Cirurgia para emagrecer
Quantos tipos de cirurgia existem?
Existem vários tipos de cirurgia que são divididas em 3 grupos. As equipes médicas, em geral, não têm predileção por nenhuma técnica. Realizam todas as técnicas, entendendo que devem adaptar a cada paciente um tipo de procedimento. Para isso, avaliam o perfil de cada paciente a fim de saber qual o melhor tipo de cirurgia para aquele caso.
Cirurgias restritivas:
Neste grupo se destaca técnica que consiste em construir um pequeno reservatório no estômago (30 ml) que se comunica com o restante do órgão e que tem seu esvaziamento retardado por um anel, impedindo que se coma grandes volumes de comida. Esta cirurgia não impede a ingestão de líquidos, mesmo os hipercalóricos (que engordam) como sorvetes, refrigerantes, leite condensado etc. Por este motivo é necessária grande colaboração do paciente para que os resultados sejam compensadores, por este motivo, esta técnica falha em 30% dos casos. Esta cirurgia apresenta mecanismo de ação e resultados semelhantes àquela para colocação de banda gástrica, uma espécie de balão inflável, adaptada próximo à junção do esôfago com o estômago.
Cirurgias combinadas
Nas técnicas combinadas há construção do pequeno reservatório gástrico, com anel, assim como a exclusão de um pequeno segmento intestinal. Nesta técnica, pode-se obter as vantagens das duas anteriores, com menores índices de complicações metabólicas (carência de vitaminas, proteínas, ferro e sais minerais) uma vez que o segmento intestinal excluso é menor. Esta cirurgia é a que se adota na maioria dos casos. Quando a pessoa se alimenta, o reservatório do estômago se enche rapidamente, mandando um sinal ao cérebro que interpreta como saciedade, ou seja, come-se pouco, mas parece que comeu muito. O paciente deverá aprender a mastigar muito bem o alimento e ingeri-lo lentamente. Se comer rápido e pedaços grandes, o alimento não vai passar pelo anel e o paciente vai vomitar. Além disso, se a pessoa “abusar” dos alimentos calóricos líquidos sentirá mal-estar, tonturas e diarréia. Este quadro é chamado de Síndrome de Dumping sendo decorrente da passagem rápida de alimento rico em carboidratos para o intestino. A presença destas manifestações ajuda a inibir a ingestão destes alimentos.
Existem outras opções?
Além das cirurgias descritas acima, os médicos também trabalham com uma técnica conhecida como Balão Intra-Gástrico. Este tratamento é temporário, podendo ser usado por no máximo 6 meses, nos pacientes super-obesos que precisam perder peso no período pré-operatório, otimizando a sua recuperação no pós-operatório. Também pode ser utilizado nos pacientes com um risco cirúrgico proibitivo para a cirurgia ou nos pacientes que não são candidatos a cirurgia e que necessitam perder peso. Esse tratamento é para ser utilizado com uma dieta supervisionada, associada a um programa de mudança de hábitos de vida. O balão é colocado por endoscopia e o procedimento dura em média 30 minutos. Outra opção futura e ainda em estudos é o marca-passo gástrico, tal dispositivo ainda não esta disponível no Brasil, mas trabalhos mostram bons resultados em curto prazo, ficando a perda de peso em torno de 30% do seu excesso.
Balão Intra-Gástrico - O que é?
Uma alternativa ao tratamento cirúrgico e clínico da obesidade é o método endoscópico da colocação de um balão intra-gástrico (dentro do estômago). Por meio de endoscopia coloca-se um balão de silicone com cerca de 600ml de líquido dentro do estômago. Em nenhum lugar do mundo, essa técnica é utilizada como método definitivo de tratamento da obesidade mórbida já que sua utilização é temporária.
Como funciona?
Em virtude da presença do balão no estômago, é necessária menor quantidade de comida para que o indivíduo sinta saciedade.
Vantagens: Não necessita de cirurgia nem anestesia, resultando em recuperação muito rápida. Em caso de desconforto severo pode ser prontamente retirado. Pode servir como uma experiência para o paciente que tem dúvida de como se comportaria com uma cirurgia.
Desvantagens: Não é um método recomendado como tratamento definitivo da obesidade mórbida, pois tem duração de tratamento de seis meses, tempo após o qual precisa ser obrigatoriamente removido. Geralmente esse período não é suficiente para que o indivíduo emagreça a quantidade que deseja. Pode ser aplicado como alternativa para reduzir o risco das cirurgias e preparo para o procedimento já que, com a redução do peso haverá também melhora das comorbidades. Estimativa de emagrecimento de 10% a 15% do peso.
Laparoscópica e Aberta: Duas Abordagens para Cirurgia da Obesidade:
ABORDAGEM ABERTA:
Um procedimento aberto consiste em uma incisão longa que abre o abdômen para que o cirurgião tenha acesso. Procedimentos Abertos para a cirurgia da obesidade utilizam os mesmos princípios da laparoscópica e produzem perda de excesso de peso da mesma forma.
INCISÕES PARA CIRURGIA ABERTA DA OBESIDADE:
O local, número e tamanho das incisões podem variar de cirurgião para cirurgião
PROCEDIMENTO LAPAROSCÓPICO:
Quando se realiza uma operação laparoscópica, uma pequena câmera é inserida no abdômen permitindo que o cirurgião conduza e visualize a cirurgia através de um monitor de vídeo. A câmera e os instrumentos cirúrgicos geralmente são inseridos por pequenas incisões feitas na parede abdominal. Os procedimentos laparoscópicos para a cirurgia da obesidade utilizam os mesmos princípios da aberta e produzem perda de excesso de peso da mesma forma.
INCISÕES PARA CIRURGIA DA OBESIDADE LAPAROSCÓPICA
O local, número e tamanho das incisões podem variar de cirurgião para cirurgião.
COMPARADA À CIRURGIA ABERTA, ALGUNS BENEFÍCIOS DA CIRURGIA LAPAROSCÓPICA INCLUEM:
Menor dor pós-operatória.
Menor infecção nas feridas (incições).
Menor ocorrência de hérnias incisionais.
Rápida recuperação e retorno à atividade.
Considerações Importantes para Todas as Cirurgias da Obesidade
A cirurgia de perda de peso não é uma cirurgia cosmética.
A decisão de escolher o tratamento cirúrgico exige uma avaliação dos riscos e benefícios e do desempenho meticuloso do procedimento cirúrgico adequado.
O sucesso da cirurgia de perda de peso depende de mudanças em seu estilo de vida para sempre, como dietas, exercícios físicos e mudança de comportamento.
Podem surgir problemas após a cirurgia, o que pode levar a uma nova operação.
Em uma pesquisa com cerca de 10.000 pacientes, o índice de mortalidade para a cirurgia da perda de peso foi de 0,3%.
O Que Define o Sucesso da Cirurgia da Obesidade?
Um estudo recente determinou o seguinte critério: a habilidade de conseguir e manter o peso em no mínimo 50% do excesso de peso sem ter efeitos colaterais substanciais.
Recursos Adicionais ao Paciente:
As informações apresentadas aqui mostram apenas uma visão da cirurgia de perda de peso e não representam todos os procedimentos utilizados neste tipo de cirurgia. Somente um profissional qualificado pode oferecer informações adicionais sobre a cirurgia de perda de peso.
O TRATAMENTO COMPORTAMENTAL DO EXCESSO DE PESO:
A cirurgia para emagrecer (também chamada Cirurgia Bariátrica) é atualmente uma importante arma no tratamento do obeso classe III, antigamente chamado de obeso mórbido. (Veja no fascículo 1 como saber quem está nesta faixa). Estima-se que existam no mundo aproximadamente 800 mil pessoas nesta situação e sabe-se também que a obesidade mórbida é uma das doenças que mais matam no mundo. Na América Latina é provável que cerca de 200 mil pessoas morram anualmente em decorrência das complicações da obesidade (hipertensão arterial, diabetes mellitus, doenças cardiovasculares – infarto, derrame cerebral, câncer). O tratamento cirúrgico da obesidade baseia-se, portanto, na redução do peso, determinando uma diminuição dos riscos para a saúde.
Quem deve e quem não deve operar-se:
A indicação para a realização da cirurgia é feita basicamente usando-se a classificação de obesidade definida pela Organização Mundial da Saúde. Obesos que tenham IMC maior que 40 kg/m2 ou IMC maior que 35 kg/m2, com a presença de doenças associadas (colesterol alto, pressão alta, diabetes, entre outras), apresentam indicação para esta forma de tratamento. Vale lembrar que além destes critérios deve existir também uma ausência de resposta a tratamentos clínicos adequados (programa alimentar, atividade física e medicamentos). A cirurgia está contra-indicada em indivíduos que apresentem insuficiência renal, infarto agudo do miocárdio, cirrose hepática, doença pulmonar grave, dependência de álcool ou drogas, além de distúrbios psiquiátricos graves. Cada caso, entretanto, deve ser avaliado de forma individual.
Preparo necessário para a cirurgia:
É preciso que se tenha um centro com instalações apropriadas para a realização desta cirurgia, como a presença de camas resistentes, banheiros adaptados e principalmente uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), já que o pós-operatório imediato requer muito cuidado. Um dos fatores mais importantes para o sucesso da cirurgia é o acompanhamento multiprofissional tanto no pré quanto no pós-operatório. A equipe ideal para os cuidados pré e pós-operatórios dos pacientes que se submetem à cirurgia bariátrica deve reunir os seguintes profissionais:
1. Médicos
- Endocrinologistas – para acompanhamento da perda de peso e das alterações metabólicas associadas.
- Psiquiatras – para avaliação de distúrbios que possam comprometer o resultado da cirurgia, como a compulsão alimentar, que é muito freqüente entre os obesos mórbidos, e para descartar o diagnóstico de doenças psiquiátricas que poderiam representar uma contra-indicação para a cirurgia.
- Cirurgiões – responsáveis pelo ato cirúrgico. Numa fase posterior, após uma grande perda de peso, torna-se necessária também a intervenção de um cirurgião plástico, para retirar o excesso de pele decorrente do emagrecimento.
- Anestesistas - com experiência neste tipo de procedimento.
- Intensivistas - médicos responsáveis pelo pós-operatório imediato dos pacientes.
- Cardiologistas – responsáveis pela avaliação do risco cirúrgico e das alterações cardiovasculares associadas.
- Gastroenterologistas – importantes para avaliação de doenças gastrointestinais associadas.
2. Nutricionistas – profissionais responsáveis pela orientação nutricional no pré e pós-operatório. É importante lembrar que o paciente deve aprender a mastigar bem os alimentos para o sucesso das cirurgias que reduzem a cavidade do estômago.
3. Enfermeiros – treinados especialmente para o acompanhamento destes pacientes.
4. Psicólogos – o apoio psicológico é de fundamental importância em todas as etapas deste tratamento.
Fique atento:
Então fique esperto (a), pois as Cirurgias para emagrecer está em alta e as pessoas precisam de informações para que não tome iniciativas que iram prejudica-la no futuro.
Confira aqui, tudo sobre as Cirurgia para emagrecer e saiba de tudo sobre benefícios e malefícios que ela pode trazer a sua saúde.
Fonte: Vida: Sáude & Beleza
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