Um novo medicamento poderá reduzir os riscos de sérias deficiências físicas provocadas por derrames, segundo testes feitos por uma equipe de pesquisadores da Universidade de Glasgow.
A pesquisa envolveu mais de 1,7 mil pacientes em 154 hospitais espalhados pelo mundo e produziu resultados promissores.
O medicamento, conhecido como NXY-059, age para minimizar os danos cerebrais logo após um derrame relacionado a um coágulo.
O derrame é uma das causas mais comuns de morte ou deficiência física de longo prazo no mundo. O acidente vascular cerebral relacionado a um coágulo, ou isquêmico, é causado pelo bloqueio de um dos vasos que transportam sangue ao cérebro.
Recuperação
Nos testes conduzidos pela equipe da Universidade de Glasgow, os pacientes eram examinados na chegada ao hospital, cerca de seis horas depois de desenvolverem os primeiros sintomas de derrame.
A metade deles recebeu tratamento com medicamentos tradicionais e para os demais foi incluído o NXY-059.
"Os pacientes que receberam esse novo medicamento tiveram mais chances de uma recuperação total em três meses", disse o professor Kennedy Lees, chefe da pesquisa.
"As chances dos que foram tratados com NXY-059 de evitar as deficiências físicas de longo prazo foram cerca de 20% maiores."
O professor disse também que os resultados mostravam ser possível tratar do derrame depois do prazo de três horas desde o início dos sintomas.
Segundo ele, os testes também sugeriram que o remédio pode reduzir os riscos de sangramento associado com remédios para combater a formação de coágulos.
"Esses testes abrem novos horizontes para o tratamento de uma das mais importantes doenças que afetam a nossa sociedade", disse Lees.
'Instigantes'Dieta rica em vegetais reduz risco de derrame
Comer mais do que as recomendadas cinco porções diárias de frutas, verduras e legumes diminui o risco de derrame cerebral em até 26%, segundo um estudo da Universidade de Londres publicado pela revista médica Lancet.
Aqueles que comem entre três e cinco porções diminuem os riscos em até 11%, em comparação com quem come menos do que três porções diárias.
O estudo analisou dados de mais de 275.500 pessoas compilados de oito pesquisas diferentes realizadas na Europa, Estados Unidos e Japão e concluiu ainda que o consumo diário de mais de cinco porções de vegetais também diminui o risco de doenças cardíacas e alguns cânceres.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, o derrame cerebral, ou acidente vascular cerebral (AVC), atinge 15 milhões de pessoas por ano e é a terceira principal causa de morte natural no mundo. Destas, cinco milhões morrem, e outras cinco milhões sofrem seqüelas que as deixam deficientes.
No Brasil, 129.172 pessoas morreram de AVC em 2002.
Mudanças simples
"É uma conclusão muito importante, porque realmente mostra que deveríamos estar comendo mais do que as recomendadas cinco porções diárias de vegetais", disse o professor Graham MacGregor, que participou do estudo.
Junto com o fumo, a dieta ruim e o sedentarismo são apontados como as principais causas que podem levar a um derrame.
Frutas e vegetais são ricos em nutrientes como vitamina C, betacarotenos e potássio, além de proteínas vegetais e fibras. Eles também são menos calóricos, têm pequena quantidade de gordura e contêm antioxidantes.
Mas os pesquisadores suspeitam que o potássio seja o principal fator para evitar os derrames.
"Nós sabemos que o consumo de potássio ajuda a baixar a pressão sanguínea", disse MacGregor, "aumentando o consumo de frutas, verduras e legumes para mais de cinco porções diárias, o consumo de potássio aumenta em cerca de 50%".
Uma porção de vegetais equivale a 77 gramas, e uma porção de frutas equivale a 80 gramas.
Fonte: BBC Brasil
O diretor da ONG britânica Chest, Heart and Stroke Scotland, David Clark, considera "instigantes" os resultados dos testes.
"Cerca de metade dos sobreviventes de um derrame tem alguma deficiência significativa, então, qualquer coisa para reduzir essa deficiência é potencialmente de grande benefício, especialmente por ter o potencial de ser desenvolvido como um procedimento de rotina nas unidades de tratamento de derrames", disse.
Joe Korner, da Stroke Association da Grã-Bretanha, disse: "O potencial desse medicamento é muito interessante e pode ser mais um instrumento para os profissionais de saúde no tratamento de um derrame agudo".
"Ainda não está claro exatamente de que maneira isso pode beneficiar indivíduos, mas o que sabemos é que, quanto mais cedo um paciente com derrame receber diagnóstico de especialista e for internado em uma unidade de tratamento de derrame, melhor o resultado".
"Pode demorar muitos anos para um remédio chegar ao mercado".
"O derrame é uma emergência médica e o público deve ser alertado para os sintomas para que mais pessoas possam receber os tratamentos já disponíveis".
"Um fator decisivo para isso será aumentar o conhecimento público sobre os sintomas do derrame."
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