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7.03.2009
Arte na pele com saúde
História da tatuagem no mundo dos homens
Como surgiu a tatuagem?
Tudo indica que a prática de marcar o corpo é tão antiga quanto a própria humanidade. Mas, como é impossível encontrar corpos de eras tão remotas com a pele preservada, temos de nos basear em amostras mais recentes. É o caso de múmias egípcias do sexo feminino, como a de Amunet, que teria vivido entre 2160 e 1994 a.C. e apresenta traços e pontos inscritos na região abdominal – indício de que a tatuagem, no Egito Antigo, poderia ter relação com cultos à fertilidade. Um registro bem mais antigo foi detectado no famoso Homem do Gelo, múmia com cerca de 5 300 anos descoberta em 1991, nos Alpes. As linhas azuis em seu corpo podem ser o mais antigo vestígio de tatuagem já encontrado – ou, então, cicatrizes de algum tratamento medicinal adotado pelos povos da Idade da Pedra. Mesmo com tantas incertezas, os estudiosos concordam que, já nos primórdios da humanidade, a tatuagem deve ter surgido na busca de tentar preservar a pintura do corpo.
“Um dos objetivos seria permitir ao indivíduo registrar sua própria história, carregando-a na pele em seus constantes deslocamentos”, afirma a artista plástica Célia Maria Antonacci Ramos, da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), autora do livro Teorias da Tatuagem. A prática se difundiu por todos os continentes, com diferentes finalidades: rituais religiosos, identificação de grupos sociais, marcação de prisioneiros e escravos (como a tatuagem era usada pelo Império Romano), ornamentação e até mesmo camuflagem. No Ocidente, a técnica caiu em desuso com o cristianismo, que a proibiu – afinal, está escrito no Levítico, livro do Antigo Testamento: “Não façais incisões no corpo por causa de um defunto e não façais tatuagem”. A tradição só foi redescoberta em 1769, quando o navegador inglês James Cook realizou sua expedição à Polinésia e registrou o costume em seu diário de bordo: “Homens e mulheres pintam seus corpos. Na língua deles, chamam isso de tatau.
Injetam pigmento preto sob a pele de tal modo que o traço se torna indelével”. Cem anos depois, Charles Darwin afirmaria que nenhuma nação desconhecia a arte da tatuagem. De fato, dos índios americanos aos esquimós, da Malásia à Tunísia, a maioria dos povos dos planeta praticava ou havia praticado algum tipo de tatuagem. Com a invenção da máquina elétrica de tatuar, em 1891, o hábito se espalhou ainda mais pela Europa e pelos Estados Unidos. No final do século XX, a pele desenhada, até então uma característica quase exclusiva de marinheiros e presidiários, tornou-se uma das mais duradouras modas jovens.
TAITI
De acordo com a mitologia da região, foram os deuses que ensinaram aos homens a arte de tatuar – que, por isso, deve ser executada seguindo à risca uma liturgia especial. Aos homens, por exemplo, é permitido tatuar o corpo todo, enquanto as mulheres só podem marcar o rosto, os braços e as pernas. Na Polinésia em geral, a tatuagem costuma ser usada como símbolo de classe social
JAPÃO
A gravura à direita, do século XIX, mostra japoneses tatuados no braço. O país foi um dos que mais desenvolveram a técnica: as sessões podem durar anos até os desenhos cobrirem o corpo todo, com exceção das mãos e dos pés. A prática, porém, ficou associada à organização mafiosa Yakuza. Outra curiosidade local é a kakoushibori, espécie de tatuagem oculta, com produtos químicos como o óxido de zinco que fazem o desenho aparecer apenas em certas situações: quando a pessoa está alcoolizada, após o ato sexual ou um banho quente
ÍNDIA
Outro país em que a tatuagem é uma tradição milenar, a Índia desenvolveu também a chamada mehndi, pintura corporal com o pigmento natural de henna. Mas, nesse caso, os desenhos duram no máximo uma semana – por isso a técnica costuma ser usada quase que exclusivamente com fins decorativos, para ocasiões especiais como casamentos
NOVA ZELÂNDIA
Os desenhos espiralados típicos da tatuagem maori, como são chamados os nativos da Nova Zelândia, tinham o objetivo de distinguir os integrantes de diferentes classes sociais. Cada espiral simbolizava um nível hierárquico. A prática só era permitida aos homens livres: escravos não podiam se tatuar. Depois que os líderes maoris morriam, seus familiares conservavam a cabeça tatuada em casa, como relíquia. A imagem à esquerda mostra um desses chefes, retratado aos 98 anos de idade, em 1923
ÁFRICA
As tatuagens com cores e traços elaborados são menos comuns em povos de pele escura. Nas tribos africanas, uma prática comum é a escarificação, que consiste na produção de cicatrizes a partir de incisões na pele. Alguns povos a utilizam com fins terapêuticos, para introduzir medicamentos diretamente no corpo. A prática também é verificada em ritos de passagem. Em algumas tribos do Sudão, por exemplo, as mulheres são submetidas a três processos de escarificação: aos 10 anos elas marcam o peito, na primeira menstruação é a vez dos seios e, após a gestação, são marcados os braços, as pernas e as costas
Texto: http://mundoestranho.abril.com.br/cultura/pergunta_286265.shtml
Quem pretende fazer uma tatuagem deve observar as condições de higiene do estúdio
Rio - Todo o cuidado é pouco na hora de fazer uma tatuagem. É preciso ter muita certeza do desenho a ser eternizado na pele — assim, evita-se problemas como o da jovem belga que ganhou destaque na imprensa internacional, ontem, ao anunciar que vai processar o tatuador que fez 56 estrelas em seu rosto. Além disso, é preciso observar as condições do estabelecimento em que a ‘arte’ será feita, já que o procedimento sem medidas de segurança e higiene leva ao risco de se contrair infecções cutâneas, hepatite e até HIV .
Estúdios clandestinos ou sem o selo da Vigilância Sanitária devem ser evitados. Segundo a dermatologista Tanit Varejão, do BarraLife, o material usado pelo tatuador precisa estar esterilizado. Tinta de má qualidade, por sua vez, pode causar alergia e até um choque anafilático. O selo da Vigilância Sanitária é a garantia de que o estabelecimento segue as condutas mínimas de higiene recomendadas.
Para apagar uma tatuagem, o método mais eficaz é o laser, mas a retirada pode não ser completa. Outros procedimentos são a cirurgia ou a dermoabrasão (lixamento da pele), mas podem deixar cicatrizes. A dificuldade de se garantir uma remoção eficaz torna ainda mais dramática a situação da belga Kimberly Vlaminck, 18 anos.
Ela alega que dormiu enquanto era tatuada e está processando seu tatuador, Romanian Toumaniantz, 37 anos, porque teria acordado com 56 estrelas no rosto, apesar de ter pedido somente três.
Ontem, apesar de dizer que vai pagar metade da remoção, Toumaniantz se defendeu: afirmou que tem uma testemunha para comprovar que a adolescente pediu as 56 estrelas. Segundo o tatuador, a jovem teria, na verdade, se desesperado ao ver que o pai desaprovou os desenhos.
O dia
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