são preparadas as bases, conhecidas como excipientes, e numa segunda fase, os fármacos são incorporados. Os excipientes devem ter certas características como não serem irritantes ou sensibilizantes, devem ser neutros em relação ao pH (ou aproximar-se ao pH da pele), compatíveis com os fármacos que lhe serão incorporados, ter plasticidade e liberar, eficientemente, o fármaco na dose especificada.
No desenvolvimento de uma pomada, creme, gel, devem ser considerados
diferentes aspectos, como a natureza do principio ativo que vai atuar nos
diferentes tipos de peles.
A penetração do princípio-ativo, está ligada a diferentes fatores, como:
Natureza química do excipiente;Propriedades físicas e mecânicas; Hidro ou lipofilia; Presença ou não de agentes tensioativos.
Além destes fatores, exerce papel importante no grau de penetração, a
concentração dos excipientes e do principio ativo. A região da aplicação vai orientar o formulador para aspectos fundamentais, que podem interferir na penetração do principio ativo, estes fatores vão, desde a camada de queratina, pelos, grau de hidratação da pele, até o ph de determinadas regiões (vagina, conjuntiva).
Escolha dos excipientes
Um bom excipiente deve ter uma boa consistência, deve ser bem tolerado pela pele ou mucosa, apresentar pouca ou nenhuma incompatibilidade com os outros constituintes da formulação, deve em geral facilitar a penetração do princípio-ativo, deve ser estável, para permitir uma boa conservação.
Excipientes anidros:
a)glicerídeos óleos vegetais- são utilizados em associação com as ceras ou sobre forma de emulsão-óleos hidrogenados- são utilizados em função da sua consistência. Os glicerídeos em geral são bem tolerados pela pele. suas principais características são: miscibilidade, facilitam a penetração do principio ativo, não são muito estáveis, necessitam da adição de anti-oxidante, não são laváveis em água, são oclusivos, favorecem a hidratação da pele.
b) Ceras - o maior destaque deste grupo é a lanolina, dado a sua boa consistência, boa aderência à pele, permitindo a incorporação de soluções aquosas. A lanolina é miscível com a vaselina. Os produtos de fracionamento da lanolina são cada vez mais utilizados. Ao lado da lanolina, são também muito utilizados a cera de carnaúba e o espermacete, que por sua consistência dura, é utilizada quando necessita-se uma pomada de maior consistência, e também com finalidade de retenção de água. As ceras são mais estáveis que os glicerídeos e não são laváveis em água.
c) hidrocarbonetos e silicone - Dos hidrocarbonetos o mais utilizado pela sua consistência e facilidade de envase é a vaselina. A parafina é utilizada por sua consistência , dando forma as pomadas mais fluidas. As principais características dos hidrocarbonetos são: bem tolerado pela pele, inerte quimicamente, compatíveis com a maioria dos excipientes, são obtidos anidro, razão pela qual são utilizados quando o principio ativo é sensível a umidade, não se pode incorporar diretamente os princípios ativos aquosos, é necessário juntar colesterol ou lanolina, o seu poder de penetração é muito fraco, formam um revestimento oclusivo, são perfeitamente estáveis, não são laváveis com água. O domínio da utilização do silicone é muito reduzido, são utilizados nos cremes protéticos, em misturas ou emulsões, por suas propriedades hidrófobas, são estáveis e inertes fisiologicamente. A pomadas a base de silicone são utilizadas como proteção das mãos contra produtos agressivos.
d)Polietileno-Glicóis e Homólogos
São hidrófilos, aderem bem a pele, a consistência conveniente é obtida por mistura de polímeros sólidos e líquidos, em proporções determinadas. a consistência pode ser modificada pela adição água. Ao juntar 5 a 10% de água numa mistura de PEG 4000 e 400, se obtém um excipiente mais cremoso, diminuindo sensivelmente a higroscopicidade da preparação. O poder higroscópico dos PEG é mais fraco que o da glicerina. os PEG não são oclusivos quando associados a outros excipientes anidros, como a vaselina, lanolina e óleos, formam uma mistura homogênea ao microscópio, a não miscibilidade é evidente. a penetração de medicamentos na pele, fica dificultada por causa da sua hidrofilia, são utilizados em ações superficiais, com anti-sépticos ou fungicidas. Os PEG apresentam incompatibilidade com os conservantes fenólicos. São estáveis e laváveis com água. Os PEG e seus homólogos são utilizados em emulsões óleo/água, para ajustar a consistência e para retardar a evaporação da fase aquosa
Excipientes hidratados(hidrogéis): são os excipientes formados por gel aquoso. Distingue-se neste grupo, os géis de produtos minerais: betonite, sílica.... géis de polímero orgânico: alginatos, gelose, pectina, metilcelulose, carboximetilcelulose.....As vantagens dos hidrogéis são muito reduzidas: são bem tolerados e são laváveis. Os inconvenientes: são incompatíveis com grande número de princípios ativos, são instáveis, tem tendência ao ressecamento, a água pode ser parcialmente retida por adição de glicerina. Os géis de substâncias orgânicas,constituem excelentes meios de cultura, deve-se juntar antifúngicos. O seu poder de penetração na pele é praticamente nulo.
Excipientes emulsionados: Por apresentar duas fases, estes excipientes podem ser lipófilos e hidrófilos. Na composição da fase oleosa, encontram-se os glicerídeos, as ceras, os hidrocarbonetos, os ácidos graxos, e os álcoois graxos, na fase aquosa, a água adicionada de poliálcoois como: glicerina, dietilenoglicol, propilenoglicol, PEG. Os emulsionantes tem suas vantagens e inconveniente
Emulsões água no óleo: são em particular os "cold-creams" que tem o seu nome relacionado com a sensação refrescante quando da sua aplicação, como exemplo tem-se a cera cosmética ou "cold-cream" oficinal. Existem numerosas fórmulas de "cold-cream"que contém ceras e óleos, que são utilizados, seja por suas propriedades emolientes e adoçantes, seja como excipientes para diversos princípios-ativos. A lanolina hidratada é um exemplo de base emulsionada, tipo água no óleo, para pomadas. Estes excipientes emulsionados água no óleo, são geralmente bem tolerados, apresentam as incompatibilidades dos seus diversos constituintes. O seu poder penetrante é discutido, podem por vezes, facilitar a penetração de certos princípios-ativos. Deve-se juntar anti-oxidante neste tipo de formulação, não são laváveis com água.
Emulsões óleo/água : são as bases que contem na sua constituição forte proporção de água. Espalham-se bem sobre a pele, evaporam-se sua fase aquosa, afim de evitar este fenômeno, adiciona-se a glicerina, propilenoglicol ou PEG. Apresentam boa tolerância, fraca estabilidade, com rutura da emulsão, devido ao alto percentual de água, sofre desidratação, sendo importante adicionar à formulação: bactericidas, fungicidas e anti-oxidantes. Seu poder penetrante é variável. A presença de sulfactante, molhante e emulsionante, facilitam a penetração na pele.
Dicas para formular loções (tipo emulsão)
Algumas emulsões podem ser feitas em frascos, facilitando a limpeza. Um misturador mecânico pode ser usado para preparar loções elegantes. Uma variedade de misturadores está disponível, alguns com várias lâminas. Homogeneizadores manuais podem ajudar na preparação de emulsões Quanto menor for o tamanho dos glóbulos, mais estável será a emulsão.
Suspensão
São formas farmacêuticas líquidas, constituídas de uma dispersão grosseira, onde a fase dispersa, sólida e insolúvel (fase interna) é distribuída em um líquido (fase externa). Podem receber várias denominações: mistura, gel, loção, magma e suspensão.
Suspensões são formas farmacêuticas de sistema heterogêneo, cuja fase externa ou dispersante é líquida e a fase interna ou dispersa é constituída de substâncias sólidas insolúveis no meio utilizado.
Do ponto de vista galênico, interessa obter suspensões que não depositem rapidamente e que se possam reconstituir com facilidade por agitação. Interessa ainda que a redispersão operada por agitação origine um produto de aspecto homogêneo, em que não se observe a presença de quaisquer aglomerados de partículas.
Os principais aspectos teóricos que devem ser considerados na preparação racional de suspensões, são os seguintes: flutuação das partículas suspensas, velocidade de sedimentação e forma de sedimentação.
Agentes suspensores empregados: derivados da celulose, alginatos, líquidos viscosos, argilas, etc.
As suspensões devem ser agitadas antes do uso.


Dicas para trabalhar com suspensões:
Reduzir pós a partículas muito finas antes de suspende-los. Molhar os pós com um líquido hidrofílico antes de adicioná-los ao veículo quando preparar uma suspensão aquosa
Se os pós são lipófilos, um tensoativo deve ser usado para ajudar na molhabilidade desses pós antes de adicionar um veículo.
Formulações de Metilcelulose são melhor preparadas pela dispersão em cerca de ? a ½ do total do volume de água, seguido da adição do restante da água como água gelada ou gelo pilado.
Muitos polímeros são facilmente dispersos quando agitados com um solvente hidrofílico, como glicerina, antes de adicioná-los a um veículo aquoso.
A dispersão dos polímeros pode ser facilitada, quando são polvilhados sobre água em agitação rápida.
Suspensões deveriam ser dispensadas em frascos de boca larga, para serem retiradas facilmente.
Emulsões
A estabilidade da emulsão é garantida com o uso de agentes emulsificantes, geralmente substâncias tensoativas. As emulsões podem ser pastosas ou líquidas, como as loções, destinadas ao uso externo ou interno, devendo ser sempre agitadas antes do uso.
Devem, ainda, serem adicionados adjuvantes com finalidade anti-oxidante para a fase oleosa, como BHT e BHA. No caso da inclusão de fármacos susceptíveis à oxidação, deve ser verificado o seu coeficiente de partição, tendo em vista a proteção do fármaco na fase em que será incluído.
Caso se distribua em ambas as fases (oleosa e aquosa), deverão ser adicionados estabilizantes solúveis em água e em óleo. Como se trata de sistema disperso, à semelhança das suspensões, o aumento da viscosidade nas preparações líquidas pode melhorar a estabilidade física das emulsões (evitar ou diminuir a separação de fases).
Nas emulsões líquidas de uso oral deverão ser acrescentados adjuvantes com finalidade corretiva para aroma, sabor e cor, se necessário. Quando de uso injetável,as emulsões devem atender às especificações de esterilidade e pirogênio.
Dicas sobre Emulsões:
Dissolver os componentes solúveis em óleo na fase oleosa e os componentes solúveis em água na fase aquosa.
Quando usar gral e pistilo, a trituração rápida é mais efetiva que a trituração pesada, lenta.
Adicionar as fases aquosa e oleosa sob agitação constante
Quando usar aquecimento, a fase aquosa deverá estar um pouco mais aquecida que a fase oleosa.
Xaropes:
São formas farmacêuticas aquosas, contendo cerca de dois terços de seu peso em sacarose ou outros açúcares. Os xaropes apresentam duas vantagens: correção de sabor desagradável do fármaco e conservação do mesmo na forma farmacêutica de administração. Os xaropes podem ser medicinais e/ou edulcorantes.
Formas Líquidas
Dicas e soluções para o formular líquidos
Agitadores magnéticos, misturadores elétricos economizam tempo e ajudam a preparar produtos uniformes
Um "spray" de álcool (etanol para soluções internas) ajuda a "quebrar" a espuma, ou um agente anti-espumante como o silicone pode ser adicionado à preparação
A filtração de um líquido pode ajudar na obtenção de produtos claros, límpidos
Um medidor de pH barato, ajuda na conferência do pH e a prevenção de incompatibilidades relacionadas a esse pH
Remover as barras magnéticas de dentro da vidraria onde o produto está sendo preparado, antes de completar o volume.
Dissolver sais em uma quantidade mínima de água antes de adicioná-lo a um veículo viscoso
Agitar constantemente quando misturar dois líquidos minimiza incompatibilidades devido aos efeitos da concentração.
Quando incorporar um material insolúvel, levigar o pó com uma pequena porção do veículo ou um líquido miscível com o veículo
Agitar gentilmente e não chacoalhar o produto para evitar a formação de espuma
Adicione líquidos de alta viscosidade a líquidos de baixa viscosidade com agitação constante
Sempre esteja atento ao pH e concentração alcoólica dos produtos preparados.
Quando filtrar, esteja atento sobre o que está sendo retido no filtro
Quando trabalhar com hidrocoloides, deixar que hidratem lentamente antes de qualquer incorporação
Quando selecionar um veículo, estudar a concentração do fármaco, solubilidade, pKa, sabor e estabilidade.
Considerações ou estudos sobre o veículo devem incluir pH, aroma e sabor, dulçor, cor, conservantes, viscosidade, compatibilidade e, se indicado, agentes suspensores e emulsificantes.
Quando preparar elixires, dissolver os constituintes solúveis em álcool no álcool e os constituintes solúveis na água, em água. Adicione a solução aquosa à solução alcoólica, com agitação, para manter alta a concentração do álcool, o mais possível.
Talco pode ser usado para remover óleos essenciais em excesso. Isso é obtido pela adição de 1-2 g de talco por 100 ml de solução e filtra-se. Durante a filtração, as primeiras porções do filtrado são devolvidas ao filtro até obtenção de um filtrado límpido (repassar o filtrado).
Sistemas co-solventes, misturas de água, álcool, glicerina e propilenoglicol podem ajudar na clarificação de soluções que são pouco límpidas, devido a insolubilidade em água.
A velocidade de dissolução pode ser aumentada colocando-se o béquer em um banho ultra-sônico
Partículas pequenas dissolvem-se mais rápido que partículas grandes
Agitação aumenta a velocidade de dissolução do fármaco
Geralmente, quanto mais solúvel for o fármaco, mais rápida será a sua velocidade de dissolução
Quando trabalhar com um líquido viscoso, a velocidade de dissolução do fármaco é diminuída
Um aumento na temperatura geralmente permite um aumento na solubilidade e na velocidade de dissolução de um fármaco. Algumas exceções são o Hidróxido de Cálcio e Metilcelulose
A solubilidade de um fármaco não iônico pode ser aumentada ou diminuída pela adição de um eletrólito.
Um alcalóide base ou uma base nitrogenada de peso molecular relativamente alto é geralmente pouco solúvel, a menos que o pH do meio seja diminuído (conversão a sal).
A solubilidade de uma substância ácida pouco solúvel é aumentado quando pH do meio é aumentado (conversão a sal)
A efetividade de um conservante pode estar relacionada ao pH. Por
exemplo: Parabenos são geralmente utilizados na faixa de 4 a 8,
Clorobutanol requer pH menor que 5 e, o Benzoato de sódio é mais efetivo
em pH ao redor de 4.

Referências Bibliográficas
(1) Lachman, L., Lieberman, H. A., Kanig, J. L.
Teoria e prática na indústria farmacêutica.
Fundação Calouste Gulbenkian, 2001;
(2) Handbook of Pharmaceutical Excipients. 4º
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(5) Martindale. The Complete Drug References.
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(6) Tomokane, N. K. M. Tecnologia
(7)Técnica Farmacêutica e Farmácia Galênica, L. N. Prista, 4ª ed.