12.18.2009

Infertilidade; Anticoncepção; planejamento familiar e os anticoncepcionais



Infertilidade Humana

A infertilidade é a incapacidade temporária ou permanente de gerar um filho ou de levar uma gravidez até ao seu termo natural. Apenas se considera a infertilidade quando um casal tem relações sexuais regularmente, na ausência de contraceptivo, durante um período de um ano sem que ocorra uma gravidez. Contudo, uma vez que a esterilidade ou infertilidade total são casos muito raros, após este período de tempo a gravidez pode ocorrer naturalmente ou pode-se recorrer a tratamentos de infertilidade e a técnicas específicas. Subfertilidade é quando um casal necessita de mais tempo do que o habitual para conseguir conceber naturalmente uma gravidez.
Vários estudos efectuados revelaram que 85% dos casais após um ano e meio de tentativa alcançam a gravidez tão desejada. Cerca de 15% dos casais após esse período de tempo necessita de recorrer a tratamentos e a assistência médica.
No geral, considera-se que tanto a mulher como o homem contribuem com 40% dos casos de infertilidade do casal, os 20% restantes são causas mistas. Não obstante, verificou-se que em 52% dos casos de infertilidade conhecidos estão relacionados com problemas femininos, e apenas em cerca de um terço dos casos totais de infertilidade existem causas de infertilidade de ambos os elementos do casal.
Os estudos realizados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) mostraram que a infertilidade é um problema que atinge cerca de 15% dos casais europeus em idade reprodutiva. Pensa-se que daqui a uns anos um em cada três casais seja infértil.
O facto de os casais optarem por terem filhos mais tarde também pode aumentar o risco de infertilidade temporária ou subfertilidade. Os horários de trabalho inflexível e as aspirações profissionais, sobretudo da mulher, leva a que estas tenham filhos perto dos 40 anos, e nesta altura os níveis de fertilidade começam a diminuir drasticamente. Daí, algumas associações pensam que as mulheres deviam ter o direito de interromper as suas carreiras para construírem família, quando a sua fertilidade está no auge. Os homens também são afectados com este novo estilo de vida, verificando-se que a quantidade e qualidade de esperma está a diminuir.
Outros problemas como a obesidade e as doenças sexualmente transmissíveis também influenciam a fertilidade do indivíduo. Algumas doenças sexualmente transmissíveis podem provocar o bloqueio das trompas de Falópio, impedindo que a gravidez ocorra naturalmente, e tem-se verificado o seu aumento nos adolescentes. O mesmo ocorre com a obesidade. Na Europa, cerca de 6% das raparigas inferiores a 19 anos são obesas, e normalmente, as crianças e adolescentes obesas tornam-se adultos obesos. Normalmente, as mulheres obesas têm uma ovulação deficiente, tendo por isso maiores dificuldades em engravidar.
No entanto, podem surgir outras causas, tanto no homem como na mulher que vão ser referidos mais à frente.
Não nos podemos esquecer que quando um casal tenta ter filhos e isso se torna uma meta a atingir e se deparam com um resultado negativo, mês após mês, isso pode gerar sentimentos de frustração, angústia e ansiedade no casal. Quando casal se apercebe que está perante um problema de infertilidade as suas reacções emocionais, como a negação, ansiedade, culpa, baixa de auto-estima e desilusão podem interferir nas relações familiares e sociais, no desempenho no trabalho e no bem-estar psíquico. Normalmente, a sexualidade do casal também fica afectada, pois o casal deixa de sentir satisfação e diminui a intimidade, tornando-se num acto apenas com o objectivo de se atingir uma gravidez.
A ansiedade e o stress podem levar também ao aumento de infertilidade, podendo o stress crónico ter consequências nas disfunções hormonais, que podem afectar a ovulação no caso da mulher e a produção normal de esperma no caso do homem.


Problemas de Infertilidade Masculina

A infertilidade no homem tem origem em problemas de oligospermia, ou seja, quando há uma produção insuficiente de espermatozóides; em problemas de azoospermia, em que não há produção de espermatozóides, (é de referir que o número médio de espermatozóides por ml no esperma é de 120 000 000 e caso existam menos de 20 000 000 espermatozóides por ml estamos perante um caso de infertilidade); quando há produção de espermatozóides de fraca qualidade, com anomalias ou sem mobilidade; quando se dá uma gametogénese anormal; ou quando o espermatozóide é incapaz de fecundar o gâmeta feminino.
Estes problemas podem ter diversas causas como, disfunção eréctil; problemas endócrinos como hipopituirismo, síndrome de Custing, hiperplasia adrenal congénita ou uso de androgénios; problemas testiculares congénitos ou estruturais, como Síndrome de Klinefelter (resulta da presença de 3 cromossomas sexuais, dois X e um Y, e os indivíduos com esta síndrome apresentam geralmente uma estatura elevada, um pequeno desenvolvimento dos seios e ancas alargadas, testículos pouco desenvolvidos que não produzem esperma ou cuja produção é bastante reduzida e sem espermatozóides, o que os torna estéreis. Podem também apresentar um ligeiro atraso mental, no entanto, alguns dos casos com este Síndrome apresenta aptidões intelectuais normais), Síndrome do Macho XX, Aplasia das células germinativas; temperatura elevada durante a espermatogénese devido a criptorquidismo (neste caso os testículos permanecem no abdómen ou no canal inguinal, não descendo para dentro da bolsa escrotal. O epitélio tubular acaba por degenerar, e não há produção de espermatozóides. Para se resolver este problema pode-se recorrer a uma cirurgia, não sendo sempre eficaz), veia varicosa no escroto ou varicocelo (evita a correcta drenagem do sangue a partir dos testículos, produzindo calor e impedindo a maturação dos espermatozóides, no entanto, pode ser removida por cirurgia); problemas testiculares adquiridos, como orquite viral, traumatismo, infecção por mycoplasma, exposição a radiação, exposição a drogas (álcool, cocaína, marijuana, antineoplásicos, etc.), exposição a toxinas ambientais, doença auto-imune (papeira, doenças sexualmente transmissíveis), doenças sistémicas (cirrose, insuficiência renal, cancro, enfarte do miocárdio, etc.), presença de leucócitos no esperma, disfunções hormonais (secreção reduzida das hormonas LH e FSH ou de testosterona), ejaculação retrógrada (o sémen dirige-se para a bexiga em vez de se dirigir para o pénis); problemas no transporte de esperma como obstrução dos epidídimos ou dos canais deferentes, hiperplasia da próstata e cancro da próstata.



Problemas de Infertilidade Feminina


A existência de infertilidade feminina pode ter origem em problemas de anovulação (ausência de ovulação), bloqueios das Trompas de Falópio, secreções da vagina ou do colo do útero hostis para os espermatozóides, interrupção da nidação, idade, entre outros.
Os problemas em cima mencionados podem surgir devido a disfunções hormonais (secreção insuficiente de LH e FSH, que pode estar relacionado com tumores na hipófise ou nos ovários; excesso da produção de prolactina; hipotiroidismo ou utilização de medicamentos à base de esteróides como por exemplo a cortisona); ovários anormais, o que não permite a ovulação; endometriose (tecido endometrial cresce na cavidade pélvica em torno do útero, trompas e ovários, o que leva ao encerramento dos ovários, não permitindo a libertação do oócito); infecções (DST, inflamações causadas pelo uso de contraceptivos como o DIU), malformações congénitas; secreções vaginais agressivas; tumores uterinos; degeneração prematura do corpo amarelo; aumento da probabilidade de formação de oócitos com um número anormal de cromossomas; diversas doenças (genéticas, auto-imunes, etc.). É de referir que o stress e a ansiedade podem contribuir para a incapacidade de engravidar.

Tratamento

O tratamento da infertilidade está intimamente relacionado com as técnicas de reprodução medicamente assistida, uma vez que quando um casal se depara com um problema de fertilidade, recorre na maior parte das vezes a estas técnicas. Só após várias tentativas falhadas recorrem a outros métodos capazes de resolver algumas causas de infertilidade.
Alguns desses tratamentos são utilizados quando há anomalias nas Trompas de Falópio. Recorrendo-se a uma laparoscopia pode-se extirpar o tecido anormal em casos de endometriose ou cortar aderências na cavidade pélvica. Também podem ser administrados fármacos para tratar a endometriose e antibióticos em caso de infecção. Caso a Trompa de Falópio esteja lesada pode-se recorrer a uma operação cirúrgica, no entanto, esta intervenção pode causar um aumento da probabilidade de ocorrência de gravidez ectópica.
Existem vários fármacos utilizados no tratamento da infertilidade. O citrato de clomifeno ou o citrato de tamoxifeno, tanto podem ser utilizados na indução da ovulação na mulher, como no homem na tentativa de aumentar a quantidade de esperma, no entanto, não foram evidenciadas grandes vantagens no uso destes fármacos. A bromocriptina diminui os níveis elevados de prolactina que interferem com a LH, causando infertilidade em ambos os sexos. Para o tratamento da oligospermia, podem ser usadas as seguintes substâncias: a mesterolona, o ácido folínico, a pentoxilina, a indometacina, a arginina, a kalicreína, o glutatião, o captopril, as prostaglandinas, entre outros.
Apesar de as técnicas de reprodução medicamente assistida, como a inseminação artificial, estimulação hormonal, fecundação in vitro, colocação de embriões no útero, entre outras, serem talvez as técnicas mais utilizadas pelos indivíduos com problemas de infertilidade, pode-se recorrer a técnicas alternativas como por exemplo a técnicas de medicina chinesa, como a fitoterapia chinesa e acupunctura para tratar problemas de fertilidade. No caso do homem estas técnicas podem ajudar no aumento da produção de espermatozóides ou outro tipo de problemas em que os espermatozóides são anormais e podem-se tornar fecundáveis, isto, porque se pensa que estas técnicas de medicina chinesa estimulam energeticamente os órgãos reprodutores. É de referir que caso o homem não produza espermatozóides estas técnicas não o podem ajudar. No caso da mulher, a fitoterapia chinesa e a acupunctura ajudam a melhorar o seu estado de saúde a nível imonulógico, em relação ao equilíbrio e ajuda a atenuar os efeitos da gravidez, como vómitos, ansiedade, dores, entre outros. Assim, o bom estado de saúde da mãe permite um melhor desenvolvimento do feto. Apesar de não saber ao certo a eficácia destas técnicas, existem registos de tratamentos com um “final feliz”, que as técnicas de reprodução medicamente assistida não conseguiram resolver.

“Baste a quem baste o que lhe basta
O bastante de lhe bastar!
A vida é breve, a alma vasta;
Ter é tardar.” Fernando Pessoa em “Mensagem”

Em nossas vidas quase nada acontece sem que tenha uma consequência ou outra. Tudo o que fazemos tem um efeito colateral. Se gritarmos com alguém ou agirmos abruptamente, podemos nos desculpar, mas alguma marca fica. O mesmo vale quando agimos com atenção e consideração.

Com anticoncepcionais não poderia ser diferente. Ao entrar em nosso organismo produz uma reação que esperamos seja a melhor possível, embora nem tudo saia como desejássemos. E mais, ele interage com muitos outros medicamentos.

Vivemos cercados de todo tipo de medicamentos. Sejam para alteração de humor, para dores de cabeça, inflamações, infecções, etc. São tantos, de tantos tipos e para “piorar” cada dia aparece um novo no mercado para substituir outro ou com uma função nova gerando insegurança quanto as possíveis interações.

Isto nos leva ao problema da interferência com anticoncepcionais. Sabemos que muitos medicamentos interferem. Não é certeza que o façam, inclusive há controvérsias que o façam. Entre eles os mais famosos são os usados para epilepsia, para alterações de humor e os antibióticos.

Há outras situações que requerem cuidados. Todos os medicamentos podem causar problemas estomacais, alguns bem sérios, como hemorragias intensas e graves. Este é um dos inúmeros motivos pelos quais só devemos tomar medicamento com orientação médica. Os anticoncepcionais orais costumam “irritar” o estômago também. Por isto é importante quando passarem com médicos, mesmo que não lhe seja perguntado, informar todos os medicamentos que está fazendo uso.

No caso dos anticoncepcionais o agravante, na possível interferência, é que pode gerar falha no método. Usamos anticoncepcionais, na maioria das vezes, porque não queremos engravidar. De forma que se houver interferência ele pode falhar. As consequências evidentes.

A regra básica é simples: no mês ou pelo tempo que utilizar um medicamento qualquer e estiver usando anticoncepcional (vale para os injetáveis, adesivos, intra-vaginais, mas não vale para DIUs e para os definitivos) é só usar camisinha, concomitantemente. Assim mesmo que haja interferência você estará protegida.

Em tempo: quem toma anticoncepcional não tem período fértil.

Infertilidade

Nem todos os que vêem tem os olhos abertos, nem todos os que olham vêem. Gracián – em “A Arte da Prudência”

Aproveitando uma pergunta recebida sobre a nossa fertilidade veremos que as mulheres estão férteis em torno de dois dias por ciclo (48h é o tempo médio de vida do óvulo, efetivamente menos de 24h) e os espermatozóides vivem, em média, 72h.

Pensamos que é fácil engravidar, mas não é. Se expuséssemos 100 mulheres a relação sexual, sem proteção, no primeiro dia só 40 ficariam grávidas, ao final de um ano 90 teriam ficado grávidas, ao final de um ano e meio, 95 conseguiriam. As que sobram
(5%) precisariam de algum tipo de ajuda.

Há muitos fatores que interferem e pode parecer estranho, mas o número de relações também pode ser um fator. Tive uma paciente que não conseguia engravidar e estava ficando exasperada até que chegaram as férias do marido e surpreendentemente aconteceu. Neste caso o marido viajava e passava a maior parte do tempo fora.

Outra história interessante foi de uma jovem e que depois de seis meses de casamento não conseguia engravidar, procurou-me e contou sua história. Ao examinar constatei que ela ainda era virgem, perguntei como eram relações sexuais e ela me contou que se beijam, abraçavam e ficavam encostados um ao outro. Após explicar como deveriam ser as relações sexuais ela retornou grávida.

Já disse no texto sobre gestação em adolescentes que há fantasia de que somos inférteis, e isto acontece com quase todas as pessoas é fator decisivo para gravidezes não planejadas. Ora se somos inférteis poderemos ter relações sem proteção e não engravidaremos certo? Ledo engano, só uma minoria terá problemas para engravidar como vimos acima.

As perguntas mais recorrentes são sobre “útero virado”, casos de familiares que tiveram dificuldades e que as mulheres são sempre as culpadas. O que nem de longe é verdade.

A posição mais freqüente do útero é com o fundo direcionado para a barriga, mas pode acontecer de ser virado para as costas sem que isto represente nenhuma dificuldade ou traga qualquer contratempo às mulheres.

O chamado fator masculino gira em torno de 40%, ou seja, em quase metade das vezes o “culpado” é o homem e não a mulher. O que acontece é que os homens não gostam de fazer espermograma e não gostam de se sentirem doentes ou incapazes de prover uma gravidez e empurram a culpa para o outro lado. As mulheres como são mais cuidadosas não tem medo de procurar ajuda e assim fica parecendo que são sempre as culpadas.

A vida é assim e às vezes basta uma pequena orientação e todo se resolve. Parece texto de auto-ajuda, mas existem dois tipos de problema o que tem solução e o que não tem solução. Com os que têm solução não preciso me preocupar, pois têm solução. E com os que não têm solução não posso me preocupar, visto que não tem solução. Logo não há problemas com os quais devemos nos preocupar.

Converse com seu médico.

Anticoncepção

“E como o tempo não tem, nem pode ter consistência alguma, e todas as coisas desde seu princípio nasceram juntas com o tempo, por isso nem ele, nem elas podem parar um momento, mas com o perpétuo moto, e revolução insuperável passar, e ir passando sempre”.
Padre Antonio Vieira - Sermão da Primeira Dominga do Advento

Anticoncepção nos remete ao poder de decidir quando e se queremos ter filhos e ter filhos significa perpetuar-se na espécie, assim como tempo passando e a passar sempre.

Transferir nossa herança, mesmo genética, é o que nos faz eternos. De alguma forma todos somos descendentes de Adão e Eva na forma do DNA fundamental. Como cada um interpretará esta leitura é de foro íntimo.

Decidir-se por filhos é mais uma das inúmeras situações difíceis que nos deparamos por envolver diversos questionamentos, sejam morais, religiosos, éticos, numa sequência quase infinita de senões.

Como todas as espécies, a necessidade de procriar envolve a própria sobrevivência, mas nós temos um quê a mais do que os outros animais e muitas vezes não queremos ter filhos. A ciência é só instrumento deste capricho.

Há muitos métodos para evitar uma gravidez e de modo geral devem ser orientados por médicos. Por mais bem intencionadas que sejam as vizinhas, tias, mães e amigas, preconceito e desinformação têm terreno fértil por aqui.

Os métodos podem ser reversíveis ou definitivos, naturais ou artificiais, da simples abstinência (método 100%) às cirurgias “higiênicas” como a histerectomia.

Os métodos são avaliados considerando 100 usuárias durante um ano e pelo número de gravidez ocorrida temos o índice de falha do método. Há um índice para o uso perfeito e outro para o prático, ou seja, aquele que se espera e o que se verifica. São os números, respectivos, após o nome do método (esperado/encontrado):

Naturais: tabela, Billings (observação do ciclo), temperatura basal, sinotérmicos (1-9/20)

De barreira: camisinha (3/14), diafragma (6/20), espermaticidas (6/20)

Dispositivos intra-uterinos: DIU de cobre (0,6/0,8) ou hormonais (0,2/0,2)

Hormonais (injetáveis, implantes, subcutâneos, cutâneos) (0,1/0,3), orais combinados (0,1/6-8), “mini-pílula” – uso na lactação – (0,5/10)

Definitivos – laqueadura e vasectomia – (0,1/0,1)

Abstinência (0/?)



Anticoncepção

“As coisas mais insignificantes têm às vezes maior importância e é por elas que a gente se perde…”
Dostoievski em Crime e Castigo.

Desde sempre houve uma preocupação em como nos reproduzimos e num determinado ponto da história em como não nos reproduzirmos ou dito de outra forma só nos reproduzirmos quando quisermos. Este tema nos dias atuais ficou mais chamativo depois da declaração do governador Sérgio Cabral e sem nos atermos à discussão do mérito, ou da falta de mérito, da afirmação do governador, vemos que é importante pensar em métodos contraceptivos.

Os adolescentes estão particularmente afeitos a este acontecimento pela imaturidade, pensamento mágico (de modo geral em um ponto de nosa vida pensamos que somos estéreis), falta de conhecimento, desafio, ter toda a vida pela frente, qualquer que seja o motivo nos expomos desnecessariamente à gravidez com consequencias drásticas a curto médio e longo prazo. Gravidez deve ser bem planejada. Os métodos para evitar gravidez estão à disposição e são vários. Consegui-los é fácil e o caminho a ser seguido é o de procurar orientação médica, se com a conivência dos pais, melhor, se não basta procurar assistência. Pode-se ir sozinho e o Estatuto da Criança e do Adolescente garante a privacidade.O conselho de amigos pode ser útil, mas lembrem-se eles têm a mesma longa experiência que vocês o que pode traduzir-se em bons conhecimentos ou perpetuação de preconceitos. Gosto de lembrar uma situação que me ocorreu na infância, numa tarde após o jogo de futebol um grupo de meninos passou a fazer umas coisas estranhas com o pênis (masturbação) e eu perguntei o que era aquilo e a resposta de um foi: é uma coisa muito boa, mas depois a gente se arrepende. Dostoievski não teria dito melhor. Os métodos podem ser: reversíveis ou definitivos.Reversíveis: naturais (comportamentais, observação do ciclo, secreção vaginal, coito interrompido), de barreira (camisinha, diafragma), ou artificiais: hormonais (orais, intra-dérmicos, cutâneos, intra-vaginais e injetáveis), Dispositivos intra-uterinos (com cobre, com hormônios).

Definitivos: vasectomia, ligadura de trompas.Anticoncepção de emergência deve ser usada só nesta circunstância e não de rotina. É atitude extrema.Aborto não é método contraceptivo. É um caso à parte e assim cuidaremos dele.Como tudo na vida há prós e contras. O que deve nos nortear em todos os tratamentos, se não a todas as nossas atitudes, são respostas afirmativas a três perguntas: eu preciso, eu posso, e, eu quero?

Um comentário:

Silva disse...

Boas
O seu artigo está mesmo muito bom, gostei muito e aprendi muita coisa que não sabia.