8.02.2009

CEFALOSPORINAS

Foram isoladas de culturas de Cephalosporium acremonium de um esgoto na ilha italiana de Sardenha em 1948 pelo italiano Giuseppe Brotzu. Ele reparou que em cultura inibiam a Salmonella typhi (causadora da febre tifóide). A farmacêutica Eli Lilly lançou as primeiras cefalosporinas na década de 1960.

As cefalosporinas formam um grupo de antibióticos beta-lactâmicos relacionados com as penicilinas, usados no tratamento de infecções bacterianas.

Indicações
Septicémia
Pneumonia, excepto se por espécies resistentes.
Infecções das vias biliares
Infecções do tracto urinário (ITUs).
Sinusite bacteriana alopcia


Mecanismo de acção
Como todos os antibióticos beta-lactâmicos (e.g. penicilinas), as cefalosporinas interferem na síntese da parede celular de peptidoglicano via inibição de enzimas envolvidas no processo de transpeptidação.

Há resistência em algumas estirpes devido a disseminação de plasmídeos que codificam o gene da proteína beta-lactamase, que destroi o antibiótico antes que possa ter efeitos.

Efeitos adversos
Diarréia.
Reacções alérgicas, com erupções na pele.
Nefrotoxicidade.


Membros do grupo
Primeira geração: efectiva contra algumas espécies de Staphylococcus e Streptococcus (não são a primeira escolha). Também eficazes contra Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae e Proteus mirabilis'. Mais ativas sobre bactérias Gram + do que as de 2ªgeração.
Cefazolina
Cefalotina
Cefapirina
Cefalexina
Cefradina
Cefadroxil

Segunda geração: mais eficazes contra bactérias Gram-negativas, mais resistentes à beta-lactamase:
Cefamandol
Cefuroxima
Cefonicide
Ceforanide
Cefaclor
Cefprozil
Loracarbefe
Cefpodoxime
Cefotetam

Terceira geração: muito eficazes contra Gram-negativas e em infecções hospitalares.
Ceftriaxona
Cefotaxima
Ceftizoxima
Ceftazidima
Cefoperazona
Ceftibuteno
Cefixima
Cefatamet

Quarta geração: mesma actividade contra Gram-negativas, mas mais potentes para Gram-positivas do que os de terceira geração. Mais resistentes à degradação por beta-lactamase (mais eficazes contra estirpes parcialmente resistentes).
Cefepima
Cefpiroma
Quinta geração
Ceftobiprole

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CEFALOSPORINAS DE 1º GERAÇÃO: CEFADROXILA:Cefamox®, Cedroxil®.
CEFALEXINA: Keflex®, Ceporexin®.
CEFALOTINA SÓDICA: Keflin®.
CEFAZOLINA: Kefazol®.
Espectro antibacteriano: boa atividade contra bactérias GP e atividade relativamente moderada contra bactérias GN. Cocos GP como os pneumococos, estreptococos e estafilococos são sensíveis (exceto os enterococos, S. aureus resistente à meticilina e o Strep. epidermidis).
Ativa contra bactérias GN como a Moraxella catarrhalis, Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae e Proteus mirabilis.
Os cocos anaeróbios da cavidade oral são, em sua maior parte, sensíveis, porém o B. fragilis é resistente.

Farmacocinética:
· São absorvidos no intestino. A concentração na urina é elevada, porém a concentração nos tecidos é inferior ao soro. A cefazolina não penetra no SNC.
· Ligação às protêinas é baixa (20%).
· Não sofre metabolição.
· Atravessa a placenta (risco B).

· Excreção renal e no leite.
Como se usa: com ou sem alimento. O alimento reduz a absorção da cefalexina.
Indicações: Pode ser indicada em infecções leves a moderadas do trato respiratório, urinário, pele e óssea.

Doses terapêuticas:
Cefadroxila adultos: 1-2 g de 12/12 h; crianças: 30 mg/kg de 12/12 h.
Cefalexina: adultos: 1-4 g de 6/6 h; crianças: 25-50 mg/kg de 6/6 h.
Contra-indicações: As mesmas das penicilinas.
Efeitos adversos:
· Distúrbios dermatológicos: reações de hipersensibilidade como erupções cutâneas.
· Distúrbios GI: anorexia, náusea, vômito, diarréia, colite pseudomembranosa.
· Alterações laboratoriais: hemorragia decorrente de antagonismo à vitamina K e inibição da função plaquetária, candidíase oral ou vaginal, anemia hemolítica, agranulocitose.
· Nefrotoxicidade e hepatotoxicidade (baixa incidência).
· Distúbios no SNC: neurotoxicidade (confusão mental, mioclonia efraca convulsão) em
presença de insuficiência renal.
· Reação do tipo dissulfiram.

Interações medicamentosas:
· Cefadroxila, cefalexina, cefazolina x medicamentos nefrotóxicos (furosemida,
gentamicina, polimixina B, vancomicina): efeito aditivo. Aumenta a nefrotoxicidade.
· Cefadroxila, cefalexina, cefazolina x AAS, AINES, anticoagulantes: risco de hemorragia.

Mecanismo: as celalosporinas produzem hipoprotrombinemia. Administrar com cautela.
· Antibióticos de amplo espectro podem diminuir o efeito dos anticoncepcionais por
diminuição da hidrólise do estrógeno no intestino, não ocorrendo a circulação ênterohepática e com isso impede a reabsorção do medicamento.
CEFALOSPORINAS DE 2º GERAÇÃO: CEFACLOR: Ceclor®, Faclor AP®.
CEFPROZILA: Cefzil®.
CEFOXITINA: Mefoxin®.
CEFUROXINA AXETILA: Zinnat®.
CEFUROXINA SÓDICA: Zinacef®.
Espectro bacteriano: são ligeiramente mais ativas contra bactérias GN do que as de 1º geração.
Não são resistentes às β-lactamases bacterianas, exceto Haemophilus influenzae, Moraxella catarrhalis e Klebsiella pneumoniae.

Farmacocinética:
· Ligação às proteínas é baixa (25%).
· A cefuroxima penetra as meninges inflamadas e passa a placenta (risco B).
· Não é metabolizada.
· Excretada na urina e no leite.
Como se usa: Com ou sem alimento.
Indicações: sinusite, otite, infecções das vias respiratórias inferiores.

Doses:
Cefaclor: 250-500 mg de 8/8 hs.
Cefprozila: 250-500 mg ao dia em dose única.
MEDICAMENTOS QUE ATUAM NAS INFECÇÕES BACTERIANAS 17
Cefuroxima: 250-500 mg de 12/12 hs.
Contra-indicações: As mesmas das penicilinas.

Interações medicamentosas:
· Cefaclor, cefprozila x AAS, AINES, anticoagulantes: risco de hemorragia.

Mecanismo:
As celalosporinas produzem hipoprotrombinemia. Administrar com cautela.
· Cefaclor, cefprozila x alimento: o alimento reduz a absorção.
· Cefaclor, cefprozila x antiácidos: redução da absorção.
· Cefaclor, cefprozila x medicamentos nefrotóxicos (furosemida, gentamicina, polimixina B, vancomicina): efeito aditivo. Aumenta a nefrotoxicidade.
· Cefuroxima: a medicação contém 2,4 mEq de sódio por grama.
· Antibióticos de amplo espectro podem diminuir o efeito dos anticoncepcionais por
diminuição da hidrólise do estrógeno no intestino, não ocorrendo o círculo êntero-hepático e com isso impede a reabsorção do medicamento.

CEFALOSPORINAS DE 3º GERAÇÃO: CEFETAMET PIVOXILA: Globocef®.
CEFIXIMA: Plenax®.
CEFODIZIMA: Timecef®.
CEFOPERAZONA: Tricef®.
CEFOTAXIMA: Claforan®.
CEFPODOXIMA PROXETIL: Orelox®.
CEFTAZIDINA: Kefadin®.
CEFTRIAXONA: Rocefin®, Ceftriax®.
São menos ativas que as de 1º e 2º geração contra cocos GP, mas são mais potentes contra as Enterobacteriaceae. Em sua maioria apresentam alto grau de estabilidade na presença de beta-lactamases.
Possuem maior atividade contra GN, incluindo as produtoras de beta-lactamases (Neisseria, Haemophilus influenzae, Citrobacter, Serratia, e Providencia).
Farmacocinética:
· Se distribuem satisfatoriamente nos líquidos e tecidos, inclusive no liquor.
· Ligação fraca com as proteínas plasmáticas (25%).
· Excretada na urina.

Como se usa:
Cefetamet pivoxila: com alimento.
Indicações: meningites.
Contra-indicações: As mesmas das penicilinas.
Doses terapêuticas:
CEFETAMET PIVOXILA: adultos: 500 mg 2 x ao dia, crianças com menos de 12 anos: 10
mg/kg 2 x ao dia.
CEFIXINA: adultos: 400 mg dose única ou em duas tomadas, crianças: 8 mg/kg uma vez ao dia ou em duas tomadas.
CEFTRIAXONA: adultos: 200 mg de 12/12 h, crianças: 8 mg/kg divididos em duas doses.
Efeitos adversos: os mesmos da 1º geração.
Interações medicamentosas:
· As mesmas da 1º geração.
· Cefetamet pivoxila aumenta a absorção com alimento gorduroso.
MEDICAMENTOS QUE ATUAM NAS INFECÇÕES BACTERIANAS 18
· Cefixima: o alimento diminui a velocidade da absorção.
· Cefpodoxima proxetil: o alimento aumenta a absorção.
CEFALOSPORINAS DE 4º GERAÇÃO: CEFEPIMA:Maxcef®.
CEFPIROMA:Cefrom®.
Possuem maior estabilidade contra à hidrolise por beta-lactamases do que as de 3º geração. Seu espectro de ação assemelha-se as de 3º geração, mas são mais ativas contra estafilococos, enterococos, Citrobacter sp, Enterobacteriaceae, Haemophilus influenzae, Neisseria sp e Pseudomonas aeruginosas.
3- MACROLÍDEOS: AZITROMICINA: Astro®, Azi®, Novatrex®, Zitromax®.
CLARITROMICINA: Klaricid UD®, Lagur UD®.
DIRITROMICINA: Dynabac®.
ERITROMICINA (estearato): Pantomicina®.
ERITROMICINA (estolato): Eritrex®, Ilosone®.
ESPIRAMICINA: Rovamicina®.
MIOCAMICINA: Midecamin®.
ROXITROMICINA: Rotram®, Rulid®.
Mecanismo de ação: ligam-se reversivelmente às subunidades 50S dos ribossomos bacterianos 70S. São bacteriostáticos. Eritromicina: tem espectro de ação semelhante ao da penicilina: é ativa contra bactérias GP,
porém a resistência tem aumentado contra Streptococcus pneumoniae, estreptococos, estafilococos, micoplasmas, clamídias e espiroquetas. São ativas contra a maioria das GN (Neisseria gonorrhoeae, Neisseria meningitidis e H. influenzae). Tem atividade contra o protozoário Toxoplasma gondhi.
Claritromicina: é 2-4 vezes mais potente que a eritromicina. A claritromicina é eficiente contra a Moraxella catarrhalis, Ureaplasma urealyticum, Helicobacter pylori e H. influenzae.
Azitromicina: é menos ativa do que a eritromicina contra Sth. aureus s Strep.e mais ativa contra Haemophilus influenzae, Moraxella catarrhalis, Escherichia coli, Salmonella sp, Shigella sp, Chlamydia
trachomatis (uretrites e cervicite), N. gonorrhoeae, U. urealyticum, Haemophilus ducrey (cancróide), M.hominis (doença inflamatória pélvica) e T. pallidum, Bacillus, Campylobacter, Mycoplasma, Helicobacter
pylori, Legionella.
O Streptococcus pyogenes e Streptococcus pneumoniae estão se tornando resistente.
Farmacocinética:
· A azitromicina e a claritromicina penetram nos macrófagos e leucócitos, no interior dos quais se concentram. Isso se deve a rápida distribuição a sítios intracelulares, de onde é liberada lentamente. As concentrações teciduais perduram por 5 dias ou mais após o término do tratamento. Se distribuem amplamente nos tecidos, principalmente mucosa nasal, amígdalas e pulmões.
· Ligação às proteínas é fraca (12%) para azitromicina e forte para a claritromicina.
· Claritromicina: sofre metabolização dando metabólito ativos.
· Azitromicina e eritromicina: excreção na bile na forma íntegra e metabólitos e eliminada pelo rim.
· Claritromicina e eritromicina: excreção renal, fezes e leite.
· Atravessa a placenta (gravidez risco B).
Como se usa:
· O alimento retarda a absorção do estearato de eritromicina base, estearato de eritromicia e azitromicina.
· O alimento aumenta a absorção da claritromicina em 50%.
Indicações: doenças provocadas por clamídia, corinebactérias (difteria, eritrasma), infecções respiratórias, oculares ou genitais, pneumonia.
Doses terapêuticas:
Azitromicina:
Adultos: 500 mg/dia; crianças: 10 mg/kg/dia.
Claritromicina:
Adultos: 250-500 mg de 12/12; crianças: 7,5 mg/kg 2x ao dia.
Eritromicina:
Adultos: 250-500 mg de 6/6 h até 4 g/dia; crianças: 30-50 mg/kg/dia divididas em 4 tomadas.
Contra-indicações: Gravidez (risco B), lactação, insuficiência hepática e renal.
Efeitos adversos:
· Distúrbios GI: diarréia, desconforto abdominal com cólica, dor, vômito, flatulência.
· Distúrbios dermatológicos: erupções cutâneas.
· Distúrbios musculares: artralgia, mialgia.
· Distúrbios laboratoriais: hipoglicemia, leucopenia, hepatite colestática em adultos.
· Angioedema, anafilaxia, distúrbios transitórios da audição (ototoxidade) e nefrotoxidade, efeito dissulfiram (claritromicina), hepatotoxicidade (estolato) com febre, hepatomegalia, hiperbilirrubina, urina escura, transaminases elevadas.
· Distúrbios no SNC: dor de cabeça, sonolência, tontura.
Contra indicações: As mesmas das penicilinas.
· Risco na gravidez: eritromicina (risco B), azitromicina, claritromicina (risco B)..
Interações medicamentosas:
Eritromicina:
· Metabolizada no fígado pela CYP 3A4.
· Inibidora da CYP1A2 e 3A4.
· Eritromicina, claritromicina x sildenafil, montelucast, aminofilina, buspirona,
corticosteróides, bromocriptina, teofilina, colchicina, fenitoína, rifampicina,
metilprednisolona, valproato, estatinas, midazolam, varfarina, carbamazepina, digoxina e ciclosporina: inibição da metabolização hepática destes medicamentos. Aumento de suas concentrações.
· Eritromicina x digitálicos: a flora intestinal participa da inativação dos digitálicos e se for destruída pelos antibióticos aumenta o risco de toxicidade da digoxina.
· Eritromicina x zafirlucast: redução da concentração do zafirlucast. Mecanismo: aumento do metabolismo do zafirlucast.
Azitromicina:
· A azitromicina não sofre metabolização.
· Inibidora da CYP 1A2 e 3A4.
· Azitromicina x antiácidos contendo alumínio e magnésio: diminui a absorção da
azitromicina.
· Claritromicina x cisaprida, pimozida: a claritromicina provoca arritmia com estes
medicamentos.
· Eritromicina, claritromicina x clobazam, flunitrazepam: redução da eliminação do
clobazam.
Claritromicina:
· Metabolizada pela CYP 3A4.
· Inibidora da CYP 1A2 e 3A4.
· Claritromicina x ritonavir, nelfinavir: aumenta a concentração da claritromicina.
· Claritromicina x zidovudina: diminuição da concentração da zidovudina.

Fontes: Wikipedia e outros

3 comentários:

Anônimo disse...

Se a pessoa otma antocoagulante, e fará uso do CEFADROXIL 500 mg, corre algum risco? (paciente com infarto e AVC). Obrigada! Fernanda-POA.

Antonio Celso da Costa Brandão disse...

Já perguntou ao seu médico? Só ele deverá lhe responder.
Não se auto-medique
Abs e boa sorte
Antonio Brandão

Anônimo disse...

O efeito do anticoncepcional pode ser diminuído ou inativado pelo Rosefin ceftriaxona???? Pra. Eu internet recentemente. E fiz uso desse medicamento. Agora estou com a menstruação atrasada. E sem querer acreditar nesse acontecido. Pq usava a pílula nos horários certos.