Neurocientista dá dicas para memorização.
Você consegue decorar números de telefone? Digamos que você tenha que discar um número novo. Até conseguir discar, você fica repetindo o número mentalmente. Se dá ocupado, você disca de novo, sem problemas.
Mas se depois de desligar, você precisar discar o número de novo. Ainda vai lembrar?
Acontece que, do mundo de informações que o cérebro recebe a cada instante poucas são realmente importantes. Apenas as que recebem o foco da nossa atenção ganham acesso a um tipo memória: a memória de trabalho.
Existem vários tipos de memória. A memória de trabalho é função das partes laterais do córtex pré-frontal. É ela que mantém ativas as ideias que os olhos não enxergam mais, como números de telefone, para que o restante do cérebro possa trabalhar com elas. Enquanto você presta atenção no número novo, ele fica na sua memória de trabalho.
Mas quando você muda de assunto - por exemplo, porque a pessoa do outro lado atendeu a ligação - o conteúdo da sua memória de trabalho muda. Nisso, o número de telefone que estava na sua memória desaparece. Você presta atenção na voz com quem fala, lembra do que queria dizer, ouve o que o outro responde.
A memória de trabalho funciona como um bloquinho de recados, onde cada folha é eliminada assim que é usada.
Apesar de temporária, a memória de trabalho é a porta de entrada para outros sistemas de memória mais duradouros, como o hipocampo, que entram em ação quando relacionamos a informação nova a outras informações mais antigas.
Como só entra para a memória de trabalho o que recebe nossa atenção, o que fazemos sem notar, ou em gestos automáticos, sem entrar para a memória de trabalho, dificilmente será lembrado.
Portanto, para lembrar de informações novas e também do lugar onde você deixa seus óculos, a carteira ou a chave, a dica da neurociência é simples: diga para você mesmo o que está fazendo com eles.
Assim você presta atenção no que faz e sua memória agradece!
Globo. com
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