10.22.2009

O STRESS E O MAU HUMOR PODEM PREJUDICAR A VIDA PESSOAL E PROFISSIONAL

"O mau humor, por si só, não é indicativo de doença nenhuma, embora em geral acompanhe a distimia", explica o vice-presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria, Luiz Alberto Hetem, que calcula que 3% da população sofra com a doença.

A distimia também não pode ser confundida com a depressão. Um dos sinais da doença é a incapacidade de sentir prazer nas pequenas alegrias do dia-a-dia, nas atividades realizadas. "A pessoa com distimia faz o que tem que ser feito, mas sempre encara tudo como um dever", afirma.

Carreira prejudicada

Embora dê conta do trabalho, a carreira de quem sofre com o problema pode ser prejudicada. Por conta da falta de ânimo e de vontade para realizar as atividades, o profissional sente que se desgasta demais, que despende um esforço maior do que os outros. "No fundo, ele sabe que poderia render mais", diz Hetem.

O desânimo é crônico, mas não se manifesta todos os dias. "Ele está presente na maior parte dos dias, mas, vez ou outra, a pessoa se sente feliz, o que pode ser resultado de um evento externo positivo, ou simplesmente ela acordou mais feliz".

Com o mau humor, a apatia ou o desânimo crônico, um profissional que sofre com a doença pode pôr tudo a perder com suas reações e atitudes no relacionamento com o próximo - com o chefe, os colegas, os clientes e os fornecedores, por exemplo. Além disso, pode não conseguir exercer uma função de liderança. "Mas como a doença pode se apresentar no início da idade adulta, a pessoa tende a escolher a profissão e as funções que irá desempenhar de acordo com seu perfil.

Pode até ser que ela chegue a um cargo de liderança, mas acredito que daria preferência a atividades mais isoladas", opina Hetem. Como não se pode generalizar, é preciso lembrar que nada impede um profissional de ser um ótimo líder ou de alcançar o sucesso que almeja.

Fatores

A distimia, ainda hoje, é considerada uma doença multifatorial. Ela pode ter origem em um acontecimento dramático, como a perda de um ente querido; em pequenos aborrecimentos do dia-a-dia; no tipo de convívio estabelecido com a família; entre outros fatores.

"Supondo que você estava fazendo ginástica e, em um movimento brusco, sofreu uma distensão ou traumatismo mais agudo. Passado algum tempo, você vai se lembrar exatamente de quando aquilo aconteceu e como. Já no caso de uma tendinite, é muito difícil identificar quando o problema começou.

Assim é a distimia", explica. Quanto aos sintomas, é importante estar atento a eles, mas, muitas vezes, a pessoa que sofre de distimia não percebe o problema, que é perceptível àqueles que com ela convivem.

Confira quais são eles:
• Mau humor (mas isso depende da personalidade da pessoa);
• Desinteresse pelas atividades;
• Desânimo, até para ir a festas, por exemplo;
• Sensação de que sempre precisa se esforçar mais que os demais para realizar determinada tarefa;
• Irritabilidade e falta de paciência;
• Tristeza (sem que nada tenha acontecido);
• Negativismo, pessimismo.

Há quem diga também que a pessoa com distimia é mais intolerante, tem espírito reclamão e mania de perfeição. Outros afirmam que ela se mostra menos sociável e tem baixa auto-estima. Como no caso do mau humor, tudo depende da personalidade do indivíduo.

Tratamento

A boa noticia é que existe cura para a distimia. O tratamento envolve o uso de anti-depressivos e sessões de psicoterapia. "Em 60, 90 dias, é possível que o paciente já se sinta melhor, mais feliz e disposto, porém, para de fato resolver o quadro, o tratamento deve ser estendido por alguns anos".

"As pessoas que suspeitam que algum amigo, conhecido ou parente sofra de distimia devem recomendar a ele que procure ajuda especializada. Se não for diagnosticada, a doença nunca será tratada", garante o vice-presidente da ABP.

Mas não se deve procurar tratamento apenas porque afeta a carreira. Imagine viajar a um lugar paradisíaco e não ver graça nenhuma nele; ou ganhar um presente e não se sentir feliz. É preciso viver a vida e enxergar tudo de bom que ela tem a oferecer: as surpresas, as vitórias, o aprendizado que vem das perdas, a amizade e o amor.

Invista em você.... passe por um processo terapêutico breve ou aconselhe seu amigo, namorado(a) ou familiar que o necessite!


Margarita B. Moscardo

Pesquisa confirma que mau humor e stress são importantes para as mulheres

Pesquisa confirma que mau humor e stress são importantes para as mulheres

Mais de 40 milhões mulheres no mundo estão tomando antidepressivos


Hoje em dia, cada vez mais mulheres têm buscado ajuda profissional para tratar as alterações de humor. Elas acreditam que a tristeza, a raiva, a angústia, entre outros sentimentos do tipo, podem vir por causa da ansiedade, do stress do dia a dia ou de depressão, então procuram um psiquiatra solicitando medicamentos controlados.
Um estudo de 2014 mostrou que, na Inglaterra, cada vez mais mulheres estão tomando antidepressivos. Em 1998, eram cerca de 15 milhões. Hoje, o número chega a mais de 40 milhões. Além disso, dois terços de todos os medicamentos controlados receitados no país são para pessoas do sexo feminino. Mas isso não deveria acontecer.
De acordo com uma pesquisa publicada recentemente, o mau humor é importante para as mulheres. Tudo isso acontece por causa das alterações hormonais no corpo feminino e é através delas que é possível responder ao ambiente, tendo a sensibilidade, intuição, rigidez e flexibilidade bem características delas, adaptando-se ao meio.
Os homens têm níveis hormonais estáveis durante a vida, mas as mulheres estão em constante alteração. Ciclo menstrual, gravidez, menopausa, entre outros fatores, tudo isso afeta diretamente o humor, que serve como uma resposta — ou um feedback — de tudo o que está acontecendo, permitindo que elas administrem suas vidas.

Ah, esses hormônios…

Só quem é mulher sabe realmente dizer o quanto é difícil conviver com as inúmeras alterações hormonais que acontecem quase que diariamente… Em questão de horas, é possível ficar depressiva, feliz, triste, nervosa, ansiosa, angustiada e tantos outros sentimentos difíceis de serem controlados. E isso é apenas o básico.
E sabe aquela história de que nossas mães encontram coisas que estão praticamente invisíveis aos nossos olhos? Também tem a ver com os hormônios, já que, quando a mulher se torna mãe, os níveis de estrogênio são regulados para que elas possam proteger seus filhos, principalmente para achar alimentos para eles.

As vantagens

Muitas pessoas — principalmente os homens — podem não ver vantagem nenhuma ao se deparar com uma mulher estressada ou deprimida, mas isso é uma questão de sobrevivência. Um exemplo: uma moça preocupada vai manter seus filhos em segurança e estará sempre em busca de suprimentos para manter todos bem e vivos.
E até mesmo a depressão pós-parto, “mal” que afeta muitas mulheres depois que elas dão à luz, pode ter seus efeitos benéficos inclusive para garantir a sobrevivência dos bebês. Os hormônios aumentam também a ansiedade durante e após a gravidez, permitindo que a mãe seja mais cautelosa durante a maior parte do tempo.
Nessa altura do campeonato, você já deve estar imaginando que até a tão temida TPM tem a ver com alterações hormonais, e você está certo. Isso porque os níveis de serotonina caem consideravelmente alguns dias antes da menstruação chegar, e isso resulta em mau humor, nervosismo, irritabilidade e muitas outras coisas.
E o que isso tem de bom? A intuição feminina aumenta, assim como a sensibilidade e a cautela. A TPM também permite que a mulher — e até mesmo o homem — conheça o que acontece com o corpo e dê valor aos efeitos calmantes que a serotonina e o estrogênio dão durante os outros dias do mês. Isso é bacana, não acha?

Permita-se

E se a vontade de chorar vier com força total, não segure. Deixar as lágrimas caírem nada tem a ver com fraqueza, mas sim faz com que você conheça melhor os sentimentos e os momentos que estão sendo vividos. Por causa dos hormônios — ainda eles em ação —, as mulheres choram mesmo mais do que os homens.
Esteja preparada para as mudanças que uma gravidez faz com o seu corpo, já que elas não são apenas físicas. Alterações de humor, novos comportamentos e aprendizagens, aumento da sensação de proteção e cuidados… Nesse caso, o zelo excessivo, o stress, a ansiedade e a preocupação trazem muitos benefícios para você.
Também não se preocupe com a menopausa. Ela apenas encerra um ciclo de altos e baixos por coisas mais consistentes e duráveis. Não se sinta infértil, inútil ou algo do tipo, porque nada disso é verdade. Encare tudo isso como mais uma fase que se encerra e outra que começa, assim como muitas que já aconteceram na sua vida.
E permita-se conviver com todas as alterações hormonais, de preferência sem a ajuda de medicamentos. Conheça os seus sentimentos e domine-os. Saiba os benefícios de ficar triste, preocupada, estressada. O mau humor é uma forma de você se mostrar forte, determinada!

Nenhum comentário: