6.11.2018

Dormir Mal pode piorar a sua Memória?


Um novo estudo demonstrou que adultos mais velhos que apresentam apneia obstrutiva do sono podem ter um risco maior de doença de Alzheimer. Isso ocorre porque eles exibem níveis mais elevados de beta-amiloide, o principal componente das placas amiloides que caracterizam a doença.
A apneia obstrutiva do sono é caracterizada pela ocasional incapacidade de respirar durante o sono, devido a um colapso da via aérea. Isso pode fazer com que quem está dormindo acorde repetidamente durante a noite sempre que a respiração se torna difícil, resultando em padrões de sono alterados.
Dados recentes sugerem que, nos Estados Unidos, a prevalência desse distúrbio é de cerca de 34% para homens e 17% para mulheres, o que o torna um problema de saúde bastante comum. No entanto, especialistas dizem que, em até 80% dos casos, a condição permanece não diagnosticada.
Associados a um grande número de desfechos negativos à saúde, incluindo maior risco de ataque cardíaco e diabetes tipo 2,  a apneia obstrutiva do sono também pode estar ligada a um risco aumentado de doença de Alzheimer na população idosa, sugere uma nova pesquisa.
O novo estudo, que foi publicado ontem no American Journal of Respiratory e Critical Care Medicine, mostra que os idosos afetados pela apneia obstrutiva do sono têm níveis mais elevados de beta-amiloide, os peptídeos envolvidos no acúmulo de placa cerebral que é característico da doença de Alzheimer.
Para o estudo, os pesquisadores recrutaram 208 participantes com idades entre 55 e 90 anos, nenhum dos quais tinha algum comprometimento cognitivo ou depressão. Além disso, nenhum deles utilizou pressão positiva contínua nas vias aéreas, que é um tratamento comum para a apneia do sono.
Em seus testes, os pesquisadores realizaram um procedimento médico conhecido como “punção lombar” para coletar líquido cefalorraquidiano,  ou o fluido contido no cérebro e na medula espinhal, bem como tomografia por emissão de pósitrons (PET). de medir os níveis de beta-amilóide de cada participante. 
A equipe descobriu que mais de 50% dos participantes do estudo tinham apneia obstrutiva do sono. Destes, 36,5 por cento tinham uma forma leve do distúrbio e 16,8 por cento tinham uma forma grave.
Além disso, 104 dos participantes originais também participaram de um estudo longitudinal que durou um período de 2 anos. Este estudo revelou uma ligação entre a gravidade da apneia do sono e a concentração de beta amiloide detectável no líquido cefalorraquidiano a longo prazo.
Em outras palavras, os indivíduos que experimentaram mais apneias durante o período normal de sono apresentaram níveis aumentados de beta-amiloide. Os exames PET confirmaram essa correlação.
No entanto, não houve relação direta entre a gravidade da apneia do sono e o início do comprometimento cognitivo nos participantes do estudo.
A relação entre carga amiloide e cognição é provavelmente não-linear e dependente de fatores adicionais. 
No artigo publicado, os pesquisadores também admitem que seu estudo enfrentou uma série de limitações, como “a curta duração relativa e a falta de dados longitudinais do sono”. Outro fator limitante, eles acrescentam, é que apenas alguns dos participantes optaram por se envolver no estudo de acompanhamento de 2 anos.
No entanto, os pesquisadores argumentam que seus resultados apontam para uma ligação entre o declínio cognitivo e apneia do sono, e que o envelhecimento físico influencia significativamente esta ligação.
Os resultados deste estudo, e a crescente literatura sugerem que a apneia obstrutiva do sono, declínio cognitivo e doença de Alzheimer estão relacionados.
Os benefícios potenciais de desenvolvimento de melhores ferramentas de rastreamento para diagnosticar a apneia obstrutiva do sono  são enormes. 
Para mais informações fale com seu médico.

FONTE:MEDICALNEWSTODAY.

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