6.15.2009

Saiba o que fazer para sua memória não falhar

Neurocientista dá dicas para memorização.

Você consegue decorar números de telefone? Digamos que você tenha que discar um número novo. Até conseguir discar, você fica repetindo o número mentalmente. Se dá ocupado, você disca de novo, sem problemas.

Mas se depois de desligar, você precisar discar o número de novo. Ainda vai lembrar?

Acontece que, do mundo de informações que o cérebro recebe a cada instante poucas são realmente importantes. Apenas as que recebem o foco da nossa atenção ganham acesso a um tipo memória: a memória de trabalho.

Existem vários tipos de memória. A memória de trabalho é função das partes laterais do córtex pré-frontal. É ela que mantém ativas as ideias que os olhos não enxergam mais, como números de telefone, para que o restante do cérebro possa trabalhar com elas. Enquanto você presta atenção no número novo, ele fica na sua memória de trabalho.

Mas quando você muda de assunto - por exemplo, porque a pessoa do outro lado atendeu a ligação - o conteúdo da sua memória de trabalho muda. Nisso, o número de telefone que estava na sua memória desaparece. Você presta atenção na voz com quem fala, lembra do que queria dizer, ouve o que o outro responde.

A memória de trabalho funciona como um bloquinho de recados, onde cada folha é eliminada assim que é usada.

Apesar de temporária, a memória de trabalho é a porta de entrada para outros sistemas de memória mais duradouros, como o hipocampo, que entram em ação quando relacionamos a informação nova a outras informações mais antigas.

Como só entra para a memória de trabalho o que recebe nossa atenção, o que fazemos sem notar, ou em gestos automáticos, sem entrar para a memória de trabalho, dificilmente será lembrado.

Portanto, para lembrar de informações novas e também do lugar onde você deixa seus óculos, a carteira ou a chave, a dica da neurociência é simples: diga para você mesmo o que está fazendo com eles.
Assim você presta atenção no que faz e sua memória agradece!

Globo. com

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