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8.05.2009
Frequência cardíaca máxima (FC max) 220 - Idade
Toda pessoa habituada a praticar algum tipo de atividade física, certamente já ouviu falar na fórmula 220 – idade. Muito usada para calcular a frequência cardíaca máxima (FC max) e depois estabelecer porcentagens a serem respeitadas para obter benefícios, seja melhorar a condição física ou emagrecer. Além disso, diversos exames físicos também a utilizam para realizar cálculos a respeito da porcentagem máxima de frequência cardíaca atingida nos testes.
A fisiologia do exercício utiliza a fórmula desde o final da década de 30 e ela é frequentemente citada em livros técnicos, revistas e outras publicações. Nunca, porém, explica-se o estudo original que chegou a esta equação.
Apesar de amplamente aceita, a fórmula em questão vem sendo questionada há mais de duas décadas por diversos fisiologistas, por apresentar uma margem de erro grande ao estimar a FCmax. Em geral, os estudos verificaram um erro que varia de 7 a 11 batimentos por minuto, para cima ou para baixo.
Uma leitura mais aprofundada sobre a história desta fórmula mostra que o cálculo não foi construído a partir de um estudo específico, mas através de observações baseadas em levantamentos e anotações científicas não publicados.
Um pesquisador chamado Karvonen teria sido o “inventor” da fórmula 220-idade, mas ele mesmo, ao ser contatado em 2000 por uma publicação científica, declarou que nunca havia concluído qualquer estudo a respeito. Indicou outro pesquisador que havia sido o mentor deste cálculo, doutor Astrand.
Este também foi procurado para prestar esclarecimentos e, da mesma forma, afirmou que não havia publicado nenhum dado que tivesse apresentado esta fórmula. Doutor Astrand comentou que em seus estudos, a fórmula 220-idade chegava a valores próximos de outras equações para a mesma finalidade. O erro destas, no entanto, também seria consideravelmente alto (+-10 batimentos por minuto).
Ou seja, devido à pouca clareza a respeito da origem desta fórmula, e sua precisão duvidosa, não deveríamos adotá-la como ponto de partida para determinar faixas de treinamento cardiorrespiratório.
Por Renato Dutra
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2 comentários:
Seguinte, cv no texto, questono usobre o uso do famoso 220-IDADE e concordo, pq há inumeras outras formulas com o mesmo objetivo, ams, porque esta seria então a mais utilizada por professores? Falta de conheciemnto de outras? comodidade e/ou praticidade que está oferece aos profissionais?
E o você acha sobre a utilização das zonas de treinamento para prescrição de treino, principal mente para emagreciemnto, que são utilizadas normalmente a zona entre 60 e 70% da FC?
Sandro disse:
julho 25, 2009 às 7:22
Caro Renato, sempre acompanho suas matérias, são extremamente úteis para quem busca esporte com segurança e saúde. Parabéns!
Com relação à fórmula dos “220″, há cerca de uns três anos, quando iniciei minhas corridas, fiz uma extrema garimpagem na internet em busca do que fazer para calcular a FCM para trabalhar na frequencia correta. De todas as fórmulas e ideias a respeito do assunto, a minha solução adotada foi a de somar “12″ ao resultado alcançado pela fórmula “220 - ID”, portanto, próximo dos “+- 10″ da sua matéria. Vários colegas de corrida também assim fizeram e, uns acrescentaram entre “8 e até 15″. É lógico que isso é extremamente subjetivo, mas é um parâmetro dentro de tantas ideias a respeito do assunto. O fato é que exames médicos são a melhor solução para um resultado técnicamente correto. Na realidade “cada ser humano é cada ser humano”, somos iguais, mas diferentes. Ótimos treinos para todos! Muita saúde e sucesso!
Sandro (Curitiba - PR).
Carolina disse:
julho 16, 2009 às 11:48
Renato, você descorre sobre o problema da formula, mas não nos dá nenhuma solução sobre o que fazer de agora em diante; ou seja, só nos colocou com um problema na mão!
Eu, particularmente, tenho os batimentos altos comparados com o desejável. Na corrida chego a fazer 180 e minha média fica em torno de 160 (tenho 28 anos) e me preocupo com isso. O que devo fazer? Já fiz exames cardiologicos e fui considerada normal, mas sempre me preocupei com o fato do meu batimento ser acima da média. Devo simplesmente desconsiderar a formula? Devo “reinventar” minha zona de treinamento?
Obrigada,
Ricardo disse:
julho 16, 2009 às 8:57
Renato, o artigo é muito bom , porém acho que ficou incompleto.Você finaliza afirmando que a formula não deve ser usada, porém não apresenta alternativas ou sugere outro procedimento. Seria possível complementá-la?
Forte abraço!
Marcio disse:
julho 16, 2009 às 8:34
Renato, legal. Mas não apresentou solução para nós, pobres mortais. “Olha, não use isso!” E vamos usar o quê, então?
fabiane disse:
julho 15, 2009 às 22:26
Renato,
Então que formula devemos usar???
Abigail Biella disse:
julho 15, 2009 às 22:25
Entao fazer o que?
Guilherme Soares disse:
julho 15, 2009 às 21:59
Renato, não devemos dar um crédito para esta fórmula, pelo tempo que é usada?
LucineI Marcos (Gaúcho) disse:
julho 15, 2009 às 20:20
O que devemos usar no lugar desta fórmula? Você levantou o problema mas não deu a solução.
O que você recomenda usar no lugar desta fórmula?
Gaúcho
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