2.24.2009

Síndrome Metabólica

Considerada uma doença da civilização moderna associada à obesidade e resultado de alimentação inadequada e do sedentarismo, a Síndrome Metabólica (SM) - ou plurimetabólica - é caracterizada pela associação de fatores de risco paradoenças cardiovasculares (ataques cardíacos e derrames cerebrais), vasculares periféricas e diabetes.
Ela tem como base a resistência à ação da insulina, que obriga o pâncreas a produzir mais hormônio.

"Em países desenvolvidos, uma em cada cinco pessoas é portadora da síndrome metabólica. Aqui no Brasil, não há estudos desenvolvidos que indiquem quantos brasileiros sofrem do mal. Foram analisados apenas os nipo-brasileiros e constatou-se que a prevalência da SM entre este grupo foi 54,3%", comenta Dra. Vânia Baggio, médica do trabalho do Hospital Bandeirantes.
As manifestações começam na idade adulta ou na meia-idade e aumentam com o envelhecimento. O número de casos na faixa dos 50 anos é duas vezes maior do que entre pessoas de 30 a 40 anos.

Embora acometa mais o sexo masculino, mulheres com ovários policísticos estão sujeitas a desenvolver a Síndrome Metabólica, mesmo sendo magras.

Praticamente todos os componentes da SM são inimigos ocultos, pois não provocam sintomas, mas representam fatores de risco para doenças cardiovasculares graves.

Como a obesidade é o fator que costuma precipitar o aparecimento da doença, dieta adequada e atividade física regular sãoprimeiras medidas necessárias para reverter o quadro. "No caso da presença de fatores de risco de difícil controle, a intervenção com medicamentos se torna obrigatória".

Fatores de risco

 Intolerância à glicose, caracterizada por glicemia em jejum na faixa de 100 a 125, ou por glicemia entre 140 e 200 após administração de glicose
 Hipertensão arterial
 Níveis altos de colesterol ruim (LDL) e baixos do colesterol bom (HDL)
 Aumento dos níveis de triglicérides
 Obesidade, especialmente a central (ou periférica) que deixa o corpo com o formato de maçã e está associada à presença de gordura visceral
 Ácido úrico elevado
 Microalbuminúria, isto é, eliminação de proteína pela urina
 Fatores pró-trombóticos que favorecem a coagulação do sangue
 Processos inflamatórios (a inflamação da camada interna dos vasos sangüíneos favorece a instalação de doenças cardiovasculares)
 Resistência à insulina por causas genéticas.

O diagnóstico leva em contacaracterísticas clínicas (presença dos fatores de risco) e dados laboratoriais. "Basta a associação de três dos fatores abaixo relacionados para diagnosticar a Síndrome Metabólica"

 Glicemia em jejum oscilando entre 100 e 125, ou entre 140 e 200 depois de aplicação de glicose
 Valores baixos de HDL, o colesterol bom, e elevados de LDL, o mau colesterol
 Níveis aumentados de triglicérides e ácido úrico
 Obesidade central ou periférica determinada pelo índice de massa corpórea (IMC), pela medida da circunferência abdominal (nos homens, o valor normal vai até 102 e nas mulheres, até 88), ou pela relação entremedidas da cintura e do quadril.
 Alguns marcadores no sangue, entre eles a proteína C-reativa (PCR), são indicativos da síndrome.

Recomendações da médica:

* Passe por avaliação médica regularmente, mesmo que não esteja muito acima do peso, para identificar a instalação de possíveis fatores de risco

* Lembre-se de que a síndrome metabólica é uma doença da civilização moderna associada à obesidade. Alimentação inadequada e sedentarismo são os maiores responsáveis pelo aumento de peso. Coma menos e mexa-se mais

* Deixe o carro em casa e caminhe até a padaria ou a banca de revistas. Sempre que possível, useescadas em vez do elevador. Atividade física não é só a que se pratica nas academias

* Escolha criteriosamente os alimentos que farão parte de sua dieta diária. As dietas do Mediterrâneo, ricas em gorduras não-saturadas e com reduzida ingestão de carboidratos, tem-se mostrado eficazes para perder peso

* Evite cigarro e bebidas alcoólicas que, associados aos fatores de risco, agravam muito o quadro da Síndrome Metabólica.

Fonte: Brasil Medicina
Dra. Vânia Baggio

SAL AFETA CORAÇÃO DE PACIENTES COM SÍNDROME METABÓLICA
O sal afeta em maior medida o nível de tensão arterial dos pacientes com síndrome metabólica, uma patologia que combina uma série de transtornos que aumentam o risco cardiovascular, segundo estudo publicado nesta segunda-feira na edição digital da revista inglesa The Lancet. A síndrome metabólica aumenta a possibilidade de o paciente sofrer doenças coronárias e seus sintomas são obesidade abdominal, hiperglicemia, hipertensão, baixos níveis de HDL, conhecido como o bom colesterol, e uma alta concentração de triglicerídeos. Os médicos consideram que uma pessoa sofre síndrome metabólica quando tem pelo menos três dos critérios expostos. Segundo uma equipe de pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de Tulane, em Nova Orleans, dirigidos pelo médico Jing Chen, a presença desta síndrome em um indivíduo provoca maior retenção de sódio do que um organismo são, o que se reflete na tensão arterial. Para realizar o estudo, os pesquisadores analisaram 1.906 indivíduos não-diabéticos, dos quais mediu tensão arterial, peso, níveis de glicose e colesterol no sangue. Uma vez realizados os exames, os indivíduos passaram sete dias sob dieta com pouco sal e, em seguida, receberam outra dieta com altas concentrações de sódio durante a semana seguinte. Ao longo deste período, os pesquisadores foram analisando a evolução da tensão arterial em cada um dos indivíduos. Eles descobriram que 283 dos 1.881 pacientes que completaram o estudo apresentavam síndrome metabólica e haviam mostrado mais sensíveis à ingestão de sal do que o grupo sem esta patologia.
Fonte: Agência EFE - Notícias Terra

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