A hipertensão na gravidez é um perigo: ela pode levar ao parto prematuro e comprometer a saúde da gestante 
Medir a pressão arterial e redobrar os cuidados com ela é uma atitude fundamental durante toda a gestação. Logo nas primeiras consultas do pré-natal o médico e a paciente precisam juntar forças para se precaver de um mal marcado pelo aumento da pressão especificamente na gravidez, a pré-eclâmpsia. “Trata-se de um distúrbio que altera a função dos rins e favorece a retenção de sódio na circulação”, explica o cardiologista Rui Manoel dos Santos Póvoa, diretor da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, a Socesp. Esse desajuste interfere com o sistema responsável pelo relaxamento e contração dos vasos. Daí o sangue encontra maior resistência para fluir, passa com dificuldade e a pressão tende a subir. São as mudanças hormonais que acontecem na gravidez, somadas à tendência hereditária e ao excesso de peso, que estão por trás do problema.
Quando a pré-eclâmpsia não é tratada ocorrem complicações capazes de provocar convulsões na futura mamãe além de parto prematuro. Entretanto, se for detectada precocemente — por meio da medição da pressão arterial e de exames que denunciam a quantidade de proteínas presentes na urina — há boas chances de domar o perigo. O uso de remédios costuma ser recomendado. “Existem diferentes classes de medicamentos e tudo vai depender da avaliação médica e da necessidade da paciente”, comenta Póvoa.
Outra medida de peso é reduzir o consumo de sal. Além de retirar o saleiro da mesa e economizar nas pitadas na hora de cozinhar, vale ficar de olho no teor de sódio dos industrializados e retirar do cardápio conservas, produtos defumados, salgadinhos e embutidos, caso da linguiça e da salsicha. Mas, veja bem, não é preciso comer refeições insossas, basta evitar excessos. Uma dica é encher as receitas de ervas e de temperos como a cebola e o alho que enchem o prato de sabor e de substâncias protetoras.
Revista Saúde