2.01.2010

Derrame cerebral


Derrame cerebral

Nomes alternativos:
acidente cerebrovascular; doença cerebrovascular; AVC

Definição:
Conjunto de distúrbios cerebrais envolvendo a perda das funções cerebrais, que ocorre quando o suprimento de sangue a qualquer parte do corpo é interrompido.

Causas, incidência e fatores de risco:

O cérebro requer cerca de 20% da circulação sangüínea no organismo. O suprimento primário de sangue para o cérebro é feito por meio de 2 artérias no pescoço (as artérias carótidas), que se ramificam dentro do cérebro em múltiplas artérias, que suprem uma área específica do cérebro.

Até mesmo uma pequena interrupção do fluxo sangüíneo pode causar uma diminuição na função cerebral (déficit neurológico). Os sintomas variam de acordo com a área do cérebro afetada e comumente incluem problemas como alterações na visão, na fala, diminuição dos movimentos ou sensibilidade em uma parte do corpo ou alterações no nível de consciência.

Se o fluxo sangüíneo diminuir por um período superior a alguns segundos, as células cerebrais da área são destruídas (enfartadas), causando danos permanentes à área do cérebro ou mesmo a morte.

Os derrames cerebrais afetam cerca de 4 em cada 1.000 pessoas. É a terceira causa de morte na maioria dos países desenvolvidos, incluindo os Estados Unidos. A incidência de derrame aumenta de forma dramática com a idade; o risco se duplica a cada década depois dos 35 anos. Cerca de 5% das pessoas com idade acima de 65 anos já tiveram pelo menos um derrame. O distúrbio ocorre mais comumente em homens do que em mulheres.

O derrame envolve a perda das funções cerebrais (déficits neurológicos) causada pela falta da circulação sangüínea para as áreas do cérebro. Os déficits neurológicos específicos podem variar de acordo com o local, extensão dos danos e causa do distúrbio. Os derrames podem ser causados pela redução do fluxo sangüíneo (isquemia), que resulta em um suprimento de sangue deficiente e morte dos tecidos naquela área (infarto).

As causas dos derrames isquêmicos são: coágulos sangüíneos que se formam no cérebro (trombo) e coágulos sangüíneos ou fragmentos das placas ateroscleróticas ou outros materiais que migram para o cérebro provenientes de um outro local do corpo (êmbolos). O sangramento (hemorragia) dentro do cérebro raramente pode causar sintomas que simulem um derrame.

A causa mais comum de um derrame é o derrame decorrente da aterosclerose (trombose cerebral). A aterosclerose ("endurecimento das artérias") é uma condição comum, na qual os depósitos de gordura se acumulam nos revestimentos internos das artérias e uma placa aterosclerótica (uma massa que consiste de depósitos de gordura e plaquetas sangüíneas) se desenvolve.

A oclusão da artéria ocorre vagarosamente. A placa aterosclerótica não causa necessariamente um derrame. Existem várias conexões pequenas entre as várias artérias do cérebro. Se o fluxo sangüíneo diminuir gradualmente, essas pequenas conexões irão aumentar de tamanho e desviar da área obstruída (circulação colateral).

Se houver suficiente circulação colateral, até mesmo uma artéria totalmente bloqueada pode não causar déficits neurológicos. Um segundo mecanismo de segurança dentro do cérebro constitui o fato de que as artérias são tão grandes que pode haver a obstrução de 75% do vaso sangüíneo, e ainda assim haverá um fluxo sangüíneo adequado para aquela área do cérebro.

O derrame trombótico (derrame causado pela trombose) é mais comum em pessoas de idade mais avançada, e geralmente é acompanhado da doença aterosclerótica cardíaca ou diabetes melito. Este tipo de derrame pode ocorrer a qualquer momento, até mesmo em repouso. A pessoa pode ou não perder a consciência.

Os derrames causados por embolismo (coágulos sangüíneos em movimento) são mais comumente derrames decorrentes de um embolismo cardiogênico, que são coágulos que se desenvolvem em conseqüência dos distúrbios cardíacos e que então movem-se para o cérebro.

O embolismo pode também originar-se em outras áreas, especialmente onde há uma placa aterosclerótica. O êmbolo viaja através da corrente sangüínea e fica preso a uma pequena artéria no cérebro. Este derrame ocorre subitamente, com um déficit neurológico máximo e imediato. Não está associado aos níveis de atividade e pode ocorrer a qualquer momento.

As arritmias cardíacas são comumente vistas nestes distúrbios e são, de modo geral, a causa do êmbolo. O dano cerebral é freqüentemente mais grave do que o de um derrame causado por trombose cerebral. Pode haver ou não a perda de consciência.

O resultado provável piora se os vasos sangüíneos, danificados pela doença, se rompem e sangram (derrame hemorrágico).

Os riscos de um derrame incluem uma história de pressão alta no sangue (a hipertensão está presente em cerca de 70% de todas as vítimas de derrame), doença cardíaca (especialmente com fibrilação ou flutter atrial), tabagismo, ataque isquêmico transitório (TIA), aterosclerose ou lipídios altos no sangue, diabetes, enxaquecas ou quaisquer outros distúrbios que possam causar um derrame. Gota e contagens de glóbulos vermelhos elevadas têm sido associadas ao derrame. Embora as mulheres jovens tenham um risco razoavelmente baixo de sofrerem um derrame, o uso de pílulas anticoncepcionais aumenta o risco, e o tabagismo combinado com o uso destas pílulas torna o risco ainda maior.
Derrame Cerebral Isquêmico – AVCi


Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (AVCi) ou Derrame Cerebral Isquêmico são termos que se usa para definir uma situação em que uma isquemia cerebral, ou seja, a redução do fornecimento de sangue a uma parte do cérebro, acarreta uma “perda” de seu funcionamento. O derrame isquêmico pode ser do tipo trombótico (causado por um coágulo sanguíneo – trombo – formado no interior das artérias cerebrais) ou embólico (onde o coágulo – êmbolo – é formado em outra parte do corpo, se desgruda e vai em direção ao cérebro pela corrente sangüínea) e causam um entupimento de uma artéria cerebral, já estreitada por placas de gordura (aterosclerose), bloqueando do fluxo de sangue para uma parte do cérebro.

Sem o suprimento de sangue adequado, as células naquela área do cérebro deixam de funcionar e podem morrer rapidamente. O AVCi pode afetar artérias grandes ou pequenas no cérebro. Quando ele acontece em artérias pequenas, eles são chamados derrames lacunares.

No início do problema, pode ser difícil para o médico saber qual o tipo de derrame a pessoa está tendo.

Uma causa menos comum de derrame trombótico é a dor de cabeça da enxaqueca. Em casos especialmente severos, uma dor de cabeça tipo enxaqueca pode fazer uma artéria do cérebro ficar em espasmo prolongado, permitindo a formação de um coágulo sanguíneo.

Mais da metade dos AVCi são derrames trombóticos. Os fatores que aumentam o risco de se ter um derrame são os mesmos fatores que aumentam o risco de aterosclerose:

Diabetes Mellitus
Hipertensão - Pressão alta
Hipercolesterolemia - Colesterol alto
Tabagismo – Fumar
Fatores genéticos - Ter outros membros da família que tiveram derrame.

Quadro Clínico

Os sintomas podem incluir:

Cefaléia – ou dor de cabeça – em geral é o primeiro sintoma a aparecer
Tontura e confusão mental
Fraqueza ou paralisia de um lado do corpo: O início súbito de uma fraqueza ou dormência em um dos membros (braços e pernas) ou na face é o sintoma mais comum dos derrames cerebrais. Pode significar a isquemia de todo um hemisfério cerebral ou apenas de uma área pequena e específica. Podem ocorrer de diferentes formas, apresentando-se por fraqueza na face (em geral com o desvio do canto da boca ou queda da pálpebra em um dos olhos), nos braços e/ou nas pernas. Estas diferenças dependem da localização da isquemia, de sua extensão e da artéria cerebral que foi atingida.
Perda de sensibilidade súbita e grave em qualquer parte do corpo: A dormência ocorre mais comumente junto com a diminuição de força (fraqueza), confundindo o paciente; a sensibilidade é subjetiva.
Problemas para enxergar: A perda da visão em um dos olhos, principalmente aguda, assusta os pacientes e geralmente os leva a procurar o hospital. O paciente pode ter uma sensação de ter uma “mancha na vista” ou ainda pode apresentar cegueira súbita (amaurose).
Perda de equilíbrio ao caminhar
Problemas de coordenação dos braços e mãos
Disfasia (dificuldade para falar) ou Afasia (não conseguir falar): É comum os pacientes apresentarem estes tipos de alterações da linguagem e da fala acarretando muita ansiedade pelo esforço frustrado de falar. Alguns pacientes apresentam uma outra alteração da linguagem, falando frases longas, fluentes, fazendo pouco sentido, com grande dificuldade para serem compreendidos (verborréia). Os familiares e amigos podem interpretar o episódio como um ataque de confusão ou estresse.
Morte súbita: Quando o AVCi acomete uma grande área do cérebro, incluindo regiões que respondem pela respiração e controle de sinais vitais, muitas vezes o paciente não resiste até mesmo até chegar ao hospital.

Como as diferentes áreas do cérebro são responsáveis por diferentes funções (como a movimentação, visão, fala, equilíbrio e coordenação), os sintomas de um derrame cerebral variam dependendo da área do cérebro afetada.

Se quaisquer destes sintomas aparecerem de repente, a pessoa pode estar tendo um derrame. Assim que aparecem, os sintomas podem tornar-se piores gradualmente ao longo de horas ou dias ou se estabilizarem.


Muitas vezes, episódios breves de sintomas do AVCi podem acontecer antes de um derrame. Um episódio curto de sintomas de derrame é chamado de ataque isquêmico transitório (AIT). Um AIT dura menos de 24 horas, normalmente 5 a 20 minutos. Um ou mais destes ataques precedem quase 60 por cento de todos os derrames.

Diagnóstico

Reconhecendo um derrame

Um neurologista afirma que se a vítima for socorrida dentro de 3 horas pode-se reverter totalmente os efeitos de um derrame. Totalmente.
Às vezes os sintomas de um derrame são difíceis de identificar.

Infelizmente, a falta da consciência dos que estão ao redor ocasiona o desastre.

A vítima do derrame pode sofrer danos no cérebro quando as pessoas próximas falham em reconhecer os sintomas do derrame.


Agora os médicos dizem que um observador pode reconhecer um derrame fazendo três simples perguntas:


1. Peça o indivíduo para SORRIR.

2. Peça que LEVANTE AMBOS OS BRAÇOS.

3. Peça que a pessoa FALE UMA frase SIMPLES coerentemente.


Se a pessoa tiver problema com uma dessas tarefas, leve-a ao médico IMEDIATAMENTE.


Após ter descoberto que um grupo de voluntários não médicos poderia identificar a fraqueza facial, a fraqueza do braço e os problemas do discurso, investigadores incitaram o público em geral para aprender as três perguntas. Apresentaram suas conclusões na reunião anual da Associação Americana de Derrame em Fevereiro passado. Difundido o uso deste teste que poderia resultar no diagnóstico e no tratamento do derrame e impedir os danos cerebrais.

Um cardiologista enfatiza que se todos que lerem este post e enviarem a 10 pessoas, ao menos uma vida será preservada.

Para diagnosticar um derrame, o neurologista irá precisar de um exame de imagem do cérebro. Os exames que podem ser usados no diagnóstico dos AVCi incluem a Tomografia Computadorizada do Cérebro (a TC) e a Imagem de Ressonância Magnética (IRM).


Nas primeiras horas após o derrame, a tomografia de crânio pode não mostrar qualquer alteração sendo importante sua realização para afastar o diagnóstico de um sangramento cerebral. Após 48 horas a TC é repetida para confirmar o diagnóstico, pois o primeiro pode mostrar-se normal. Se o 2° exame deixa dúvidas, a IRM pode ser útil, principalmente no AVCi do tipo lacunar e nas lesões do tronco cerebral (parte mais baixa do cérebro).

Após o diagnóstico, é importante para o médico determinar se o derrame é do tipo trombótico ou embólico, pois o derrame embólico pode precisar de tratamento de um problema vascular (dos vasos) fora do cérebro. O médico (neurologista) fará um exame neurológico detalhado, checará os níveis de pressão sanguínea, e examinará o coração e as artérias do pescoço.

Os exames que podem ser usados para procurar uma fonte de coágulos sanguíneos incluem um Eletrocardiograma (o ECG), uma Radiografia do Tórax, um exame de ultra-sonografia Doppler (também chamado Doppler de Carótida), e um Ecocardiograma.

Pessoas portadoras de Fibrilação Atrial (um tipo de arritmia cardíaca) têm uma maior predisposição de desenvolver um AVCi.

Prevenção

A pessoa que teve um derrame cerebral tem um risco alto de ter outro.

Para prevenir o derrame isquêmico, o neurologista irá combater os fatores que aumentam o risco da aterosclerose. Estes podem incluir o controle da pressão alta e os problemas de colesterol com um cardiologista, e do diabetes com um endocrinologista. Fazer uma dieta saudável, parar de fumar, e tomar uma dose diária de aspirina também pode ajudar a prevenir os derrames cerebrais.

Deve-se fazer o exame do colesterol (total e frações) e triglicérides no mínimo a cada cinco anos, até mesmo se a pessoa nunca teve colesterol alto. Dieta e exercícios físicos podem ajudar a prevenir os derrames isquêmicos. Deve-se exercitar regularmente e ingerir uma dieta saudável que tenha muitas frutas e legumes e poucas gorduras saturadas e colesterol. Recentes estudos mostraram que comer duas a quatro porções de peixe por semana podem ajudar a prevenir o derrame cerebral.

Outras coisas você pode fazer para prevenir os derrames é evitar o consumo exagerado de álcool e nunca consumir cocaína ou anfetaminas.

O paciente deve discutir com seu médico se ele deve tomar aspirina diariamente. A aspirina em doses baixas (100 a 200 miligramas por dia) pode reduzir o risco de derrames isquêmicos.
Outros medicamentos que também previnem os coágulos podem ajudar. Eles incluem o Cloridrato de Ticlopidina (Ticlid ®) e o Clopidogrel (Plavix ®).

Se o paciente tem dores de cabeça tipo enxaqueca que vierem associadas com sintomas neurológicos como fraqueza, torpor, ou problemas visuais, é importante evitar tomar medicamentos anti-enxaqueca chamados Triptanos (Sumatriptano – Imitrex ®). Tomar estes medicamentos pode aumentar o risco de derrame.

Tratamento

O tratamento mais efetivo para o AVCi é o medicamento chamado Ativador de Plasminogênio Tecidual (t-PA) e deve ser dado imediatamente — dentro de três horas depois que os sintomas começarem, por via intravenosa (IV). Por isto, é importante procurar o Pronto Socorro para avaliação de um Neurologista de qualquer paciente com sintomas de derrame isquêmico. Este medicamento pode dissolver coágulos e pode restabelecer o fluxo de sangue ao cérebro. Pacientes que recebem este medicamento têm menos seqüelas a longo prazo após um derrame.

A seguir, outro tipo de medicamento anticoagulante é dado para impedir que os coágulos sanguíneos existentes tornem-se maiores e para impedir que novos coágulos venham a se formar.

Uma pessoa que teve um derrame significativo deve ser hospitalizada, pois assim ela pode ser observada no caso dos sintomas piorarem. Uma pessoa vítima de um derrame grave pode precisar de um ventilador mecânico para ajudar a respirar, do uso de sondas de alimentação e para urinar, de aparelhagem para controlar os batimentos cardíacos e a pressão arterial, dentre outras medidas de suporte.

No hospital, um paciente que sofreu um derrame será acompanhado por fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais que podem ajudar a pessoa a aprender a lidar com sua seqüela e a recuperar sua força motora. Freqüentemente, o paciente é transferido do hospital para um centro de reabilitação para se recuperar antes de voltar para casa.

Qual médico procurar?

O médico que acompanha e trata o derrame cerebral é o neurologista, auxiliado pelo intensivista (UTI). Se alguém que você se relaciona desenvolver quaisquer dos sintomas de derrame cerebral, você deve chamar uma ambulância imediatamente para levar a pessoa ao Pronto Socorro; não espere os sintomas melhorarem sozinhos.. É importante ter uma avaliação até mesmo se os sintomas duram só alguns minutos, porque um AIT pode ser um sinal de advertência que a pessoa vai ter um derrame em breve.

Prognóstico

Se o paciente for tratado o fluxo sangüíneo interrompido volta a ser restabelecido em pouco tempo, podendo haver uma rápida recuperação, com uma pequena ou nenhuma seqüela. O uso do t-PA dentro de três horas após o início dos sintomas dá ao paciente até 12 por cento mais chances de não desenvolver nenhuma seqüela ou de ficar com uma seqüela menor após a recuperação, se comparados àqueles que não foram tratados com t-PA. Em um derrame cerebral pequeno, os sintomas podem melhorar dentro de alguns dias. Quando o suprimento de sangue estiver suspenso durante um período prolongado, a lesão cerebral pode ser mais grave e os sintomas podem durar muitos meses. Caso ocorrer uma lesão cerebral grave, poderá haver incapacidade definitiva – seqüela.

Fonte: DEPARTAMENTO DE INFORMÁTICA MÉDICA – HOSPITAL POLICLIN

As informações contidas neste documento não devem ser utilizadas para fins de diagnóstico ou tratamento de quaisquer doenças ou problemas de saúde. Para o diagnóstico e tratamento de todo e qualquer problema de saúde deve-se consultar sempre um médico qualificado

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