3.25.2010

Descolamento de retina


Mal invisível que pode cegar

Descolamento de retina chega quase sem sintomas e deve ser tratado o mais rápido possível. Faça exames anuais

Rio - Um problema oftalmológico que age silenciosamente, sem causar dor, deixa cego um em cada 10 mil brasileiros. Geralmente associado apenas a impactos e acidentes, o descolamento de retina pode acontecer sem qualquer choque no olho. Algumas pessoas, pertencentes a grupos de risco para o problema, precisam ficar atentas a cuidados preventivos, de acordo com especialistas.

O descolamento acontece quando há ruptura de parte da retina, que se desprende do fundo do olho. Com a ruptura, pode haver vazamento de líquidos que aumentam mais ainda os ‘rasgos’ e causam o descolamento em si.

Para o paciente, não é fácil perceber que está com o problema: ele se manifesta através da perda parcial do campo de visão (a chamada visão periférica), às vezes não notada na fase inicial. “Em algumas ocasiões, o paciente só percebe quando fecha o olho sadio. Mas se não houver tratamento com a devida urgência, pode ficar cego”, diz o especialista em retina do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, Paulo Augusto de Arruda Mello Junior.

O problema pode estar ou não associado a outras enfermidades. Quando o paciente tem diabetes, trombose ou doenças vasculares, o descolamento é conhecido como tracional — geralmente causado por falta de irrigação sanguínea em algumas áreas do olho. Há também casos famosos de esportistas que sofreram o problema após boladas ou socos.

Mas mesmo alguns grupos de pessoas que não têm estas doenças ou não sofreram traumas devem estar atentos, de acordo com Paulo Augusto.

MÍOPES SÃO GRUPO DE RISCO

“Quem já fez operação de catarata, tem casos de descolamento na família, vê flashes ou tem miopia de mais de 4 graus precisa fazer o exame ao menos uma vez por ano. Os riscos aumentam com a idade”, afirma.

Vale lembrar que o exame que detecta o descolamento é considerado mais complexo do que check ups oftalmológicos comuns. Trata-se do mapeamento de retina, no qual o paciente é submetido à dilatação da pupila após receber um colírio.

Aplicação de laser ou cirurgia

O tratamento para o descolamento envolve a aplicação de laser em áreas frágeis da retina, de forma preventiva. Se já tiver havido a ruptura, porém, é indicada cirurgia. Algumas das operações para corrigir o problema são tidas como as mais complexas da Oftamologia.

Durante o procedimento, o líquido vítreo — que preenche o olho e vaza com o descolamento — é retirado e substituído por gás ou óleo de silicone. Dependendo da técnica, o paciente tem que ficar com o olhar voltado para baixo por dias seguidos no pós-operatório.

“É importante que, assim que se desconfie, o paciente seja tratado o mais rapidamente possível”, diz o oftamologista Paulo Augusto.

TRATAMENTO NA REDE PÚBLICA

A Secretaria Municipal de Saúde informou que o Hospital Municipal da Piedade oferece alguns tipos de tratamento para retina, como certos casos de descolamento. A unidade deve ampliar estes serviços após a renovação de equipamentos até o final do ano. A rede básica conta com postos que são pólos de tratamento oftalmológico e clínicas conveniadas, via SUS. Os seis hospitais federais também possuem atendimento oftalmológico, mas só atendem a casos encaminhados por postos.

Mais informações pelo Telessaúde: 3523-4025.


SAIBA MAIS SOBRE DESCOLAMENTO DA RETINA:

Anatomia:
A retina é uma fina camada de tecido nervoso que forra o olho por dentro. Se você comparar seu olho a uma câmara fotográfica a retina seria o filme e nela se formam as imagens que são enviadas ao cérebro. Na retina a luz é transformada em estímulo elétrico para ser enviada ao cérebro. A mácula é a região central da retina, onde se concentra a visão de detalhes e cores. Muitas coisas podem perturbar essa delicada arquitetura.

Mecanismo e Causas:

Furos e rasgões da retina são o que causam o seu descolamento. Cerca de 8% das pessoas têm pequenos furos ou defeitos na retina, apenas uma em cada quinze mil pessoas vai ter descolamento da retina. Olhos com mais de 4 graus de miopia tendem a ser mais longos, a retina tem de se esticar para forrá-los. Pode tornar-se fina demais na sua periferia e rasgar-se, por isso o descolamento da retina é mais comum em míopes.

Pessoas que já descolaram a retina de um olho têm maiores chances de ter descolamento da retina no seu outro olho. Essas características são passadas geneticamente. Filhos e irmãos de quem teve descolamento da retina devem ser examinados.

Algumas doenças como a diabete e as inflamações oculares, e em especial os traumatismos (boladas, socos, etc..) também são causas de descolamento da retina.

Um processo natural do amadurecimento costuma preceder o descolamento da retina: O descolamento posterior do vítreo. A retina é elevada e descolada pelo líquido que preenche o olho. Nas crianças a parte posterior do olho é preenchida por uma gelatina firme (humor vítreo) que ocupa toda a cavidade ocular. Com o passar dos anos ocorre liquefação dessa gelatina, chamamos esse fenômeno natural de descolamento posterior do vítreo.

Têm mais chance de ter descolamento da retina:
- Míopes com mais de 6 graus
- Parentes próximos de quem teve descolamento da retina
- Quem já teve descolamento em um dos olhos
* Pessoas com maior risco de ter descolamento precisam ser examinadas pelo menos duas vezes por ano
Sintomas:
Os sintomas do descolamento do vítreo são pontos flutuantes no seu campo visual (moscas volantes), esta é uma queixa muito comum e em geral não tem gravidade, mesmo assim a pessoa deve ser cuidadosamente examinada.

A diminuição da visão e manchas que vão crescendo e borrando s imagens, são os sintomas mais comuns do descolamento da retina. Procure auxílio de um oftalmologista imediatamente. Quando feita em menos de uma semana a cirurgia cura mais de 90% dos casos!

Cirurgia:

- Laser:
Nos casos muito iniciais podemos realizar apenas o bloqueio periférico pelo Laser. O Laser funciona como uma solda orgânica. Ele provoca queimaduras na retina e nos tecido adjacentes que quando cicatrizam se aderem uns aos outros.

- Pneumo-retinopexia:
Os descolamentos em fase inicial podem ser tratados injetando-se uma bolha de gás que expulsa o líquido sub-retiniano e reaplica a retina. O tratamento é complementado com aplicações de Laser ou tratamento com o crio cautério.

- Retinopexia (Cirurgia Convencional)
A técnica mais comum de operar o descolamento da retina é chamada de retinopexia com introflexão escleral. Fixamos ao redor do olho, sob os músculos, uma estrutura de apoio (chamada cientificamente de órtese), feita de silicone sólido (se assemelha a um pneu) para calçar a retina e criamos uma forte adesão usando o crio cautério.

- Vitrectomia
As cirurgias de vitrectomia estão reservadas para os casos mais difíceis.
Fazemos três pequenas incisões no olho para trabalhar dentro do olho com micro-instrumentos.

Quando realizamos a vitrectomia podemos precisar da ajuda de um líquido pesado para expulsar o líquido sub-retiniano, o perfluoroctano.

Às vezes é necessário preencher o olho com óleo de silicone ou gazes de longa permanência (SF6 ou C3F8) para manter a retina colada.

O gás intra-ocular - e também o óleo de silicone - tendem a flutuar dentro do olho. Usamos essa característica física dos elementos para empurrar a retina para o seu lugar. Após a cirurgia o médico indicará qual a melhor posição de cabeça para obtermos o maior contato das bolhas de gás, ou óleo, com os defeitos da retina.

Os gazes são absorvidos naturalmente. O óleo de silicone poderá exigir a sua remoção cirúrgica.

Prognóstico
Com as modernas técnicas de cirurgia conseguimos reaplicar a retina em quase 90% dos casos.
Às vezes são necessárias várias cirurgias. Os primeiros 40 dias são cruciais. Siga rigorosamente a orientação do seu médico. O repouso e manutenção das posições de cabeça indicada fazem parte do tratamento. Mesmo com o pronto tratamento e retorno da retina a sua posição, costuma haver perda, ao menos parcial, da visão do olho afetado. O pronto atendimento favorece a melhor recuperação.

Anestesia
Anestesia é local. o paciente é levemente sedado, para que fique tranqüilo e colabore durante o procedimento.

Complicações:
Mesmo com todos os cuidados e preparativos, tanto antes como durante a cirurgia, são possíveis ocorrências inesperadas. Elas podem ser imediatas ou tardias, que serão manipuladas pelo cirurgião e sua equipe com a melhor diligência, mas não podem ser ignoradas, e as citamos a seguir:

• Hematomas – podem ser: retro-ocular (atrás do olho) das pálpebras ou da conjuntiva (mucosa que recobre o olho). Embora não costumem ter gravidade podem comprometer a aparência do olho nos primeiros dias.

• Hemorragia sub-retiniana – Caso ocorram sob a região central da retina (sub-maculares) podem limitar a visão enquanto são absorvidas.

• Deslocamento (luxação) da lente intra-ocular (em pacientes previamente operdados de catarata)– a LIO precisará ser re-posicionada no centro cirúrgico

• Edema da retina (edema macular cistóide) – podem ocorrer no pós operatório imediato ou até 30 dias apos a cirurgia. Será necessários exames para o seu diagnóstico e tratamento com colírios e comprimidos.

• Edema da córnea (ceratopatia bolhosa) – a córnea depende de uma camada de células chamada endotélio para sua transparência. Durante a cirurgia usamos visco-elásticos de alta qualidade para proteção da córnea. Mesmo com os devidos cuidados algumas córneas poderão perder de maneira definitiva a sua transparência, exigindo o uso crônico de colírios e em último caso o transplante de córnea.

• Descolamento da coróide – a coróide é um tecido vascular que dá sustentação a retina, em quadros inflamatórios oculares ele pode encher-se de plasma. O tratamento é com colírios e comprimidos. Poderá exigir drenagem cirúrgica em raras ocasiões.

• Hemorragia supra-coroideana (hemorragia expulsiva) – é muito rara, é mais freqüente em pacientes que associam hipertensão arterial, hipertensão ocular, idade avançadas e alterações do ritmo cardíaco. É ainda mais rara na faco-emulsificação, quando comparada com outras técnicas.

• Infecção (endoftalmite) – é rara, mas temível. Exigirá o uso de antibióticos na forma de colírios e comprimidos. Algumas vezes será necessário uso de medicação injetável. Alguns pacientes exigirão nova cirurgia para remoção do material infectado.

As ocorrências listadas acima, mesmo resolvidas com sucesso, podem causar algum grau de restrição visual e até mesmo a perda da visão.

Tire suas dúvida sobre o procedimento antes da realização da cirurgia. Qualquer dúvida no pós operatório deve ser levada ao seu médico.

FONTE: www.sdoftalmologia.com.br/cirurgia_retina.asp

8 comentários:

Unknown disse...

meu irmão furou o olho esquerdo e parece que vazou um líquido dele é capas dele não ver mais desse olho ,e qual o melhor tratamento ou cirurgia para ele ver de novo.

Antonio Celso da Costa Brandão disse...

O meu caro Celso, somente um oftalmologista resolverá a sua questão.

Alma Mestiça - A Jornada disse...

Seu post foi o mais completo da pesquisa que realizei sobre descolamento de retina. Descobri hoje que estou com um descolamento ainda no inicio, meu olho esquerdo tem quase 7 graus de miopia. O oftalmologista indicou a cirurgia a laser, estou tentando descobrir se posso realizar pelo SUS ou se terei que pagar, já que não tenho nenhum plano de saúde, queria ter idéia sobre valores. Vc saberia informar?

Anônimo disse...

É normal a pessoa ficar sem enxergar apos a cirurgia de deslocamento de retina? Por quanto tempo? A cirurgia foi feita com utilização de gás e não de óleo. Meu irmão está desesperado pois esta com 4 dias de operado e não enxerga.

Antonio Celso da Costa Brandão disse...

Somente um oftalmologista resolverá a sua questão

Anônimo disse...

Antonio Celso sua resposta foi muito esclarecedora, obrigada.

Anônimo disse...

Ainda não sei as palavras certas para expressar minha gratidão ao Rick Simpson para descobrir o óleo de cannabis e ao Dr. David para o seu óleo de cannabis maravilhoso que curou minha mãe. Ela foi diagnosticada de câncer Melanoma, afetou sua pele, os intestinos e os olhos... Levámo-la para o tratamento mas não adiantou, meu amigo encontrou o óleo de cannabis em uma pesquisa online, no começo que eu não queria comprar o óleo, porque eu tinha dúvidas sobre isso cura do câncer da minha mãe, mas depois de ler sobre isso e fazer pesquisas on-line, então eu decidir dar-lhe uma tentativa, e na verdade era um maravilhoso , o óleo de cannabis com êxito curou o câncer da minha mãe!!! Depois de três meses. Ela está muito bem agora e com um estado de boa saúde. entre em contato com o Dr David para obter a cannabis original óleo, E-mail: ricksimpsonmedicalcenter@outlook.com

Anônimo disse...

Fuma a canabiz faz 3 anos,e dois anos atrás furei meu olho fiz cerugia na retina nao deu certo agora tenho gel de silicone no olho,sera que a canabiz preojudica alguma coisa ou posso continua fazendo o consumo