VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DOS QUIMIOTERÁPICOS ANTINEOPLÁSICOS
Os quimioterápicos antineoplásicos podem ser administrados pelas vias: oral,
intramuscular, subcutânea, endovenosa, intrarterial, intrapleural, intravesical, intra-retal,
intratecal e intraperitoneal.
Via oral
Vantagens
· As mesmas de outra medicação administrada por essa via
Desvantagens
· As mesmas de outra medicação administrada por essa via
Potenciais complicações
· Complicações específicas de cada agente
Cuidados de enfermagem na via oral
Manusear os quimioterápicos com luvas de procedimentos .
Orientar e assistir o cliente com relação aos efeitos colaterais.
Diluir a droga em água e administrá-la logo em seguida.
Comunicar com o médico imediatamente, se o cliente vomitar.
Administrar antiemético prescrito, se presença de vômitos persistentes.
Fazer anotações de enfermagem descritiva.
Via intramuscular
Vantagens
· As mesmas de outra medicação administrada por essa via.
Desvantagens
· As mesmas de outra medicação administrada por essa via.
Potenciais complicações
· Lipodistrofias e abcessos.
Cuidados de enfermagem na via intramuscular
Diluir os fármacos em pequena quantidade de diluentes.
Fazer anti-sepsia rigorosa no local de aplicação.
Administrar o quimioterápico em até 5 ml para cada aplicação em adulto e 3ml para
criança.
Utilizar uma agulha de menor calibre.
Fazer rodízios dos locais de aplicação.
Orientar e assistir o cliente com relação aos efeitos colaterais.
Fazer anotações de enfermagem descritiva.
Via arterial
Vantagens
· Aumento da dose para tumores com diminuição dos efeitos colaterais sistêmicos
Desvantagens
· Requer procedimento cirúrgico para colocação do cateter
Potencias complicações
· Sangramento e embolia
Cuidados de enfermagem na aplicação por via arterial
Observar posicionamento e fixação do cateter.
Retirar o cateter fazendo compressão por 5 minutos ou mais.
Fazer curativo após a retirada do cateter.
Orientar e assistir o cliente com relação aos efeitos colaterais.
Fazer anotações de enfermagem descritiva.
Via intratecal
Vantagens
· Maiores níveis séricos da antineoplásico no liquido cérebro-espinhal
Desvantagens
· Requer punção lombar ou colocação cirúrgica do reservatório ou um cateter
implantável para a administração da droga
Potenciais complicações
· Cefaléia; confusão; letargia; náuseas e vômitos; convulsões
Cuidados de enfermagem na aplicação por via intratecal
Posicionar adequadamente o cliente em decúbito lateral, para favorecer a punção.
Manter o cliente em repouso pelo menos por duas horas após receber a quimioterapia
para prevenir cefaléia.
Orientar e assistir o cliente com relação aos efeitos colaterais.
Fazer anotações de enfermagem descritiva.
Via intrapleural
Vantagens
· Esclerose da parede da pleura para prevenir a recidiva de derrame pleural
Desvantagens
· Requer inserção do dreno de tórax
Potenciais complicações
· Dor; infecção
Cuidados de enfermagem na aplicação por via intrapleural
Auxiliar o médico durante a drenagem pleural.
Posicionar o cliente em decúbito lateral ou sentado com o dorso livre e os braços
amparados para o médico fazer a aplicação do quimioterápico antineoplásico.
Ocluir o cateter ou dreno e manter a medicação no espaço intrapleural entre 20 minutos a 2 horas, conforme prescrição médica.
Fazer mudança de decúbito a cada 15 minutos.
Manipular o cateter utilizando técnica asséptica.
Orientar e assistir o cliente com relação aos efeitos colaterais.
Fazer anotações de enfermagem descritiva.
Via intravesical
Vantagens
· Exposição direta da superfície da bexiga à droga
Desvantagens
· Requer inserção do cateter de Folley
Potenciais complicações
· Infecções do trato urinário, cistite, contratura da bexiga, urgência urinária, reações alérgicas à droga
Cuidados de enfermagem na aplicação por via intravesical
Orientar o cliente a fazer restrição hídrica por 8 a 12 horas antes da sondagem.
Fazer o cateterismo vesical com sonda vesical de demora e se for retirá-la após a
infusão fazer com a sonda de alívio.
Aplicar o quimioterápico antineoplásico.
Fazer mudança de decúbito de 15 em 15 minutos.
Orientar que a quimioterapia deverá ficar retida por maior tempo possível.
Drenar o quimioterápico e retirar a sonda
Assegurar técnica asséptica.
Orientar e assistir o cliente com relação aos efeitos colaterais.
Fazer anotações de enfermagem descritiva.
Via endovenosa
Vantagens
· Efeito imediato e completa disponibilidade da medicação.
Desvantagens
· Esclerose venosa, hiperpigmentação da pele.
Potencias complicações
· Infecção, flebite, formação de vesículas ou necrose quando extravasado o
antineoplásico.
Cuidados de enfermagem na aplicação por via endovenosa
Puncionar veia calibrosa.
Escolher a veia periférica mais distal dos membros superiores e de maior calibre acima
das áreas de flexão.
Fixar o dispositivo de uma maneira que facilite a visualização do local da inserção do
cateter para a avaliação de extravasamento.
Certificar se o acesso venoso está pérvio com soro fisiológico ou água destilada antes
de iniciar a quimioterapia.
Usar three way para facilitar na manipulação medicamentosa.
Administrar o quimioterápico antineoplásico em bolus, infusão rápida e lenta ou
contínua, conforme prescrição médica.
Não administrar quimioterápicos vesicantes sob infusão contínua através de um acesso venoso periférico.
Interromper a infusão quando houver: edema, hiperemia, diminuição ou parada do
retorno venoso e dor no local da punção.
Seguir protocolo da instituição em caso de extravasamento do quimioterápico.
Lavar a veia puncionada com SF 0,9% antes de retirar o dispositivo da punção
Fazer compressão local por 3 minutos após a retirada do dispositivo para evitar o
refluxo do quimioterápico e sangue.
Observar presença de complicações locais associados à administração dos
quimioterápicos por veia periférica: flebite, urticária, vasoespasmo, dor, eritema,
descoloração, hiperpigmentação venosa e necrose tecidual secundária ao
extravasamento.
Assistir e orientar o cliente com relação aos efeitos colaterais.
Fazer anotações de enfermagem descritiva.
3.8 Via retal
Vantagens
· As mesmas de outra medicação administrada por essa via
Desvantagens
· As mesmas de outra medicação administrada por essa via
Cuidados de enfermagem na aplicação por via intra retal
Fazer lavagem intestinal, conforme prescrição médica.
Aplicar o medicamento evitando extravazamento.
Orientar o cliente a manter o quimioterápico por maior tempo possível e mudar de
decúbito sempre que possível.
Orientar e assistir o cliente com relação aos efeitos colaterais.
Fazer anotações de enfermagem descritiva.
Procedimento para administração de quimioterápicos
Verificar a identificação do cliente, medicamento, dose, via e tempo de administraçãona prescrição médica.
Rever o histórico de alergia à medicamentos com o cliente e no prontuário.
Antecipar e planejar possíveis efeitos colaterais e toxicidade sistêmica importante.
Rever os dados laboratoriais e outros testes adequados.
Escolher os equipamentos e dispositivos adequados.
Explicar o procedimento ao cliente e ao acompanhante.
Informar que os quimioterápicos são lesivos para as células normais e que as medidas
de proteção usadas pela equipe minimizam sua exposição ao medicamento.
Administrar antieméticos ou outras medicações prescritas.
Administrar o quimioterápico.
Monitorar o cliente em intervalos programados durante todo o período de administração de medicamentos.
Não descartar qualquer dispositivo utilizado em qualquer procedimento na área de
cuidado do cliente.
Intervenções de enfermagem frente ao tratamento com os quimioterápicos
antineoplásicos
Avaliar cavidade oral quanto à presença de mucosites e gengivites.
Fazer a higienização dos dentes com cautela, nos clientes que apresentarem
hemorragias gengivais.
Incentivar o cliente a fazer a higiene oral com escova macia ou com o dedo enrolado na gaze com soro fisiológico e solução alcalina (bicarbonato de sódio) na ausência de hemorragia.
Incentivar o cliente a fazer bochecho com solução de nistatina 30 minutos após a
higiene oral, mantendo-a na boca por 2 minutos e deglutindo após, conforme prescrição
média.
Liberar a dieta após 20 minutos do bochecho com solução de nistatina.
Avaliar a aceitação alimentar e documentar.
Oferecer alimentação leve 2h antes do início da quimioterapia.
Evitar frituras para minimizar a possibilidade de vômitos para o cliente.
Administrar antiemético antes da quimioterapia, se prescrito.
Avaliar a eficácia do antiemético.
Evitar líquidos durante as refeições .
Estimular ingestão hídrica 2 litros/dia ou mais.
Evitar odores desagradáveis na enfermaria.
Investigar, medicar e proporcionar o conforto na ocorrência de dor.
Manter os lábios do cliente lubrificados.
Registrar o peso diariamente e fazer balança hídrico rigoroso.
Estimular a deambulação, quando possível.
Observar, comunicar e registrar presença de reações adversas
Nenhum comentário:
Postar um comentário