O
ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot questionou em seu Twitter
os motivos que levaram a presidente , Cármen
Lúcia, e Temer (PMDB) a se reunirem, neste sábado,
10, na residência da Cármen. "Causa perplexidade que assuntos
republicanos de tamanha importância sejam tratados em convescotes
matutinos ou vespertinos", escreveu o ex-chefe do Ministério Público
Federal. O encontro de sábado foi marcado por Temer na
quinta-feira, 8, durante seminário de 25 anos da Advocacia-Geral da
União. Cármen o recebeu em sua casa para discutir segurança pública,
especificamente a intervenção federal no Rio e o caos nos presídios
brasileiros. A reunião foi mais uma oportunidade para Temer
apresentar uma defesa contra a inclusão de seu nome no inquérito que
apura suspeitas de repasses de propinas da Odebrecht para campanhas
eleitorais do PMDB em troca de favorecimento à empresa. Autor das
duas denúncias contra o emedebista ao Supremo Tribunal Federal no âmbito
da Operação Patmos - uma envolvendo suposta obstrução de Justiça e
outra referente ao "Quadrilhão do PMDB" em que Temer é acusado como líder
de organização criminosa -, Janot passou a usar as redes sociais quando
deixou a chefia do Ministério Público Federal.
Rodrigo Janot criticou, em sua conta no Twitter, reunião entre Temer e Cármen LúciaDelações Janot
também não poupou sua sucessora na Procuradoria-Geral da República,
Raquel Dodge, e, também no sábado, 11, criticou o lapso de seis meses
sem novos acordos de delações. "Vai ser assim?". Somente entre
2015 e 2017, sob a condução de Janot, o Ministério Público Federal
firmou 159 acordos de delação. Entre elas, a da Odebrecht, que englobou
77 executivos e ficou conhecida como "delação do fim do mundo", e a da
JBS, alvo de críticas e rescindida meses depois por supostas omissões de
crimes pelos colaboradores. O ex-diretor-geral da PF, Fernando
Segovia, também foi duramente criticado por Janot, desde a sua posse,
quando questionou a "materialidade" da mala dos R$ 500 mil da JBS ao
ex-assessor do Temer como prova em investigação.
Àquela época, Janot reagiu, também no limite dos 140 toques de seu
Twitter. "Só pode ser brincadeira". Outro lado A reportagem fez contato com a assessoria do Temer mas ainda não obteve resposta. A Cármen Lúcia, não vai se manifestar, só vai se apequenar ainda mais, se encontrando com o vampiro traíra Temer.. Fonte: Estadão conteúdo
Temer presidente ilegítimo
porque é fruto de um golpe, se reúne clandestinamente com a Cármem Lúciapresidente do STF na residência dela, num dia de sábado, e depois
declara que foi tratar com ela da segurança pública do país. Num dia de
sábado e fora da agenda oficial?? Quem Temer pensa que engana? Será que
ele acha que todos os brasileiros são imbecis, como aqueles que foram
manipulados por Kim Kataguiri, vestiram amarelo, saíram às ruas e
espancaram panelas? Será que a ministra Carmen Lúcia pensa o
mesmo? Ela se recusa a receber oficialmente em audiência no seu gabinete
no Supremo um advogado do ex-presidente Lula mas, em compensação,
recebe clandestinamente em sua casa um investigado pelo próprio Supremo,
acusado pela Policia Federal de chefe de quadrilha. Será que ela
pretende continuar posando de moralista? O encontro, escandalosamente
suspeito, parece confirmar o que disse o senador Romero Jucá, que o
golpe que destituiu a presidenta Dilma Roussef foi dado "com o Supremo e
tudo". A silenciosa aprovação da Suprema Corte ao golpe, na verdade, já
apontava nessa direção. O Supremo, no entanto, até onde é possível perceber, está dividido.
Ao contrário do TRF-4 e do STJ, onde há uma unanimidade contra a
Constituição, no STF pelo menos metade dos seus membros revela algum
tipo de preocupação com respeito à Carta Magna, preocupação que deveria
ser de todos. A jurisprudência da prisão em segunda instância, aprovada
com o voto de minerva da ministra Carmen Lúcia, é gritantemente
inconstitucional, mas justamente por conta do seu voto – e também para
impedir seja o ex-presidente Lula beneficiado – ela se recusa a
revisá-la. O órgão que tem o dever de cumprir e fazer cumprir a
Constituição é, surpreendentemente, o primeiro a desrespeitá-la por sua
maioria, mau exemplo seguido em todas as instâncias, em especial pelo
juiz Sergio Moro. O juiz de Curitiba condenou Lula por supostamente
beneficiar-se de obras num apartamento que não é dele, condenação
confirmada pelo TRF-4 e pelo STJ, e agora admite que o imóvel é da OAS
ao reconhecer que o produto do seu leilão deve ser entregue àquela
construtora. E aí?? A condenação será mantida?? Ainda assim Lula deve
ser preso?? Isso, por acaso, é justiça?? A ministra Carmen Lúcia, que se revelou autoritária, cheia de ódio e
ingrata na presidência do Supremo Tribunal Federal, decidiu ignorar
todos os apelos e não pautar a revisão da prisão em segunda instância,
preferindo curvar-se às ordens da mídia que, através de editoriais, a
incentiva a não possibilitar a mudança na jurisprudência aprovada antes
pela própria Corte, com o seu voto de minerva. Querem, tanto quanto ela,
Lula preso. Os demais ministros, embora defendam a necessidade de uma
revisão naquela jurisprudência, escandalosamente inconstitucional,
preferem respeitar a hierarquia da Casa, não colocando em discussão no
plenário qualquer ação que force uma análise da questão. Ainda assim, o
ministro Marco Aurélio Mello suspendeu a prisão de uma condenada em
segunda instância. Diante da posição da ministra, que certamente não
pretende desagradar os irmãos Marinho que lhe homenagearam com um
troféu, tudo indica que o tema só será mesmo colocado em pauta para
discussão do plenário depois que ela deixar a presidência da Corte, em
setembro vindouro, tempos depois da prisão de Lula. Carmen, portanto,
deverá arcar com toda a responsabilidade pelas consequências desastrosas
da sua birra odiosa. Ninguém mais tem dúvidas de que o ex-presidente será impedido de
concorrer às eleições deste ano pelo tribunal de exceção em que se
transformou a justiça brasileira, onde a parcialidade é tão gritante que
não há nem divergência entre os juízes. As decisões, obedecendo a um
objetivo já definido, são tomadas por uma estranha unanimidade. Por
conta desse posicionamento, estimulado pela mídia golpista – em especial
pela Globo que teme o retorno de Lula ao poder – todos os recursos da
sua defesa são negados em todas as instâncias, até mesmo aqueles que
pedem a suspeição do juiz Sergio Moro que, no caso de Lula, deixou de
ser julgador para ser acusador. Os advogados do ex-presidente certamente
sabem que não conseguirão nenhum vitória, porque os juízes que o
condenaram não recuarão um milímetro da sua disposição de eliminar o
ex-presidente do cenário pollítico, mas a apresentação dos recursos
assim mesmo é importante, porque caracteriza de modo cristalino a
parcialidade dos magistrados. Por isso, ninguém deve esperar uma decisão
favorável a ele nos embargos impetrados junto ao juiz Moro, ao TRF-4 e
ao STJ, porque todos os seus membros não querem fazer justiça, mas
impedir Lula de ser novamente Presidente da República. Mas enquanto todas as instâncias do Judiciário estão empenhadas em
prender o ex-presidente e eliminá-lo da vida pública, lançando às favas
os pudores e escrúpulos, os tucanos continuam gozando de total
liberdade, como se fossem todos inocentes, blindados pela própria
justiça. A ministra Rosa Weber, por exemplo, acaba de determinar o
arquivamento do inquérito contra o senador José Serra, acusado de
receber milhões de propina, ao mesmo tempo em que o ex-governador tucano
Azeredo da Silveira, que teve a sua pena reduzida pelo TRF-4, aguarda
tranquilamente a sua próxima prescrição. A parcialidade do TRF-4 é
abjeta: aumentou a pena de Lula para evitar a sua prescrição e, em
compensação, reduziu a pena de Azeredo para permiti-la. Essa,
infelizmente, é a justiça brasileira, em visível processo de
decomposição moral, hoje uma vergonha para quem tem vergonha. Ainda bem
que ainda existem magistrados sérios, como o juiz Marcos Vinicius
Bastos, de Brasilia, que teve a coragem de mandar soltar o empresário
Joesley Batista, preso há seis meses "preventivamente", segundo ele um
"inegável constrangimento ilegal". Diante de exemplos como o do juiz
Marcos Vinicius, o oposto de Moro, ressurge a esperança de que um dia a
nossa justiça possa recuperar a sua seriedade e o respeito do povo
brasileiro.
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