5.07.2009

HEPATITES: Como Conviver?


Como Conviver com as hepatites?

Quando um dos elementos da família tem hepatite A ou E, os membros da família devem ter cuidados de higiene redobrados: não partilhar loiça e talheres com o doente, desinfectar os sanitários com lixívia e lavar sempre as mãos depois de contactar com a pessoa infectada ou com os seus objectos. Nos casos de hepatite B aguda, raramente é necessário tomar qualquer medida em relação ao agregado familiar.

Nos casos de hepatite B crónica, o parceiro sexual deve ser vacinado e se o portador for uma criança os irmãos devem fazer a vacina. O mesmo acontece para a hepatite D. Estando toda a família vacinada, não é necessário tomar outras precauções.

Em relação às hepatites C e G, a prevenção passa por não partilhar objectos que estiveram em contacto com o sangue do doente. Na hepatite auto-imune não são necessárias quaisquer precauções no convívio com os doentes pois trata-se de uma doença não transmissível.

HEPATITE AO que é a Hepatite A

Infecção provocada pelo vírus da Hepatite A (VHA) que entra no organismo através do aparelho digestivo e multiplica-se no fígado, causando neste órgão a inflamação denominada hepatite A. A descoberta do vírus ocorreu em 1975, todavia, na Antiguidade, já se registavam surtos da doença, na altura chamada «icterícia infecciosa», e eram frequentes as epidemias em períodos de guerra e de cataclismos.

A hepatite A transmite-se de pessoa para pessoa quando os alimentos ou a água estão contaminados por dejectos contendo o vírus, daí que seja mais frequente em países menos desenvolvidos, devido à precariedade do saneamento básico, e incida, principalmente, em crianças e adolescentes (50 por cento dos casos acontece antes dos 30 anos).

Nos países ocidentais, com a melhoria das condições de higiene, somos expostos cada vez mais tarde a esta doença considerada aguda, mas que se cura rapidamente na maioria dos casos (ao fim de cerca de três semanas) sem necessitar de internamento hospitalar ou de um tratamento específico e sem deixar vestígios: após a cura, o vírus desaparece do organismo e surgem anticorpos protectores que impedem uma nova infecção, por isso, não existem portadores crónicos.

Raramente esta doença é fatal, embora em adultos afectados por uma doença hepática crónica - originada por outro vírus ou pelo consumo excessivo de álcool - a infecção pelo VHA possa provocar a falência hepática, conhecida por hepatite fulminante; de outro modo, o risco é muito baixo, da ordem de um para mil ou mesmo para dez mil.

O Vírus (Hepatite A)
A sua denominação é VHA - Vírus da Hepatite A - tem uma dimensão de 27 nm, é da família dos picornavírus, tal como o vírus da poliomielite.

O seu genoma é constituído por ARN, positivo e monocatenário. Encontra-se por todo o mundo, especialmente em lugares onde as condições de higiene são escassas. Espalha-se através do contacto directo ou indirecto com material fecal e encontra-se nas fezes da pessoa infectada (foi por essa via que acabou por ser identificado, pela primeira vez, em 1975) duas a três semanas antes de os sintomas se declararem e durante os primeiros oito dias em que a doença permanece activa.

Este vírus é muito infeccioso e é a causa mais frequente de hepatite aguda (mais de 50 por cento dos casos), apesar da sua presença no sangue ser diminuta e de curta duração. Uma pessoa que não tenha anticorpos, adquiridos quando teve a hepatite A ou através da vacina, pode ser infectada e transmitir a doença a outros, mas o risco é pequeno no contacto ocasional.

O chamado período de incubação, que é maior nas crianças do que nos adultos, dura entre 20 a 40 dias, espaço de tempo em que não se revelam quaisquer sintomas. A infecção pode durar seis meses, mas a maioria dos doentes recupera ao fim de três semanas.

HEPATITE B O que é a Hepatite B

A hepatite B, provocada pelo Vírus da Hepatite B (VHB), descoberto em 1965, é a mais perigosa das hepatites e uma das doenças mais frequentes do mundo, estimando-se que existam 350 milhões de portadores crónicos do vírus. Estes portadores podem desenvolver doenças hepáticas graves, como a cirrose e o cancro no fígado, patologias responsáveis pela morte de um milhão de pessoas por ano em todo o planeta; contudo a prevenção contra este vírus está ao nosso alcance através da vacina da hepatite B que tem uma eficácia de 95 por cento.

O vírus transmite-se através do contacto com o sangue e fluidos corporais de uma pessoa infectada, da mesma forma que o vírus da imunodeficiência humana (VIH), que provoca a Sida, só que o vírus da hepatite B é 50 a 100 vezes mais infeccioso do que o VIH.

Existe também a possibilidade de transmissão de mãe para filho, no momento do nascimento, uma forma de contágio especialmente grave, dada a grande tendência de evolução para a cronicidade e que é muito comum nas zonas hiperendémicas de países em desenvolvimento, onde a maior parte dos infectados contrai o vírus durante a infância. Nos países industrializados, esta faixa etária é a que se encontra mais «protegida» já que a vacina contra a hepatite B faz parte do programa nacional de vacinação de 116 países, Portugal incluído. No mundo ocidental, Europa e América do Norte, o vírus é transmitido, sobretudo, aos jovens adultos por via sexual e através da partilha de seringas e outro material de injecção entre os utilizadores de drogas endovenosas.

O vírus provoca hepatite aguda num terço dos atingidos, e um em cada mil infectados pode ser vítima de hepatite fulminante. Em menos de dez por cento dos casos em que a infecção ocorre na idade adulta, a doença torna-se crónica, verificando-se esta situação mais frequentemente nos homens. Em Portugal, calcula-se que existam 150 mil portadores crónicos do VHB .

O Vírus (Hepatite B)
O Vírus da Hepatite B (VHB), da família dos hepadnavírus, é composto por ácido desoxirribonucleico sendo o único vírus de hepatite a possuir ADN como material genético e tem um diâmetro de 42 nm.

A infecção pelo VHB tem um período de incubação longo, entre as seis semanas e os seis meses, e é mais prevalente na Ásia, Pacífico e África inter tropical, onde se calcula que entre cinco e 20 por cento das pessoas sejam portadoras crónicas. O vírus tem menor incidência no mundo desenvolvido, Estados Unidos da América e Europa Ocidental, mas regista-se um elevado número de casos na Europa Central e Oriental.

Hepatite C O que é a Hepatite C

A epidemia silenciosaO vírus da hepatite C foi descoberto em 1989 graças às técnicas de biologia molecular. Como este vírus nunca foi conclusivamente observado ao microscópio electrónico, o conhecimento da sua existência baseia-se na clonagem do seu material genético.

Antes da descoberta do vírus da hepatite C, falava-se de um tipo de hepatite infecciosa então designada por hepatite "não-A, não-B". Os indivíduos com esta doença tinham evidência clínica ou laboratorial de hepatite sem evidência de infecção pelos vírus das hepatites A ou B.

Os estudos realizados em doentes com hepatite "não-A, não-B" permitiram estabelecer uma associação entre a doença e uma história recente de transfusão sanguínea ou de toxicodependência. Em 1989 os cientistas identificaram o vírus da hepatite C como sendo o agente infeccioso responsável por mais de 95% dos casos dessa hepatite "não A não B".

O vírus da hepatite C é um vírus que se encontra no sangue e se transmite essencialmente através do sangue contaminado. Depois de entrar no organismo humano viaja no sangue até ao fígado, local onde desencadeia um processo inflamatório inicial a que se chama hepatite aguda e, muito frequentemente, esta inflamação perpetua-se evoluindo para a forma de hepatite crónica.

A infecção aguda pelo vírus da hepatite C habitualmente não origina sintomas e, por essa razão, raramente é diagnosticada. A maior parte das pessoas com infecção crónica não se recorda de nenhum episódio agudo de icterícia ou de doença hepática. Algumas pessoas desenvolvem sintomas inespecíficos na altura da infecção mas não os associam à doença hepática. Tal como foi referido acima, a infecção evolui para a forma crónica numa grande percentagem de casos. Embora a infecção aguda, que acontece quando o vírus entra no organismo, não seja, geralmente, acompanhada de doença clinicamente evidente, existe uma elevada probabilidade de que este agente permaneça e se replique no fígado conduzindo a uma lesão progressiva deste órgão que poderá, nalguns casos, levar à situação de cirrose.


É uma inflamação do fígado provocada por um vírus, que quando crónica, pode conduzir à cirrose, insuficiência hepática e cancro. Durante vários anos foi conhecida sob a designação de hepatite não-A e não-B, até ser identificado, em 1989, o agente infeccioso que a provoca e se transmite, sobretudo, por via sanguínea. É conhecida como a epidemia «silenciosa» pela forma como tem aumentado o número de indivíduos com infecção crónica em todo o mundo e pelo facto de os infectados poderem não apresentar qualquer sintoma, durante dez ou 20 anos, e sentir-se de perfeita saúde.

Calcula-se que existam 170 milhões de portadores crónicos (cerca de três por cento da população mundial), dos quais nove milhões são europeus, o que faz com que o VHC seja um vírus muito mais comum que o VIH, responsável pela SIDA. Segundo a Organização Mundial de Saúde, é possível que surjam todos os anos três a quatro milhões de novos casos no planeta. A prevalência do vírus difere de acordo com a região geográfica; enquanto na Europa e na América do Norte os índices de contaminação rondam os dois por cento, em África, no Sudeste Asiático, no Pacífico Ocidental e no Leste do Mediterrâneo as taxas de prevalência são superiores.

No mundo ocidental, os toxicodependentes de drogas injectáveis e inaláveis e as pessoas que foram sujeitas a transfusões de sangue e derivados e/ou a cirurgias antes de 1992, são os principais atingidos. Com a descoberta do vírus da imunodeficiência humana – responsável pela SIDA, na década de 80 do século passado, foram adoptadas novas medidas de prevenção e hoje, a possibilidade de contágio com o VHC, numa transfusão de sangue ou durante uma intervenção cirúrgica nos hospitais, é praticamente nula. Esta segurança não está ainda garantida em alguns centros médicos e hospitalares dos países em desenvolvimento.

Em Portugal, a hepatite C crónica é já uma das principais causas de cirrose e de carcinoma hepatocelular estimando-se que existam 150 mil infectados embora a grande maioria não esteja diagnosticada. De acordo com um estudo do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência, Portugal é um dos países europeus a apresentar as mais elevadas taxas de contaminação deste vírus, que atinge 60 a 80 por cento dos toxicodependentes.

Cerca de 20 a 30 por cento dos indivíduos infectados com o VHC recuperam espontaneamente após a infecção aguda pelo VHC, mas os restantes 70 a 80 por cento evoluem para a hepatite crónica e, muitas vezes, sem que se apercebam. Em 20 por cento dos doentes, a hepatite C crónica pode conduzir à cirrose e/ou ao cancro no fígado. Os especialistas ainda não chegaram a uma conclusão sobre as razões que levam alguns doentes a desenvolver uma cirrose em poucos anos, enquanto outros podem levar décadas. Entre as possíveis explicações está a idade em que a pessoa foi contaminada (quanto mais tarde, mais grave pode ser a evolução da infecção), as diferenças hormonais (é mais comum no sexo masculino) e o consumo de álcool (que estimula a multiplicação do vírus e diminui as defesas imunitárias).

Este tipo de hepatite só excepcionalmente se apresenta como hepatite fulminante.

O Vírus (Hepatite C)
O VHC pertence à família dos flaviviridae e o seu genoma é constituído por ARN. Encontra-se no indivíduo doente e tem um período de incubação que oscila entre os 40 e os 70 dias. Tal como o vírus da SIDA é capaz de se modificar e de se camuflar, o que dificulta uma resposta adequada do sistema imunitário.

Até agora foram identificados seis genótipos diferentes do VHC que, por sua vez, se dividem em subtipos. Os genótipos, ou estirpes, são identificados com os números de um a seis e os subtipos com letras.

O tipo de vírus mais frequente em Portugal é o 1b, responsável por cerca de metade das hepatites C e o que mais afecta as pessoas que foram contaminadas através de uma transfusão sanguínea. O genótipo 3a é comum nos toxicodependentes intravenosos que são normalmente doentes mais jovens e que adquiriram a infecção há menos tempo. Nos últimos 3-5 anos temos assistido a um aumento da frequência do genótipo 4 em Portugal e, nalgumas zonas atinge já os 10-12%. Os genótipos 5 e 6 são raros, encontrando-se mais frequentemente em África e na Ásia. Segundo alguns especialistas, é possível que numa mesma pessoa possam coexistir dois tipos diferentes do VHC. Estas diferenças nas populações de vírus dificultam a elaboração de uma vacina.

Hepatite D O que é a Hepatite D

A hepatite D foi conhecida em 1977, ano em que foi descoberto o vírus que a provoca, o VHD ou vírus Delta como também é designado. A hepatite D só se manifesta em conjunto com a hepatite B, isto é, surge por co-infecção ou por superinfecção. Em Portugal é rara e, embora não tenhamos estatísticas específicas, supõe-se que existam cerca de 15 mil portadores crónicos no país.

A doença terá chegado à Europa Ocidental com viajantes toxicodependentes, uma parte da população sempre exposta ao risco deste tipo de infecções, mas encontra-se, sobretudo, na zona do Mediterrâneo, no Médio Oriente, na Ásia Central, na África Ocidental, na América do Sul e em algumas ilhas do sul do Pacífico. No sudeste asiático, permanece em Taiwan, na China e na Índia. Também se registaram casos, muitas vezes mortais, entre a população indígena da Venezuela, Colômbia, Brasil e Peru.

Provoca, por vezes, epidemias de que são exemplo as verificadas em Nápoles, no ano de 1977 e entre os índios Yupca da Venezuela em 1981.

O problema é que uma pessoa nunca sofre apenas de hepatite D: ou é infectada em simultâneo com o VHD e o VHB ou só contrai esta doença quando já tem hepatite B. No caso de uma co-infecção, a hepatite D aguda pode ser severa, ou mesmo fulminante, no entanto, raramente evolui para uma forma crónica ao contrário do que sucede com a superinfecção que provoca hepatite crónica em 80 por cento dos casos, dos quais 40 por cento evoluem para cirrose.

O Vírus (Hepatite D)

O VHD ou Delta é o agente infeccioso da chamada hepatite D, tem 35 nm, pertence à família dos Viróides e o seu genoma é constituído por ácido ribonucleico (ARN) circular, de uma só cadeia. É único no seu género em patologia humana e não se consegue multiplicar senão na presença do vírus da hepatite B.

O período de incubação dura entre 15 a 45 dias e a sua presença no sangue é prolongada, podendo mesmo permanecer para sempre no organismo, o que pode originar formas mais graves de doença hepática.

Encontra-se, com maior incidência, na bacia do Mediterrâneo, no Médio Oriente, na Ásia Central, na África Ocidental, na bacia do Amazonas, na América do Sul, e em algumas ilhas do Pacífico Sul.

Hepatite E O que é a Hepatite E

A hepatite E resulta da infecção pelo vírus da hepatite E (VHE), é transmitida de pessoa a pessoa, através da água e de alimentos contaminados com matéria fecal, e já foi responsável por grandes epidemias no centro e sudeste da Ásia, no norte e oeste de África e na América Central. No mundo industrializado, o vírus quase não existe, como é o caso de Portugal, onde a doença escasseia e apenas se manifesta em indivíduos que tenham estado em regiões tropicais endémicas.

Como doença humana específica só foi identificada em 1980, quando se realizavam testes para detecção de anticorpos da hepatite A, na Índia, durante o estudo de uma hepatite epidémica transmitida através das águas, mas cujo agente infeccioso não era o VHA. Na altura, foi considerada uma doença hepática virulenta sem qualquer outra classificação e só em 1988, com a descoberta do vírus, passou a designar-se hepatite E. A gravidade da infecção pelo VHE é maior que a provocada pelo vírus da hepatite A, mas a recuperação ocorre ao fim de pouco tempo.

A doença pode ser fulminante, a taxa de mortalidade oscila entre os 0,5 a quatro por cento, e os casos ocorridos durante a gravidez são bastante mais graves, podendo atingir taxas de mortalidade na ordem dos 20 por cento se o vírus for contraído durante o terceiro trimestre. Existem também registos de partos prematuros, com taxas de mortalidade infantil que atingem os 33 por cento. Nas crianças, a co-infecção com os vírus A e E pode resultar numa doença grave, incluindo a falência hepática aguda.

Alguns especialistas referem a possibilidade de existir transmissão entre animais e homens, já que vários macacos, porcos, vacas, ovelhas, cabras e roedores são susceptíveis à infecção com o vírus da hepatite E.

Uma leitura das estatísticas indica que a doença tem uma maior taxa de incidência entre os adultos dos 15 aos 40 anos mas, segundo a Organização Mundial de Saúde, a baixa taxa registada entre as crianças pode dever-se ao facto de a hepatite E, normalmente não provocar quaisquer sintomas nos mais novos.

O Vírus Hepatite E
O VHE é composto inteiramente por ácido ribonucleico (ARN) e proteína vírica e tem um diâmetro de 27 a 34 nm. Descoberto em 1988, foi primeiro classificado na família dos calicivírus mas, actualmente, existem dúvidas sobre a sua classificação.

O período de incubação oscila entre os 15 e os 64 dias (três a oito semanas, 40 dias em média) e a transmissão do vírus ocorre desde a segunda metade do período de incubação, até sete dias após o início da icterícia.

O VHE é mais comum em locais com climas quentes do que temperados e, devido à sua forma de propagação, o maior de infecção encontra-se nos países em desenvolvimento com sistemas de saneamento básico precários. Além da Índia, onde foi descoberto, já foi detectado no médio e extremo Orientes, no norte e oeste de África, nas repúblicas centrais da ex-União Soviética, na China e também na América Central.

As epidemias de hepatite ocorridas na Europa, antes do século XX e que até há pouco tempo se supunha serem de vírus da hepatite A, têm, na verdade, as características epidemológicas da hepatite E. Os especialistas avançam com a hipótese de o VHE ter desaparecido dos países industrializados num passado recente, tal como o vírus da hepatite A está hoje a perder importância nestes mesmos países.

O vírus encontra-se no humano doente mas, também, em macacos, porcos, vacas, cabras, ovelhas e roedores (pelo menos naqueles que habitam nas regiões endémicas).

Hepatite G O que é a Hepatite G

A hepatite G foi a hepatite descoberta mais recentemente (em 1995) e é provocada pelo vírus VHG que se estima ser responsável por 0,3 por cento de todas as hepatites víricas. Desconhecem-se, ainda, todas as formas de contágio possíveis, mas sabe-se que a doença é transmitida, sobretudo, pelo contacto sanguíneo.

Em análises feitas nos Estados Unidos da América aos dadores de sangue demonstrou-se que cerca de dois por cento já teve contacto com o vírus. Supõe-se que o VHG se encontre em 20 a 30 por cento dos utilizadores de drogas injectáveis e em dez por cento das pessoas que foram sujeitas a uma transfusão de sangue. Em cerca de 20 por cento dos doentes com infecção pelos VHB ou VHC é possível detectar anticorpos para o VHG, mas esta coinfecção não parece influenciar a evolução daquelas hepatites.

Não foi ainda possível determinar com exactidão – dado que a descoberta da doença e do vírus que a provoca foram recentes –, as consequências da infecção com o vírus da hepatite G. A infecção aguda é geralmente «suave» e transitória e existem relatos duvidosos de casos de hepatite fulminante (os especialistas ainda não chegaram a uma conclusão definitiva sobre as causas destas hepatites fulminantes).

Noventa a 100 por cento dos infectados tornam-se portadores crónicos mas podem nunca vir a sofrer de uma doença hepática. Até agora não foi possível comprovar que a infecção pelo VHG conduza a casos de cirrose ou de cancro no fígado.

O Vírus (Hepatite G)

O VHG é constituído por ácido ribonucleico (ARN), pertence à família dos flavivírus, é um parente afastado do vírus que provoca a hepatite C e, tal como este, também apresenta diferentes genótipos.

A infecção pelo VHG pode, muitas vezes, ocorrer em simultâneo com a provocada pelo VHC, mas os estudos feitos até agora permitem concluir que a hepatite G não agrava a hepatite C, nem perturba o seu tratamento.

Supõe-se que o vírus da hepatite G seja ainda mais comum que o VHC, contudo, a sua gravidade para o organismo humano é baixa ou quase nula.

A forma como se propaga ainda é desconhecida.


Fonte: Roche.com

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