5.26.2020



Você confia no Witzel? E no Bolsonaro? Nem eu, em nenhum dos dois. Eles foram super aliados nas eleições de 2018, vendendo-se como "pais da ética" e da "nova política". Nunca passou de bravata só para se elegerem. Quando deixou de ser conveniente, viraram inimigos políticos. Agora, o governo do "impoluto" ex-juiz é investigado pela Polícia Federal por corrupção braba e cruel na Saúde, no momento da pior pandemia do século.
Veja bem, o buraco é bem mais embaixo. O problema não é a PF investigar Witzel. O problema é se essa investigação for motivada por interesse político e pessoal do presidente e não pelo interesse público em combater ações corruptas. Investigações não podem ser seletivas, como gostava Sergio Moro, quando era considerado pelos bolsonaristas o "herói" sem capa de Curitiba. A Polícia Federal não pode ser instrumento político de ninguém, muito menos ter operações vazadas e antecipadas por parlamentares.

Se assim for, trata-se de polícia política, típica de ditaduras e não de democracias, cuja principal função é proteger amigos e familiares do alto escalão e perseguir adversários políticos.
Outra coisa: como a deputada federal do PSL, Carla Zambelli, sabia da operação? Zambelli é íntima de Bolsonaro e, mesmo sendo integrante do Legislativo, se considera parte do Executivo.
Resumindo: aguarda-se ação similar da PF contra milicianos, lojas de chocolate usadas para lavagem de dinheiro e gabinetes de ódio propagadores de fake news dos Bolsonaro. E que a deputada Carla Zambelli não saiba de antemão! PF virar polícia política, aparelhada pra servir ao governo, é inaceitável. É ditadura.
Foto: Marcelo Regua / Agência O Globo

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