Comissão Especial da Câmara aprova relatório do impeachment de Dilma
Sessão foi marcada por bate-boca entre defensores e opositores do processo de impemento da presidente
Agora o pedido segue para o plenário da Câmara, onde começará a ser discutido na sexta-feira. A previsão é que a votação decisiva aconteça no domingo.
No plenário da Câmara, são necessários
os votos de 342 dos 513 deputados — ou seja, dois terços do total
(66,7%) — para que o processo siga para o Senado. Se esse placar não for
atingido, o pedido é arquivado. Na comissão, os votos contra Dilma
somaram 58% do colegiado.
Na comissão, deputados de partidos que negociaram cargos e verbas com o governo votaram a favor de Dilma. Foi o caso do PP, PTN e PR.
Na comissão, deputados de partidos que negociaram cargos e verbas com o governo votaram a favor de Dilma. Foi o caso do PP, PTN e PR.
A posição anunciada pelos 25
partidos na comissão mostrou o seguinte placar: 11 a favor do
impeachment (PSDB, DEM, PRB, PSB, PTB, SD, PSC, PPS, PV, PSL e PMB), 10
contra (PT, PP, PDT, PTN, PC do B, PSol, Pros, Rede, PT do B e PEN) e
quatro divididos (PMDB, PSD, PR e PHS).
A sessão de ontem foi
marcada por bate-bocas, acusações e gritos de ordem dos deputados
favoráveis e os contrários ao impeachment. Integrante da tropa de choque do governo, o deputado Silvio Costa (PT do B-PE) tentou reproduzir no plenário o áudio vazado em que o vice-presidente Michel Temer (PMDB) fala como se o impeachment já tivesse sido aprovado, mas a oposição vaiou e abafou a gravação. Costa chamou o vice de o maior “traidor” e “conspirador” da história, que não merecia ser nem “vereador do pior interior da Venezuela”.
O final da votação foi acompanhado por uma desordem generalizada na comissão, com coros dos dois lados e deputados todos em pé. A mesa da comissão foi tomada por partidários e contrários a Dilma, vários com celulares gravando depoimentos.
Instalada em 17 de março, a comissão especial do impeachment cumpriu um rito exíguo na Câmara, de 25 dias. Adversário do governo e réu no Supremo Tribunal Federal sob a acusação de integrar o Petrolão, o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi um dos principais condutores da acelerada tramitação.
Aliado de Cunha, o relator Jovair Arantes foi o primeiro a falar e ressaltou o caráter político do processo de impeachment e disse não haver mais clima para a continuidade de Dilma no poder. Para ele, a presidente comanda um governo “autoritário”, “arrogante” e “falido”.
Coube ao advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, fazer a defesa de Dilma. Para o ministro, o parecer de Jovair demonstra “que não há dolo, que não há crime, demonstra que há apenas a vontade política”. Cardozo afirmou ainda que se o impeachment vingar, entrará para a história como o “golpe de abril de 2016”.
Nos debates, a oposição defendeu a tese de que houve crime de responsabilidade. Já os defensores da presidente voltaram a bater na tecla do golpe, na acusação de que Cunha está por trás do processo e na afirmação de que eventual governo de Temer não terá legitimidade e irá rever programas sociais
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