Qualidade de vida é uma opção pessoal.
Só que, para tomar uma decisão consciente, as pessoas precisam de informações. É por isso que digo que qualidade de vida tem a ver com escolhas de bem-estar, claro que elas estão limitadas pelos padrões de convivência social. A idéia de associar exercícios físicos a qualidade de vida, por exemplo, nasceu nos Estados Unidos na década de 70. Para algumas pessoas realmente funciona assim, mas tem gente que abomina fazer ginástica. Essas pessoas podem optar por levar uma vida sedentária, mesmo sabendo dos prejuízos que isso acarreta para a saúde. Por mais estranho que possa parecer, tal atitude não deixa de ser uma escolha de bem-estar, uma vez que essas pessoas têm consciência da decisão que tomaram e não estão atrapalhando ninguém. Embora haja algumas linhas mestras, não dá para padronizar a qualidade de vida. Senão, vamos cair numa ditadura -- exatamente como a que impera no campo da estética corporal.
Para implantar um programa desse tipo, é preciso levar em conta o que os funcionários querem e o que a empresa deseja ou pode oferecer. Senão, vira aquela história de dar um presente inútil para alguém de quem você gosta muito. O diretor de uma empresa contou que certa vez gastou meio milhão de reais na festa de fim de ano. Esse, segundo ele, foi o programa de qualidade de vida deles. Acontece que os funcionários queriam financiamento para comprar a casa própria. Também não adianta criar um modelo e nunca mais mexer nele. As pessoas mudam, e o que elas querem para si mesmas também. Por isso qualidade de vida não deve ser encarada como uma ação global, mas como um conjunto de ações.
A s pessoas tem medo de mexer em questões que provavelmente estão represadas há muito tempo. É como rebentar um dique: pode ser que você perca o controle do processo. Por outro lado, existe um certo oportunismo da parte de quem é beneficiado pelos programas de qualidade de vida. Há funcionários que querem que a empresa adote medidas desse tipo, mas não se comprometem com absolutamente nada.
Acontece que o gasto que se tem com um programa assim muitas vezes é menor do que se imagina. Quer um exemplo? O custo de um tratamento fonoaudiológico pode ser de apenas 10 centavos/hora por funcionário. Sei também de casos em que a contratação de uma nutricionista saía mais barato que muitos dos equipamentos que a empresa comprou. E, depois, muitas medidas que se relacionam com qualidade de vida na empresa são cobradas pela própria legislação. Na minha opinião, o que os gestores têm a fazer é usar essa ferramenta com um conceito mais amplo.
Embora o departamento de RH muitas vezes coordene o processo, um programa desses tem espaço para a atuação de vários profissionais, do nutricionista ao psicólogo, passando pelo professor de educação física. Aliás, acredito que temos um ótimo nicho se formando no mercado. Tanto que já existem profissionais mandando imprimir "especialista em qualidade de vida" em seu cartão de visita.
Embora muitas já estejam trilhando esse caminho, acho que essas atitudes têm bem mais a ver com o perfil do fundador e com os produtos que eles fabricam. Na minha opinião, qualidade de vida ainda não faz parte da cultura corporativa. Mesmo assim, acredito que teremos mudanças significativas nos próximos cinco anos como reflexo de uma nova realidade social: aumento da expectativa de vida e do período de trabalho, mais consciência do direito à saúde, além do apelo a novos hábitos e estilos comportamentais.
Texto extraido da Internet
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