A vacina contra o HIV, o vírus da aids, será uma realidade em cinco ou no máximo dez anos. A aposta é do cientista brasileiro radicado nos Estados Unidos Michel Nussenzweig.
A razão para tanta confiança são os resultados de dois estudos conduzidos pela equipe que o brasileiro lidera no laboratório de imunologia molecular da Universidade Rockfeller, em Nova York, e que foram considerados fundamentais para o desenvolvimento de vacinas mais eficientes de terceira geração.
O primeiro trabalho desvendou o mistério da origem das células dendríticas, responsáveis por iniciar o processo de imunidade no organismo humano.
O estudo confirmou que as dendríticas nascem no interior da medula óssea, assim como as demais células do sistema de defesa, e descobriu que elas evoluem a partir de células distintas, diferente do que se imaginava.
O nome da célula deriva do grego dédron, devido a seus prolongamentos, que se assemelham a uma árvore. É por meio deles que a célula envolve os invasores e os destrói.
Com os pedaços do invasor em sua superfície, ela os apresenta aos linfócitos T, que acionam os linfócitos B, produtores de anticorpos. A segunda pesquisa estudou o método de defesa contra o vírus desenvolvido por pessoas resistentes, chamadas controladores de elite. Nesses casos, o HIV é simultaneamente bombardeado por anticorpos de vários tipos.
Segundo Nussenzweig, os modelos atuais focam no estímulo à produção de apenas um ou dois anticorpos que impedem o vírus HIV de invadir a célula do sistema de defesa. Os estudos da Rockfeller sugerem a produção de vacinas que estimulem a produção de vários tipos de anticorpos que reproduzam esse mesmo comportamento ao se conectarem a pontos diferentes do vírus, impedindo sua entrada nas células.
"Nós sabemos que há mecanismos naturais que produzem esse coquetel de anticorpos e a ideia é entender essa resposta para reproduzi-la.
" Enquanto isso não acontece, outras pesquisas vão reforçando as esperanças nessa busca, como a vacina de DNA sintético produzida por cientistas do Hospital da Criança de Filadélfia, nos EUA. O experimento conseguiu reproduzir em macacos anticorpos sintéticos capazes de imunizá-los contra uma versão animal do HIV, chamada de SIV.
Fonte: Revista Veja Online - Alerta Google
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