De acordo com a Organização Mundial da Saúde, doença já atinge 7,4% dos brasileiros, cerca de 14 milhões de pessoas
Leal descobriu o diabetes, que atinge hoje 8,5% da
população adulta no mundo, o equivalente a 422 milhões de pessoas,
segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, o índice
de diabéticos chega a 7,4% (14 milhões de pessoas). O policial encarna o
perfil das vítimas “preferidas” da doença: homens com mais de 40 anos,
acima do peso e sedentários. O estudo mostrou que a parcela de homens
com diabetes aumentou de 4,3%, em 1980, para 9% em 2014. Já a população
de mulheres diabéticas foi de 5% para 7,8%.
A doença
pode se desenvolver em pessoas de qualquer idade. Mas a probabilidade
de se manifestar depois dos 40 anos é bem maior. O crescimento
superlativo do número de diabéticos em todo o mundo — quatro vezes maior
do que era em 1980 – pode ser entendido como um reflexo de hábitos
alimentares, muito fundamentados no consumo de gorduras, carboidratos e
alimentos industrializados.
A partir da descoberta, Leal passou a equilibrar a
alimentação. No almoço, metade do prato é ocupada por salada, enquanto a
outra metade é dividida entre um carboidrato e uma proteína, tudo
minuciosamente calculado. “Você descobre o significado do alimento e
passa a perceber a má alimentação dos outros”, comenta o policial, que
cortou de forma radical o consumo de refrigerantes. No lugar do pão,
veio a tapioca. Para consumir carboidrato, a batata doce se tornou uma
boa opção.
O cuidado com a alimentação, o
medicamento correto e as atividades físicas são os três pilares da vida
dos diabéticos, que devem saber conciliar todos os fatores. Hoje,
Reinaldo pedala de Copacabana, onde mora, até Botafogo, seu local de
trabalho. Voltou a frequentar a academia, onde faz musculação e
exercícios aeróbicos. Além da rotina mais saudável, há um hobby
indispensável para Reinaldo manter-se ativo e mais relaxado: a música.
Guitarrista
e vocalista de uma banda de heavy metal, ele cita a função como uma
fuga, válvula de escape da rotina ordinária. “Apesar de não ser uma
atividade física, gera prazer, diminui o estresse”, explica. “Outras
pessoas jogam xadrez, dama, videogame... Cada um encontra o seu cantinho
do esquecimento”, completa. Para Leal, porém, a motivação maior para
mudar de vida veio de casa: “Quero ver meu filho (de cinco anos)
crescer”.Complicações são evitadas com controle desde o início
De acordo com a OMS, os níveis elevados de açúcar no sangue já representam uma das principais causas de morte no mundo: cerca de 3,7 milhões por ano. O controle adequado da doença desde o início pode retardar ou evitar complicações severas, como alterações nos rins (insuficiência renal), nervos (neuropatia), vasos sanguíneos (insuficiência arterial/venosa), olhos (retinopatia) e coração (infarto do miocárdio).
A presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM-RJ), Flávia Conceição, destaca que a falta de atividade física é um dos agravantes para a doença. É comum achar, porém, que exercícios só servem como prevenção, e que, uma vez descoberta a doença, não adiantam mais de nada. Não é verdade.
Praticar atividades físicas, de modo regular, ajuda no aproveitamento da glicose pelos músculos e proporciona um aumento da sensibilidade à insulina (hormônio que permite a entrada de glicose nas células), além de contribuir para a prevenção de problemas. “Muitos acreditam que não poderão mais levar uma vida ativa, relacionando a prática de esportes a crises de hipoglicemia (quando a taxa de açúcar no sangue diminui drasticamente)”, explica a endocrinologista Rocio Riatto Della Coletta, da Novo Nordisk Brasil.
O ideal é misturar atividades aeróbicas — que contribuem para a prevenção de doenças cardiovasculares, a perda de peso e o controle da glicemia — com exercícios de resistência, como a musculação, que garantem a manutenção da massa muscular e potencializam a capacidade de armazenamento de glicose, reduzindo o açúcar no sangue.
Muitos diabéticos acham que apenas tomar remédios afasta a necessidade de fazer uma dieta alimentar. Para mudar essa realidade, médicos de todas as regiões do Brasil vão vestir aventais de chefs de cozinha e trocar bisturis e estetoscópios por panelas e talheres. Vão ensinar pacientes de diabetes a controlar a doença com dicas nutricionais. A ação é desenvolvida pelo departamento de nutrição da Sociedade Brasileira de Diabetes e o Grupo Servier.
Reportagem do estagiário Caio Sartori
SBEM-RJ: Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia ...
www.sbemrj.org.br/
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