4.26.2008

VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DOS QUIMIOTERÁPICOS ANTINEOPLÁSICOS

VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DOS QUIMIOTERÁPICOS ANTINEOPLÁSICOS
Os quimioterápicos antineoplásicos podem ser administrados pelas vias: oral,
intramuscular, subcutânea, endovenosa, intrarterial, intrapleural, intravesical, intra-retal,
intratecal e intraperitoneal.

Via oral
Vantagens
· As mesmas de outra medicação administrada por essa via
Desvantagens
· As mesmas de outra medicação administrada por essa via
Potenciais complicações
· Complicações específicas de cada agente
Cuidados de enfermagem na via oral
 Manusear os quimioterápicos com luvas de procedimentos .
 Orientar e assistir o cliente com relação aos efeitos colaterais.
 Diluir a droga em água e administrá-la logo em seguida.
 Comunicar com o médico imediatamente, se o cliente vomitar.
 Administrar antiemético prescrito, se presença de vômitos persistentes.
 Fazer anotações de enfermagem descritiva.

Via intramuscular
Vantagens
· As mesmas de outra medicação administrada por essa via.
Desvantagens
· As mesmas de outra medicação administrada por essa via.
Potenciais complicações
· Lipodistrofias e abcessos.
Cuidados de enfermagem na via intramuscular
 Diluir os fármacos em pequena quantidade de diluentes.
 Fazer anti-sepsia rigorosa no local de aplicação.
 Administrar o quimioterápico em até 5 ml para cada aplicação em adulto e 3ml para
criança.
 Utilizar uma agulha de menor calibre.
 Fazer rodízios dos locais de aplicação.
 Orientar e assistir o cliente com relação aos efeitos colaterais.
 Fazer anotações de enfermagem descritiva.

Via arterial
Vantagens
· Aumento da dose para tumores com diminuição dos efeitos colaterais sistêmicos
Desvantagens
· Requer procedimento cirúrgico para colocação do cateter
Potencias complicações
· Sangramento e embolia
Cuidados de enfermagem na aplicação por via arterial
 Observar posicionamento e fixação do cateter.
 Retirar o cateter fazendo compressão por 5 minutos ou mais.
 Fazer curativo após a retirada do cateter.
 Orientar e assistir o cliente com relação aos efeitos colaterais.
 Fazer anotações de enfermagem descritiva.

Via intratecal
Vantagens
· Maiores níveis séricos da antineoplásico no liquido cérebro-espinhal
Desvantagens
· Requer punção lombar ou colocação cirúrgica do reservatório ou um cateter
implantável para a administração da droga
Potenciais complicações
· Cefaléia; confusão; letargia; náuseas e vômitos; convulsões
Cuidados de enfermagem na aplicação por via intratecal
 Posicionar adequadamente o cliente em decúbito lateral, para favorecer a punção.
 Manter o cliente em repouso pelo menos por duas horas após receber a quimioterapia
para prevenir cefaléia.
 Orientar e assistir o cliente com relação aos efeitos colaterais.
 Fazer anotações de enfermagem descritiva.

Via intrapleural
Vantagens
· Esclerose da parede da pleura para prevenir a recidiva de derrame pleural
Desvantagens
· Requer inserção do dreno de tórax
Potenciais complicações
· Dor; infecção

Cuidados de enfermagem na aplicação por via intrapleural
 Auxiliar o médico durante a drenagem pleural.
 Posicionar o cliente em decúbito lateral ou sentado com o dorso livre e os braços
amparados para o médico fazer a aplicação do quimioterápico antineoplásico.
 Ocluir o cateter ou dreno e manter a medicação no espaço intrapleural entre 20 minutos a 2 horas, conforme prescrição médica.
 Fazer mudança de decúbito a cada 15 minutos.
 Manipular o cateter utilizando técnica asséptica.
 Orientar e assistir o cliente com relação aos efeitos colaterais.
 Fazer anotações de enfermagem descritiva.

Via intravesical
Vantagens
· Exposição direta da superfície da bexiga à droga
Desvantagens
· Requer inserção do cateter de Folley
Potenciais complicações
· Infecções do trato urinário, cistite, contratura da bexiga, urgência urinária, reações alérgicas à droga
Cuidados de enfermagem na aplicação por via intravesical
 Orientar o cliente a fazer restrição hídrica por 8 a 12 horas antes da sondagem.
 Fazer o cateterismo vesical com sonda vesical de demora e se for retirá-la após a
infusão fazer com a sonda de alívio.
 Aplicar o quimioterápico antineoplásico.
 Fazer mudança de decúbito de 15 em 15 minutos.
 Orientar que a quimioterapia deverá ficar retida por maior tempo possível.
 Drenar o quimioterápico e retirar a sonda
 Assegurar técnica asséptica.
 Orientar e assistir o cliente com relação aos efeitos colaterais.
 Fazer anotações de enfermagem descritiva.

Via endovenosa
Vantagens
· Efeito imediato e completa disponibilidade da medicação.
Desvantagens
· Esclerose venosa, hiperpigmentação da pele.
Potencias complicações
· Infecção, flebite, formação de vesículas ou necrose quando extravasado o
antineoplásico.
Cuidados de enfermagem na aplicação por via endovenosa
 Puncionar veia calibrosa.
 Escolher a veia periférica mais distal dos membros superiores e de maior calibre acima
das áreas de flexão.
 Fixar o dispositivo de uma maneira que facilite a visualização do local da inserção do
cateter para a avaliação de extravasamento.
 Certificar se o acesso venoso está pérvio com soro fisiológico ou água destilada antes
de iniciar a quimioterapia.
 Usar three way para facilitar na manipulação medicamentosa.
 Administrar o quimioterápico antineoplásico em bolus, infusão rápida e lenta ou
contínua, conforme prescrição médica.
 Não administrar quimioterápicos vesicantes sob infusão contínua através de um acesso venoso periférico.
 Interromper a infusão quando houver: edema, hiperemia, diminuição ou parada do
retorno venoso e dor no local da punção.
 Seguir protocolo da instituição em caso de extravasamento do quimioterápico.
 Lavar a veia puncionada com SF 0,9% antes de retirar o dispositivo da punção
 Fazer compressão local por 3 minutos após a retirada do dispositivo para evitar o
refluxo do quimioterápico e sangue.
 Observar presença de complicações locais associados à administração dos
quimioterápicos por veia periférica: flebite, urticária, vasoespasmo, dor, eritema,
descoloração, hiperpigmentação venosa e necrose tecidual secundária ao
extravasamento.
 Assistir e orientar o cliente com relação aos efeitos colaterais.
 Fazer anotações de enfermagem descritiva.
3.8 Via retal
Vantagens
· As mesmas de outra medicação administrada por essa via
Desvantagens
· As mesmas de outra medicação administrada por essa via
Cuidados de enfermagem na aplicação por via intra retal
 Fazer lavagem intestinal, conforme prescrição médica.
 Aplicar o medicamento evitando extravazamento.
 Orientar o cliente a manter o quimioterápico por maior tempo possível e mudar de
decúbito sempre que possível.
 Orientar e assistir o cliente com relação aos efeitos colaterais.
 Fazer anotações de enfermagem descritiva.

Procedimento para administração de quimioterápicos
 Verificar a identificação do cliente, medicamento, dose, via e tempo de administraçãona prescrição médica.
 Rever o histórico de alergia à medicamentos com o cliente e no prontuário.
 Antecipar e planejar possíveis efeitos colaterais e toxicidade sistêmica importante.
 Rever os dados laboratoriais e outros testes adequados.
 Escolher os equipamentos e dispositivos adequados.
 Explicar o procedimento ao cliente e ao acompanhante.
 Informar que os quimioterápicos são lesivos para as células normais e que as medidas
de proteção usadas pela equipe minimizam sua exposição ao medicamento.
 Administrar antieméticos ou outras medicações prescritas.
 Administrar o quimioterápico.
 Monitorar o cliente em intervalos programados durante todo o período de administração de medicamentos.
 Não descartar qualquer dispositivo utilizado em qualquer procedimento na área de
cuidado do cliente.
Intervenções de enfermagem frente ao tratamento com os quimioterápicos
antineoplásicos
 Avaliar cavidade oral quanto à presença de mucosites e gengivites.
 Fazer a higienização dos dentes com cautela, nos clientes que apresentarem
hemorragias gengivais.
 Incentivar o cliente a fazer a higiene oral com escova macia ou com o dedo enrolado na gaze com soro fisiológico e solução alcalina (bicarbonato de sódio) na ausência de hemorragia.
 Incentivar o cliente a fazer bochecho com solução de nistatina 30 minutos após a
higiene oral, mantendo-a na boca por 2 minutos e deglutindo após, conforme prescrição
média.
 Liberar a dieta após 20 minutos do bochecho com solução de nistatina.
 Avaliar a aceitação alimentar e documentar.
 Oferecer alimentação leve 2h antes do início da quimioterapia.
 Evitar frituras para minimizar a possibilidade de vômitos para o cliente.
 Administrar antiemético antes da quimioterapia, se prescrito.
 Avaliar a eficácia do antiemético.
 Evitar líquidos durante as refeições .
 Estimular ingestão hídrica 2 litros/dia ou mais.
 Evitar odores desagradáveis na enfermaria.
 Investigar, medicar e proporcionar o conforto na ocorrência de dor.
 Manter os lábios do cliente lubrificados.
 Registrar o peso diariamente e fazer balança hídrico rigoroso.
 Estimular a deambulação, quando possível.
 Observar, comunicar e registrar presença de reações adversas

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